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Especulações sobre desavenças entre Macron e Bolsonaro vieram à tona na cúpula do G20, em Osaka, Japão, no final de junho de 2019, após o presidente francês ameaçar não assinar o acordo de livre comércio entre a UE e o Mercosul se Bolsonaro abandonasse o Acordo de Paris sobre o clima. Posteriormente, os líderes se encontraram e Bolsonaro teria convidado Macron visitar a Amazônia e ver de perto o que vinha sendo feito, segundo ele, para a preservação da região, e garantiu que não deixaria o pacto ambiental.[1]

O presidente francês, Emmanuel Macron (esquerda), classificou os incêndios florestais como uma "crise internacional".
Brigitte Macron ao lado de Emmanuel Macron em novembro de 2018.

Cerca de um mês após a reunião do G20, no entanto, Bolsonaro cancelou uma reunião de 30 minutos que teria com o chanceler francês Jean-Yves Le Drian em Brasília. Segundo o Itamaraty, o encontro teria sido cancelado por "problemas de agenda" do presidente da República, mas, na hora em que a reunião deveria acontecer, Bolsonaro estava cortando o cabelo, enquanto transmitia ao vivo pelas redes sociais presidenciais. O presidente depois alegou que não se reuniu com o chanceler francês porque Le Drian teve encontros com representantes da oposição e de ONGs brasileiras. Alguns dias depois, Le Drian ironizou a "emergência capilar" do presidente brasileiro.[1]

No dia 22 de agosto, Macron postou em sua conta do Twitter uma mensagem sobre os incêndios na Amazônia onde pedia que os países do G7 pusessem essa "crise internacional" na pauta do encontro. Ele também usou uma foto antiga de uma queimada na Amazônia, tirada pelo fotojornalista Loren McIntyre, morto em 2003. Bolsonaro aproveitou a imagem anacrônica para lamentar que Macron buscasse "instrumentalizar" uma questão interna do Brasil para "ganhos pessoais" e afirmar que o "tom sensacionalista" adotado por Paris "não contribui em nada para a solução do problema amazônico" e evoca "mentalidade colonialista descabida no século XXI". Em resposta, Macron acusou Bolsonaro de mentir quando lhe disse na cúpula do G20 que estava comprometido com o Acordo de Paris e afirmou que seria contrário ao acordo entre União Europeia (UE) e Mercosul caso o governo brasileiro não mudasse sua política ambiental. Bolsonaro "lamentou" que um "chefe de Estado como o da França" tenha chamado o presidente brasileiro de "mentiroso", afirmando que não é o governo brasileiro que "divulga fotos do século passado para potencializar o ódio contra o Brasil por mera vaidade".[1]

Brigitte Macron[editar código-fonte]

No final de agosto, um dos seguidores da página de Bolsonaro no Facebook postou uma montagem com duas fotos, uma com Emmanuel Macron e sua esposa, Brigitte, e outra de Bolsonaro e Michelle, em uma publicação que o presidente brasileiro havia feito sobre as queimadas. "Entende agora pq Macron persegue Bolsonaro?", escreveu o seguidor. A página oficial de Bolsonaro então respondeu com a mensagem: "não humilha cara. kkkk". Posteriormente, a resposta foi apagada, mas membros do Governo Bolsonaro, como Renzo Gracie[2] e Paulo Guedes,[3] também questionaram a aparência de Brigitte. As declarações causaram repercussão negativa[4][5] e impulsionaram a campanha online #DesculpaBrigitte, pela qual a primeira-dama francesa prestou agradecimentos públicos.[6] O incidente foi a maior crise diplomática entre os dois países desde a Guerra da Lagosta nos anos 1960.[7][8] Em uma entrevista durante a reunião do G7, Macron disse que o comentário de Bolsonaro sobre sua mulher foi "extremamente desrespeitoso", além de "triste" e uma "vergonha" para as mulheres brasileiras. Ele disse que "respeita" os brasileiros, mas que espera que "eles tenham muito rapidamente um presidente que se comporte à altura" do cargo.[1]

  1. a b c d O Globo, ed. (26 de agosto de 2019). «Acompanhe a troca de acusações entre o governo brasileiro e o presidente francês». Consultado em 5 de outubro de 2019 
  2. «Bolsonaro ambassador threatens to choke Macron and insults wife Brigitte amid Amazon fires row». The Independent (em inglês). 2 de setembro de 2019. Consultado em 6 de setembro de 2019 
  3. «French First Lady Brigitte Macron "Truly Ugly": Brazil Economy Minister». NDTV.com. Consultado em 6 de setembro de 2019 
  4. Folha de S.Paulo, ed. (24 de agosto de 2019). «Brasil e França vivem crise diplomática mais severa em décadas». Consultado em 4 de outubro de 2019 
  5. «Macron condemns Bolsonaro for 'disrespectful' post about his wife». 26 de agosto de 2019. Consultado em 5 de outubro de 2019 
  6. Estadão, ed. (29 de agosto de 2019). «Primeira-dama da França agradece brasileiros por hashtag #DesculpaBrigitte». Consultado em 7 de setembro de 2019 
  7. Fernando Eichenberg (27 de agosto de 2019). O Globo, ed. «Análise: Estrago nas relações com a França deve demorar para ser reparado». Consultado em 4 de outubro de 2019 
  8. G1, ed. (26 de agosto de 2019). «Diplomatas temem consequências da piora da relação entre Brasil e França». Consultado em 5 de outubro de 2019