Zenóbia: diferenças entre revisões
Linha 33: | Linha 33: | ||
Zenóbia era culta e promoveu um ambiente intelectual em sua corte, aberto a acadêmicos e filósofos. Era tolerante com seus súditos e protegia as minorias religiosas. A rainha manteve uma administração estável, governando um império multiétnico e multicultural. Ela morreu depois de 274 e muitos contos foram registrados sobre seu destino. Sua ascensão e queda inspiraram historiadores, artistas e romancistas, e ela é uma heroína nacional na Síria. |
Zenóbia era culta e promoveu um ambiente intelectual em sua corte, aberto a acadêmicos e filósofos. Era tolerante com seus súditos e protegia as minorias religiosas. A rainha manteve uma administração estável, governando um império multiétnico e multicultural. Ela morreu depois de 274 e muitos contos foram registrados sobre seu destino. Sua ascensão e queda inspiraram historiadores, artistas e romancistas, e ela é uma heroína nacional na Síria. |
||
== Nome e aparência == |
|||
{{Citação2|bq=s|cinza=s| |
|||
1=Sua face era negra e de tom escuro, seus olhos eram negros e poderosos além do habitual afeito, seu espírito era divinamente grande, e sua beleza incrível. Tão brancos eram seus dentes que vários achavam que tinha pérolas no lugar dos dentes. |
|||
|2= ''[[História Augusta]]''{{sfn|Dodgeon|2002|p=73}}}} |
|||
Zenóbia nasceu ca. 240/241.{{sfn|Southern|2008|p=3; 173}} Portava o gentilício (sobrenome) Sétima{{ref label2|a}}{{sfn|Sartre|2005|p=551}} e seu nome palmireno era Bate-Zabai (''Bat-Zabbai'', escrito ''Btzby'' no [[alfabeto palmireno]];{{sfn|Edwell|2007|p=230}} era [[língua aramaica|aramaico]] para "Filha de Zabai").{{sfn|name=St2|Stoneman|1994|p=2}} Em [[língua grega|grego]] — a segunda língua e língua diplomática de Palmira, usada em muitas inscrições palmirenas — usou o nome Zenóbia ("aquela cuja vida deriva de [[Zeus]]").{{sfn|Weldon|2008|p=106}} O historiador do {{séc|IX}} [[Tabari]], num relato sobretudo ficcional,{{sfn|Millar|1993|p=433}} escreveu que o nome da rainha era Naila Alzaba (''Na'ila al-Zabba'').{{sfn|Powers|2010|p=148}} Em fontes [[maniqueísmo|maniqueístas]], sobretudo textos em [[língua sogdiana|sogdiano]] do [[oásis de Turpam]] reunidos na série ''Berliner Turfantexte'' (1971),{{sfn|Lieu|1998|p=37}} chamava-se "Tadi".<ref name=St2 /> |
|||
== Notas == |
|||
{{note label2|a|"Sétimo" era o gentilício da família de [[Odenato]], adotado como expressão dw lealdade à reinante [[dinastia severiana]] do [[Império Romano]],{{sfn|Shahîd|1995|p=296}} cujo [[imperador romano|imperador]] [[Sétimo Severo]] conferiu a sua família cidadania romana no final do {{séc|II}}.{{sfn|Matyszak|2008|p=244}}}} |
|||
{{referências|col=2}} |
|||
⚫ | |||
⚫ | |||
* {{Citar livro|sobrenome=Dodgeon|nome=Michael H.|coautor=Lieu, Samuel N. C.|título=The Roman Eastern Frontier and the Persian Wars (Part I, 226–363 AD)|ano=2002|local=Londres|editora=Routledge|isbn=0-415-00342-3|ref=harv}} |
|||
* {{Citar livro|sobrenome=Edwell|nome=Peter|ano=2007|título=Between Rome and Persia: The Middle Euphrates, Mesopotamia and Palmyra Under Roman Control| local=Londres e Nova Iorque|editora=Routledge|isbn=978-1-134-09573-5|ref=harv}} |
|||
* {{Citar periódico|sobrenome=Lieu|nome=Samuel N. C.|ano=1998|editor=Emmel, Stephen; Klimkeit, Hans-Joachim|título=Manichaeism in Central Asia and China. |jornal=Nag Hammadi and Manichaean Studies|volume=45|editora=Brill|local=Leida|issn=0929-2470|ref=harv}} |
|||
* {{Citar livro|sobrenome=Martindale|nome=J. R.|coautor=A. H. M. Jones|título=The Prosopography of the Later Roman Empire, Vol. I AD 260-395|editora= Cambridge University Press|ano=1971|capítulo=Septimius Herodianus 3|local=Cambridge e Nova Iorque|ref=harv}} |
