Lophospermum: diferenças entre revisões

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* ''Maurandya'' secção ''Lophospermum'' <small>(D.Don) A.Gray</small>
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'''''Lophospermum''''' <small>[[David Don|D.Don]], 1826</small> é um [[género (biologia)|género]] de plantas [[herbácea]]s [[planta perene|perenes]], [[trepadeira]]s ou [[escandente]]s, pertencente à [[família (biologia)|família]] [[Plantaginaceae]] (anteriormente classificado na família [[Scrophulariaceae]]).<ref name="IPNI_Lophospermum"/> As [[flor]]es são tubulares, em tons de vermelho, violeta e roxo, com as flores maiores adaptadas à [[polinização]] por [[beija-flor]]es. As [[espécie]]s trepadoras utilizam [[pecíolo]]s de entrelaçamento. O género tem [[distribuição natural]] inteiramente [[neotropical]], restrita às montanhas do [[México]] e [[Guatemala]], mas algumas espécies estão naturalizadas em diversas regiões subtropicais. A estreita relação filogenética e morfológica com outros géneros, particularmente com ''[[Maurandya]]'' e ''[[Rhodochiton]]'', levou a confusão sobre os nomes de algumas espécies.<ref name=HyamPank95/> As espécies ''[[Lophospermum erubescens]]'' e ''[[Lophospermum scandens]]'' são cultivadas como [[planta ornamental|plantas ornamentais]]. Vários [[cultivar]]es de ''Lophospermum'' são comercializados, muitas vezes sob nomes comerciais, como "Lofos®".<ref>[http://suntorycollection.com/growers/lofos%C2%AE-lophospermum/ Lofos® ''Lophospermum''].</ref>
==Descrição==
As espécies de ''Lophospermum'' são [[Planta herbácea|herbáceas]] [[Planta perene|perenes]] trepadoras ou [[escandente]]s com [[raiz|raízes]] fibrosas. As espécies [[trepadeira]]s ligam-se às árvores e arbustos através de [[pecíolo]]s de entrelaçamento, não produzindo [[gavinha]]s ou [[caule]]s volúveis. Os caules são longos, ramificados, [[lenhificação|lenhificando]]-se progressivamente na base com o envelhecimento da planta.


Em algumas espécies os caules brotam de um [[cáudice]] lenhoso, uma estrutura [[bulbosa]] alargada na base da haste. As [[folha]]s são triangulares ou com o vértice pontiagudo ou em forma de coração ([[cordiforme]]s), com bordos dentados ([[Folha#Morfologia_foliar_das_plantas_vasculares|crenados ou dentados]]). Os caules e as folhas apresentam frequentemente uma cor arroxeada.<ref name=Elis85/>
== Espécies ==
{|
|-valign=top
|
* Lophospermum atrosanguineum
* Lophospermum breedlovei
* Lophospermum chiapense
* Lophospermum erectum
* Lophospermum erubescens
* Lophospermum hintonii
* Lophospermum nubicola
|
* Lophospermum physalodes
* Lophospermum purpurascens
* Lophospermum purpusii
* Lophospermum rhodochiton
* Lophospermum scandens
* Lophospermum spectabile
* Lophospermum turneri
|}


A maioria das espécies apresenta um período alongado entre o florescimento e a maturidade dos frutos, por exemplo de Abril a Janeiro do ano seguinte no caso de ''[[Lophospermum erubescens]]''. As flores são produzidas em [[pedúnculo|pedúnculos florais]], que suportam uma única flor, assumindo orientação horizontal ou crescendo verticalmente.
== Nome e referências ==
'''''Lophospermum''''' [[D. Don]]


O [[Cálice (botânica)|cálice]] é constituído por [[sépala]]s livres ou algo unidas na base, sobrepondo-se ou curvando para fora, esverdeadas ou de coloração avermelhada ou arroxeada.

