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Santana do Itararé: diferenças entre revisões

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No ano de 1845 terminava a Guerra dos Farrapos no sul do Brasil, com a promessa do Imperador D. Pedro II de criar uma nova província para que esta ficasse sob influência gaúcha. Assim feito era desmembrado a 19 de dezembro de 1853 a Província do Paraná desmembrando-se de São Paulo, e no mesmo dia era nomeado o primeiro presidente da Província ZACARIAS GÓES DE VASCONCELOS.
No ano de 1845 terminava a Guerra dos Farrapos no sul do Brasil, com a promessa do Imperador D. Pedro II de criar uma nova província para que esta ficasse sob influência gaúcha. Assim feito era desmembrado a 19 de dezembro de 1853 a Província do Paraná desmembrando-se de São Paulo, e no mesmo dia era nomeado o primeiro presidente da Província ZACARIAS GÓES DE VASCONCELOS.


O presidente preocupou-se, sobretudo em colonizar a região norte da província para evitar possíveis invasões por parte dos povos hispânicos. Criou-se então incentivos para atrair colonos; como terras em livre acesso e ajuda financeira para as primeiras safras. Atraídos pelos incentivos e desgostosos pela crise de 1842, milhares de mineiros partiram em direção da nova província e dentre eles a '''FAMÍLIA BARBOSA''' que adquiriu uma grande quantidade de terras no norte do Paraná.
O presidente preocupou-se, sobretudo em colonizar a rejião norte da província para evitar possíveis invasões por parte dos povos hispânicos. Criou-se então incentivos para atrair colonos; como terras em livre acesso e ajuda financeira para as primeiras safras. Atraídos pelos incentivos e desgostosos pela crise de 1842, milhares de mineiros partiram em direção da nova província e dentre eles a '''FAMÍLIA BARBOSA''' que adquiriu uma grande quantidade de terras no norte do Paraná.


Mesmo com todo o esforço do presidente, a colonização era dificultada pelos índios Xavantes e Kai-Kangs que sempre invadiam e destruíam as roças, no intuito de expulsar os invasores de suas terras. Com este fato Zacarias Góes, envia um comunicado a Santa Sé no Vaticano pedindo a frades Jesuítas para catequizar os índios e assim facilitar a colonização. Atendendo o pedido, desembarcam no Porto de Paranaguá, em 6 de dezembro de 1854, três frades sendo Timotheo de Castelnovo, Pacífico de Monte Falco e Mathias de Gênova. Cada um deles é enviado para uma região da província e o Frei Mathias vai para o norte, para a possessão de Nossa Senhora do Pirapó, atual Sertanópolis.
Mesmo com todo o esforço do presidente, a colonização era dificultada pelos índios Xavantes e Kai-Kangs que sempre invadiam e destruíam as roças, no intuito de expulsar os invasores de suas terras. Com este fato Zacarias Góes, envia um comunicado a Santa Sé no Vaticano pedindo a frades Jesuítas para catequizar os índios e assim facilitar a colonização. Atendendo o pedido, desembarcam no Porto de Paranaguá, em 6 de dezembro de 1854, três frades sendo Timotheo de Castelnovo, Pacífico de Monte Falco e Mathias de Gênova. Cada um deles é enviado para uma região da província e o Frei Mathias vai para o norte, para a possessão de Nossa Senhora do Pirapó, atual Sertanópolis.
Depois de um ano de trabalho, uma epidemia de malária, faz com que o frei pedisse licença do comando da possessão e seguisse para Castro para tratar de sua saúde. No decorrer da viagem ele pernoitou na Fazenda Barbosa, onde os proprietários JOÃO BARBOSA e ANA BARBOSA contam de uma capela construída em 30 alqueires de terras doados por eles para a Igreja Católica em louvor a Santa Anna. O frei então celebra uma missa e abençoa a capela, depois segue para Castro e mais tarde Araucária. Como a leva de migrantes continuava, estes fixavam moradia em torno da capela, e assim nascia no ano de 1856 a POVOAÇÃO DE NOSSA SENHORA SANT'ANNA DO PASSO DOS BARBOSA.
Depois de um ano de trabalho, uma epidemia de malária, faz com que o frei pedisse licença do comando da possessão e seguisse para Castro para tratar de sua saúde. No decorrer da viagem ele pernoitou na Fazenda Barbosa, onde os porprietários JOÃO BARBOSA e ANA BARBOSA contam de uma capela construída em 30 alqueires de terras doados por eles para a Igreja Católica em louvor a Santa Anna. O frei então celebra uma missa e abençoa a capela, depois segue para Castro e mais tarde Araucária. Como a leva de migrantes continuava, estes fixavam moradia em torno da capela, e assim nascia no ano de 1856 a POVOAÇÃO DE NOSSA SENHORA SANT'ANNA DO PASSO DOS BARBOSA.


