Parto humanizado: diferenças entre revisões
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O '''parto humanizado''' caracteriza-se por um conjunto de práticas e procedimentos que buscam readequar o processo de parto dentro de uma perspectiva menos medicalizada e hospitalar, entendendo tanto a mulher quanto o bebê numa visão mais humana e acolhedora. Nesta visão de parto, os protagonistas de todo o processo são a [[gestação|gestante]] e [[nascituro]] Sendo assim, tão importante quanto os procedimentos médicos também são entendidos como importantes a atenção e cuidado com a mãe e o filho que está nascendo. |
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No '''parto humanizado''' a protagonista é a [[gestação|gestante]] e seu [[nascituro|filho que está para nascer]]. Tão importante quanto os procedimentos médicos também é a atenção e cuidado com o delicado momento em que mãe e filho estão vivendo. Uma diferença marcante dessa nova forma de parto são os procedimentos, muitas vezes não necessários, de rotina usados nos hospitais como indução do parto, corte do períneo (episiotomia), uso de anestesia, raspagem dos [[pelo pubiano|pelos pubianos]], parto cirúrgico (ou [[cesariana]]). Esses e outros procedimentos são utilizados apenas quando a gestante e seu cuidador concordam na manobra a ser feita, isto é, a gestante participa ativamente do processo. |
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No Brasil, há um crescimento de profissionais de saúde e mulheres que adotam as práticas do parto humanizado<ref name=":0">{{citar web|url=https://ww2.ufpa.br/imprensa/noticia.php?cod=7580|titulo=Parto Humanizado recoloca a mulher no centro das atenções|data=11/05/2013|acessodata=13/09/2017|publicado=Universidade Federal da Bahia|ultimo=Fernandes|primeiro=Michelle}}</ref>. Uma diferença marcante dessa nova forma de parto é a recusa de alguns procedimentos de rotina usados nos hospitais, vistos como desnecessários (como indução do parto, corte do períneo (episiotomia), uso de anestesia, raspagem dos [[pelo pubiano|pelos pubianos]], parto cirúrgico (ou [[cesariana]]) etc.). Esses e outros procedimentos são utilizados apenas quando a gestante e seu cuidador dão seu consentimento, como preconiza uma [https://portal.cfm.org.br/images/Recomendacoes/1_2016.pdf recomendação do Conselho Federal de Medicina]<ref>{{Citar web|url=http://www.portal.cfm.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=20356:consentimento-informado-na-pratica-medica&catid=46|titulo=Consentimento informado na prática médica|acessodata=2017-09-13|obra=www.portal.cfm.org.br|ultimo=imprensa|primeiro=setor de|lingua=pt-br}}</ref>. |
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Antes, durante e após o parto a intervenção médica ocorre apenas quando a situação exige e não por praticidade. Como cada ser humano é único, com suas peculiaridades, o parto possui uma diversidade de situações muito grande. É tarefa do cuidador estar preparado para todas essas diversas possibilidades e agir conforme a gestante e o momento exigem. Por isso, no '''parto humanizado''' não existe um procedimento específico ou normas rígidas a serem adotadas. |
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O parto humanizado não se limita apenas ao momento do nascimento do bebê mas sim à todo processo da gestação, do nascimento e do pós-parto. Antes, durante e após o parto a intervenção médica ocorre pela demanda fisiológica da parturiente e do nascituro. No parto humanizado não existe um procedimento específico ou normas rígidas a serem adotadas, visto que cada ser humano é diferente, e portanto, cada situação clínica também é. |
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Há uma confusão de ideias sobre esse novo conceito no Brasil. Comumente os partos são encarados como procedimentos mecânicos ao invés de existir um respeito à individualidade da gestante. Pessoas e até médicos podem confundir erroneamente o termo parto humanizado como sinônimo de parto sem anestesia, parto na banheira, parto em domicílio etc. |
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Pessoas e até médicos podem confundir erroneamente o termo parto humanizado como sinônimo de parto sem anestesia, parto na banheira, parto em domicílio etc. Entretanto, as práticas de parto humanizado são entendidas como um conjunto de ações que individualizam a atenção à gestante e ao bebê em um aspecto mais humanizado e acolhedor. |
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O '''parto humanizado''' não se limita apenas ao momento do nascimento do bebê mas sim à todo processo da gestação, do nascimento e do pós-parto. |