As flores apresentam cinco [[pétala]]s, em tons de vermelho, violeta ou roxo escuro, soldadas na base para formar um tubo assimétrico. Os lóbulos livres das duas pétalas superiores são diferenciados em relação às três pétalas inferiores: por exemplo, os dois lobos superiores podem curvar para trás e os três inferiores projectar-se para a frente. Existem duas comissuras proeminentes (plicas) que correm ao longo do comprimento da base do tubo floral, usualmente de coloração amarelada com [[tricoma]]s cujo comprimento ajuda a distinguir as espécies.<ref name=Elis85/>

As flores apresentam quatro [[estame]]s férteis, com dois comprimentos diferentes, e um estame infértil. Os estames e os [[Estilete (botânica)|estiletes]] são mantidos dentro da flor.<ref name=Elis85/>

O [[Ovário (botânica)|ovário]] apresenta duas câmaras (lóculos). Após a fecundação, forma-se uma cápsula ovóide ou globosa, com [[semente]]s acastanhadas rodeadas por uma "asa" circular.<ref name=Elis85/>
== Taxonomia==
A [[base de dados]] taxonómicos ''[[The Plant List]]'' (em 2014) considera como validamente descritas sete espécies (com base em ''[[Tropicos]]'' e na ''[[World Checklist of Selected Plant Families]]''):<ref name=Note1 group=Note/>

*''[[Lophospermum breedlovei]]'' <small>Elisens</small>
*''[[Lophospermum chiapense]]'' <small>Elisens</small>
*''[[Lophospermum erubescens]]'' <small>D.Don</small>
*''[[Lophospermum purpurascens]]'' <small>Elisens</small>
*''[[Lophospermum purpusii]]'' <small>(Brandegee) Rothm.</small>
*''[[Lophospermum scandens]]'' <small>D.Don</small>
*''[[Lophospermum turneri]]'' <small>Elisens</small>

Na monografia sobre o género publicada em 1985 por [[Wayne J. Elisens]], o género ''[[Rhodochiton]]'' foi incluído como a secção ''Rhodochiton'' em ''Lophospermum'':<ref name=Elis85/>
* ''Lophospermum atrosanguineum'' = ''[[Rhodochiton atrosanguineum]]'' <small>(Zucc.) Rothm.</small>
* ''Lophospermum hintonii'' = ''[[Rhodochiton hintonii]]'' <small>(Elisens) D.A.Sutton</small>
* ''Lophospermum nubicola'' = ''[[Rhodochiton nubicola]]'' <small>(Elisens) D.A.Sutton</small>

O género ''Lophospermum'' foi pela primeira vez descrito em Março de 1826 por [[David Don]] numa comunicação lida na [[Linnean Society of London]]. A sua descrição foi sumariada no mesmo mês no ''Philosophical Magazine and Journal'' e subsequentemente publicada em 1827 em ''Transactions of the Linnean Society''.<ref name="IPNI_Lophospermum"/> Don descreveu''Lophospermum'' como estreitamente aparentado de ''[[Antirrhinum]]'' e ''[[Maurandya]]'', mas distinguindo-se pela suas flores campanuladas (em forma de sino) e pelas sementes aladas. A [[etimologia]] do vocábulo ''Lophospermum'' deriva de "com sementes com crista", uma alusão ao rebordo formadao pela asa.<ref name=HyamPank95/> Foram inicialmente descritas duas espécies, ''[[Lophospermum scandens]]'' e ''Lophospermum physalodes''<ref name=Tayl27/> (sendo esta última presentemente denominada ''[[Melasma physalodes]]'').<ref name="TPL_kew-2498752"/>

O género foi integrado na [[Tribo (taxonomia)|tribo]] Antirrhineae, sendo no contexto desse nível taxonómico estreitamente aparentado com os géneros ''[[Maurandya]]'' (incluindo ''[[Maurandella]]''), ''[[Mabrya]]'' e ''[[Rhodochiton]]''.<ref name=VargRossOyamGuem04/> POsteriormente foi incluído em ''Maurandya'' como a secção ''Lophospermum''.<ref name=Tropicos_40008837/> ''Rhodochiton'' foi incluído em ''Lophospermum'' como a secção ''Rhodochiton''.<ref name=Elis85/><ref name=Tropicos_40024878/> Os nomes científicos nestes três géneros foram frequentemente confundidos, com, por exemplo, uma imagem aceite por ''[[Tropicos]]'' como ''Lophospermum erubescens'' a apresentar a legenda ''Maurandya barclaiana'' (uma grafia variante de ''[[Maurandya barclayana]]'').<ref name=Tropicos_Image261/>

