Relações entre China e Quirguistão
As relações entre China e Quirguistão seriam uma área de grande incerteza para o governo de Bishkek a partir de 1996.[1] A zona de livre comércio em Naryn atraiu um grande número de empresários chineses, que passaram a dominar a maior parte da importação e exportação de bens de pequeno porte.[1] A maior parte deste comércio está em escambo conduzido por quirguizes ou cazaques que são cidadãos chineses.[1] O governo do Quirguistão manifestou-se alarmado com o número de chineses que se deslocam para Naryn e outras partes do Quirguistão, porém nenhuma medida preventiva foi tomada a partir de 1996. [1]
Migração
[editar | editar código-fonte]As relações entre as duas nações foram dificultadas pelo fato de que a China não desejava a independência do Quirguistão, um Estado turco, por encorajar os habitantes turcos da província chinesa de Xinjiang a buscarem sua própria independência.[1] Há algum sentimento anti-uigur no Quirguistão. Daniar Usenov, que se tornaria o primeiro-ministro do Quirguistão em 2009, recebeu elogios de múltiplos jornais do Quirguistão por articular o temor em 1999 de que o Quirguistão se tornaria um "Uiguristão" através de um suposto plano chinês de miscigenação.[2] O Quirguistão se recusou a permitir a formação de um partido uigur.[1]
Comércio
[editar | editar código-fonte]Na década de 1990, o comércio com a China cresceu enormemente.[1] Particularmente importante é a reexportação de bens de consumo chineses para o vizinho Uzbequistão (principalmente via Karasuu Bazar em Kara-Suu, província de Osh) e ao Cazaquistão e Rússia (principalmente via Dordoy Bazaar em Bishkek).[3] Devido à sua afinidade linguística e cultural com os chineses (particularmente os hui), a pequena comunidade dungan do Quirguistão desempenha um papel significativo no comércio.
Em alguns quadrantes políticos, a perspectiva de dominação chinesa estimulou a nostalgia pelos dias de controle de Moscou. [1]
Cooperação
[editar | editar código-fonte]Os recentes acontecimentos no Quirguistão têm sido motivo de grande preocupação para a China, não só devido à questão dos uigures, mas também devido a problemas com o narcotráfico.[4] Durante a Revolução das Tulipas de 2005, a China considerou os desenvolvimentos no Quirguistão tão importantes que levantou a possibilidade de implantar forças de combate. [4] Em 2010, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da República Popular da China afirmou que "estava profundamente preocupado com a evolução da situação no Quirguistão e esperava ver um restabelecimento da ordem e da estabilidade no país e que questões relevantes deveriam ser resolvidas através dos meios legais". [4] Um exercício conjunto de contraterrorismo estava programado para o outono de 2010 entre os dois países, que incluiria 1.000 oficiais do Exército e da Força Aérea e soldados da China.[5]
Referências
- ↑ a b c d e f g h Martha Brill Olcott. "Central Asian Neighbors". Kyrgyzstan: a country study (Glenn E. Curtis, editor). Library of Congress Federal Research Division (March 1996). This article incorporates text from this source, which is in the public domain.
- ↑ «The critical geopolitics of the Uzbekistan-Kyrgyzstan Ferghana Valley boundary dispute, 1999-2000». Political Geography. 23 (6): 731–764. 2004. doi:10.1016/j.polgeo.2004.03.004
- ↑ Sebastien Peyrouse, Economic Aspects of China-Central Asia Rapprochment Arquivado em 7 de fevereiro de 2009, no Wayback Machine.. Central Asia - Caucasus Institute, Silk Road Studies Program. 2007. p.18.
- ↑ a b c China, US, Russia eye Bishkek By Richard Weitz, April 12, 2010 - The Diplomat.
- ↑ Gomez, Christian (25 de agosto de 2010). «China Set to Exert Its Military Influence Abroad». The New American
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Cardenal, Juan Pablo; Araújo, Heriberto (2011). La silenciosa conquista china (em espanhol). Barcelona: Crítica. p. 81
- Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «China–Kyrgyzstan relations».