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É importante ressaltar a necessidade de acompanhamento de profissionais de saúde habilitados em todo o processo. |
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== O parto no Brasil == |
== O parto no Brasil == |
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Boa parte dos nascimentos no Brasil (53,7%) ocorrem por [[cesárea]]. |
Boa parte dos nascimentos no Brasil (53,7%) ocorrem por [[cesárea]]<ref>{{Citar periódico|titulo=Cesariana: por que ela é uma epidemia no Brasil {{!}} VEJA.com|jornal=VEJA.com|url=http://veja.abril.com.br/saude/cesariana-por-que-ela-e-uma-epidemia-no-brasil/|idioma=pt-BR}}</ref>. |
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No entanto, por se tratar de um procedimento cirúrgico, a [[Organização Mundial de Saúde]] (OMS) recomenda que esses casos não ultrapassem 15%. Essa indicação se refere aos partos de risco, quando há situações como posição inadequada do feto (que permanece sentado ou atravessado mesmo após tentativas para mudá-lo de posição) e descolamento prematuro de placenta. |
No entanto, por se tratar de um procedimento cirúrgico, a [[Organização Mundial de Saúde]] (OMS) recomenda que esses casos não ultrapassem 15%<ref>OMS, Declaração da OMS sobre Taxas de Cesáreas<nowiki/>http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/161442/3/WHO_RHR_15.02_por.pdf</ref>. Essa indicação se refere aos partos de risco, quando há situações como posição inadequada do feto (que permanece sentado ou atravessado mesmo após tentativas para mudá-lo de posição) e descolamento prematuro de placenta. |
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=== Histórico da humanização do parto no Brasil === |
=== Histórico da humanização do parto no Brasil === |
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No Brasil existe há muitos anos uma crescente mobilização em favor da humanização dos partos. Recentemente, essa luta teve um novo reforço a partir do caso da mulher Adelir, que foi forçada a se submeter a uma cirurgia cesárea contra a sua vontade. Em protesto, foi organizado nacionalmente um conjunto de manifestações, chamado "[http://maternar.blogfolha.uol.com.br/2014/04/04/mulheres-fazem-protesto-apos-justica-obrigar-mae-a-fazer-cesarea/ Somos Todas Adelir]". |
No Brasil existe há muitos anos uma crescente mobilização em favor da humanização dos partos<ref>BRASIL, Ministério da Sáude, Caderno HumanizaSUS - Humanização do parto e do nascimento, Vol. 4, Brasília, 2014.http://www.redehumanizasus.net/sites/default/files/caderno_humanizasus_v4_humanizacao_parto.pdf</ref>. Recentemente, essa luta teve um novo reforço a partir do [http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2014/04/1434570-justica-do-rs-manda-gravida-fazer-cesariana-contra-sua-vontade.shtml caso da mulher Adelir], que foi forçada a se submeter a uma cirurgia cesárea contra a sua vontade. Em protesto, foi organizado nacionalmente um conjunto de manifestações, chamado "[http://maternar.blogfolha.uol.com.br/2014/04/04/mulheres-fazem-protesto-apos-justica-obrigar-mae-a-fazer-cesarea/ Somos Todas Adelir]". |
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== Cuidador == |
== Cuidador == |
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Idealmente, no parto humanizado, os seguintes profissionais participam do processo: |
Idealmente, no parto humanizado, os seguintes profissionais participam do processo: |
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* Doula |
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* Obstetriz ou enfermeira obstetra |
* [[Obstetriz|Obstetriz ou enfermeira obstetra]] |
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* Médico Ginecologista Obstetra |
* [[Ginecologia|Médico Ginecologista Obstetra]] |
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* Médico Anestesista |
* [[Médico anestesista|Médico Anestesista]] |
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* Médico Pediatra Neonatal |
* [[Pediatria|Médico Pediatra Neonatal]] |
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É comum se referir ao médico que adota o parto humanizado adicionando a palavra '''humanizado''' ou fim de sua especialidade. Portanto uma médica obstetra é chamada de médica obstetra humanizada. |
É comum se referir ao médico que adota o parto humanizado adicionando a palavra '''humanizado''' ou fim de sua especialidade. Portanto uma médica obstetra que adote as práticas de humanização do parto é chamada de médica obstetra humanizada. |