Com o passar do tempo os moradores passaram a chamar o povoado de PASSO DOS BARBOSA, e mais tarde simplesmente BARBOSA.
Com o passar do tempo os moradores passaram a chamar o povoado de PASSO DOS BARBOSA, e mais tarde simplesmente BARBOSA.
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No ano de 1891, o povoado é elevado a categoria de Distrito e reconhecido em 1893, quando é criado o Cartório do Registro Civil e de Imóveis, neste período o distrito já aparece com o nome de Santana do Itararé, porém não existe registros de quem partiu a idéia da troca do nome.
No ano de 1891, o povoado é elevado a categoria de Distrito e reconhecido em 1893, quando é criado o Cartório do Registro Civil e de Imóveis, neste período o distrito já aparece com o nome de Santana do Itararé, porém não existe registros de quem partiu a idéia da troca do nome.
Um fator foi crucial na decadência de Santana do Itararé e São José da Boa Vista. Como eram núcleos mestres na região o trajeto original da rede ferroviária era de cortar São José e Santana e então criar as duas estações das mais importantes para o escoamento de produtos já que as duas agências fiscais ali localizavam-se. Porém os coronéis das duas localidades, chefiados pelo Coronel Lico Pereira, não permitiram que o trem por ali passasse sob a alegação, que este iria trazer doenças, prostitutas e ladrões. O desvio foi feito e a estrada de ferro levada para o Patrimônio de Novo Horizonte em 1917 e inaugurada em 1918. O Patrimônio então mudou de nome para Brazópolis, que iria dar origem ao município de Wenceslau Braz, graças ao progresso que seguiu o trem de ferro.
Um fator foi crucial na decadência de Santana do Itararé e São José da Boa Vista. Como eram núcleos mestres na região o trajeto original da rede ferroviária era de cortar São José e Santana e então criar as duas estações das mais importantes para o escoamento de produtos já que as duas agências fiscais ali localizavam-se. Porém os coronéis das duas localidades, chefiados pelo Coronel Lico Pereira, não permitirao que o trem por ali passasse sob a alegação, que este iria trazer doenças, prostitutas e ladrões. O desvio foi feito e a estrada de ferro levada para o Patrimônio de Novo Horizonte em 1917 e inaugurada em 1918. O Patrimônio então mudou de nome para Brazópolis, que iria dar origem ao município de Wenceslau Braz, graças ao progresso que seguiu o trem de ferro.


Em 1920 a divisão territorial ordenada pelo governador do estado, oficializa o distrito de Santana do Itararé como parte do município de São José da Boa Vista.
Em 1920 a divisão territorial ordenada pelo governador do estado, oficializa o distrito de Santana do Itararé como parte do município de São José da Boa Vista.
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Os japoneses também foram pioneiros de Santana do Itararé, eles ali entraram 18 anos antes da emancipação. Foi na colônia Juruema que os japoneses instalaram-se, em 1943, para desmatar a propriedade de Yasutaro Matsubara. Enviados pelo proprietário, chegam Tomizo Nakagakiuti e duas famílias nipônicas. Cultivar batatas, tomate e desenvolver a avicultura eram seus objetivos.
Os japoneses também foram pioneiros de Santana do Itararé, eles ali entraram 18 anos antes da emancipação. Foi na colônia Juruema que os japoneses instalaram-se, em 1943, para desmatar a propriedade de Yasutaro Matsubara. Enviados pelo proprietário, chegam Tomizo Nakagakiuti e duas famílias nipônicas. Cultivar batatas, tomate e desenvolver a avicultura eram seus objetivos.


No ano de 1947 entram na mesma propriedade mais 18 famílias, lideradas por Akira Suzuki. A colônia Juruema está grande e comporta uma Associação de Moradores que é fundada no ano seguinte, sob a presidência de Tomizo Nakagakuiti. A colônia não só crescia em termos populacionais, como também em produtividade. Com isso, a Cooperativa Agrícola de Cotia, instalou uma filial em Santana do Itararé.
No ano de 1947 entram na mesma propriedade mais 18 famílias, lideradas por Akira Suzuki. A colônia Juruema está grande e comporta uma Associação de Moradores que é fundada no ano seguinte, sob a presidência de Tomizo Nakagakuiti. A colônia não só crecia em termos populacionais, como também em produtividade. Com isso, a Cooperativa Agrícola de Cotia, instalou uma filial em Santana do Itararé.


