Diabo-da-tasmânia: diferenças entre revisões

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O '''diabo-da-tasmânia''' ([[nome científico]]: ''Sarcophilus harrisii'', do [[língua grega|grego]], ''sarx'', carne + ''philos'', amigo; e ''harrisi'', em homenagem a [[George Harris]]) é um [[mamífero]] [[marsupiais|marsupial]], da família Dasyuridae, atualmente endêmico da ilha da [[Tasmânia]], [[Austrália]]. Através do registro fóssil sabe-se que a espécie habitou também o continente australiano, tendo se [[extinção|extinguido]] há cerca de 400 anos antes da [[colonização da Austrália|colonização pelos europeus]]. As causas do desaparecimento são desconhecidas mas pensa-se que tenha sido influenciado pela introdução do [[dingo]], pela chegada e expansão dos aborígenes e por influência climática do El Niño durante o Holoceno.
O '''diabo-da-tasmânia''' ou '''dêmonio-da-tasmânia''' ([[nome científico]]: ''Sarcophilus harrisii'', do [[língua grega|grego]], ''sarx'', carne + ''philos'', amigo; e ''harrisi'', em homenagem a [[George Harris]]) é um [[mamífero]] [[marsupiais|marsupial]], da família Dasyuridae, atualmente endêmico da ilha da [[Tasmânia]], [[Austrália]]. Através do registro fóssil sabe-se que a espécie habitou também o continente australiano, tendo se [[extinção|extinguido]] há cerca de 400 anos antes da [[colonização da Austrália|colonização pelos europeus]]. As causas do desaparecimento são desconhecidas mas pensa-se que tenha sido influenciado pela introdução do [[dingo]], pela chegada e expansão dos aborígenes e por influência climática do El Niño durante o Holoceno.


Com uma aparência de urso, que lhe rendeu a descrição científica de ''Didelphis ursina'', é um animal robusto e musculoso. Sua pelagem é escura e com uma mancha branca característica na região da garganta. Após a extinção do [[tilacino]], tornou-se o maior marsupial carnívoro da atualidade. Pode ser encontrado em vários tipos de habitat, incluindo áreas urbanas.
Com uma aparência de urso, que lhe rendeu a descrição científica de ''Didelphis ursina'', é um animal robusto e musculoso. Sua pelagem é escura e com uma mancha branca característica na região da garganta. Após a extinção do [[tilacino]], tornou-se o maior marsupial carnívoro da atualidade. Pode ser encontrado em vários tipos de habitat, incluindo áreas urbanas.
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== Distribuição geográfica e habitat ==
== Distribuição geográfica e habitat ==
O diabo-da-tasmânia é [[endemismo|endêmico]] da [[Austrália]], onde pode ser encontrado apenas na ilha da [[Tasmânia]] e alguns ilhas costeiras próximas, como a Robbins, Bruny e Badger. A população da ilha Bruny sobreviveu até meados dos anos 1800, não havendo mais registros para a espécie após 1900.<ref name="IUCN"/> A população da ilha Badger foi ilegalmente introduzida na metade da década de 90, sendo removida em agosto de 2007.<ref name="IUCN"/>
O diabo-da-tasmânia é [[endemismo|endêmico]] da [[Austrália]], onde pode ser encontrado apenas na ilha da [[Tasmânia]] e alguns ilhas costeiras próximas, como a [[Ilha Robbins|Robbins]], Bruny e Badger. A população da [[ilha Bruny]] sobreviveu até meados dos anos 1800, não havendo mais registros para a espécie após 1900.<ref name="Medlock"/> A população da [[ilha Badger]] foi ilegalmente introduzida na metade da década de 90, sendo removida em agosto de 2007.<ref name="IUCN"/> Registros subfósseis indicam também a presença da espécie na [[ilha Flinders]] até o início dos anos de 1800.<ref name="Lunney"/>


A espécie extinguiu-se no continente australiano entre 3 000 e 4 000 anos [[antes do presente|a.p.]]<ref name="Brown">{{Citar periódico|autor=BROWN, O.|ano=2006|título=Tasmanian devil (''Sarcophilus harrisii'') extinction on the Australian mainland in the mid-Holocene: multicausality and ENSO intensification|jornal=Alcheringa: An Australasian Journal of Palaeontology|volume=31|paginas=49-57|doi=10.1080/03115510608619574}}</ref> Dentre os fatores que levaram a [[extinção]], três hipóteses são levantadas: (1) competição com os [[dingo]]s por alimento,<ref>{{Citar periódico|autor=GUILLER, E.R.|ano=1982|título=Temporal and spatial distribution of the Tasmanian Devil, ''Sarcophilus harrisii'' (Dasyuridae: Marsupialia)|jornal=Papers and Proceedings of the Royal Society of Tasmania|volume=116|paginas=153-163}}</ref> (2) pressão sofrida pela expansão dos [[Aborígene australiano|aborígenes]],<ref>{{Citar periódico|autor=JOHNSON, C.N.; WROE, S.|ano=2003|título=Causes of extinction of vertebrates during the Holocene of mainland Australia: arrival of the dingo, or human impact?|jornal=Holocene|volume=13|paginas=941-948}}</ref> e (3) mudança climática em decorrência da intensificação da [[El Niño#OSEN (Oscilação Sul-El Niño)|Oscilação Sul-El Niño]] (OSEN).<ref name="Brown"/>
A espécie extinguiu-se no continente australiano entre 3 000 e 4 000 anos [[antes do presente|a.p.]]<ref name="Brown"/> Dentre os fatores que levaram a [[extinção]], três hipóteses são levantadas: (1) competição com os [[dingo]]s por alimento,<ref name="Guiller"/> (2) pressão sofrida pela expansão dos [[Aborígene australiano|aborígenes]],<ref name="JohnsonWroe"/> e (3) mudança climática em decorrência da intensificação da [[El Niño#OSEN (Oscilação Sul-El Niño)|Oscilação Sul-El Niño]] (OSEN).<ref name="Brown"/>