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Essa classificação |
Essa classificação serve apenas para deixar mais claro qual a filosofia e práticas adotadas no atendimento ao paciente e não para diminuir ou menosprezar outras formas de práticas médicas. |
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== Práticas do parto humanizado == |
== Práticas do parto humanizado == |
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Segundo a professora do Instituto de Ciências da Educação (ICED-UFPA) Edna Barreto, militante do [http://www.rehuna.org.br/index.php/quem-somos Movimento da Rede pela Humanização do Parto e Nascimento], afirma que “''o parto mais aconselhável é aquele que a mulher pode ter liberdade, pode fazer escolhas, é respeitada e está bem informada. Do ponto de vista da medicina baseada em evidências científicas, das boas práticas de atenção ao parto da Organização Mundial da Saúde (OMS) e dos protocolos de humanização do nascimento do Ministério da Saúde, o parto mais saudável para as mães e os bebês é o parto normal, sem intervenções desnecessárias''”<ref name=":0" />. |
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A seguir seguem uma relação dos cuidados adicionais que a gestante possui no parto humanizado. |
A seguir seguem uma relação dos cuidados adicionais que a gestante possui no parto humanizado. |
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==== Fortalecimento e alongamento do períneo ==== |
==== Fortalecimento e alongamento do períneo ==== |
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O períneo é um músculo que envolve a região da vagina e do ânus. Esse músculo é importante no parto normal pois ele deverá estar suficientemente alongado para a passagem do recém nascido. |
O [[períneo]] é um músculo que envolve a região da vagina e do ânus. Esse músculo é importante no processo de parto normal pois ele deverá estar suficientemente alongado para a passagem do recém nascido. |
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Na prática do parto humanizado são utilizados exercícios e massagens para preparar o períneo para o trabalho de parto, em oposição a práticas clínicas como por exemplo a [[episiotomia]]. |
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==== Estudo ==== |
==== Estudo ==== |
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Uma das práticas do parto humanizado consiste na busca pelo conhecimento do corpo e da anatomia da parturiente, além de trocas experiências e discussão sobre o momento do parto com outras mulheres. Grupos de discussão e ajuda mútua são utilizados para buscar maior segurança para a hora do parto. |
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Atualmente existem diversas obras bibliográficas à respeito do assunto. |
Atualmente existem diversas obras bibliográficas à respeito do assunto (ver ''Referências''). |
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Grupos de discussão podem ajudar a novas reflexões e dar maior segurança na hora do parto. |
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O parto em si, como acontecimento fisiológico é natural do ser humano, porém a ignorância dos detalhes desse momento pode levar a uma frustração da gestante. |
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=== Cuidados no momento do parto === |
=== Cuidados no momento do parto === |
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==== Anestesia ==== |
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Muitos partos humanizados não utilizam [[anestesia]]. Num parto comum hospitalar, é prática de rotina a parturiente receber um hormônio sintético para imitar a [[ocitocina]], substância que pode acelerar o processo de parto, chamado de indução. Uma das desvantagens desse hormônio sintético é o aumento da dor das contrações<ref name=":1">{{Citar periódico|ultimo=Leal|primeiro=Maria do Carmo|ultimo2=Pereira|primeiro2=Ana Paula Esteves|ultimo3=Domingues|primeiro3=Rosa Maria Soares Madeira|ultimo4=Filha|primeiro4=Mariza Miranda Theme|ultimo5=Dias|primeiro5=Marcos Augusto Bastos|ultimo6=Nakamura-Pereira|primeiro6=Marcos|ultimo7=Bastos|primeiro7=Maria Helena|ultimo8=Gama|primeiro8=Silvana Granado Nogueira da|ultimo9=Leal|primeiro9=Maria do Carmo|data=00/2014|titulo=Intervenções obstétricas durante o trabalho de parto e parto em mulheres brasileiras de risco habitual|jornal=Cadernos de Saúde Pública|volume=30|paginas=S17–S32|issn=0102-311X|doi=10.1590/0102-311x00151513|url=http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S0102-311X2014001300005&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt}}</ref>. Portanto, num parto no qual existe o uso da ocitocina artificial, é mais difícil a parturiente suportar a dor<ref name=":1" />. |