=== Curiosidades ===
=== Curiosidades ===
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Como a maioria dos imigrantes, minha família também veio para trabalhar no campo.
Como a maioria dos imigrantes, minha família também veio para trabalhar no campo.
A vida no interior, nos sítios, nas fazendas, nas pequenas comunidades, marcou muito a minha infância. Eu me lembro da paisagem, do céu estrelado, do sol entrando pela fresta da janela todas as manhãs e do horizonte. O cheiro do mato depois da chuva, o arco-íris, o barulho da cigarra e os vaga-lumes e o silêncio ensurdecedor das noites. Meus cachorros, todos vira-latas do mais puro “pedigree” e os papagaios. O estradão de terra, os riachos, e as plantações a perder de vista. Quanta poesia nessas lembranças.
A vida no interior, nos sítios, nas fazendas, nas pequenas comunidades, marcou muito a minha infância. Eu me lembro da paisagem, do céu estrelado, do sol entrando pela fresta da janela todas as manhãs e do horizonte. O cheiro do mato depois da chuva, o arco-íris, o barulho da cigarra e os vaga-lumes e o silêncio ensurdecedor das noites. Meus cachorros, todos vira-latas do mais puro “pedigree” e os papagaios. O estradão de terra, os riachos, e as plantações a perder de vista. Quanta poesia nessas lembranças.



=={{Ligações externas}}==
=={{Ligações externas}}==

Revisão das 14h28min de 8 de maio de 2010

Santana do Itararé
  Município do Brasil  
Ficheiro:Foto praca.jpg
Símbolos
Hino
Lema Quem bebe dessa água nunca esquece
Gentílico santanense
Localização
Localização de Santana do Itararé no Paraná
Localização de Santana do Itararé no Paraná
Localização de Santana do Itararé no Paraná
Santana do Itararé está localizado em: Brasil
Santana do Itararé
Localização de Santana do Itararé no Brasil
Mapa
Mapa de Santana do Itararé
Coordenadas 23° 45' 18" S 49° 37' 44" O
País Brasil
Unidade federativa Paraná
Municípios limítrofes São José da Boa Vista, Venceslau Brás, Salto do Itararé, Itaporanga e Riversul (São Paulo)
Distância até a capital 320 km
História
Fundação 1961
Administração
Prefeito(a) José de Jesus Izac (PT, 2009–2012)
Características geográficas
Área total 251,265 km²
População total (est. IBGE/2009 [1]) 5,697 hab.
Densidade 21,3 hab./km²
Clima subtropical (Cfa)
Altitude 545 m
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
Indicadores
IDH (PNUD/2000 [2]) 0,696 médio
PIB (IBGE/2005 [3]) R$ 28.888 mil
PIB per capita (IBGE/2005 [3]) R$ 5 358,00

Santana do Itararé é um município brasileiro do estado do Paraná. Sua população estimada em 2004 era de 5.437 habitantes.

Economia

Agricultura

O Município tem como base de sua economia a atividade agropecuária. A atividade agrícola diversificou-se muito na última década. Hoje, além do feijão e milho, cultiva-se trigo, soja, frutas, aveia e triticale. A mão-de-obra gerada na agricultura se restringiu apenas ao cultivo do feijão e da fruticultura, uma vez que Santana do Itararé possui hoje uma agricultura moderna, com a implementãção de máquinas, colheitadeiras e irrigações em larga escala. Hoje o município é um dos maiores produtores de feijão do Paraná. Em consequência dessa modernização na agricultura e principalmente ao declínio da Fazenda Mamoro, iniciou-se um êxodo rural nas décadas de 70 e 80, culminando no "quase" fim da agricultura familiar e migração dos habitantes para Curitiba e grandes cidades do interior de São Paulo.

Pecuária

Na pecuária destaque para o gado leiteiro que tem crescido além do gado de corte devido a novas técnicas implementadas na criação e a qualidade genética, melhorando a qualidade do leite e sua produtividade.

Extração de Areia

O município destaca-se também na extração de areia sob o Rio Itararé.