===Filogenia===
Um conjunto de estudos de [[filogenética molecular]] demonstrara que a subtribo Maurandyinae, definida por [[Elisen]] para integrar os cinco géneros norte-americanos ''[[Holmgrenanthe]]'', ''Lophospermum'', ''Mabrya'', ''Maurandya'' e ''Rhodochiton'', forma um [[Monofilia|grupo monofilético]] aparentado com os géneros paleárticos ''[[Cymbalaria]]'' e ''[[Asarina]]''.<ref name=VargRossOyamGuem04/><ref name=GhebBremThul00/><ref name=VargValeBlanLibe13/> Gehebrehiwet ''et al.'' sugeriram que Maurandyinae podia ser expandido para incluir ''Cymbalaria'' e ''Asarina''.<ref name=GhebBremThul00/> Vargas ''et al.'' apresentaram os seguinte [[cladograma]] para este grupo de géneros:<ref name=VargValeBlanLibe13/>

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}}

Vargas ''et al.'' concluiram que Antirrhineae evoluiu no [[Velho Mundo]] e subsequentemente colonizou a [[América do Norte]] mais de uma vez, provavelmente no [[Mioceno]] (23 a 5 milhões de anos atrás). Um desses episódios de colonização conduziu à diferenciação de Maurandyinae (no sentido dado por Elisen).<ref name=VargValeBlanLibe13/>


==Notas==
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{{refn |name=Note1 |group=Note |Para além destas sete espécies, ''The Plant List'' (versão 1.1) também inclui ''Lophospermum nubiculum'' <small>Elisens</small> como um nome aceite, citando ''Tropicos''.<ref name=TPL_Lophospermum/> Contudo, o registo deste nome está marcado como "inactive" em ''Tropicos'' se acedido via ''The Plant List'' e o nome não é encontrado numa busca àquela base de dados. O nome ''Lophospermum nubiculum'' não aparece em {{Harvtxt|Elisens|1985}} e aparenta ser um erro ortográfico do nome ''Lophospermum nubicola'' (um sinónimo de ''[[Rhodochiton nubicola]]'').}}
}}

==Referências==
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<ref name=Elis85>{{Citation |last=Elisens |first=Wayne J. |year=1985 |title=Monograph of the Maurandyinae (Scrophulariaceae-Antirrhineae) |journal=Systematic Botany Monographs |volume=5 |pages=1–97 |doi=10.2307/25027602 |jstor=25027602 }}</ref>

<ref name=ElisFree88>{{Citation |last=Elisens |first=Wayne J. |last2=Freeman |first2=C. Edward |year=1988 |title=Floral Nectar Sugar Composition and Pollinator Type Among New World Genera in Tribe Antirrhineae (Scrophulariaceae) |journal=American Journal of Botany |volume=75 |issue=7 |pages=971–978 |doi=10.2307/2443763 |jstor=2443763 |lastauthoramp=yes }}</ref>

<ref name=GhebBremThul00>{{Citation |last=Ghebrehiwet |first=Medhanie |last2=Bremer |first2=Birgitta |last3=Thulin |first3=Mats Thulin |year=2000 |title=Phylogeny of the tribe Antirrhineae (Scrophulariaceae) based on morphological and ''ndhF'' sequence data |journal=Plant Systematics and Evolution |volume=220 |issue=3-4 |pages=223–239 |url=http://link.springer.com/article/10.1007/BF00985047 |accessdate=2014-07-12 |lastauthoramp=yes }}</ref>

<ref name=GhebBremThul00>{{Citation |last=Ghebrehiwet |first=Medhanie |last2=Bremer |first2=Birgitta |last3=Thulin |first3=Mats Thulin |year=2000 |title=Phylogeny of the tribe Antirrhineae (Scrophulariaceae) based on morphological and ''ndhF'' sequence data |journal=Plant Systematics and Evolution |volume=220 |issue=3-4 |pages=223–239 |url=http://link.springer.com/article/10.1007/BF00985047 |accessdate=2014-07-12 |lastauthoramp=yes }}</ref>