Os diabos podem ser encontrados em todos os [[habitat]]s da ilha, incluindo áreas urbanas, mas preferencialmente habita bosques costeiros e florestas [[esclerófila]]s. Não é encontrado em áreas de altitude elevada.
Os diabos podem ser encontrados em todos os [[habitat]]s da ilha, incluindo áreas urbanas, mas preferencialmente habita bosques costeiros e florestas [[esclerófila]]s. O "núcleo" da distribuição, onde se concentram as maiores densidades populacionais, está localizado nas zonas com precipitação anual baixa a moderada do leste e norte da ilha.<ref name="JonesRose"/> Densas florestas úmida de eucalipto, áreas alpinas, charnecas densas e úmidas e pastagens abertas suportam apenas baixas densidades populacionais.<ref name="Jones04"/> Diabos também evitam encostas íngrimes e áreas rochosas.<ref name="JonesBarmuta"/>


== Características ==
== Características ==
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{| class="wikitable" align="right" style="float:right;" border="2" cellpadding="4" cellspacing="0" style="margin: 0 0 0.5em 1em; background: #f9f9f9; border: 1px #aaa solid; border-collapse: collapse; font-size: 80%;"
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|colspan="2"|'''Ficha técnica'''<ref name="Novak"/>
|colspan="2"|'''Ficha técnica'''<ref name="Novak">{{Citar livro|autor=NOVAK, R.M.|seção=Order Dasyuromorphia|editor=_____|título=Walker’s Mammals of the World|edição=6|local=Baltimore|editora=Johns Hopkins University Press|ano=1999|páginas=64-65|id=ISBN 0-8018-5789-9}}</ref>
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O diabo-da-tasmânia possui uma aparência superficial de urso, exceto pela cauda. Possui porte robusto, com uma cabeça curta, larga e musculosa, orelhas arredondas e focinho curto. Sua [[pelagem]] é castanha escura a negra, exceto pela mancha branca na região da garganta, e por uma ou duas manchas na região lombar e lateral do corpo. O [[crânio]] e os [[dente]]s são maciços e resistentes. Os [[molar]]es são bem desenvolvidos e adaptados, permitindo que o diabo triture ossos. A fórmula dentária é {{Fórmuladentária|superior=4.1.2.4|inferior=3.1.2.4|total=42}}.
O diabo-da-tasmânia possui uma aparência superficial de urso, exceto pela cauda. Possui porte robusto, com uma cabeça curta, larga e musculosa, orelhas arredondas e focinho curto. Sua [[pelagem]] é castanha escura a negra, exceto pela mancha branca na região da garganta, e por uma ou duas manchas na região lombar e lateral do corpo.<ref name="Novak"/> O [[crânio]] e os [[dente]]s são maciços e resistentes. Os [[molar]]es são bem desenvolvidos e adaptados, permitindo que o diabo triture ossos. A fórmula dentária é {{Fórmuladentária|superior=4.1.2.4|inferior=3.1.2.4|total=42}}.


Os membros dianteiros tendem a ser maiores que os traseiros. O primeiro dedo do pé está ausente, fazendo com que o diabo tenha 5 dedos na mão e apenas 4 nos pés. As [[garra]]s não são retráteis. As fêmeas possuem 4 mamas e o [[marsúpio]] é completamente fechado na estação reprodutiva, ao contrário da maioria das espécies da família. O [[tamanho]] varia consideravelmente com o habitat, a dieta e a idade. Os machos são geralmente maiores que as fêmeas. A [[cauda]] funciona como um depósito de gordura, e diabos saudáveis tendem a ter caudas grossas.
Os membros dianteiros tendem a ser maiores que os traseiros. O primeiro dedo do pé está ausente, fazendo com que o diabo tenha 5 dedos na mão e apenas 4 nos pés. As [[garra]]s não são retráteis. As fêmeas possuem 4 mamas e o [[marsúpio]] é completamente fechado na estação reprodutiva, ao contrário da maioria das espécies da família.<ref name="Novak"/> O [[tamanho]] varia consideravelmente com o habitat, a dieta e a idade. Os machos são geralmente maiores que as fêmeas. A [[cauda]] funciona como um depósito de gordura, e diabos saudáveis tendem a ter caudas grossas.


== Ecologia e comportamento ==
== Ecologia e comportamento ==
[[Ficheiro:TasmanianDevil 1888.jpg|thumb|250px|right|As vibrissa do diabo-da-tasmânia ajudam a detectar presas.]]
[[Ficheiro:TasmanianDevil 1888.jpg|thumb|200px|right|As vibrissa do diabo-da-tasmânia ajudam a detectar presas.]]
Estes animais contam sobretudo com a visão, o olfato e os [[Vibrissa|bigodes]] para localizar o alimento. São animais diurnos e solitários mas encontram outros membros da sua espécie em torno de carcaças. Nesta circunstância são extremamente agressivos e envolvem-se em lutas que deixam cicatrizes profundas com frequência. As lutas são acompanhadas de barulhentas vocalizações como grunhidos, guinchos e latidos que contribuem para a fama de ferocidade do animal. Em condições de cativeiro, os diabos-da-tasmânia organizam-se num sistema altamente hierarquizado.
Estes animais contam sobretudo com a visão, o olfato e os [[Vibrissa|bigodes]] para localizar o alimento. São animais diurnos e solitários mas encontram outros membros da sua espécie em torno de carcaças. Nesta circunstância são extremamente agressivos e envolvem-se em lutas que deixam cicatrizes profundas com frequência. As lutas são acompanhadas de barulhentas vocalizações como grunhidos, guinchos e latidos que contribuem para a fama de ferocidade do animal. Em condições de cativeiro, os diabos-da-tasmânia organizam-se num sistema altamente hierarquizado.