Indústria

Santana do Itararé tem crescido na geração de empregos na indústria. Hoje há um parque industrial implantado (antiga Barigui) com a construção de barracões industriais pela Prefeitura Municipal. Possui:

Fábrica de Ração (AGS); Olaria (Fábrica de Tijolos e Telhas); 2 Confecções (Costura/Jeans); Frutamil (Polpas de Frutas).

Geografia

O município de Santana do Itararé, está localizado no segundo Planalto Paranaense (Ponta Grossa), na região nordeste do estado, conhecida como Norte Pioneiro do Paraná e a 23º de latitude sul e 49º longitude oeste. Localiza-se a 09 km da divisa entre os Estados do PR/SP. A distância até Curitiba (capital) é de 320 km, de Ponta Grossa 220 km e de Londrina 230 km. Fica ainda há 367 km de São Paulo (capital) e 267 km de Sorocaba.

Possui uma área de 251,265 km², representando 0.1261% do estado, 0.0446% da região e 0.003% de todo o território brasileiro. Localiza-se a uma latitude 24º06'45" sul e a uma longitude 49º19'54" oeste, estando a uma altitude de 545 metros. Sua população estimada em 2007 era de 6.138 habitantes.

Hidrografia

Santana do Itararé, possui uma rede hidrográfica vasta e complexa, na qual todos os rios, ribeirões e riachos correm em direção ao Rio Itararé, o qual é um rio nacional servindo de divisa entre os estados do Paraná e São Paulo. O Rio Itararé é um rio de grande porte cercado por mata nativa e ranchos de lazer.É um rio ideal para pesca, inclusive com bote a motor. As espécies de peixes encontradas são: piava, piau, curimba, pacu, dourado, cadela, tubarana, tucunaré, traira, tilápia, lambari, tambiu, bagre, cascudo e mandi. O rio da Fartura corta todo o município no sentido norte-sul indo divisar com o município do Salto do Itararé e depois desembocar no rio Itararé. O rio da Fartura é responsável pela drenagem do território, recebendo as águas do ribeirão do Souza, ribeirão da Onça, ribeirão das Pombas, ribeirão Manduri, ribeirão Juruema e rio das Pedras, todos os seus respectivos afluentes drenam toda a região oeste do município. No lado leste todos os ribeirões deságuam diretamente no Itararé, como o ribeirão Campina, rio Guaicá e o rio da Grama que serve de divisa com o município de São José da Boa Vista.

Em Santana do Itararé encontram-se dois acidentes geográficos, com a formação de quedas d água. Na região conhecida como Água das Pedras o rio da Fartura forma dois saltos subsequentes batizados por SALTINHO, escavado em leito de pedra maciça onde o desgaste das águas formaram degraus naturais ao longo da queda. Ao norte do município um segundo salto no ribeirão das Pombas na região Fazenda Sene, conhecido como CACHOEIRA DO SENE, formando urna única queda d água.

Clima

Subtropical úmido mesotérmico, com verões quentes e geadas pouco freqüentes, com tendência de concentração das chuvas nos meses de verão, sem estação seca definida. Nos meses de janeiro e fevereiro as chuvas constantes aumentam o fluxo das águas do rio da Fartura que margeia a cidade e este acaba invadindo as ruas baixas provocando estragos e pôr vezes desabrigando famílias inteiras. A média das temperaturas dos meses mais quentes é superior a 22º graus C e a dos meses mais frios é inferior a 18º graus C.

Relevo

O município apresenta um relevo de forma onduloso com pequenas elevações sem importância. Com rochas de formação do período cambriano; o solo de Santana do Itararé é dividido em duas partes cerca de 40% do território é de solo vermelho originário da decomposição de rochas basálticas, o restante de terra branca.

Vegetação

As matas de Santana do Itararé bem como em outras regiões foram reduzidas sensivelmente devido a colonização da área para o cultivo da terra (agropecuária); restando apenas algumas pequenas porções de mata fechada. As principais espécies encontradas no município são: peroba, ipê-roxo, cambará, cabreúva, pau d’alho, pinheiro-do-paraná, cedro e etc.

Demografia

Dados do Censo - 2007

População Total: 6.138 hab.