<ref name=HyamPank95>{{Citation |last=Hyam |first=R. |last2=Pankhurst |first2=R.J. |year=1995 |title=Plants and their names : a concise dictionary |publication-place=Oxford |publisher=Oxford University Press |isbn=978-0-19-866189-4 |lastauthoramp=yes |page=195 }}</ref>

<ref name=IPNI_Lophospermum>{{Citation |title=IPNI Plant Name Query Results for ''Lophospermum'' |work=[[International Plant Names Index|The International Plant Names Index]] |url=http://www.ipni.org/ipni/simplePlantNameSearch.do?find_wholeName=Lophospermum |accessdate=2014-07-12 }}</ref>

<ref name=NSW>{{Citation |first1=W.R. |last1=Barker |first2=G.J. |last2=Harden|title=''Lophospermum erubescens'' D.Don|work=New South Wales Flora Online |url=http://plantnet.rbgsyd.nsw.gov.au/cgi-bin/NSWfl.pl?page=nswfl&lvl=sp&name=Lophospermum~erubescens |accessdate=2014-08-07 |lastauthoramp=yes }}</ref>

<ref name=Paxt36>{{Citation |last=Paxton |first=J. |year=1836 |title=Select List of Ornamental Creepers |journal=Paxton's Magazine of Botany, and Register of Flowering Plants |volume=2 |pages=33–37 |url=http://books.google.co.uk/books?id=80I-AAAAcAAJ&pg=PA36&lpg=PA36#v=onepage&q&f=false |accessdate=2014-07-13 }}</ref>

<ref name=RHS_Lophospermum>{{Citation |contribution=Search for ''Lophospermum'' |work=RHS Horticultural Database |publisher=Royal Horticultural Society |url=http://apps.rhs.org.uk/horticulturaldatabase/summary2.asp?crit=Lophospermum&Genus=Lophospermum |accessdate=2014-08-09 }}</ref>

<ref name=SandHell66>{{Citation |last=Sanders |first=T.W. |last2=Hellyer |first2=A.G.L. |year=1966 |title=Sanders' Encyclopaedia of Gardening |edition=22nd |publication-place=London |publisher=Collingridge |oclc=123581294 |lastauthoramp=yes }} – entries under ''Maurandia'', pp. 303–304</ref>

<ref name=Suntory>{{Citation |title=Lofos® {{!}} Suntory Collection Europe |url=http://suntorycollection.info/en/merken/lofos/ |accessdate=2014-07-13 |archiveurl=http://web.archive.org/web/20140713195052/http://suntorycollection.info/en/merken/lofos/ |archivedate=2014-07-13 }}</ref>

<ref name=Tayl27>{{citation |last=Taylor |first=R. |date=1827 |title=Proceedings of Learned Societies: Linnaean Society |journal=Philosophical Magazine and Journal |volume=68 |page=[http://biodiversitylibrary.org/page/15526084 222] |accessdate=2014-07-12 }}</ref>

<ref name="TPL_kew-2498752">{{Citation |title=''Lophospermum physalodes'' |work=The Plant List |url=http://www.theplantlist.org/tpl1.1/record/kew-2498752 |accessdate=2014-07-12}}</ref>

<ref name="TPL_Lophospermum">{{Citation |title=Search for "Lophospermum" |work=The Plant List |url=http://www.theplantlist.org/tpl1.1/search?q=Lophospermum |accessdate=2014-07-09 }}</ref>

<ref name=Tropicos_40008837>{{citation |title=''Lophospermum'' D.Don |work=Tropicos.org |publisher=Missouri Botanical Garden |url=http://www.tropicos.org/Name/40008837 |accessdate=2014-07-12 }}</ref>

<ref name=Tropicos_40024878>{{citation |title=''Rhodochiton'' Zucc. ex Otto & A. Dietr. |work=Tropicos.org |publisher=Missouri Botanical Garden |url=http://www.tropicos.org/Name/40024878 |accessdate=2014-07-12 }}</ref>