Com a extinção do [[tigre-da-tasmânia]], o diabo tornou-se no predador de topo da [[cadeia alimentar]] no seu [[ecossistema]], mas os juvenis podem ser caçados por [[águia]]s, [[coruja]]s e [[quoll]]s. Estes animais têm um impacto positivo no seu habitat, no controlo de espécies introduzidas de [[lagomorfo]]s e [[roedor]]es e na remoção de carcaças em decomposição. Podem também ser prejudiciais ao Homem quando atacam rebanhos de [[ovelha]]s.
Com a extinção do [[tigre-da-tasmânia]], o diabo tornou-se no predador de topo da [[cadeia alimentar]] no seu [[ecossistema]], mas os juvenis podem ser caçados por [[águia]]s, [[coruja]]s e [[quoll]]s. Estes animais têm um impacto positivo no seu habitat, no controlo de espécies introduzidas de [[lagomorfo]]s e [[roedor]]es e na remoção de carcaças em decomposição. Podem também ser prejudiciais ao Homem quando atacam rebanhos de [[ovelha]]s.


== Hábitos alimentares ==
== Dieta e hábitos alimentares ==
[[Ficheiro:Devil-eating-roadkill.jpg|thumb|200px|right|Diabo-da-tasmânia se alimentado de um pequeno canguru atropelado.]]

Sua dieta consiste numa grande variedade de vertebrados e invertebrados, e também pode incluir frutos e plantas.<ref name="Novak"/> Grande parte da alimentação é derivada de pequenos cangurus (dos gêneros ''[[Macropus]]'', ''[[Thylogale]]'', ''[[Bettongia]]'' e ''[[Potorous]]''), vombates (''[[Vombatus ursinus]]''), carneiros e coelhos, geralmente consumindo suas carcaças.<ref name="Guiler70a"/> O diabo não é um caçador eficiente, e quando caça, geralmente ataca animais de pequeno porte.
Os diabos-da-tasmânia são predadores activos de [[wombat]]s, [[wallabee]]s e mamíferos placentários introduzidos (como o [[coelho]]), e ocasionalmente [[Necrofagia|necrófagos]]. Em alturas de escassez podem também comer [[insecto]]s, [[cobra]]s e frutos.


== Reprodução ==
== Reprodução ==
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== Nomenclatura e taxonomia ==
== Nomenclatura e taxonomia ==
[[Ficheiro:Sarcophile oursin F.Cuvier 1837.jpg|thumb|right|250px|Gravura do "Sarcophile oursin" publicada no "Histoire Naturelle des Mammifères" em 1837.]]
[[Ficheiro:Sarcophile oursin F.Cuvier 1837.jpg|thumb|right|200px|Gravura do "Sarcophile oursin" publicada no "Histoire Naturelle des Mammifères" em 1837.]]
O naturalista [[George Prideaux Robert Harris|George Harris]] fez a primeira descrição do diabo-da-tasmânia em 1808, nomeando-o ''Didelphis ursina'', devido a aparência com o urso por causa das orelhas arredondadas. Em 1810, [[Étienne Geoffroy Saint-Hilaire]] recombinou o nome científico para ''Dasyurus ursinus'' alegando uma maior relação entre o diabo e as espécies de ''[[Dasyurus]]''. [[Frédéric Cuvier]], em 1837, descreveu o gênero ''[[Sarcophilus]]'' para o ''ursinus'', alegando que a espécie era mais próxima ao ''[[Thylacinus]]'' que ao ''Dasyurus'', porém com características distintivas o suficiente para garantir a descrição de um novo gênero.<ref>{{Citar livro|autor=CUVIER, F. G.|seção="Sarcophile oursin"|editor=GEOFFROY SAINT-HILAIRE, É. & CUVIER, F. G.|título=Histoire Naturelle des Mammifères|editora=Chez A. Belin, Libraire-Éditeur|local=Paris|ano=1837|páginas=1-6|volume=pt. 4}}</ref> Em 1838, [[Richard Owen]] descreveu uma espécie fóssil, ''Dasyurus laniarius'', com base em espécimes do [[Pleistoceno]] coletados na caverna Wellington, em [[Nova Gales do Sul (estado australiano)|Nova Gales do Sul]].<ref>{{Citar livro|autor=OWEN, R.|ano=1838|seção=Report on fossils from Wellington Caves|página=359–366|editor=MITCHELL, T.L. (ed.)|título=Three expeditions into the interior of eastern Australia with descriptions of the recently explored region of Australia Felix, and of the present colony of New South Wales|editora=W. Boone|local=London}}</ref> Como o nome proposto por Harris, já estava ocupado pelo ''Didelphis ursina'' descrito por [[George Shaw]] em 1800, este foi substituído por ''Ursinus harrisii'' descrito por [[Pierre Boitard]] em 1841.<ref>{{Citar livro|autor=BOITARD, P.|título=Le Jardin des plantes|subtítulo=description et murs des mammifères de la Ménagerie et du Muséum d'histoire naturelle|editora=J. J. Dubochet|local=Paris|ano=1842 [1841]|página=290}}</ref>
O naturalista [[George Prideaux Robert Harris|George Harris]] fez a primeira descrição do diabo-da-tasmânia em 1808, nomeando-o ''Didelphis ursina'', devido a aparência com o urso por causa das orelhas arredondadas. Em 1810, [[Étienne Geoffroy Saint-Hilaire]] recombinou o nome científico para ''Dasyurus ursinus'' alegando uma maior relação entre o diabo e as espécies de ''[[Dasyurus]]''. [[Frédéric Cuvier]], em 1837, descreveu o gênero ''[[Sarcophilus]]'' para o ''ursinus'', alegando que a espécie era mais próxima ao ''[[Thylacinus]]'' que ao ''Dasyurus'', porém com características distintivas o suficiente para garantir a descrição de um novo gênero.<ref name="Cuvier"/> Em 1838, [[Richard Owen]] descreveu uma espécie fóssil, ''Dasyurus laniarius'', com base em espécimes do [[Pleistoceno]] coletados na caverna Wellington, em [[Nova Gales do Sul (estado australiano)|Nova Gales do Sul]].<ref name="Owen"/> Como o nome proposto por Harris, já estava ocupado pelo ''Didelphis ursina'' descrito por [[George Shaw]] em 1800, este foi substituído por ''Ursinus harrisii'' descrito por [[Pierre Boitard]] em 1841.<ref name="Boitard"/>