|||
* {{Citar livro|sobrenome=Matyszak|nome=Philip|coautor=Berry, Joanne|ano=2008|título=Lives of the Romans|editora=Thames & Hudson|local=Londres|isbn=978-0-500-25144-7|ref=harv}} |
|||
* {{Citar livro|sobrenome=Millar|nome=Fergus|ano=1993|título=The Roman Near East, 31 B.C.-A.D. 337|local=Cambrígia|editora=Harvard University Press|isbn= 978-0-674-77886-3|ref=harv}} |
|||
* {{Citar livro|sobrenome=Powers|nome=David S.|ano=2010|capítulo=Demonizing Zenobia: The legend of al-Zabbā in Islamic Sources|editor=Roxani, Eleni Margariti; Sabra, Adam; Sijpesteijn, Petra|título=Histories of the Middle East: Studies in Middle Eastern Society, Economy and Law in Honor of A.L. Udovitch|local=Leida|editora=Brill|isbn=978-90-04-18427-5|ref=harv}} |
|||
* {{Citar livro|sobrenome=Sartre|nome=Maurice|título=The Cambridge Ancient History XII - The Crisis of Empire AD 193-337|ano=2005|capítulo=The Arabs and the desert peoples|editor=Bowman, Alan K.; Garnsey, Peter; Cameron, Averil|local=Cambrígia|editora=Cambridge University Press|ref=harv}} |
|||
* {{Citar livro|sobrenome=Shahîd|nome=Irfan|título=Byzantium and the Arabs in the Sixth Century|local=Washington|editora=Dumbarton Oaks|ano=1995|isbn=978-0-88402-214-5|ref=harv}} |
|||
* {{Citar livro|sobrenome=Southern|nome=Pat|título=Empress Zenobia Palmyra’s Rebel Queen|editora=Continuum|ano=2008|local=Londres e Nova Iorque|ref=harv}} |
|||
* {{Citar livro|sobrenome=Stoneman|nome=Richard|título=Palmyra and Its Empire: Zenobia's Revolt Against Rome|editora=University of Michigan Press|local= Ann Arbor|ano=1994|ref=harv}} |
|||
* {{Citar livro|sobrenome=Weldon|nome=Roberta|ano=2008|título=Hawthorne, Gender, and Death: Christianity and Its Discontents|editora=Palgrave Macmillan| local=Londres|isbn=978-0-230-61208-2|ref=harv}} |
|||
⚫ | |||
<!-- |
|||
== Família e primeiros anos == |
== Família e primeiros anos == |
||
Linha 93: | Linha 140: | ||
* ''[[:File:Herbert Schmalz-Zenobia.jpg|Rainha Zenóbia contempla Palmira pela Última Vez]]'', de [[Herbert Schmalz]] |
* ''[[:File:Herbert Schmalz-Zenobia.jpg|Rainha Zenóbia contempla Palmira pela Última Vez]]'', de [[Herbert Schmalz]] |
||
{{clear}} |
{{clear}} |
||
== Ver também == |
|||
{{s-start}} |
|||
{{s-reg}} |
|||
{{s-bef|antes=[[Odenato]]}} |
|||
{{s-ttl|titulo=[[Império de Palmira|Imperadores de Palmira]]|anos=266/267—274|regente1=[[Vabalato]]|anos1=266/267—274}} |
|||
{{s-non|reason=Reunido ao [[Império Romano]]}} |
|||
{{end}} |
|||
{{Referências|col=2}} |
{{Referências|col=2}} |
||
⚫ | |||
{{Refbegin|2}} |
|||
* {{citar livro|título=Rome in the East: The Transformation of an Empire.|primeiro1 =Warwick|último1 =Ball|edição=Illustrated, reprint|publicado=Routledge|ano=2001|isbn=9780415243575}} |
|||
* {{citar livro|título=Arab Nationalism - a History: Nation and State in the Arab World.|primeiro1 =Youssef M.|último1 =Choueiri|edição=Illustrated|publicado=Wiley-Blackwell|ano=2000|isbn=9780631217299}} |
|||
* {{citar livro|título=Palmyra and its Empire: Zenobia's Revolt against Rome.|primeiro1 =Richard|último1 =Stoneman|edição=Reprint, illustrated|publicado=University of Michigan Press|ano=1995|ISBN=0472083155}} |
|||
* {{citar livro|título=Man and Woman, War and Peace: the Strategist's Companion.|primeiro1 =Anthony|último1 =Wilden|edição=Illustrated|publicado=Routledge|ano=1987|isbn=9780710098672}} |
|||
* ''[[Scriptores Historiae Augustae]]'', ''[[História Augusta]]'' |
|||
* [http://oll.libertyfund.org/?option=com_staticxt&staticfile=show.php%3Ftitle=1228&chapter=99386&layout=html&Itemid=27 The Monkes Tale – Geoffrey Chaucer] |
