Narcolepsia: diferenças entre revisões

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{{Info/Patologia
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| Nome = Narcolepsia
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<!-- Definição e sintomas -->
'''Narcolepsia''' é uma condição [[neurologia|neurológica]] caracterizada por episódios irresistíveis de [[sono]] e em geral distúrbio do sono. É um tipo de [[dissonia]]. O sintoma mais expressivo é a "preguiça" e sonolência diurna excessiva, que deixa o paciente em perigo durante a realização de tarefas comuns, como conduzir, operar certos tipos de máquinas e outras acções que exigem concentração. Isso faz com que a pessoa passe a apresentar dificuldades no trabalho, na escola e, até mesmo, em casa.
'''Narcolepsia''' é uma [[Transtorno neurológico|perturbação neurológica]] [[doença crónica|crónica]] caracterizada pela diminuição da capacidade de regulação do [[ritmo circadiano|ritmo de sono e de despertar]].<ref name=NIH2016>{{cite web|title=Narcolepsy Fact Sheet|url=http://www.ninds.nih.gov/disorders/narcolepsy/detail_narcolepsy.htm|website=NINDS|series=NIH Publication No. 03-1637|author=<!--no byline-->|accessdate=19 August 2016|deadurl=no|archiveurl=https://web.archive.org/web/20160727232102/http://www.ninds.nih.gov/disorders/narcolepsy/detail_narcolepsy.htm|archivedate=27 July 2016|df=dmy-all}}</ref> O sintoma mais comum é sonolência excessiva durante o dia, que pode ocorrer a qualquer hora e geralmente dura de alguns segundos a alguns minutos.<ref name=NIH2016/> Cerca de 70% das pessoas afetadas também manifesta episódios de [[cataplexia]], uma perda súbita de força muscular.<ref name=NIH2016/> Os sintomas podem ser espoletados por emoções intensas.<ref name=NIH2016/> Ainda que de forma pouco comum, pode também ocorrer [[paralisia do sono]] ou [[Alucinação|alucinações]] ao adormecer ou acordar.<ref name=NIH2016/> As pessoas com narcolepsia tendem a [[Sono|dormir]] aproximadamente o mesmo número de horas que as restantes pessoas, embora a qualidade do sono tenda a ser pior.<ref name=NIH2016/>


<!-- Causa e diagnóstico -->
Na maioria dos casos, o problema é seguido de incompreensão familiar, de amigos, professores e patrões. A sonolência, geralmente, é confundida com uma situação normal, o que leva a uma dificuldade de diagnóstico. É comum portadores da narcolepsia passarem a vida inteira sem se darem conta que o seu quadro é motivado por uma doença, sendo tachados por todo esse tempo de preguiçosos e dorminhocos. No entanto, se o narcoléptico procurar ajuda especializada, vai descobrir que é vítima de um mal crônico, cujo tratamento é feito por meio de estimulantes e que se pode prolongar por toda a vida.
Desconhece-se a causa exata da narcolepsia, existindo diversas potenciais causas.<ref name=NIH2016/><ref name=NIH2016Short>{{cite web|title=Narcolepsy Information Page|url=https://www.ninds.nih.gov/Disorders/All-Disorders/Narcolepsy-Information-Page|website=NINDS|accessdate=7 January 2017|deadurl=no|archiveurl=https://web.archive.org/web/20170107171305/https://www.ninds.nih.gov/Disorders/All-Disorders/Narcolepsy-Information-Page|archivedate=7 January 2017|df=dmy-all}}</ref> Em cerca de 10% dos casos existem [[antecedentes familiares]] da condição.<ref name=NIH2016/> Nas pessoas com a condição é frequente observar-se baixos níveis do [[neuropeptídeo]] [[orexina]], o que pode ser devido a uma [[doença autoimune|perturbação autoimune]].<ref name=NIH2016/> Eventuais traumas, infeções, [[toxina]]s ou [[stresse|stresse psicológico]] podem também estar implicados.<ref name=NIH2016/> O diagnóstico geralmente baseia-se nos sinais e sintomas e em estudos de sono, depois de serem descartadas outras potenciais causas.<ref name=NIH2016/> A sonolência excessiva durante o dia pode também ser causada por outras condições que perturbam o sono, como [[apneia do sono]], [[depressão nervosa]], [[anemia]], [[insuficiência cardíaca]], consumo de álcool e não dormir horas suficientes.<ref name=NIH2016/> A cataplexia pode ser confundida com [[Epilepsia|ataques epilépticos]].<ref name=NIH2016/>