Werdelin, em uma revisão taxonômica publicada em 1987, determinou que a espécies do Pleistoceno e a Recente não possuiam caracteríticas distintas marcantes e deviam ser consideradas como uma única espécie, cujo nome seria ''Sarcophilus laniarius'' (1838) que possuia prioridade sobre ''Sarcophilus harrisii'' (1841).<ref>{{Citar periódico|autor=WERDELIN, L.|ano=1987|título=Some observations on ''Sarcophilus laniarius'' and the evolution of ''Sarcophilus''|jornal=Records of the Queen Victoria Museum, Launceston|volume=90|paginas=1–27}}</ref> O trabalho de Werdelin não foi muito aceito pela comunidade científica, e ambos os nomes foram usados para o diabo-da-tasmânia no decorrer dos anos. [[Colin Groves]] na segunda edição do "Mammals Species of the World" de 1993, utilizou o nome ''Sarcophilus laniarius'' para a espécie,<ref>{{Citar livro|autor=GROVES, C.|seção=Order Dasyuromorphia|editor=WILSON, D.E.; REEDER, D.M.|título=Mammal Species of the World|subtítulo=A Taxonomic and Geographic Reference|edição=2|local=Washington|editora=Smithsonian Institute Press|ano=1993|volume=|páginas=29-37}}</ref> entretanto, na terceira revisão de 2005, retornou a usar ''Sarcophilus harrisii'', deixando o nome ''S. laniarius'' para a espécie fóssil, que deveria ser retida como uma espécie diferente já que as medidas da espécie fóssil e atual não coincidem em muitas variáveis.<ref name="Groves05">{{Citar livro|autor=GROVES, C.|seção=Order Dasyuromorpha|editor=WILSON, D.E.; REEDER, D.M.|título=Mammal Species of the World|subtítulo=A Taxonomic and Geographic Reference|edição=3|local=Baltimore|editora=Johns Hopkins University Press|ano=2005|volume=1|páginas=23-37}}</ref>
Werdelin, em uma revisão taxonômica publicada em 1987, determinou que a espécies do [[Pleistoceno]] e a [[Holoceno|Recente]] não possuiam caracteríticas distintas marcantes e deviam ser consideradas como uma única espécie, cujo nome seria ''Sarcophilus laniarius'' (1838) que possuia prioridade sobre ''Sarcophilus harrisii'' (1841).<ref name="Werdelin"/> O trabalho de Werdelin não foi muito aceito pela comunidade científica, e ambos os nomes foram usados para o diabo-da-tasmânia no decorrer dos anos. [[Colin Groves]] na segunda edição do "Mammals Species of the World" de 1993, utilizou o nome ''Sarcophilus laniarius'' para a espécie,<ref name="Groves93"/> entretanto, na terceira revisão de 2005, retornou a usar ''Sarcophilus harrisii'', deixando o nome ''[[Sarcophilus laniarius|S. laniarius]]'' para a espécie fóssil, que deveria ser retida como uma espécie diferente já que as medidas da espécie fóssil e atual não coincidem em muitas variáveis.<ref name="Groves05"/>


O diabo-da-tasmânia é uma espécie politípica, possuindo duas subespécies reconhecidas: ''S. h. harrisii'', encontrado na Tasmânia, e ''S. h. dixonae'', táxon extinto descrito por Werdelin 1987, com base em material subfóssil encontrado em Nelson Bay, [[Victoria (Austrália)|Victoria]].<ref name="Groves05"/> Análises filogenéticas demonstraram que o diabo é mais relacionado com as espécies do gênero ''Dasyurus'' do que com o ''Thylacinus'', ao contrário do que postulou Frédéric Cuvier em 1837.<ref>{{Citar periódico|autor=KRAJEWSKI, C.; DRISKELL, A.C.; BAVERSTOCK, P.R.; BRAUN, M.J.|ano=1992|título=Phylogenetic relationships of the thylacine (Mammalia: Thylacinidae) among dasyuroid marsupials: evidence from cytochrome b DNA sequences|jornal=Proceedings of the Royal Society B-Biological Sciences|volume=250|numero=1327|paginas=19–27|doi=10.1098/rspb.1992.0125}}</ref>
O diabo-da-tasmânia é uma espécie politípica, possuindo duas [[subespécie]]s reconhecidas: ''S. h. harrisii'', encontrado na Tasmânia, e ''S. h. dixonae'', [[táxon]] extinto, descrito por Werdelin (1987) com base em material subfóssil encontrado em Nelson Bay, [[Victoria (Austrália)|Victoria]].<ref name="Groves05"/> [[Filogenética molecular|Análises filogenéticas]] demonstraram que o diabo é mais relacionado com as espécies do gênero ''Dasyurus'' do que com o ''Thylacinus'', ao contrário do que postulou Frédéric Cuvier em 1837.<ref name="Krajewski92"/>