|||
* ''Zenobia of Palmyra''. Agnes Carr Vaughn, 1967, Garden City, NY: Doubleday & Company, Inc. |
|||
* ''Zenobia of Palmyra: History, Myth and the Neo-Classical Imagination'', [[Rex Winsbury]], 2010, Duckworth, ISBN 978-0-7156-3853-8 |
|||
⚫ | |||
== Ligações externas== |
== Ligações externas== |
||
{{Wikiquote|Zenobia}} |
{{Wikiquote|Zenobia}} |
||
{{Commons|Zenobia}} |
{{Commons|Zenobia}} |
||
⚫ | |||
* {{citar web|url = http://www.mainlesson.com/display.php?author=morris&book=greek&story=zenobia| título = Zenobia and Longinus| língua = inglês}} |
|||
* {{citar web|url = http://www.roman-emperors.org/zenobia.htm| título = Vaballathus and Zenobia| publicado = Roman Emperors| língua = inglês}} |
|||
* {{citar web|url = http://www.livius.org/paa-pam/palmyra/zenobia.html| título = Zenobia: empress of Palmyra (267–272)| publicado = Livius.org| língua = inglês}} |
|||
{{refend}} |
|||
{{Portal3|Biografias|Mulheres|História|Síria}} |
{{Portal3|Biografias|Mulheres|História|Síria}} |
||
{{controle de autoridade}} |
{{controle de autoridade}} |
||
Revisão das 20h35min de 11 de setembro de 2018
Este artigo ou seção está em processo de expansão ou reestruturação durante um curto período. |
Zenóbia | |
---|---|
Zenóbia como Augusta (imperatriz) no observo de um antoniniano (272) | |
Rainha consorte de Palmira | |
Reinado | 260-267 |
Antecessor(a) | Título criado |
Sucessor(a) | Ninguém |
Rainha-mãe de Palmira | |
Reinado | 267-272 |
Predecessor(a) | Título criado |
Sucessor(a) | Ninguém |
Rainha do Egito | |
Reinado | 270-272 |
Predecessor(a) | Título criado |
Sucessor(a) | Ninguém |
Imperatriz de Palmira | |
Reinado | 272 |
Predecessor(a) | Título criado |
Sucessor(a) | Ninguém |
Nascimento | ca. 240 |
Palmira, Síria | |
Morte | Após 274 |
Cônjuge | Odenato |
Filho(s) | Heranes II Vabalato Sétimo Antíoco Timolau (?) Duas filhas |
Religião | Paganismo palmireno |
Zenóbia (em grego: Ζηνοβία; romaniz.: Zēnobía; em palmireno: , Btzby; em aramaico: בת זבי; romaniz.: Bat-Zabbai; em árabe: الزباء; romaniz.: al-Zabbā’; ca. 240 - após 274) foi uma rainha do século III do Império de Palmira. Muitas lendas cercam sua ancestralidade; provavelmente não era uma comum e se casou com o governante da cidade, Odenato (r. 252–267). Seu marido tornou-se rei em 260, elevando Palmira ao poder supremo no Oriente Próximo ao derrotar o Império Sassânida e restabelecer a fronteira oriental do Império Romano. Após o assassinato de Odenato em 267, Zenóbia tornou-se regente de seu filho Vabalato e manteve, de facto, o poder por todo seu reinado.
Em 270, lançou uma invasão que trouxe boa parte o oriente romano sob seu controle e culminou na anexação do Egito. Em meados de 271, seu reino se estendeu de Ancira, na Anatólia Central, ao sul do Egito, mas permaneceu nominalmente subordinada a Roma. Porém, em reação a campanha do imperador Aureliano (r. 270–275) em 272, Zenóbia declarou seu filho imperador e assumiu o título de imperatriz (declarando a secessão de Palmira em relação a Roma). Os romanos vencem após pesada luta; a rainha foi sitiada em sua capital e capturada por Aureliano, que exilou-a para Roma onde ficou o resto de sua vida.
Zenóbia era culta e promoveu um ambiente intelectual em sua corte, aberto a acadêmicos e filósofos. Era tolerante com seus súditos e protegia as minorias religiosas. A rainha manteve uma administração estável, governando um império multiétnico e multicultural. Ela morreu depois de 274 e muitos contos foram registrados sobre seu destino. Sua ascensão e queda inspiraram historiadores, artistas e romancistas, e ela é uma heroína nacional na Síria.