  • Eleitorado: 4.300 eleitores
  • Urbana: 3.965
  • Rural: 2.173
  • Homens: 2.997
  • Mulheres: 3.141

Densidade demográfica (hab./km²):

Mortalidade infantil até 1 ano (por mil):

Expectativa de vida (anos):

Taxa de fecundidade (filhos por mulher):

Taxa de Alfabetização:

Índice de Desenvolvimento Humano (IDH-M): 0,696

  • IDH-M Renda: 0,626
  • IDH-M Longevidade: 0,694
  • IDH-M Educação: 0,767

Turismo

  • Fundação: 22 de Outubro de 1961.
  • Tradicional FESTA DE SANTA`ANA: 27 de julho.

Igreja Matriz de Santa'Ana

Ficheiro:Phoca thumb l img 1000.jpg

A festa de Santa`Ana, é uma das mais tradicionais da região, atraindo caravanas dos estados do Paraná e São Paulo.

  • Turismo Natural

Santana do Itararé possui um grande potencial turístico, devido a seus rios e belas cachoeiras que formam piscinas naturais cercadas por florestas com trilhas para prática de esportes radicais como o Cross-Country, o que faz do turismo natural um setor promissor, atraindo pessoas de toda a região.

Cachoeira do Saltinho

Cachoeira do Saltinho

Cachoeira do Sene

Cachoeira do Sene

Festa do Peão de Boiadeiro

Como outro município qualquer aqui também valoriza-se as culturas do campo, isto começou a intensificar-se quando em 1990, aconteceu a 1º FESTA DO PEÃO DE BOIADEIRO, e marca uma data despercebida até então por muitos, o dia 22 de outubro dia do aniversário de emancipação tornou-se sinônimo de festa de rodeio. A festa teve sua segunda edição em 1991, depois esquecida pela administração municipal, o aniversário de Santana do Itararé não passava de um simples feriado, porém em 1997 a festa volta em grande estilo, ocupando o pátio Barigui, a população encontrou espaço, comodidade e conforto, já realizou-se a 6º edição em 2007 e 7º edição em 2008 no estádio municipal de futebol da cidade.

Festa do Peão Ficheiro:Bgbgbg.jpg

Rodeio Rodeio

Folclore e Tradições

Em Santana do Itararé como em qualquer outra pequena localidade, as tradições e o folclore faz parte do cotidiano dos habitante. A tradição mais antiga do município é a festa da padroeira realizada anualmente nos dias 24, 25 e 26 de julho. A primeira edição desta festa ocorreu no ano de 1857, seguindo os costume e restrição da época que resumiam-se em fazer doce variados e nos dia festivo colocá-los na porta de casa para que o zotro se servisse, além disto as comemoração religiosas eram as mais lembrada, como missas e procissão com a imagem de Nossa Senhora Sant Ana. Hoje entramo na 151ª edição desta festa sendo assim uma das mais antigas festas religiosas de todo o norte do Paraná.

Existiram também costumes que foram desaparecendo com o tempo como a Festa da CAVALHADA registrada no final do século XIX e inicio deste. Esta festividade consistia que no período do carnaval os homens fantasiavam-se e vestiam máscaras além de enfeitar seus cavalos, depois dividiam-se em dois grupos e seguiam até a atual rua Paraná, agrupavam-se defronte com a entrada do cemitério, e de lá cada um partia em alta velocidade em direção a jogo de traves semelhantes as de futebol, que se localizavam em frente onde hoje estão as instalações da TELEPAR, penduradas por um barbante estavam cinco argolas de tamanhos diferentes; com uma lança de estilo medieval os cavaleiros tentavam laçar a menor argola, que daria a vitória para seu grupo. A Cavalhada que foi trazida da Europa e adaptada aos moldes brasileiros foi inspirada nos duelos medievais. Atualmente a Cavalhada deixou de existir em Santana do Itararé, o fato deve-se a falta de pessoas para que a tradição tivesse seguido.

Também a FOLIA DE REIS, que consistia em um grupo de músico, munidos de zabumba, violas e o rabecão, uma espécie de violino caipira, somado a canções tradicional, o grupo percorria as casa como se estivessem a procura do Menino Jesus, como relata a Bíblia que os três reis magos fizeram. Onde o grupo chegava era costume recebê-lo com comida e bebida. A duração da festa eram de 12 dias, de 26 de dezembro a 6 de janeiro, dia consagrado pela igreja Católica aos Santos Reis. Hoje já não temos mais esta tradição que se perdeu ao longo do tempo pela força da evolução e pela falta de vontade dos mais jovens.

A FESTA DE SÃO GONÇALO, e a CONTRADANÇA, eram festas folclórica do município que também deixaram de existir.