<!-- Tratamento -->
As manifestações da narcolepsia, principiando pela sonolência diurna excessiva, começam geralmente na [[adolescência]], quando piora, leva à procura médica à medida que os sintomas se agravam. A narcolepsia é um dos distúrbios do [[sono]] que pode trazer consequências individuais, sociais e econômicas graves.
Embora não exista cura, os sintomas podem ser atenuados mediante diversas alterações no estilo de vida e medicamentos.<ref name=NIH2016/> Entre as alterações no estilo de vida estão sestas curtas e regulares e medidas de [[higiene do sono]].<ref name=NIH2016/> Os medicamentos usados incluem [[modafinil]], [[oxibato de sódio]] e [[metilfenidato]].<ref name=NIH2016/> Embora os medicamentos sejam eficazes numa fase inicial, ao longo do tempo a pessoa pode desenvolver tolerância aos seus benefícios.<ref name=NIH2016/> A cataplexia pode ser melhorada com [[Antidepressivo tricíclico|antidepressivos tricíclicos]] e [[Inibidor seletivo de recaptação de serotonina|inibidores seletivos de recaptação de serotonina]].<ref name=NIH2016/>


<!-- Epidemiologia e história -->
== Causas ==
A doença afeta entre 0,2 e 600 em cada {{formatnum:100000}} pessoas.<ref name=Gos2016>{{cite book|last1=Goswami|first1=Meeta|last2=Thorpy|first2=Michael J.|last3=Pandi-Perumal|first3=S. R.|title=Narcolepsy: A Clinical Guide|date=2016|publisher=Springer|isbn=9783319237398|page=39|edition=2|url=https://books.google.ca/books?id=j4F-CwAAQBAJ&pg=PA39|language=en|deadurl=no|archiveurl=https://web.archive.org/web/20160823033451/https://books.google.ca/books?id=j4F-CwAAQBAJ&pg=PA39|archivedate=23 August 2016|df=dmy-all}}</ref> Na maior parte dos casos a condição tem início na infância,<ref name=NIH2016/> e afeta homens e mulheres em igual proporção.<ref name=NIH2016/> Caso não seja tratada, a narcolepsia aumenta o risco de [[Acidente rodoviário|acidentes de viação]] e de quedas.<ref name=NIH2016/> O termo "narcolepsia" foi usado pela primeira vez em 1880 por [[Jean-Baptiste-Édouard Gélineau]] e tem origem no grego νάρκη (''narkē''), significando "dormência" e λῆψις (''lepsis'') com o significado de "ataque".<ref name=Dic2010>{{cite web|last1=Harper|first1=Douglas|title=Narcolepsy|url=http://dictionary.reference.com/browse/Narcolepsy|website=Dictionary.com|publisher=Online Etymology Dictionary|accessdate=19 August 2016|date=2010|deadurl=no|archiveurl=https://web.archive.org/web/20131409432000/http://dictionary.reference.com/browse/narcolepsy|archivedate=8 September 2017|df=dmy-all}}</ref>


{{Referências}}
A causa da narcolepsia é o déficit do [[neurotransmissor]] denominado orexina no [[hipotálamo]]. O déficit deste neurotransmissor estimulante leva à sonolência excessiva. A orexina é também denominada de [[hipocretina]].


{{Portal3|Medicina}}
==Tratamento==

O tratamento da narcolepsia pode ser feito com medicamentos [[estimulantes]] ([[Simpaticomiméticos]]) para manter os narcolépticos acordados, incluindo a [[anfetamina]] e seus derivados como o [[metilfenidato]]. Por ser uma doença de longa duração, o tratamento inclui também a orientação dos pacientes e familiares.

==História==

A palavra Narcolepsia vem do grego ''nárke'' = narco, estupor, sonolência + ''lepsis'' = lepsia, crise) é o desejo incontrolável de dormir ou as crises repentinas de sono. Esta palavra - narcolepsia - foi cunhada por Gelineau (1880), caracterizando esta doença crônica.

* 1877 Primeira descrição na literatura médica por Westphall.
* 1880 Gelineau denominou o distúrbio de narcolepsia.
* 1902 Lowenfeld usou o termo cataplexia.
* 1935 Uso de anfetaminas no tratamento da narcolepsia.
* 1960 Descrições dos períodos [[REM (sono)|REM]] anormais em narcolepsia.
* 1970 Descrições do Teste das Latências Múltiplas do Sono.
* 1973 Primeiros relatos sobre narcolepsia em cães.
* 1998 Identificação de orexina (hipocretina) no [[hipotálamo]].
* 1999 Identificação de mutações dos receptores de hipocretina como causa de narcolepsia em cães e ratos.
* 2000 Narcolepsia humana é associada com deficiência de hipocretina.

==Em outros animais==

A narcolepsia é encontrada nas raças [[Dobermann]], [[Golden Retriever]], [[Retriever do Labrador|Labrador]], [[Poodle]], [[Beagle]] e [[Dachshund]]. É evidente o caráter genético em familiares de cães da raça Doberman com narcolepsia. A narcolepsia canina parece estar associada a um gene autossômico com penetrância incompleta denominado ''canarc-1''. O estudo deste modelo animal é importante para a compreensão da narcolepsia humana, devido à semelhança na sintomatologia e no tratamento.


