Zuleide Faria de Melo
Zuleide Faria de Melo | |
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Zuleide durante o Fórum de Unidade dos Comunistas em 2007. | |
Nascimento | 06 de janeiro de 1932 (92 anos) Limoeiro de Anadia, Alagoas, Brasil |
Alma mater | Universidade Federal do Rio de Janeiro |
Profissão | Professora |
Filiação | Partido Comunista Brasileiro (1964-presente) |
Zuleide Faria de Melo (Limoeiro de Anadia, 06 de janeiro de 1932) é uma professora aposentada do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ[1] e ex-presidente nacional do Partido Comunista Brasileiro.[2][3][4]
Biografia[editar | editar código-fonte]
Vida pessoal[editar | editar código-fonte]
Zuleide nasceu em uma família religiosa e conservadora de minifundiários da cidade de Limoeiro, região central do estado de Alagoas.[1] Mudou-se com sua família para o Rio de Janeiro quando tinha 11 anos de idade, onde estudou no tradicional colégio do estado Dois de Dezembro.[5] Zuleide casou-se aos vinte anos e foi levada a interromper seus estudos por imposição do marido com quem teve duas filhas. Com sete anos de casada conseguiu o divórcio e deu sequência aos estudos, formando-se em Ciências Sociais pela antiga Universidade do Brasil (atual UFRJ[6]). Em 1964 passou a trabalhar na Secretaria de Saúde do Estado do Rio de Janeiro.[1]
Vida política[editar | editar código-fonte]
Logo após o Golpe de Estado no Brasil em 1964, Zuleide começa sua militância no Partido Comunista Brasileiro impulsionada pela prisão de seu primo Jurandir Boia Rocha após este ter sido eleito para a diretoria da União Nacional dos Estudantes. No ano seguinte, trabalhou como tradutora na editora Civilização Brasileira e oficializou sua entrada nas fileiras do PCB no dia 25 de março, aniversário do partido.[1] Em 1968, foi à União Soviética participar de um encontro da Federação Mundial da Juventude Democrática onde permaneceu por dois meses.
Na década de 70 integrou a assessoria do Comitê Central do PCB, sendo responsável pela tarefa de datilografar e imprimir textos e jornais do partido, como o "Voz Operária".[5][7] A ditadura militar brasileira seguia desarticulando e reprimindo diversas organizações de resistência, principalmente o PCB.[8] As estruturas partidárias foram desmanteladas, os militantes perderam seus contatos e suas gráficas foram completamente destruídas. É nesse contexto que Zuleide desempenhou um papel fundamental na preservação do acervo de Astrojildo Pereira, um dos fundadores do partido. O arquivo de Astrojildo, após seu falecimento, foi levado para a gráfica do partido em São Paulo. No entanto, os orgãos da repressão frequentemente abordavam moradores próximos em busca de informações sobre a gráfica e o acervo precisou ser novamente transportado. Foi então que iniciou-se a transferência do arquivo para a casa de Zuleide, que durante uma semana viajou entre o Rio e São Paulo transportando os documentos.[9] Posteriormente, o arquivo foi enviado para a Itália.[1] Em 1976, Zuleide buscou exílio na França onde ficou por volta de um ano. Em 1978, integrou o Centro Brasil Democrático (CEBRADE), entidade criada por Oscar Niemeyer de luta contra a ditadura. Entrou como professora da UFRJ em 1979 com a abertura de uma vaga no Instituto de Filosofia e Ciências Sociais.
Zuleide dedicou-se à causa internacionalista ocupando cargos no Instituto Cultural Brasil- União Soviética no Conselho Brasileiro de Defesa da Paz (CONDEPAZ) e na Associação Cultural José Marti de solidariedade a Cuba, onde é presidente. Entrou como membro do Comitê Central do PCB em 1987 no VIII Congresso. Fez parte do Movimento Nacional em Defesa do PCB em 1992, cedendo sua casa para reunir o comando central da resistência à tentativa de liquidação do partido. No processo da Reconstrução Revolucionária, dividiu os trabalhos de direção nacional com Ivan Pinheiro, sucedendo Horácio Macedo na Secretaria Geral até o ano de 2008.[5]
Referências
- ↑ a b c d e Cinco, Renato (11 de março de 2015). «Requerimento Nº 849/2015». mail.camara.rj.gov.br. Consultado em 19 de janeiro de 2022
- ↑ Costa, Dayana dos Santos Delmiro (29 de dezembro de 2011). «MULHERES E ELITES LOCAIS NO MARANHÃO: PERFIS, TRAJETÓRIAS E CAMPANHAS». Revista Eletrônica de Ciência Política. doi:10.5380/recp.v2i1.25475. Consultado em 20 de janeiro de 2022
- ↑ Pinheiro, Ivan (5 de janeiro de 2021). «Zuleide Faria de Melo, uma Revolucionária!». PCB - Partido Comunista Brasileiro. Consultado em 19 de janeiro de 2022
- ↑ Brasil, CPDOC-Centro de Pesquisa e Documentação História Contemporânea do. «PARTIDO COMUNISTA BRASILEIRO (PCB)». CPDOC - Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil. Consultado em 19 de janeiro de 2022
- ↑ a b c «Mulheres de luta: Zuleide Faria de Melo – Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro». 23 de março de 2018. Consultado em 19 de janeiro de 2022
- ↑ «Universidade do Brasil - CPDOC». cpdoc.fgv.br. Consultado em 19 de janeiro de 2022
- ↑ Brasil, CPDOC-Centro de Pesquisa e Documentação História Contemporânea do. «VOZ OPERARIA». CPDOC - Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil. Consultado em 19 de janeiro de 2022
- ↑ «Memorial da Democracia - Comunistas entram na mira da repressão». Memorial da Democracia. Consultado em 20 de janeiro de 2022
- ↑ Azevedo, Sílvia Maria (2018). «Unesp» (PDF). www.assis.unesp.br (em inglês). Consultado em 20 de janeiro de 2022