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Muitos partos humanizados não utilizam anestesia, por isso a gestante se conscientiza das possíveis dores e suas consequências que poderão surgir na hora do parto. |
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Num parto comum hospitalar, a parturiente recebe um hormônio sintético para imitar a ocitocina e acelerar o processo do parto, processo chamado de indução. Uma das desvantagens desse hormônio sintético é o aumento da dor. Por tanto, num parto no qual existe o uso da ocitocina artificial, é mais difícil a parturiente suportar a dor. |
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⚫ | Relatos mostram que apesar da ausência do uso da anestesia, a parturiente normalmente consegue suportar a dor. Tais relatos |
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==== Administração das dores e incômodos ==== |
==== Administração das dores e incômodos ==== |
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Em práticas humanizadas de parto a doula possui importante papel para ajudar a parturiente em técnicas não invasivas para diminuir a dor, como por exemplo: |
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* Banho de água quente |
* Banho de água quente |
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* Massagem |
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==== Tempo do parto ==== |
==== Tempo do parto ==== |
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Uma das principais preconizações do parto humanizado é o respeito o processo fisiológico da parturiente. Neste sentido, um parto humanizado pode levar diversas horas. Por isso, o acompanhamento pelo cuidador à parturiente é visto como essencial. |
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Parto humanizado não significa parto com muitas horas de trabalho de parto, mas que, caso necessário, a parturiente e o cuidador estarão preparados caso seja necessário esperar o momento adequado ao nascimento. |
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==== Corte do períneo (episiotomia) ==== |
==== Corte do períneo (episiotomia) ==== |
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O corte do períneo ocorre '''apenas quando''', após exame durante o trabalho de parto, o médico obstetra verifica que a passagem do bebê pelo períneo será prejudicada devido à um alongamento do mesmo insuficiente. |
O [[Episiotomia|corte do períneo]], ocorre '''apenas quando''', após exame durante o trabalho de parto, o médico obstetra verifica que a passagem do bebê pelo períneo será prejudicada devido à um alongamento do mesmo insuficiente. |
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Diferentemente dos partos em hospitais, |
Diferentemente dos partos em hospitais, o parto humanizado normalmente ocorre sem o corte do períneo<ref>{{Citar periódico|ultimo=Alexsandra|primeiro=Schneck, Camilla|ultimo2=Gonzalez|primeiro2=Riesco, Maria Luiza|data=2006|titulo=Intervenções no parto de mulheres atendidas em um centro de parto normal intra-hospitalar|jornal=Revista Mineira de Enfermagem|volume=10|numero=3|issn=1415-2762|url=http://www.reme.org.br/artigo/detalhes/413}}</ref>. |
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==== Ambiente da sala de parto ==== |
==== Ambiente da sala de parto ==== |
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Para criar uma atmosfera favorável para a parturiente e para o |
Para criar uma atmosfera favorável para a parturiente e para o nascituro, evita-se o uso excessivo de ar condicionado, de luzes fortes e barulhos. |
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O ambiente da sala de parto ideal se assemelha ao ambiente intrauterino do feto. |
O ambiente da sala de parto humanizado entendido como ideal se assemelha ao ambiente intrauterino do feto. |
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==== Corte do cordão umbilical ==== |
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Após o nascimento, o transporte dos últimos nutrientes, incluindo oxigênio e hormônios, levados da mãe para o bebê através do cordão são respeitados. O corte do [[cordão umbilical]] ocorre apenas depois que o pulsar do sangue no cordão se esgota. |
Após o nascimento, o transporte dos últimos nutrientes, incluindo oxigênio e hormônios, levados da mãe para o bebê através do cordão são respeitados. O corte do [[cordão umbilical]] ocorre apenas depois que o pulsar do sangue no cordão se esgota. |