Nome e aparência
“ | Sua face era negra e de tom escuro, seus olhos eram negros e poderosos além do habitual afeito, seu espírito era divinamente grande, e sua beleza incrível. Tão brancos eram seus dentes que vários achavam que tinha pérolas no lugar dos dentes. | ” |
Zenóbia nasceu ca. 240/241.[2] Portava o gentilício (sobrenome) Sétima[a][3] e seu nome palmireno era Bate-Zabai (Bat-Zabbai, escrito Btzby no alfabeto palmireno;[4] era aramaico para "Filha de Zabai").[5] Em grego — a segunda língua e língua diplomática de Palmira, usada em muitas inscrições palmirenas — usou o nome Zenóbia ("aquela cuja vida deriva de Zeus").[6] O historiador do século IX Tabari, num relato sobretudo ficcional,[7] escreveu que o nome da rainha era Naila Alzaba (Na'ila al-Zabba).[8] Em fontes maniqueístas, sobretudo textos em sogdiano do oásis de Turpam reunidos na série Berliner Turfantexte (1971),[9] chamava-se "Tadi".[5]
Notas
- [a] ^ "Sétimo" era o gentilício da família de Odenato, adotado como expressão dw lealdade à reinante dinastia severiana do Império Romano,[10] cujo imperador Sétimo Severo conferiu a sua família cidadania romana no final do século II.[11]
Referências
- ↑ Dodgeon 2002, p. 73.
- ↑ Southern 2008, p. 3; 173.
- ↑ Sartre 2005, p. 551.
- ↑ Edwell 2007, p. 230.
- ↑ a b Stoneman 1994, p. 2.
- ↑ Weldon 2008, p. 106.
- ↑ Millar 1993, p. 433.
- ↑ Powers 2010, p. 148.
- ↑ Lieu 1998, p. 37.
- ↑ Shahîd 1995, p. 296.
- ↑ Matyszak 2008, p. 244.
Bibliografia
- Dodgeon, Michael H.; Lieu, Samuel N. C. (2002). The Roman Eastern Frontier and the Persian Wars (Part I, 226–363 AD). Londres: Routledge. ISBN 0-415-00342-3
- Edwell, Peter (2007). Between Rome and Persia: The Middle Euphrates, Mesopotamia and Palmyra Under Roman Control. Londres e Nova Iorque: Routledge. ISBN 978-1-134-09573-5
- Lieu, Samuel N. C. (1998). Emmel, Stephen; Klimkeit, Hans-Joachim, ed. «Manichaeism in Central Asia and China.». Leida: Brill. Nag Hammadi and Manichaean Studies. 45. ISSN 0929-2470
- Martindale, J. R.; A. H. M. Jones (1971). «Septimius Herodianus 3». The Prosopography of the Later Roman Empire, Vol. I AD 260-395. Cambridge e Nova Iorque: Cambridge University Press
- Matyszak, Philip; Berry, Joanne (2008). Lives of the Romans. Londres: Thames & Hudson. ISBN 978-0-500-25144-7
- Millar, Fergus (1993). The Roman Near East, 31 B.C.-A.D. 337. Cambrígia: Harvard University Press. ISBN 978-0-674-77886-3
- Powers, David S. (2010). «Demonizing Zenobia: The legend of al-Zabbā in Islamic Sources». In: Roxani, Eleni Margariti; Sabra, Adam; Sijpesteijn, Petra. Histories of the Middle East: Studies in Middle Eastern Society, Economy and Law in Honor of A.L. Udovitch. Leida: Brill. ISBN 978-90-04-18427-5
- Sartre, Maurice (2005). «The Arabs and the desert peoples». In: Bowman, Alan K.; Garnsey, Peter; Cameron, Averil. The Cambridge Ancient History XII - The Crisis of Empire AD 193-337. Cambrígia: Cambridge University Press
- Shahîd, Irfan (1995). Byzantium and the Arabs in the Sixth Century. Washington: Dumbarton Oaks. ISBN 978-0-88402-214-5
- Southern, Pat (2008). Empress Zenobia Palmyra’s Rebel Queen. Londres e Nova Iorque: Continuum
- Stoneman, Richard (1994). Palmyra and Its Empire: Zenobia's Revolt Against Rome. Ann Arbor: University of Michigan Press
- Weldon, Roberta (2008). Hawthorne, Gender, and Death: Christianity and Its Discontents. Londres: Palgrave Macmillan. ISBN 978-0-230-61208-2