== Conservação ==
== Conservação ==
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=== Tumor facial ===
=== Tumor facial ===
{{principal|Tumor facial do diabo-da-tasmânia}}
{{principal|Tumor facial do diabo-da-tasmânia}}
[[Ficheiro:Tasmanian Devil Facial Tumour Disease.png|thumb|right|O tumor facial causa tumorações em torno da boca, levando o animal a morte.]]
[[Ficheiro:Tasmanian Devil Facial Tumour Disease.png|thumb|200px|right|O tumor facial causa tumorações em torno da boca, levando o animal a morte por inanição e sepse.]]


Visto pela primeira vez em 1996 na região noroeste, no [[Parque Nacional Monte William]], a [[doença do tumor facial do diabo-da-tasmânia]] (DTFD) tem devastado os diabos selvagens na Tasmânia, com estimativas de impacto variando de 20% para mais de 50% de declínio na população, e com mais de 65% do território afetado até 2004. A área costeira ocidental e o extremo noroeste são os únicos lugares onde os demônios estão livres do tumor.<ref name=DPIWEDMS2005/><ref name="DFTDUpdate05"/>
Em 1996 foi detectado pela primeira vez


A doença é exclusiva do ''S. harrisii'', não afetando outras espécies próximas como o ''[[Dasyurus viverrinus]]''.<ref name="Hawkins"/> O tumor facial é um [[câncer transmissível]], ou que significa que ele é passado de um animal infectado para outro sadio através do contato físico. O [[câncer]] inicia-se por pequenas lesões e [[nódulo]]s dentro e ao redor da boca ([[lábio]]s e [[mucosa oral]]) e rapidamente se desenvolve em grandes tumores na face, pescoço e ombros, disseminando-se por [[metástase]] para vários órgãos.<ref name="Loh06a"/> Os diabos infectados morrem por septicemia derivada de infecção secundária, inanição ou [[falência múltipla dos órgãos]] em 3 a 8 meses do aparecimento das lesões.<ref name="Pyecroft"/> A [[taxa de mortalidade]] é de 100%. Não foi detectado [[imunidade]] ou resistência frente as células cancerosas.<ref name="Loh06b"/> O tumor tem origem [[carcinogênese|clonal monofilética]] e é derivado das [[células de Schwann]].<ref name="Murchison"/>
Nos últimos anos, têm-se registrado perdas significativas para uma doença [[Cancro (tumor)|cancerosa]] que aparenta ser endémica nos diabos-da-tasmânia. Esta doença foi identificada em [[1999]] e causa tumores em torno da boca, sendo normalmente fatal por impedir a alimentação do animal. Foram afectados 70% dos indivíduos desde 1996.


Populações selvagens estão sendo monitoradas para acompanhar a disseminação do tumor e para identificar alterações na [[prevalência]] da doença. Monitoramento de campo envolve a captura de diabos dentro de uma área definida para verificar a presença da doença e determinar o número de animais afetados. A mesma área é visitada várias vezes para caracterizar a propagação da doença ao longo do tempo. Até o momento, foi estabelecido que os efeitos de curto prazo da doença em uma área podem ser graves. Monitoramento de longo prazo em locais replicados será essencial para avaliar se estes efeitos permanecem, ou se as populações podem se recuperar.<ref name=DPIWEDMS2005/> Pesquisadores de campo também estão testando a eficácia de supressão da doença, aprisionando e removendo demônios doente. Espera-se que a remoção dos animais infectados de populações possa diminuir a prevalência da doença e permitir que mais indivíduos sobrevivam até a idade reprodutiva.<ref name=DPIWEDMS2005/>
O modo de contágio ou propagação da doença permanece desconhecido e há evidências de que seja cíclica com um período de 70 a 100 anos. A epidemia atingiu proporções catastróficas, levando os conservacionistas a tomar medidas extremas como matar os animais que apresentem os estágios iniciais da doença, para evitar o contágio, e criar áreas fechadas com populações saudáveis nas ilhas ao largo da Tasmânia, de forma a permitir a reintrodução no caso da espécie ser erradicada da ilha principal no futuro próximo.


<!--A epidemia atingiu proporções catastróficas, levando os conservacionistas a tomar medidas extremas como matar os animais que apresentem os estágios iniciais da doença, para evitar o contágio, e criar áreas fechadas com populações saudáveis nas ilhas ao largo da Tasmânia, de forma a permitir a reintrodução no caso da espécie ser erradicada da ilha principal no futuro próximo.-->
Em [[10 de março]] de [[2010]], cientistas australianos anunciaram a descoberta de uma colônia de diabos-da-tasmânia que se mostra imune ao câncer contagioso. A partir dessa descoberta, os pequisadores querem desenvolver uma vacina que combata a proliferação desse câncer <ref>[http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,colonia-de-diabo-da-tasmania-se-mostra-imune-a-tipo-de-cancer,522249,0.htm Colônia de diabo da Tasmânia se mostra imune a tipo de câncer] - ''[[O Estado de S.Paulo]]'', 10 de março de 2010 (visitado em 10-3-2010)</ref>.
Em [[10 de março]] de [[2010]], cientistas australianos anunciaram a descoberta de uma colônia de diabos-da-tasmânia que se mostra imune ao câncer contagioso. A partir dessa descoberta, os pequisadores querem desenvolver uma vacina que combata a proliferação desse câncer <ref>[http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,colonia-de-diabo-da-tasmania-se-mostra-imune-a-tipo-de-cancer,522249,0.htm Colônia de diabo da Tasmânia se mostra imune a tipo de câncer] - ''[[O Estado de S.Paulo]]'', 10 de março de 2010 (visitado em 10-3-2010)</ref>.