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Segundo estudos mais recentes, se há pulsação de sangue no cordão umbilical, há atividade e, consequentemente, existe a entrega de nutrientes para o bebê mesmo que ele já esteja fora da barriga da mãe<ref>{{Citar periódico|ultimo=Isoyama|primeiro=Venâncio, Sonia|ultimo2=Bertazzi|primeiro2=Levy, Renata|ultimo3=Médici|primeiro3=Saldiva, Sílvia Regina Dias|ultimo4=Lenise|primeiro4=Mondini,|ultimo5=Porto|primeiro5=Alves, Maria Cecília Goi|ultimo6=Lum|primeiro6=Leung, Siu|data=2008|titulo=Efeitos do clampeamento tardio do cordão umbilical sobre os níveis de hemoglobina e ferritina em lactentes aos três meses de vida|jornal=Cad. saúde pública|volume=24|numero=supl.2|issn=0102-311X|url=http://bases.bireme.br/cgi-bin/wxislind.exe/iah/online/?IsisScript=iah/iah.xis&src=google&base=LILACS&lang=p&nextAction=lnk&exprSearch=487395&indexSearch=ID|idioma=pt}}</ref>. |
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Se há pulsação de sangue no cordão umbilical, há atividade e, consequentemente, existe a entrega de nutrientes para o bebê mesmo que ele já esteja fora da barriga da mãe. |
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=== Cuidados no pós parto === |
=== Cuidados no pós parto === |
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Após o nascimento do bebê o pediatra neonatal avalia a saúde do recém nascido e muitos dos procedimentos adotados comumente em hospitais são deixados de lado, como: |
Após o nascimento do bebê o pediatra neonatal avalia a saúde do recém nascido e muitos dos procedimentos adotados comumente em hospitais são deixados de lado, como: |
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* [[Colírio]] de [[nitrato de prata]] nos olhos do bebê; |
* [[Colírio]] de [[nitrato de prata]] nos olhos do bebê<ref>Bonilha, Ana Lúcia de Lourenzi. [http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/147944 Prevenção de oftalmia neonatal no nascimento : discussão para mudança da prática]. Escola de Enfermagem, UFRGS. Porto Alegre. 2016</ref>; |
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* Desobstrução das vias aéreas;<ref>{{Citar periódico|ultimo=Araujo|primeiro=Marcelle Campos|ultimo2=Nascimento|primeiro2=Maria Aparecida de Luca|ultimo3=Christoffel|primeiro3=Marialda Moreira|ultimo4=Antunes|primeiro4=Joice Cristina Pereira|ultimo5=Gomes|primeiro5=Aline Verônica de Oliveira|data=2010-09-23|titulo=Aspiração traqueal e dor: reações do recém-nascido pré-termo durante o cuidado - doi: 10.4025/cienccuidsaude.v9i2.8669|jornal=Ciência, Cuidado e Saúde|volume=9|numero=2|paginas=255–261|issn=1984-7513|doi=10.4025/cienccuidsaude.v9i2.8669|url=http://ojs.uem.br/ojs/index.php/CiencCuidSaude/article/view/8669|idioma=pt}}</ref> |
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* Injeção de vitamina K. |
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Conforme as [http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/secretarias/sas/saude-da-crianca-e-aleitamento-materno recomendações do Ministério da Saúde (Brasil)], a [[amamentação]] materna é incentivada e direcionada para existir de forma agradável e prazerosa entre a mãe e o bebê. |
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Revisão das 23h46min de 13 de setembro de 2017
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O parto humanizado caracteriza-se por um conjunto de práticas e procedimentos que buscam readequar o processo de parto dentro de uma perspectiva menos medicalizada e hospitalar, entendendo tanto a mulher quanto o bebê numa visão mais humana e acolhedora. Nesta visão de parto, os protagonistas de todo o processo são a gestante e nascituro Sendo assim, tão importante quanto os procedimentos médicos também são entendidos como importantes a atenção e cuidado com a mãe e o filho que está nascendo.
No Brasil, há um crescimento de profissionais de saúde e mulheres que adotam as práticas do parto humanizado[1]. Uma diferença marcante dessa nova forma de parto é a recusa de alguns procedimentos de rotina usados nos hospitais, vistos como desnecessários (como indução do parto, corte do períneo (episiotomia), uso de anestesia, raspagem dos pelos pubianos, parto cirúrgico (ou cesariana) etc.). Esses e outros procedimentos são utilizados apenas quando a gestante e seu cuidador dão seu consentimento, como preconiza uma recomendação do Conselho Federal de Medicina[2].
O papel de cuidador pode ser atuado pelo marido ou companheiro da gestante, doula e outros profissionais da área médica. Além do acolhimento físico, seu cuidador se preocupa e age ativamente no acolhimento emocional da gestante.
