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Zenóbia: diferenças entre revisões

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Zenóbia era culta e promoveu um ambiente intelectual em sua corte, aberto a acadêmicos e filósofos. Era tolerante com seus súditos e protegia as minorias religiosas. A rainha manteve uma administração estável, governando um império multiétnico e multicultural. Ela morreu depois de 274 e muitos contos foram registrados sobre seu destino. Sua ascensão e queda inspiraram historiadores, artistas e romancistas, e ela é uma heroína nacional na Síria.
Zenóbia era culta e promoveu um ambiente intelectual em sua corte, aberto a acadêmicos e filósofos. Era tolerante com seus súditos e protegia as minorias religiosas. A rainha manteve uma administração estável, governando um império multiétnico e multicultural. Ela morreu depois de 274 e muitos contos foram registrados sobre seu destino. Sua ascensão e queda inspiraram historiadores, artistas e romancistas, e ela é uma heroína nacional na Síria.

== Nome e aparência ==

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== Bibliografia ==

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* {{Citar livro|sobrenome=Matyszak|nome=Philip|coautor=Berry, Joanne|ano=2008|título=Lives of the Romans|editora=Thames & Hudson|local=Londres|isbn=978-0-500-25144-7|ref=harv}}

* {{Citar livro|sobrenome=Millar|nome=Fergus|ano=1993|título=The Roman Near East, 31 B.C.-A.D. 337|local=Cambrígia|editora=Harvard University Press|isbn= 978-0-674-77886-3|ref=harv}}

* {{Citar livro|sobrenome=Powers|nome=David S.|ano=2010|capítulo=Demonizing Zenobia: The legend of al-Zabbā in Islamic Sources|editor=Roxani, Eleni Margariti; Sabra, Adam; Sijpesteijn, Petra|título=Histories of the Middle East: Studies in Middle Eastern Society, Economy and Law in Honor of A.L. Udovitch|local=Leida|editora=Brill|isbn=978-90-04-18427-5|ref=harv}}

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== Família e primeiros anos ==
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* ''[[:File:Herbert Schmalz-Zenobia.jpg|Rainha Zenóbia contempla Palmira pela Última Vez]]'', de [[Herbert Schmalz]]
* ''[[:File:Herbert Schmalz-Zenobia.jpg|Rainha Zenóbia contempla Palmira pela Última Vez]]'', de [[Herbert Schmalz]]
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== Bibliografia ==
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* {{citar livro|título=Rome in the East: The Transformation of an Empire.|primeiro1 =Warwick|último1 =Ball|edição=Illustrated, reprint|publicado=Routledge|ano=2001|isbn=9780415243575}}
* {{citar livro|título=Arab Nationalism - a History: Nation and State in the Arab World.|primeiro1 =Youssef M.|último1 =Choueiri|edição=Illustrated|publicado=Wiley-Blackwell|ano=2000|isbn=9780631217299}}
* {{citar livro|título=Palmyra and its Empire: Zenobia's Revolt against Rome.|primeiro1 =Richard|último1 =Stoneman|edição=Reprint, illustrated|publicado=University of Michigan Press|ano=1995|ISBN=0472083155}}
* {{citar livro|título=Man and Woman, War and Peace: the Strategist's Companion.|primeiro1 =Anthony|último1 =Wilden|edição=Illustrated|publicado=Routledge|ano=1987|isbn=9780710098672}}
* ''[[Scriptores Historiae Augustae]]'', ''[[História Augusta]]''
* [http://oll.libertyfund.org/?option=com_staticxt&staticfile=show.php%3Ftitle=1228&chapter=99386&layout=html&Itemid=27 The Monkes Tale – Geoffrey Chaucer]
* ''Zenobia of Palmyra''. Agnes Carr Vaughn, 1967, Garden City, NY: Doubleday & Company, Inc.
* ''Zenobia of Palmyra: History, Myth and the Neo-Classical Imagination'', [[Rex Winsbury]], 2010, Duckworth, ISBN 978-0-7156-3853-8
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== Ligações externas==
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* {{citar web|url = http://www.mainlesson.com/display.php?author=morris&book=greek&story=zenobia| título = Zenobia and Longinus| língua = inglês}}
* {{citar web|url = http://www.roman-emperors.org/zenobia.htm| título = Vaballathus and Zenobia| publicado = Roman Emperors| língua = inglês}}
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Revisão das 20h35min de 11 de setembro de 2018

Zenóbia
Zenóbia
Zenóbia como Augusta (imperatriz) no observo de um antoniniano (272)
Rainha consorte de Palmira
Reinado 260-267
Antecessor(a) Título criado
Sucessor(a) Ninguém
Rainha-mãe de Palmira
Reinado 267-272
Predecessor(a) Título criado
Sucessor(a) Ninguém
Rainha do Egito
Reinado 270-272
Predecessor(a) Título criado
Sucessor(a) Ninguém
Imperatriz de Palmira
Reinado 272
Predecessor(a) Título criado
Sucessor(a) Ninguém
 
Nascimento ca. 240
  Palmira, Síria
Morte Após 274
Cônjuge Odenato
Filho(s) Heranes II
Vabalato
Sétimo Antíoco
Timolau (?)
Duas filhas
Religião Paganismo palmireno

Zenóbia (em grego: Ζηνοβία; romaniz.: Zēnobía; em palmireno: , Btzby; em aramaico: בת זבי; romaniz.: Bat-Zabbai; em árabe: الزباء; romaniz.: al-Zabbā’; ca. 240 - após 274) foi uma rainha do século III do Império de Palmira. Muitas lendas cercam sua ancestralidade; provavelmente não era uma comum e se casou com o governante da cidade, Odenato (r. 252–267). Seu marido tornou-se rei em 260, elevando Palmira ao poder supremo no Oriente Próximo ao derrotar o Império Sassânida e restabelecer a fronteira oriental do Império Romano. Após o assassinato de Odenato em 267, Zenóbia tornou-se regente de seu filho Vabalato e manteve, de facto, o poder por todo seu reinado.