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Em meados da década de 1960, esta espécie animal inspirou os estúdios [[Warner Bros]], que produzia os desenhos animados de [[Pernalonga]], [[Frajola]] & [[Piu Piu]], [[Patolino]], [[Papa-Léguas e Coiote|Papa-Léguas]], etc., a criar um personagem que inicialmente apareceu em alguns episódios dos desenhos de Pernalonga. O personagem fez tanto sucesso que a Warner Bros o transformou em personagem fixo, batizando-lhe de "[[Taz]]", fazendo-lhe, inclusive, de protagonista de uma série de desenhos produzidos por esta produtora.
Em meados da década de 1960, esta espécie animal inspirou os estúdios [[Warner Bros]], que produzia os desenhos animados de [[Pernalonga]], [[Frajola]] & [[Piu Piu]], [[Patolino]], [[Papa-Léguas e Coiote|Papa-Léguas]], etc., a criar um personagem que inicialmente apareceu em alguns episódios dos desenhos de Pernalonga. O personagem fez tanto sucesso que a Warner Bros o transformou em personagem fixo, batizando-lhe de "[[Taz]]", fazendo-lhe, inclusive, de protagonista de uma série de desenhos produzidos por esta produtora.


{{Referências}}
{{Referências|refs=

<ref name="Boitard">{{Citar livro |autor=BOITARD, P. |título=Le Jardin des plantes |subtítulo=description et murs des mammifères de la Ménagerie et du Muséum d'histoire naturelle |editora=J. J. Dubochet |local=Paris |ano=1842 [1841] |página=290}}</ref>

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<ref name="Pyecroft">{{Citar periódico |autor=PYECROFT, S.B.; PEARSE, A.-M.; LOH, R.; SWIFT, K.; BELOV, K.; FOX, N.; NOONAN, E.; HAYES, D.; HYATT, A.; WANG, L.; BOYLE, D.; CHURCH, J.; MIDDLETON, D.; MOORE, R. |ano= |título=Towards a case definition for devil facial tumour disease: what is it? |jornal=EcoHealth |volume=4 |numero=3 |paginas=346-351 |doi=10.1007/s10393-007-0126-0}}</ref>

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<ref name="Werdelin">{{Citar periódico |autor=WERDELIN, L. |ano=1987 |título=Some observations on ''Sarcophilus laniarius'' and the evolution of ''Sarcophilus'' |jornal=Records of the Queen Victoria Museum, Launceston |volume=90 |paginas=1–27}}</ref>

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Revisão das 02h50min de 30 de junho de 2011

Como ler uma infocaixa de taxonomiaDiabo-da-tasmânia
Macho adulto
Macho adulto
Estado de conservação
Espécie em perigo
Em perigo (IUCN 3.1) [1]
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Infraclasse: Marsupialia
Ordem: Dasyuromorphia
Família: Dasyuridae
Género: Sarcophilus
Espécie: S. harrisii
Nome binomial
Sarcophilus harrisii
(Boitard, 1841)
Distribuição geográfica
Distribuição geográfica atual (em cinza).
Distribuição geográfica atual (em cinza).
Sinónimos
  • Sarcophilus satanicus Thomas, 1903
  • Didelphis ursina (Harris, 1808) (preocc.)
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O diabo-da-tasmânia ou dêmonio-da-tasmânia (nome científico: Sarcophilus harrisii, do grego, sarx, carne + philos, amigo; e harrisi, em homenagem a George Harris) é um mamífero marsupial, da família Dasyuridae, atualmente endêmico da ilha da Tasmânia, Austrália. Através do registro fóssil sabe-se que a espécie habitou também o continente australiano, tendo se extinguido há cerca de 400 anos antes da colonização pelos europeus. As causas do desaparecimento são desconhecidas mas pensa-se que tenha sido influenciado pela introdução do dingo, pela chegada e expansão dos aborígenes e por influência climática do El Niño durante o Holoceno.

Com uma aparência de urso, que lhe rendeu a descrição científica de Didelphis ursina, é um animal robusto e musculoso. Sua pelagem é escura e com uma mancha branca característica na região da garganta. Após a extinção do tilacino, tornou-se o maior marsupial carnívoro da atualidade. Pode ser encontrado em vários tipos de habitat, incluindo áreas urbanas.

Foi caçado e envenenado pelos colonizadores devido aos ataques as criações, principalmente galinhas e cordeiros. As populações estavam reduzidas, e em 1941, a espécie foi oficialmente protegida e os números começaram a crescer. Entretanto, na década de 90, com o aparecimento do tumor facial do diabo-da-tasmânia as populações de diabos foram reduzidas drasticamente, levando a espécie a ser classificada como estando em perigo de extinção. Programas de manejo da doença têm sido conduzidos pelo governo da Tasmânia para garantir a continuidade da espécie. O animal é um ícone da Tasmânia e de muitas organizações, grupos e produtos associados. Ficou popularmente conhecido atráves do personagem Taz dos desenhos animados Looney Tunes.