O parto humanizado não se limita apenas ao momento do nascimento do bebê mas sim à todo processo da gestação, do nascimento e do pós-parto. Antes, durante e após o parto a intervenção médica ocorre pela demanda fisiológica da parturiente e do nascituro. No parto humanizado não existe um procedimento específico ou normas rígidas a serem adotadas, visto que cada ser humano é diferente, e portanto, cada situação clínica também é.
Pessoas e até médicos podem confundir erroneamente o termo parto humanizado como sinônimo de parto sem anestesia, parto na banheira, parto em domicílio etc. Entretanto, as práticas de parto humanizado são entendidas como um conjunto de ações que individualizam a atenção à gestante e ao bebê em um aspecto mais humanizado e acolhedor.
É importante ressaltar a necessidade de acompanhamento de profissionais de saúde habilitados em todo o processo.
O parto no Brasil
Boa parte dos nascimentos no Brasil (53,7%) ocorrem por cesárea[3].
No entanto, por se tratar de um procedimento cirúrgico, a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que esses casos não ultrapassem 15%[4]. Essa indicação se refere aos partos de risco, quando há situações como posição inadequada do feto (que permanece sentado ou atravessado mesmo após tentativas para mudá-lo de posição) e descolamento prematuro de placenta.
Histórico da humanização do parto no Brasil
No Brasil existe há muitos anos uma crescente mobilização em favor da humanização dos partos[5]. Recentemente, essa luta teve um novo reforço a partir do caso da mulher Adelir, que foi forçada a se submeter a uma cirurgia cesárea contra a sua vontade. Em protesto, foi organizado nacionalmente um conjunto de manifestações, chamado "Somos Todas Adelir".
Cuidador
Idealmente, no parto humanizado, os seguintes profissionais participam do processo:
- Doula
- Obstetriz ou enfermeira obstetra
- Médico Ginecologista Obstetra
- Médico Anestesista
- Médico Pediatra Neonatal
É comum se referir ao médico que adota o parto humanizado adicionando a palavra humanizado ou fim de sua especialidade. Portanto uma médica obstetra que adote as práticas de humanização do parto é chamada de médica obstetra humanizada.
Essa classificação serve apenas para deixar mais claro qual a filosofia e práticas adotadas no atendimento ao paciente e não para diminuir ou menosprezar outras formas de práticas médicas.
Práticas do parto humanizado
Segundo a professora do Instituto de Ciências da Educação (ICED-UFPA) Edna Barreto, militante do Movimento da Rede pela Humanização do Parto e Nascimento, afirma que “o parto mais aconselhável é aquele que a mulher pode ter liberdade, pode fazer escolhas, é respeitada e está bem informada. Do ponto de vista da medicina baseada em evidências científicas, das boas práticas de atenção ao parto da Organização Mundial da Saúde (OMS) e dos protocolos de humanização do nascimento do Ministério da Saúde, o parto mais saudável para as mães e os bebês é o parto normal, sem intervenções desnecessárias”[1].
A seguir seguem uma relação dos cuidados adicionais que a gestante possui no parto humanizado.
Essa discriminação não é completa e visa apenas mostrar algumas das práticas adotadas no parto humanizado.
Cuidados no pré natal
Fortalecimento e alongamento do períneo
O períneo é um músculo que envolve a região da vagina e do ânus. Esse músculo é importante no processo de parto normal pois ele deverá estar suficientemente alongado para a passagem do recém nascido.
Na prática do parto humanizado são utilizados exercícios e massagens para preparar o períneo para o trabalho de parto, em oposição a práticas clínicas como por exemplo a episiotomia.
Estudo
Uma das práticas do parto humanizado consiste na busca pelo conhecimento do corpo e da anatomia da parturiente, além de trocas experiências e discussão sobre o momento do parto com outras mulheres. Grupos de discussão e ajuda mútua são utilizados para buscar maior segurança para a hora do parto.
Atualmente existem diversas obras bibliográficas à respeito do assunto (ver Referências).
Cuidados no momento do parto
Anestesia
Muitos partos humanizados não utilizam anestesia. Num parto comum hospitalar, é prática de rotina a parturiente receber um hormônio sintético para imitar a ocitocina, substância que pode acelerar o processo de parto, chamado de indução. Uma das desvantagens desse hormônio sintético é o aumento da dor das contrações[6]. Portanto, num parto no qual existe o uso da ocitocina artificial, é mais difícil a parturiente suportar a dor[6].
