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Basílica de São Crisógono

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(Redirecionado de San Crisogono)
São Crisógono
San Crisogono
Basílica de São Crisógono
Fachada
Tipo titulus, igreja, basílica menor
Estilo dominante arquitetura românica
Arquiteto(a) Giovanni Battista Soria (reconstrução)
Início da construção século IV
Fim da construção século V
Religião Igreja Católica
Diocese Diocese de Roma
Ano de consagração século V
Página oficial http://www.diocesidiroma.it/phpenti/ente/?ID=4
Geografia
País Itália
Localização Trastevere
Região Roma
Coordenadas 41° 53′ 21″ N, 12° 28′ 25″ L
Mapa
Localização em mapa dinâmico

San Crisogono ou San Grisogno é uma basílica menor de Roma, localizada no rione Trastevere e dedicada ao mártir São Crisógono. É uma das igrejas titulares da cidade, as primeiras igrejas paroquiais de Roma, e foi construída provavelmente no século IV durante o pontificado de Silvestre I (r. 314–335). Foi reformada no século XII por João de Crema e novamente por Giovanni Battista Soria no século XVII, patrocinado por Scipione Borghese.

A área abaixo da sacristia foi escavada pelos padres L. Manfredini e C. Piccolini em 1907, que encontraram restos da igreja original.

Atualmente, San Crisogono é servida pelos trinitários e, entre seus antigos cardeais-presbíteros estão Vincenzo Gioacchino Raffaele Luigi Pecci (1853–1878), eleito depois papa Leão XIII. O atual cardeal-presbítero do título de São Crisógono é Andrew Yeom Soo-jung, arcebispo de Seul.

Arte e arquitetura

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O campanário foi construído durante a reforma do século XII e interior foi completamente reformado na década de 1620. As 22 colunas de granito na nave são colunas antigas reutilizadas. O piso é um mosaico cosmatesco, mas a maior parte dele está encoberto pelos bancos. A cripta do santuário é do século VIII e o altar-mor, de 1227, ornado com um Baldaquino do século XVII (1627 ou 1641) de Bernini.

A pintura que adorna o centro do teto em caixotões barroco é de Guercino e representa a "Glória de São Crisógono". É provavelmente uma cópia de um original que, acredita-se, tenha sido levado para Londres, mas é possível que o inverso seja verdadeiro e a versão londrina seja a cópia.

Do lado esquerdo da nave está o santuário da beata Anna Maria Taigi, que foi enterrada ali com o hábito de uma terceira dos trinitários. Alguns de seus pertences estão no mosteiro ao lado, onde são venerados como relíquias.

O monumento à esquerda da entrada, dedicada ao cardeal Giovanno Jacopo Millo, é de Carlo Marchionni e Pietro Bracci. Ao longo do lado direita da nave estão restos dos afrescos decorativos, incluindo uma "Santa Francisca Romana" e uma "Crucificação", ambos atribuídos a Paolo Guidotti e transferidos de outras igrejas. A nave também ostenta os "Três Arcanjos" de Giovanni da San Giovanni, e "Trindade e Anjos", de Giacinto Gimignani enquanto que, no altar, está "Anjo da Guarda", de Ludovico Gimignani. O presbitério e o cibório, criados por Soria, estão circundados por quatro colunas em alabastro. A abside também tem afrescos, "Vida de São Crisógono" (séc. XVI) sobre uma "Madona com o Menino com Santos Crisógono e Tiago", obra da escola de Pietro Cavallini (séc. XII). A abóbada do presbitério traz um afresco da Virgem de Giuseppe Cesari.[1]

Corpo da beata Anna Maria Taigi, preservado em San Crisogono.

Restos do primeiro edifício, possivelmente da época do imperador romano Constantino I, e de antigas casas romanas podem ser vistos no subsolo da igreja, alcançados por uma escada na sacristia. As ruínas são confusas, mas é possível identificar a abside da antiga igreja, com os restos do antigo santuário do mártir no centro de uma parede. O edifício tem uma forma pouco comum, pois, ao invés do típico plano basilical, com uma nave e dois corredores, há apenas uma nave.

De cada lado da abside estão salas conhecidas como "pastophoria", raras no ocidente, mas comuns nas igrejas orientais. Acredita-se que a da direita tenha sido utilizada como "diaconium", uma função similar à das modernas sacristias. A outra era provavelmente uma "protesis", onde se guardavam as relíquias.

Diversas bacias foram encontradas durante as escavações, incluindo uma recortada diretamente na parede sul. Como o plano geral é atípico das primeiras igrejas romanas, alguns acreditam que a estrutura teria tido uma função diferente antes de tornar-se uma igreja, o que, pela presença das bacias, pode ter sido uma "fullonica" (lavanderia e tinturaria). Antigamente, a região onde está San Crisogono era um distrito comercial, o que reforça esta tese. Outros defendem que a bacia na parede sul foi criada estritamente para realização de batismos por imersão.

As pinturas são dos séculos VIII ao XI e incluem "São Silvestre Capturando o Dragão", "São Pantaleão Curando o Cego", "São Bento Curando um Leproso" e "Resgate de São Plácido". Diversos sarcófagos também foram encontrados ali, alguns deles ricamente decorados.

Mais abaixo desta primeira igreja estão restos da antigas casas republicanas.

O edifício foi, por muitos séculos, a igreja nacional dos sardenhos e corsos residentes em Roma. A partir do século XVI, os corsos que imigraram para Roma passaram a ocupar a ilha Tiberina e a porção do Trastevere entre o porto de Ripa Grande e a igreja. No interior estão sepultados diversos comandantes da Guardia corsa, uma milícia similar à famosa Guarda Suíça que esteve ativa em Roma entre os séculos XV e XVII.

A festa de São Crisógono, 24 de novembro, é também a data de dedicação da igreja. Peregrinos e outros fieis que assistam a missa ali neste dia recebem uma indulgência plena.

Referências

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