[[Categoria:Distúrbios do sono]]
[[Categoria:Distúrbios do sono]]

Revisão das 15h50min de 11 de janeiro de 2018

Narcolepsia
Narcolepsia
A concentração de neuropeptídeos de orexina-A no líquido cefalorraquidiano das pessoas com narcolepsia é geralmente muito baixa
Especialidade Medicina do sono
Sintomas Sonolência excessiva durante o dia de segundos a minutos, perda súbita de força muscular[1]
Complicações Acidentes de viação, quedas[1]
Início habitual Infância[1]
Duração Crónica[1]
Causas Desconhecidas[1]
Fatores de risco Antecedentes familiares[1]
Método de diagnóstico Baseado nos sinais e sintomas e estudos de sono[1]
Condições semelhantes Apneia do sono, depressão nervosa, anemia, insuficiência cardíaca, consumo de álcool, falta de sono[1]
Tratamento Sestas curtas e regulares, higiene do sono[1]
Medicação Modafinil, oxibato de sódio, metilfenidato[1]
Frequência 0,2 a 600 em cada 100 000[2]
Classificação e recursos externos
CID-10 G47.4
CID-9 347
CID-11 1201727099
OMIM 161400
DiseasesDB 8801
MedlinePlus 000802
eMedicine neuro/522
MeSH D009290
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Narcolepsia é uma perturbação neurológica crónica caracterizada pela diminuição da capacidade de regulação do ritmo de sono e de despertar.[1] O sintoma mais comum é sonolência excessiva durante o dia, que pode ocorrer a qualquer hora e geralmente dura de alguns segundos a alguns minutos.[1] Cerca de 70% das pessoas afetadas também manifesta episódios de cataplexia, uma perda súbita de força muscular.[1] Os sintomas podem ser espoletados por emoções intensas.[1] Ainda que de forma pouco comum, pode também ocorrer paralisia do sono ou alucinações ao adormecer ou acordar.[1] As pessoas com narcolepsia tendem a dormir aproximadamente o mesmo número de horas que as restantes pessoas, embora a qualidade do sono tenda a ser pior.[1]

Desconhece-se a causa exata da narcolepsia, existindo diversas potenciais causas.[1][3] Em cerca de 10% dos casos existem antecedentes familiares da condição.[1] Nas pessoas com a condição é frequente observar-se baixos níveis do neuropeptídeo orexina, o que pode ser devido a uma perturbação autoimune.[1] Eventuais traumas, infeções, toxinas ou stresse psicológico podem também estar implicados.[1] O diagnóstico geralmente baseia-se nos sinais e sintomas e em estudos de sono, depois de serem descartadas outras potenciais causas.[1] A sonolência excessiva durante o dia pode também ser causada por outras condições que perturbam o sono, como apneia do sono, depressão nervosa, anemia, insuficiência cardíaca, consumo de álcool e não dormir horas suficientes.[1] A cataplexia pode ser confundida com ataques epilépticos.[1]

Embora não exista cura, os sintomas podem ser atenuados mediante diversas alterações no estilo de vida e medicamentos.[1] Entre as alterações no estilo de vida estão sestas curtas e regulares e medidas de higiene do sono.[1] Os medicamentos usados incluem modafinil, oxibato de sódio e metilfenidato.[1] Embora os medicamentos sejam eficazes numa fase inicial, ao longo do tempo a pessoa pode desenvolver tolerância aos seus benefícios.[1] A cataplexia pode ser melhorada com antidepressivos tricíclicos e inibidores seletivos de recaptação de serotonina.[1]

A doença afeta entre 0,2 e 600 em cada 100 000 pessoas.[2] Na maior parte dos casos a condição tem início na infância,[1] e afeta homens e mulheres em igual proporção.[1] Caso não seja tratada, a narcolepsia aumenta o risco de acidentes de viação e de quedas.[1] O termo "narcolepsia" foi usado pela primeira vez em 1880 por Jean-Baptiste-Édouard Gélineau e tem origem no grego νάρκη (narkē), significando "dormência" e λῆψις (lepsis) com o significado de "ataque".[4]

Referências

  1. a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u v w x y z aa ab ac ad ae «Narcolepsy Fact Sheet». NINDS. NIH Publication No. 03-1637. Consultado em 19 August 2016. Cópia arquivada em 27 July 2016  Verifique data em: |acessodata=, |arquivodata= (ajuda)
  2. a b Goswami, Meeta; Thorpy, Michael J.; Pandi-Perumal, S. R. (2016). Narcolepsy: A Clinical Guide (em inglês) 2 ed. [S.l.]: Springer. p. 39. ISBN 9783319237398. Cópia arquivada em 23 August 2016  Verifique data em: |arquivodata= (ajuda)
  3. «Narcolepsy Information Page». NINDS. Consultado em 7 January 2017. Cópia arquivada em 7 January 2017  Verifique data em: |acessodata=, |arquivodata= (ajuda)
  4. Harper, Douglas (2010). «Narcolepsy». Dictionary.com. Online Etymology Dictionary. Consultado em 19 August 2016. Cópia arquivada em 8 September 2017  Verifique data em: |acessodata=, |arquivodata= (ajuda)