Em 270, lançou uma invasão que trouxe boa parte o oriente romano sob seu controle e culminou na anexação do Egito. Em meados de 271, seu reino se estendeu de Ancira, na Anatólia Central, ao sul do Egito, mas permaneceu nominalmente subordinada a Roma. Porém, em reação a campanha do imperador Aureliano (r. 270–275) em 272, Zenóbia declarou seu filho imperador e assumiu o título de imperatriz (declarando a secessão de Palmira em relação a Roma). Os romanos vencem após pesada luta; a rainha foi sitiada em sua capital e capturada por Aureliano, que exilou-a para Roma onde ficou o resto de sua vida.

Zenóbia era culta e promoveu um ambiente intelectual em sua corte, aberto a acadêmicos e filósofos. Era tolerante com seus súditos e protegia as minorias religiosas. A rainha manteve uma administração estável, governando um império multiétnico e multicultural. Ela morreu depois de 274 e muitos contos foram registrados sobre seu destino. Sua ascensão e queda inspiraram historiadores, artistas e romancistas, e ela é uma heroína nacional na Síria.

Nome e aparência

Sua face era negra e de tom escuro, seus olhos eram negros e poderosos além do habitual afeito, seu espírito era divinamente grande, e sua beleza incrível. Tão brancos eram seus dentes que vários achavam que tinha pérolas no lugar dos dentes.
 

Zenóbia nasceu ca. 240/241.[2] Portava o gentilício (sobrenome) Sétima[a][3] e seu nome palmireno era Bate-Zabai (Bat-Zabbai, escrito Btzby no alfabeto palmireno;[4] era aramaico para "Filha de Zabai").[5] Em grego — a segunda língua e língua diplomática de Palmira, usada em muitas inscrições palmirenas — usou o nome Zenóbia ("aquela cuja vida deriva de Zeus").[6] O historiador do século IX Tabari, num relato sobretudo ficcional,[7] escreveu que o nome da rainha era Naila Alzaba (Na'ila al-Zabba).[8] Em fontes maniqueístas, sobretudo textos em sogdiano do oásis de Turpam reunidos na série Berliner Turfantexte (1971),[9] chamava-se "Tadi".[5]

Notas

[a] ^ "Sétimo" era o gentilício da família de Odenato, adotado como expressão dw lealdade à reinante dinastia severiana do Império Romano,[10] cujo imperador Sétimo Severo conferiu a sua família cidadania romana no final do século II.[11]

Referências

  1. Dodgeon 2002, p. 73.
  2. Southern 2008, p. 3; 173.
  3. Sartre 2005, p. 551.
  4. Edwell 2007, p. 230.
  5. a b Stoneman 1994, p. 2.
  6. Weldon 2008, p. 106.
  7. Millar 1993, p. 433.
  8. Powers 2010, p. 148.
  9. Lieu 1998, p. 37.
  10. Shahîd 1995, p. 296.
  11. Matyszak 2008, p. 244.

Bibliografia

  • Dodgeon, Michael H.; Lieu, Samuel N. C. (2002). The Roman Eastern Frontier and the Persian Wars (Part I, 226–363 AD). Londres: Routledge. ISBN 0-415-00342-3 
  • Edwell, Peter (2007). Between Rome and Persia: The Middle Euphrates, Mesopotamia and Palmyra Under Roman Control. Londres e Nova Iorque: Routledge. ISBN 978-1-134-09573-5 
  • Lieu, Samuel N. C. (1998). Emmel, Stephen; Klimkeit, Hans-Joachim, ed. «Manichaeism in Central Asia and China.». Leida: Brill. Nag Hammadi and Manichaean Studies. 45. ISSN 0929-2470 
  • Martindale, J. R.; A. H. M. Jones (1971). «Septimius Herodianus 3». The Prosopography of the Later Roman Empire, Vol. I AD 260-395. Cambridge e Nova Iorque: Cambridge University Press 
  • Matyszak, Philip; Berry, Joanne (2008). Lives of the Romans. Londres: Thames & Hudson. ISBN 978-0-500-25144-7 
  • Millar, Fergus (1993). The Roman Near East, 31 B.C.-A.D. 337. Cambrígia: Harvard University Press. ISBN 978-0-674-77886-3 
  • Powers, David S. (2010). «Demonizing Zenobia: The legend of al-Zabbā in Islamic Sources». In: Roxani, Eleni Margariti; Sabra, Adam; Sijpesteijn, Petra. Histories of the Middle East: Studies in Middle Eastern Society, Economy and Law in Honor of A.L. Udovitch. Leida: Brill. ISBN 978-90-04-18427-5 
  • Sartre, Maurice (2005). «The Arabs and the desert peoples». In: Bowman, Alan K.; Garnsey, Peter; Cameron, Averil. The Cambridge Ancient History XII - The Crisis of Empire AD 193-337. Cambrígia: Cambridge University Press 
  • Shahîd, Irfan (1995). Byzantium and the Arabs in the Sixth Century. Washington: Dumbarton Oaks. ISBN 978-0-88402-214-5 
  • Southern, Pat (2008). Empress Zenobia Palmyra’s Rebel Queen. Londres e Nova Iorque: Continuum 
  • Stoneman, Richard (1994). Palmyra and Its Empire: Zenobia's Revolt Against Rome. Ann Arbor: University of Michigan Press 
  • Weldon, Roberta (2008). Hawthorne, Gender, and Death: Christianity and Its Discontents. Londres: Palgrave Macmillan. ISBN 978-0-230-61208-2