Distribuição geográfica e habitat

O diabo-da-tasmânia é endêmico da Austrália, onde pode ser encontrado apenas na ilha da Tasmânia e alguns ilhas costeiras próximas, como a Robbins, Bruny e Badger. A população da ilha Bruny sobreviveu até meados dos anos 1800, não havendo mais registros para a espécie após 1900.[2] A população da ilha Badger foi ilegalmente introduzida na metade da década de 90, sendo removida em agosto de 2007.[1] Registros subfósseis indicam também a presença da espécie na ilha Flinders até o início dos anos de 1800.[3]

A espécie extinguiu-se no continente australiano entre 3 000 e 4 000 anos a.p.[4] Dentre os fatores que levaram a extinção, três hipóteses são levantadas: (1) competição com os dingos por alimento,[5] (2) pressão sofrida pela expansão dos aborígenes,[6] e (3) mudança climática em decorrência da intensificação da Oscilação Sul-El Niño (OSEN).[4]

Os diabos podem ser encontrados em todos os habitats da ilha, incluindo áreas urbanas, mas preferencialmente habita bosques costeiros e florestas esclerófilas. O "núcleo" da distribuição, onde se concentram as maiores densidades populacionais, está localizado nas zonas com precipitação anual baixa a moderada do leste e norte da ilha.[7] Densas florestas úmida de eucalipto, áreas alpinas, charnecas densas e úmidas e pastagens abertas suportam apenas baixas densidades populacionais.[8] Diabos também evitam encostas íngrimes e áreas rochosas.[9]

Características

Ficha técnica[10]
Altura --
Comprimento 525 - 300 mm
Cauda 230 - 300 mm
Peso 4,1 - 8,1 (fêmeas)
5,5 - 11,8 (machos)
Tamanho de ninhada 2 - 4
Gestação 31 dias
Desmame 8 meses
Maturidade sexual 2 anos (fêmeas)
11 meses (machos)
Longevidade 8 anos

O diabo-da-tasmânia possui uma aparência superficial de urso, exceto pela cauda. Possui porte robusto, com uma cabeça curta, larga e musculosa, orelhas arredondas e focinho curto. Sua pelagem é castanha escura a negra, exceto pela mancha branca na região da garganta, e por uma ou duas manchas na região lombar e lateral do corpo.[10] O crânio e os dentes são maciços e resistentes. Os molares são bem desenvolvidos e adaptados, permitindo que o diabo triture ossos. A fórmula dentária é .

Os membros dianteiros tendem a ser maiores que os traseiros. O primeiro dedo do pé está ausente, fazendo com que o diabo tenha 5 dedos na mão e apenas 4 nos pés. As garras não são retráteis. As fêmeas possuem 4 mamas e o marsúpio é completamente fechado na estação reprodutiva, ao contrário da maioria das espécies da família.[10] O tamanho varia consideravelmente com o habitat, a dieta e a idade. Os machos são geralmente maiores que as fêmeas. A cauda funciona como um depósito de gordura, e diabos saudáveis tendem a ter caudas grossas.

Ecologia e comportamento

As vibrissa do diabo-da-tasmânia ajudam a detectar presas.

Estes animais contam sobretudo com a visão, o olfato e os bigodes para localizar o alimento. São animais diurnos e solitários mas encontram outros membros da sua espécie em torno de carcaças. Nesta circunstância são extremamente agressivos e envolvem-se em lutas que deixam cicatrizes profundas com frequência. As lutas são acompanhadas de barulhentas vocalizações como grunhidos, guinchos e latidos que contribuem para a fama de ferocidade do animal. Em condições de cativeiro, os diabos-da-tasmânia organizam-se num sistema altamente hierarquizado.

Com a extinção do tigre-da-tasmânia, o diabo tornou-se no predador de topo da cadeia alimentar no seu ecossistema, mas os juvenis podem ser caçados por águias, corujas e quolls. Estes animais têm um impacto positivo no seu habitat, no controlo de espécies introduzidas de lagomorfos e roedores e na remoção de carcaças em decomposição. Podem também ser prejudiciais ao Homem quando atacam rebanhos de ovelhas.

Dieta e hábitos alimentares

Diabo-da-tasmânia se alimentado de um pequeno canguru atropelado.

Sua dieta consiste numa grande variedade de vertebrados e invertebrados, e também pode incluir frutos e plantas.[10] Grande parte da alimentação é derivada de pequenos cangurus (dos gêneros Macropus, Thylogale, Bettongia e Potorous), vombates (Vombatus ursinus), carneiros e coelhos, geralmente consumindo suas carcaças.[11] O diabo não é um caçador eficiente, e quando caça, geralmente ataca animais de pequeno porte.

Reprodução

A época de reprodução dos diabos-da-tasmânia situa-se anualmente em Março e resulta em ninhadas de 2 ou 3 crias que nascem em Abril, ao fim de 21 dias de gestação. Como na maior parte dos marsupiais, o resto do desenvolvimento dos juvenis faz-se no interior do marsúpio (a bolsa) neste caso durante os quatro meses seguintes. As crias saem pela primeira vez em Agosto-Setembro e tornam-se independentes em Dezembro. As fêmeas atingem a maturidade sexual aos dois anos.

Nomenclatura e taxonomia

Gravura do "Sarcophile oursin" publicada no "Histoire Naturelle des Mammifères" em 1837.