Uma tradição religiosa que resiste ao tempo é a RECOMENDA. No período quaresmal um grupo de pessoa percorre as ruas da cidade, com cânticos que exultam a Deus realizando orações. A Recomenda acontece sempre a noite e seu inicio acontece a meia-noite.

Dentro do assunto folclore ainda temos os mito e lenda comuns em qualquer pequena localidade do interior do país, onde destacam-se:

  • O SACI-PERERÊ: “espírito brincalhão que aparece na forma de um moleque negro, de uma perna só. Usa gorro vermelho e cachimbo. Diverte-se em fazer algazarra nos chiqueiros, apagar, o fogo, esconder objetos, espantar o gado, fazer queimar a comida, entrelaçar a crina dos cavalos, jogar cinzas dentro das panelas, desmanchar as camas. “Em Santana do Itararé a população acredita também que o saci traz a discórdia pois seu forte assobio que causa arrepios em quem ouve é anúncio de confusão e brigas.
  • O BOITATÁ: “É o fenômeno resultante da decomposição de matérias orgânicas produzidas pela combustão de certos corpos gasosos ou sólidos. Eles aparecem a noite na forma de chamas de cor azulada.” A população santanense; bem como todo o resto do povo por não entender o fato científico, acredita ser um espírito errante que vaga pelas noite como castigo, pois em vida era um casal de compadres que tiveram um caso amoroso.

Lendas Genuína

A lenda genuinamente santanense mais conhecida é sem sombra de dúvidas a da NOIVA DO COLÉGIO. Diz que uma jovem vinda da vizinha Siqueira Campos, estava jogando uma partida de Vôlei na quadra da então Escola Estadual, numa fatalidade depois de um salto ela escorregou e bateu com a cabeça no chão sofrendo traumatismo craniano, levada por colegas para o banheiro, segundo a história, ela ali teria falecido, pois chegou ao hospital já sem vida. O fato ocorreu em meados da década de setenta, hoje mais de 20 anos depois, tem gente que jura ter visto em noite de Lua cheia uma mulher toda de branco andando pelos corredores do Colégio e que depois desaparece como em passe de mágica dentro das salas.

O cemitério é outro mitológico fabricante de lendas. Em Santana do Itararé ele foi instituído em 16 de junho de 1876, desde este tempo ele mudou três vezes de lugar. No passado houve muitas histórias sobre uma moça que aparecia para os desavisados jovens que perambulavam pelas ruas à noite; ela pedia para que eles a acompanhassem até sua casa, na forma de uma bela jovem, os rapazes faziam sua vontade, ficavam como que encantados por sua beleza e quando davam conta do que estava acontecendo viam-se diante dos portões do cemitério e deparavam-se com um ser horrível em que ela se transformava. assustados fugiam em disparada. Tão repentinamente esta história começou, como terminou a tempos atrás.

Até mesmo santo se tem em Santana do Itararé. Um homem sem família que vivia de trabalhar nas propriedades rurais, Pedro dos Santos era religioso e devoto de Nossa Senhora Aparecida. Um dia contraiu tuberculose, desesperado, pobre e sem condições para tratar de sua saúde, ele prometeu que se lhe fosse devolvido a saúde ele iria levar uma cruz nos moldes da de Cristo a pé até a cidade de Aparecida - SP. Depois de ser atendido Pedro dos Santos Construiu a cruz e apenas adaptou duas rodinhas para facilitar a viagem. Mas como o destino é estranho e imprevisível, um acidente tirou-lhe a vida, antes mesmo de cumprir a sua promessa, perto de São Paulo um caminhão o atropelou. Hoje seu túmulo no cemitério municipal é sempre visitado, e vive cheio de remédios, roupas de crianças, fotografias tudo para agradecer uma graça recebida pela intercessão do HOMEM DA CRUZ.

História

  • Origem do Nome

De origem religiosa e geográfica. O termo ANA, vem do hebraico "HANNAH" graciosa, e no latim ficou "amma" ele (Deus) favoreceu-me. Segundo os evangelhos apócrifos, Ana seria muito idosa para ter filhos, mas um anjo veio contradizer a natureza e desta forma nasceu a Virgem Maria, Mãe de Jesus. A igreja canonizou Santa Ana no Séc. VI.

O termo Itararé é de origem tupi "Ita" pedra + "ra ré" escavada, ôca. Lapa cavada pelas águas, conduto subterrâneo, sumidouro, pedra que o rio cavou.