<ref name=Tropicos_Image261>{{citation |title=Image – ''Lophospermum erubescens'' |work=Tropicos.org |publisher=Missouri Botanical Garden |url=http://www.tropicos.org/Image/261 |accessdate=2014-07-12 }}</ref>

<ref name=USPP13548>{{ Citation |publication-date = 19 December 2002 |title = Maurandya plant named 'Magic Dragon' |work=US Plant Patent |url=http://worldwide.espacenet.com/publicationDetails/originalDocument?FT=D&CC=US&NR=13548P3}}</ref>

<ref name=USPP15532>{{Citation |publication-date=19 December 2002 |title=Asarina plant named 'Sun-Asaro'|work=US Plant Patent |url=http://worldwide.espacenet.com/publicationDetails/originalDocument?FT=D&CC=US&NR=15532P2 }}</ref>

<ref name=VargRossOyamGuem04>{{Citation |last=Vargas |first=P |last2=Rosselló |first2=J.A. |last3=Oyama |first3=R. |last4=Güemes |first4=J. |year=2004 |title=Molecular evidence for naturalness of genera in the tribe Antirrhineae (Scrophulariaceae) and three independent evolutionary lineages from the New World and the Old |journal=Plant Systematics and Evolution |volume=249 |issue=3-4 |pages=151–172 |url=http://link.springer.com/article/10.1007/s00606-004-0216-1 |accessdate=2014-07-11 |lastauthoramp=yes }}</ref>

<ref name=VargValeBlanLibe13>{{Citation |last=Vargas |first=Pablo |last2=Valente |first2=Luis M. |last3=Blanco-Pastor |first3=José Luis |last4=Liberal |first4=Isabel |last5=Guzmán |first5=Beatriz |last6=Cano |first6=Emilio |last7=Forrest |first7=Alan |last8=Fernández-Mazuecos |first8=Mario |year=2013 |title=Testing the biogeographical congruence of palaeofloras using molecular phylogenetics: snapdragons and the Madrean–Tethyan flora |journal=Journal of Biogeography |volume=41 |issue=5 |pages=932–943 |accessdate=2014-07-11 |doi=10.1111/jbi.12253/full |lastauthoramp=yes }}</ref>
}}
== {{Ligações externas}} ==
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{{Wikispecies|Lophospermum}}
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* {{ITIS |id=500390 |taxon=Lophospermum}}
* [http://plants.usda.gov/java/profile?symbol=LOPHO6 ''Lophospermum'' in USDA]
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* {{Link||2=http://www.mobot.org/MOBOT/Research/APweb/ |3= |4=Site oficial}}
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{{Portal3|Botânica}}


Revisão das 23h45min de 16 de novembro de 2014

Como ler uma infocaixa de taxonomiaLophospermum
Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Lamiales
Família: Plantaginaceae
Género: Lophospermum
D.Don ex R.Taylor, 1826
Distribuição geográfica
Distribuição das espécies de Lophospermum (a distribuição é descontínua nas áreas assinaladas).[1]
Distribuição das espécies de Lophospermum (a distribuição é descontínua nas áreas assinaladas).[1]
Espécies
Ver texto.
Sinónimos[1]
  • Maurandya secção Lophospermum (D.Don) A.Gray
  • Lophospermum secção Lophospermum sensu Elisens
Lophospermum erubescens (cultivar).
Flores de um cultivar comercial de Lophospermum (provavelmente de Lophospermum scandens).
Lophospermum purpusii.

Lophospermum D.Don, 1826 é um género de plantas herbáceas perenes, trepadeiras ou escandentes, pertencente à família Plantaginaceae (anteriormente classificado na família Scrophulariaceae).[2] As flores são tubulares, em tons de vermelho, violeta e roxo, com as flores maiores adaptadas à polinização por beija-flores. As espécies trepadoras utilizam pecíolos de entrelaçamento. O género tem distribuição natural inteiramente neotropical, restrita às montanhas do México e Guatemala, mas algumas espécies estão naturalizadas em diversas regiões subtropicais. A estreita relação filogenética e morfológica com outros géneros, particularmente com Maurandya e Rhodochiton, levou a confusão sobre os nomes de algumas espécies.[3] As espécies Lophospermum erubescens e Lophospermum scandens são cultivadas como plantas ornamentais. Vários cultivares de Lophospermum são comercializados, muitas vezes sob nomes comerciais, como "Lofos®".[4]

Descrição

As espécies de Lophospermum são herbáceas perenes trepadoras ou escandentes com raízes fibrosas. As espécies trepadeiras ligam-se às árvores e arbustos através de pecíolos de entrelaçamento, não produzindo gavinhas ou caules volúveis. Os caules são longos, ramificados, lenhificando-se progressivamente na base com o envelhecimento da planta.