Relatos e pesquisas recentes mostram que apesar da ausência do uso da anestesia, a parturiente normalmente consegue suportar a dor. Tais relatos parecem demostrar que a parturiente pode contribuir anatomicamente de forma muito melhor no trabalho de parto sem o uso de fármacos anestésicos.
Administração das dores e incômodos
Em práticas humanizadas de parto a doula possui importante papel para ajudar a parturiente em técnicas não invasivas para diminuir a dor, como por exemplo:
- Banho de água quente
- Massagem
- Bolsa de água quente
- Posições corporais
- Conversa
Tempo do parto
Uma das principais preconizações do parto humanizado é o respeito o processo fisiológico da parturiente. Neste sentido, um parto humanizado pode levar diversas horas. Por isso, o acompanhamento pelo cuidador à parturiente é visto como essencial.
Corte do períneo (episiotomia)
O corte do períneo, ocorre apenas quando, após exame durante o trabalho de parto, o médico obstetra verifica que a passagem do bebê pelo períneo será prejudicada devido à um alongamento do mesmo insuficiente.
Diferentemente dos partos em hospitais, o parto humanizado normalmente ocorre sem o corte do períneo[7].
Ambiente da sala de parto
Para criar uma atmosfera favorável para a parturiente e para o nascituro, evita-se o uso excessivo de ar condicionado, de luzes fortes e barulhos.
O ambiente da sala de parto humanizado entendido como ideal se assemelha ao ambiente intrauterino do feto.
Corte do cordão umbilical
Após o nascimento, o transporte dos últimos nutrientes, incluindo oxigênio e hormônios, levados da mãe para o bebê através do cordão são respeitados. O corte do cordão umbilical ocorre apenas depois que o pulsar do sangue no cordão se esgota.
Segundo estudos mais recentes, se há pulsação de sangue no cordão umbilical, há atividade e, consequentemente, existe a entrega de nutrientes para o bebê mesmo que ele já esteja fora da barriga da mãe[8].
Cuidados no pós parto
Após o nascimento do bebê o pediatra neonatal avalia a saúde do recém nascido e muitos dos procedimentos adotados comumente em hospitais são deixados de lado, como:
- Colírio de nitrato de prata nos olhos do bebê[9];
- Desobstrução das vias aéreas;[10]
- Imediato teste do pezinho;
- Injeção de vitamina K.
Logo após o nascimento, o bebê preferencialmente fica no colo da mãe. E, passados alguns minutos, é incentivado o aleitamento materno.
Amamentação
Conforme as recomendações do Ministério da Saúde (Brasil), a amamentação materna é incentivada e direcionada para existir de forma agradável e prazerosa entre a mãe e o bebê.
Referências
- ↑ a b Fernandes, Michelle (11 de maio de 2013). «Parto Humanizado recoloca a mulher no centro das atenções». Universidade Federal da Bahia. Consultado em 13 de setembro de 2017
- ↑ imprensa, setor de. «Consentimento informado na prática médica». www.portal.cfm.org.br. Consultado em 13 de setembro de 2017
- ↑ «Cesariana: por que ela é uma epidemia no Brasil | VEJA.com». VEJA.com
- ↑ OMS, Declaração da OMS sobre Taxas de Cesáreashttp://apps.who.int/iris/bitstream/10665/161442/3/WHO_RHR_15.02_por.pdf
- ↑ BRASIL, Ministério da Sáude, Caderno HumanizaSUS - Humanização do parto e do nascimento, Vol. 4, Brasília, 2014.http://www.redehumanizasus.net/sites/default/files/caderno_humanizasus_v4_humanizacao_parto.pdf
- ↑ a b Leal, Maria do Carmo; Pereira, Ana Paula Esteves; Domingues, Rosa Maria Soares Madeira; Filha, Mariza Miranda Theme; Dias, Marcos Augusto Bastos; Nakamura-Pereira, Marcos; Bastos, Maria Helena; Gama, Silvana Granado Nogueira da; Leal, Maria do Carmo (00/2014). «Intervenções obstétricas durante o trabalho de parto e parto em mulheres brasileiras de risco habitual». Cadernos de Saúde Pública. 30: S17–S32. ISSN 0102-311X. doi:10.1590/0102-311x00151513 Verifique data em:
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