  • A História da Fundação

No ano de 1845 terminava a Guerra dos Farrapos no sul do Brasil, com a promessa do Imperador D. Pedro II de criar uma nova província para que esta ficasse sob influência gaúcha. Assim feito era desmembrado a 19 de dezembro de 1853 a Província do Paraná desmembrando-se de São Paulo, e no mesmo dia era nomeado o primeiro presidente da Província ZACARIAS GÓES DE VASCONCELOS.

O presidente preocupou-se, sobretudo em colonizar a rejião norte da província para evitar possíveis invasões por parte dos povos hispânicos. Criou-se então incentivos para atrair colonos; como terras em livre acesso e ajuda financeira para as primeiras safras. Atraídos pelos incentivos e desgostosos pela crise de 1842, milhares de mineiros partiram em direção da nova província e dentre eles a FAMÍLIA BARBOSA que adquiriu uma grande quantidade de terras no norte do Paraná.

Mesmo com todo o esforço do presidente, a colonização era dificultada pelos índios Xavantes e Kai-Kangs que sempre invadiam e destruíam as roças, no intuito de expulsar os invasores de suas terras. Com este fato Zacarias Góes, envia um comunicado a Santa Sé no Vaticano pedindo a frades Jesuítas para catequizar os índios e assim facilitar a colonização. Atendendo o pedido, desembarcam no Porto de Paranaguá, em 6 de dezembro de 1854, três frades sendo Timotheo de Castelnovo, Pacífico de Monte Falco e Mathias de Gênova. Cada um deles é enviado para uma região da província e o Frei Mathias vai para o norte, para a possessão de Nossa Senhora do Pirapó, atual Sertanópolis. Depois de um ano de trabalho, uma epidemia de malária, faz com que o frei pedisse licença do comando da possessão e seguisse para Castro para tratar de sua saúde. No decorrer da viagem ele pernoitou na Fazenda Barbosa, onde os porprietários JOÃO BARBOSA e ANA BARBOSA contam de uma capela construída em 30 alqueires de terras doados por eles para a Igreja Católica em louvor a Santa Anna. O frei então celebra uma missa e abençoa a capela, depois segue para Castro e mais tarde Araucária. Como a leva de migrantes continuava, estes fixavam moradia em torno da capela, e assim nascia no ano de 1856 a POVOAÇÃO DE NOSSA SENHORA SANT'ANNA DO PASSO DOS BARBOSA.

Com o passar do tempo os moradores passaram a chamar o povoado de PASSO DOS BARBOSA, e mais tarde simplesmente BARBOSA.

No ano de 1880 eleva-se a Comarca o município de São José do Cristianismo, e este fica com domínio político e jurídico sobre Barbosa, que anteriormente pertencia a Comarca de Castro.

No ano de 1891, o povoado é elevado a categoria de Distrito e reconhecido em 1893, quando é criado o Cartório do Registro Civil e de Imóveis, neste período o distrito já aparece com o nome de Santana do Itararé, porém não existe registros de quem partiu a idéia da troca do nome. Um fator foi crucial na decadência de Santana do Itararé e São José da Boa Vista. Como eram núcleos mestres na região o trajeto original da rede ferroviária era de cortar São José e Santana e então criar as duas estações das mais importantes para o escoamento de produtos já que as duas agências fiscais ali localizavam-se. Porém os coronéis das duas localidades, chefiados pelo Coronel Lico Pereira, não permitirao que o trem por ali passasse sob a alegação, que este iria trazer doenças, prostitutas e ladrões. O desvio foi feito e a estrada de ferro levada para o Patrimônio de Novo Horizonte em 1917 e inaugurada em 1918. O Patrimônio então mudou de nome para Brazópolis, que iria dar origem ao município de Wenceslau Braz, graças ao progresso que seguiu o trem de ferro.

Em 1920 a divisão territorial ordenada pelo governador do estado, oficializa o distrito de Santana do Itararé como parte do município de São José da Boa Vista.

Em 1935 o distrito de Brazópolis é elevado a categoria de município e a sede da comarca é transferida de São José para o novo município que chamou-se Wenceslau Braz e que agora tinha o controle de Santana do Itararé e de São José da Boa Vista que havia perdido o título de município.

Na década de 50 iniciam-se as lutas pela emancipação do distrito, tantas foram as tentativas que no dia 25 de janeiro de 1961 o Governador Moisés Lupion aprova a Lei Estadual N.º 4.338/61 do Deputado Joaquim Néa de Oliveira e cria o município de Santana do Itararé, desmembrando-se de Wenceslau Braz, sua publicação acontece no Diário Oficial N.º 274 de 7 de fevereiro de 1961, e sua instalação deu-se a 22 de outubro de 1961 e é empossado o primeiro prefeito eleito a 7 de outubro do mesmo ano.