Em algumas espécies os caules brotam de um cáudice lenhoso, uma estrutura bulbosa alargada na base da haste. As folhas são triangulares ou com o vértice pontiagudo ou em forma de coração (cordiformes), com bordos dentados (crenados ou dentados). Os caules e as folhas apresentam frequentemente uma cor arroxeada.[1]

A maioria das espécies apresenta um período alongado entre o florescimento e a maturidade dos frutos, por exemplo de Abril a Janeiro do ano seguinte no caso de Lophospermum erubescens. As flores são produzidas em pedúnculos florais, que suportam uma única flor, assumindo orientação horizontal ou crescendo verticalmente.

O cálice é constituído por sépalas livres ou algo unidas na base, sobrepondo-se ou curvando para fora, esverdeadas ou de coloração avermelhada ou arroxeada.

As flores apresentam cinco pétalas, em tons de vermelho, violeta ou roxo escuro, soldadas na base para formar um tubo assimétrico. Os lóbulos livres das duas pétalas superiores são diferenciados em relação às três pétalas inferiores: por exemplo, os dois lobos superiores podem curvar para trás e os três inferiores projectar-se para a frente. Existem duas comissuras proeminentes (plicas) que correm ao longo do comprimento da base do tubo floral, usualmente de coloração amarelada com tricomas cujo comprimento ajuda a distinguir as espécies.[1]

As flores apresentam quatro estames férteis, com dois comprimentos diferentes, e um estame infértil. Os estames e os estiletes são mantidos dentro da flor.[1]

O ovário apresenta duas câmaras (lóculos). Após a fecundação, forma-se uma cápsula ovóide ou globosa, com sementes acastanhadas rodeadas por uma "asa" circular.[1]

Taxonomia

A base de dados taxonómicos The Plant List (em 2014) considera como validamente descritas sete espécies (com base em Tropicos e na World Checklist of Selected Plant Families):[Note 1]

Na monografia sobre o género publicada em 1985 por Wayne J. Elisens, o género Rhodochiton foi incluído como a secção Rhodochiton em Lophospermum:[1]

O género Lophospermum foi pela primeira vez descrito em Março de 1826 por David Don numa comunicação lida na Linnean Society of London. A sua descrição foi sumariada no mesmo mês no Philosophical Magazine and Journal e subsequentemente publicada em 1827 em Transactions of the Linnean Society.[2] Don descreveuLophospermum como estreitamente aparentado de Antirrhinum e Maurandya, mas distinguindo-se pela suas flores campanuladas (em forma de sino) e pelas sementes aladas. A etimologia do vocábulo Lophospermum deriva de "com sementes com crista", uma alusão ao rebordo formadao pela asa.[3] Foram inicialmente descritas duas espécies, Lophospermum scandens e Lophospermum physalodes[5] (sendo esta última presentemente denominada Melasma physalodes).[6]

O género foi integrado na tribo Antirrhineae, sendo no contexto desse nível taxonómico estreitamente aparentado com os géneros Maurandya (incluindo Maurandella), Mabrya e Rhodochiton.[7] POsteriormente foi incluído em Maurandya como a secção Lophospermum.[8] Rhodochiton foi incluído em Lophospermum como a secção Rhodochiton.[1][9] Os nomes científicos nestes três géneros foram frequentemente confundidos, com, por exemplo, uma imagem aceite por Tropicos como Lophospermum erubescens a apresentar a legenda Maurandya barclaiana (uma grafia variante de Maurandya barclayana).[10]

Filogenia

Um conjunto de estudos de filogenética molecular demonstrara que a subtribo Maurandyinae, definida por Elisen para integrar os cinco géneros norte-americanos Holmgrenanthe, Lophospermum, Mabrya, Maurandya e Rhodochiton, forma um grupo monofilético aparentado com os géneros paleárticos Cymbalaria e Asarina.[7][11][12] Gehebrehiwet et al. sugeriram que Maurandyinae podia ser expandido para incluir Cymbalaria e Asarina.[11] Vargas et al. apresentaram os seguinte cladograma para este grupo de géneros:[12]

No cladogram specified!

