Saltar para o conteúdo

Província alcalina de Goiás

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

A província alcalina de Goiás é uma área geológica localizada no estado de Goiás, Brasil. Caracteriza-se por um conjunto de rochas ígneas alcalinas e ultramáficas que datam principalmente do período Cretáceo. Esta província inclui diversos complexos vulcânicos e plutônicos que são de grande interesse para geólogos devido à sua composição mineralógica e importância tectônica.

Geologia e formação[editar | editar código-fonte]

A formação da província alcalina de Goiás está associada a eventos tectônicos que resultaram em atividades magmáticas intensas durante o Cretáceo. Esta atividade é parte de um contexto mais amplo de magmatismo alcalino que afetou várias regiões do Brasil, incluindo a província alcalina Alto Paranaíba e a província alcalina de Poços de Caldas. A origem do magmatismo é frequentemente atribuída à ascensão de plumas mantélicas e ao estiramento da litosfera.

A província é composta por uma variedade de rochas ígneas, incluindo sienitos, nefelina sienitos, fonólitos, traquitos, basaltos, kamafugitos, carbonatitos, entre outras. A presença de minerais ricos em elementos incompatíveis e voláteis é uma característica marcante dessas rochas, indicando um magma derivado de uma fonte mantélica enriquecida.

Localização e extensão[editar | editar código-fonte]

A província alcalina de Goiás abrange algumas localidades daquele estado. Alguns dos principais complexos alcalinos incluem:

Essas áreas são conhecidas por suas intrusões plutônicas e derrames vulcânicos que se estendem por centenas de quilômetros quadrados.

Mineralogia[editar | editar código-fonte]

A mineralogia da província alcalina de Goiás é diversa e inclui minerais como:

A presença desses minerais, especialmente os feldspatoides e a olivina, indica a natureza alcalina e ultramáfica das rochas.

Importância econômica[editar | editar código-fonte]

A província alcalina de Goiás possui importância econômica devido à presença de minerais raros e depósitos de metais preciosos. Alguns dos recursos minerais explorados na região incluem:

Esses recursos tornam a província um foco de atividades de mineração e pesquisa geológica.

Estudos Geocronológicos[editar | editar código-fonte]

Estudos geocronológicos realizados na província alcalina de Goiás têm revelado idades variando entre 80 e 90 milhões de anos, situando a maioria dos eventos magmáticos no Cretáceo Superior. Métodos como datação U-Pb em zircões e análises de isótopos de Sr-Nd foram utilizados para determinar a idade e a evolução dos magmas. Esses estudos são cruciais para entender a cronologia dos eventos tectônicos e magmáticos na região.

Tectônica e Magmatismo[editar | editar código-fonte]

A relação entre o magmatismo da província alcalina de Goiás e os eventos tectônicos regionais é um tema de grande interesse científico. A atividade magmática está associada ao rifteamento continental e à ascensão de plumas mantélicas. Este contexto tectônico é evidenciado pelas estruturas geológicas regionais, como falhas e dobras, que indicam estiramento e subsidência da litosfera.

A tectônica de rifteamento facilitou a ascensão de magmas alcalinos a partir do manto, resultando em uma ampla variedade de rochas ígneas. A heterogeneidade composicional das rochas da província reflete a complexidade dos processos de fusão parcial e diferenciação magmática no manto superior.


Referências

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Sgarbi, Patrícia Barbosa de Albuquerque (1998). Mineralogia e Petrologia dos Kamafugitos da Região de Santo Antônio da Barra, Sudoeste de Goiás (PhD thesis). Brasília: Universidade de Brasília 
  • Jones, A. G. (1983). «The Petrology and Geochemistry of Kamafugites from the Toro-Ankole Volcanic Field, Uganda». Journal of Petrology. 24 (3): 357-397 
  • Le Bas, M. J. (2000). «The Classification of Ultramafic and Ultrapotassic Igneous Rocks». Journal of Petrology. 41 (5): 819-840 
  • Rogers, N. W. (1992). «The Geochemistry of Kamafugites and Carbonatites from Western Uganda». Journal of African Earth Sciences. 14 (1): 29-38 
  • Foley, S. F.; Peccerillo, A. (1992). «Kamafugites: K-Rich Volcanic Rocks from the Italian Peninsula». Earth and Planetary Science Letters. 115 (1-4): 469-486 
  • Junqueira-Brod, T. C. (2000). «Geochemistry of Santo Antônio da Barra Kamafugites, Goiás, Brazil». Journal of Petrology. 30 (3): 408-412