Imigrantes

Ao longo de sua história, Santana do Itararé contou com a ajuda de imigrantes para desenvolver-se; dois grupos destacaram-se: os Poloneses e os Japoneses.

Os primeiros a chegarem no então povoado, foram os poloneses. Oriundos da região leste do país das cidades de Varsóvia e Cracóvia, aportaram no final do século passado no porto de Paranaguá, um vapor vindo da Europa trazendo vários imigrantes que espalharam-se pelo Paraná e Santa Catarina, dentre estes vieram os Koproski e os Krocheski, que primeiro foram para São José da Boa Vista e depois para Santana do Itararé. Instalaram-se em uma única propriedade, na tentativa de manter a união diante das grandes dificuldades, onde a língua era a maior. Viviam exclusivamente da agricultura seguindo a maneira produtiva local. Com o passar do tempo e a entrada de brasileiros nas famílias e a falta de interesse pela preservação de sua cultura os poloneses perderam sua identidade enquanto imigrantes de uma longínqua nação.

Os japoneses também foram pioneiros de Santana do Itararé, eles ali entraram 18 anos antes da emancipação. Foi na colônia Juruema que os japoneses instalaram-se, em 1943, para desmatar a propriedade de Yasutaro Matsubara. Enviados pelo proprietário, chegam Tomizo Nakagakiuti e duas famílias nipônicas. Cultivar batatas, tomate e desenvolver a avicultura eram seus objetivos.

No ano de 1947 entram na mesma propriedade mais 18 famílias, lideradas por Akira Suzuki. A colônia Juruema está grande e comporta uma Associação de Moradores que é fundada no ano seguinte, sob a presidência de Tomizo Nakagakuiti. A colônia não só crecia em termos populacionais, como também em produtividade. Com isso, a Cooperativa Agrícola de Cotia, instalou uma filial em Santana do Itararé.

Curiosidades

Santana possuía mais de 15.000 habitantes nas décadas de 60 e 70. Hoje essa população está reduzida em pouco menos da metade, ou seja, 6.000 hab.

Possuía 3 agências bancárias: CAIXA, BANCO DO BRASIL e ITAÚ. Hoje há apenas o BRADESCO.

Devido a tecnologia empregada e uma terra fértil, Santana do Itararé é um município extremamente rico na produção de grãos como milho e soja, tendo destaque de âmbito nacional na produção de feijão.

Filhos ilustres

Roseli Machado

Santana do Itararé ficou conhecida no cenário nacional quando a atleta Roseli Machado venceu a Corrida de São Silvestre no ano de 1996 com um tempo de 52min32s.

Haikaa Yamamoto

Nascida em 23 de setembro de 1974 na cidade de Santana do Itararé, onde passou sua infância, Haikaa é cantora e compositora de sucesso internacional. Viveu tanto no Japão como nos EUA. Seu primeiro trabalho como cantora profissional foi como integrante da banda “Girls Club”, que chegou a lançar um CD pela Sony Japan. Depois disso, estudou em uma universidade dos Estados Unidos antes de retornar ao Brasil.

Sobre sua infância em Santana do Itararé, disse:

Como a maioria dos imigrantes, minha família também veio para trabalhar no campo. A vida no interior, nos sítios, nas fazendas, nas pequenas comunidades, marcou muito a minha infância. Eu me lembro da paisagem, do céu estrelado, do sol entrando pela fresta da janela todas as manhãs e do horizonte. O cheiro do mato depois da chuva, o arco-íris, o barulho da cigarra e os vaga-lumes e o silêncio ensurdecedor das noites. Meus cachorros, todos vira-latas do mais puro “pedigree” e os papagaios. O estradão de terra, os riachos, e as plantações a perder de vista. Quanta poesia nessas lembranças.

Ligações externas

Referências

  1. «Estimativas da população para 1º de julho de 2009» (PDF). Estimativas de População. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 14 de agosto de 2009. Consultado em 16 de agosto de 2009 
  2. «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil». Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2000. Consultado em 11 de outubro de 2008 
  3. a b «Produto Interno Bruto dos Municípios 2002-2005» (PDF). Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 19 de dezembro de 2007. Consultado em 11 de outubro de 2008