Velho Mundo
Novo Mundo

Vargas et al. concluiram que Antirrhineae evoluiu no Velho Mundo e subsequentemente colonizou a América do Norte mais de uma vez, provavelmente no Mioceno (23 a 5 milhões de anos atrás). Um desses episódios de colonização conduziu à diferenciação de Maurandyinae (no sentido dado por Elisen).[12]


Notas

  1. ↑ Para além destas sete espécies, The Plant List (versão 1.1) também inclui Lophospermum nubiculum Elisens como um nome aceite, citando Tropicos.[13] Contudo, o registo deste nome está marcado como "inactive" em Tropicos se acedido via The Plant List e o nome não é encontrado numa busca àquela base de dados. O nome Lophospermum nubiculum não aparece em Elisens (1985) e aparenta ser um erro ortográfico do nome Lophospermum nubicola (um sinónimo de Rhodochiton nubicola).

Referências

  1. ↑ a b c d e f g h Elisens, Wayne J. (1985), «Monograph of the Maurandyinae (Scrophulariaceae-Antirrhineae)», Systematic Botany Monographs, 5: 1–97, JSTOR 25027602, doi:10.2307/25027602 
  2. ↑ a b «IPNI Plant Name Query Results for Lophospermum», The International Plant Names Index, consultado em 12 de julho de 2014 
  3. ↑ a b Hyam, R. & Pankhurst, R.J. (1995), Plants and their names : a concise dictionary, ISBN 978-0-19-866189-4, Oxford: Oxford University Press, p. 195 
  4. ↑ Lofos® Lophospermum.
  5. ↑ Taylor, R. (1827), «Proceedings of Learned Societies: Linnaean Society», Philosophical Magazine and Journal, 68: 222 
  6. ↑ «Lophospermum physalodes», The Plant List, consultado em 12 de julho de 2014 
  7. ↑ a b Vargas, P; Rosselló, J.A.; Oyama, R. & Güemes, J. (2004), «Molecular evidence for naturalness of genera in the tribe Antirrhineae (Scrophulariaceae) and three independent evolutionary lineages from the New World and the Old», Plant Systematics and Evolution, 249 (3-4): 151–172, consultado em 11 de julho de 2014 
  8. ↑ «Lophospermum D.Don», Missouri Botanical Garden, Tropicos.org, consultado em 12 de julho de 2014 
  9. ↑ «Rhodochiton Zucc. ex Otto & A. Dietr.», Missouri Botanical Garden, Tropicos.org, consultado em 12 de julho de 2014 
  10. ↑ «Image – Lophospermum erubescens», Missouri Botanical Garden, Tropicos.org, consultado em 12 de julho de 2014 
  11. ↑ a b Ghebrehiwet, Medhanie; Bremer, Birgitta & Thulin, Mats Thulin (2000), «Phylogeny of the tribe Antirrhineae (Scrophulariaceae) based on morphological and ndhF sequence data», Plant Systematics and Evolution, 220 (3-4): 223–239, consultado em 12 de julho de 2014 
  12. ↑ a b c Vargas, Pablo; Valente, Luis M.; Blanco-Pastor, José Luis; Liberal, Isabel; Guzmán, Beatriz; Cano, Emilio; Forrest, Alan & Fernández-Mazuecos, Mario (2013), «Testing the biogeographical congruence of palaeofloras using molecular phylogenetics: snapdragons and the Madrean–Tethyan flora», Journal of Biogeography, 41 (5): 932–943, doi:10.1111/jbi.12253/full 
  13. ↑ «Search for "Lophospermum"», The Plant List, consultado em 9 de julho de 2014 

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