O naturalista George Harris fez a primeira descrição do diabo-da-tasmânia em 1808, nomeando-o Didelphis ursina, devido a aparência com o urso por causa das orelhas arredondadas. Em 1810, Étienne Geoffroy Saint-Hilaire recombinou o nome científico para Dasyurus ursinus alegando uma maior relação entre o diabo e as espécies de Dasyurus. Frédéric Cuvier, em 1837, descreveu o gênero Sarcophilus para o ursinus, alegando que a espécie era mais próxima ao Thylacinus que ao Dasyurus, porém com características distintivas o suficiente para garantir a descrição de um novo gênero.[12] Em 1838, Richard Owen descreveu uma espécie fóssil, Dasyurus laniarius, com base em espécimes do Pleistoceno coletados na caverna Wellington, em Nova Gales do Sul.[13] Como o nome proposto por Harris, já estava ocupado pelo Didelphis ursina descrito por George Shaw em 1800, este foi substituído por Ursinus harrisii descrito por Pierre Boitard em 1841.[14]

Werdelin, em uma revisão taxonômica publicada em 1987, determinou que a espécies do Pleistoceno e a Recente não possuiam caracteríticas distintas marcantes e deviam ser consideradas como uma única espécie, cujo nome seria Sarcophilus laniarius (1838) que possuia prioridade sobre Sarcophilus harrisii (1841).[15] O trabalho de Werdelin não foi muito aceito pela comunidade científica, e ambos os nomes foram usados para o diabo-da-tasmânia no decorrer dos anos. Colin Groves na segunda edição do "Mammals Species of the World" de 1993, utilizou o nome Sarcophilus laniarius para a espécie,[16] entretanto, na terceira revisão de 2005, retornou a usar Sarcophilus harrisii, deixando o nome S. laniarius para a espécie fóssil, que deveria ser retida como uma espécie diferente já que as medidas da espécie fóssil e atual não coincidem em muitas variáveis.[17]

O diabo-da-tasmânia é uma espécie politípica, possuindo duas subespécies reconhecidas: S. h. harrisii, encontrado na Tasmânia, e S. h. dixonae, táxon extinto, descrito por Werdelin (1987) com base em material subfóssil encontrado em Nelson Bay, Victoria.[17] Análises filogenéticas demonstraram que o diabo é mais relacionado com as espécies do gênero Dasyurus do que com o Thylacinus, ao contrário do que postulou Frédéric Cuvier em 1837.[18]

Conservação

No passado foi caçado e envenenado pelos estragos causados ao rebanho e pela sua carne, que os colonos diziam ter sabor a vitela. A espécie foi protegida em 1941 e a partir daí a população recuperou-se.

Em 2009, o seu estatuto de conservação, na Austrália passou de vulnerável para ameaçado.[19][20]

Tumor facial

O tumor facial causa tumorações em torno da boca, levando o animal a morte por inanição e sepse.

Visto pela primeira vez em 1996 na região noroeste, no Parque Nacional Monte William, a doença do tumor facial do diabo-da-tasmânia (DTFD) tem devastado os diabos selvagens na Tasmânia, com estimativas de impacto variando de 20% para mais de 50% de declínio na população, e com mais de 65% do território afetado até 2004. A área costeira ocidental e o extremo noroeste são os únicos lugares onde os demônios estão livres do tumor.[21][22]

A doença é exclusiva do S. harrisii, não afetando outras espécies próximas como o Dasyurus viverrinus.[23] O tumor facial é um câncer transmissível, ou que significa que ele é passado de um animal infectado para outro sadio através do contato físico. O câncer inicia-se por pequenas lesões e nódulos dentro e ao redor da boca (lábios e mucosa oral) e rapidamente se desenvolve em grandes tumores na face, pescoço e ombros, disseminando-se por metástase para vários órgãos.[24] Os diabos infectados morrem por septicemia derivada de infecção secundária, inanição ou falência múltipla dos órgãos em 3 a 8 meses do aparecimento das lesões.[25] A taxa de mortalidade é de 100%. Não foi detectado imunidade ou resistência frente as células cancerosas.[26] O tumor tem origem clonal monofilética e é derivado das células de Schwann.[27]

Populações selvagens estão sendo monitoradas para acompanhar a disseminação do tumor e para identificar alterações na prevalência da doença. Monitoramento de campo envolve a captura de diabos dentro de uma área definida para verificar a presença da doença e determinar o número de animais afetados. A mesma área é visitada várias vezes para caracterizar a propagação da doença ao longo do tempo. Até o momento, foi estabelecido que os efeitos de curto prazo da doença em uma área podem ser graves. Monitoramento de longo prazo em locais replicados será essencial para avaliar se estes efeitos permanecem, ou se as populações podem se recuperar.[21] Pesquisadores de campo também estão testando a eficácia de supressão da doença, aprisionando e removendo demônios doente. Espera-se que a remoção dos animais infectados de populações possa diminuir a prevalência da doença e permitir que mais indivíduos sobrevivam até a idade reprodutiva.[21]

Em 10 de março de 2010, cientistas australianos anunciaram a descoberta de uma colônia de diabos-da-tasmânia que se mostra imune ao câncer contagioso. A partir dessa descoberta, os pequisadores querem desenvolver uma vacina que combata a proliferação desse câncer [28].

Aspectos culturais

Em meados da década de 1960, esta espécie animal inspirou os estúdios Warner Bros, que produzia os desenhos animados de Pernalonga, Frajola & Piu Piu, Patolino, Papa-Léguas, etc., a criar um personagem que inicialmente apareceu em alguns episódios dos desenhos de Pernalonga. O personagem fez tanto sucesso que a Warner Bros o transformou em personagem fixo, batizando-lhe de "Taz", fazendo-lhe, inclusive, de protagonista de uma série de desenhos produzidos por esta produtora.

Referências

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  19. «Título ainda não informado (favor adicionar)» 
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  28. Colônia de diabo da Tasmânia se mostra imune a tipo de câncer - O Estado de S.Paulo, 10 de março de 2010 (visitado em 10-3-2010)

Ver também

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Ligações externas

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