Lamiaceae: diferenças entre revisões

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A [[família (biologia)|família]] [[botânica]] das '''Lamiaceae''' (antiga '''Labiatae''', Adanson - ou '''Labiadas''') compreende, atualmente conforme a [[APG]], de 236 a 258 [[gênero (biologia)|gêneros]] e de 6970 a 7193 [[espécie]]s, subdividida em [[sete|7]] subfamílias (ver texto). cerca de 23 gêneros e 232 espécies nativas do [[Brasil]].
A [[família (biologia)|família]] [[botânica]] das '''Lamiaceae''' (antiga '''Labiatae''', Adanson - ou '''Labiadas, Lamiales''') é a 7ª maior família de plantas com flores, compreende atualmente conforme a [[APG]]<ref>{{Citar web|url=http://www.mobot.org/MOBOT/research/APweb/genera/lamiaceaegen.html|titulo=Lamiaceae Genera|acessodata=2018-11-24|obra=www.mobot.org}}</ref>, de 236 a 258 [[gênero (biologia)|gêneros]] e de 6970 a 7193 [[espécie]]s, subdividida em [[sete|7]] subfamílias. São indicadas aproximadamente 69 espécies como sendo raras. Possui distribuição cosmopolita. <ref>{{citar livro|título=Plantas raras do Brasil|ultimo=GIULIETTI, A. M., RAPINI, A., ANDRADE, M.J.G., QUEIROZ, L.P., SILVA, J.M.C.|editora=Universidade Estadual de Feira de Santana|ano=2009|local=Belo Horizonte, MG|páginas=192-201|acessodata=29/09/2018}}</ref>


São popularmente conhecidas como "família da hortelã".
São cosmopolitas, porém têm como centros de origem as [[Mediterrâneo|regiões mediterrânicas]], o [[Oriente Médio]] e as montanhas subtropicais.


== Etimologia ==
== Etimologia ==
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"'''Lamiaceae'''" vem de ''[[Lamium]]'', o [[holotipo|género holotípico]].
"'''Lamiaceae'''" vem de ''[[Lamium]]'', o [[holotipo|género holotípico]].


== Distribuição ==
=== Mudanças na Classificação ===
Cosmopolita, ausente nas regiões mais frias e alta latitude ou longitude.

No Brasil são encontradas 16 gêneros e 525 espécies. Nos Estados: Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina<ref>{{Citar periódico|ultimo=Mota|primeiro=Michelle Christine de Almeida|ultimo2=Pastore|primeiro2=José Floriano Barêa|ultimo3=Marques Neto|primeiro3=Roberto|ultimo4=Harley|primeiro4=Raymond Mervyn|ultimo5=Salimena|primeiro5=Fátima Regina|ultimo6=Mota|primeiro6=Michelle Christine de Almeida|ultimo7=Pastore|primeiro7=José Floriano Barêa|ultimo8=Marques Neto|primeiro8=Roberto|ultimo9=Harley|primeiro9=Raymond Mervyn|data=2017-3|titulo=Lamiaceae na Serra Negra, Minas Gerais, Brasil|url=http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S2175-78602017000100143&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt|jornal=Rodriguésia|volume=68|numero=1|paginas=143–157|doi=10.1590/2175-7860201768123|issn=2175-7860}}</ref><ref>{{citar web|url=http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB142|titulo=Lamiaceae in Flora do Brasil 2020 em construção|acessodata=29/09/2018|publicado=Jardim Botânico do Rio de Janeiro|ultimo=Martnov}}</ref>.

== Mudanças na Classificação ==
Alguns gêneros que eram, tradicionalmente, de outras famílias, pela nova [[APG|classificação filogenética]] passam a integrar as lamiáceas, como por exemplo, ''[[Tectona]]'' (ex-[[Verbenaceae]]) e ''[[Clerodendrum]]'' (ex-[[Acanthaceae]]).
Alguns gêneros que eram, tradicionalmente, de outras famílias, pela nova [[APG|classificação filogenética]] passam a integrar as lamiáceas, como por exemplo, ''[[Tectona]]'' (ex-[[Verbenaceae]]) e ''[[Clerodendrum]]'' (ex-[[Acanthaceae]]).


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== Informações Botânicas ==
== Informações Botânicas ==
São [[Erva|ervas]], [[Arbusto|arbustos]] ou [[Árvore|árvores]], de distribuição cosmopolita frequentemente odoríferos pela presença de óleos voláteis. Os caules geralmente são quadrangularares em corte transversal, podendendo ser também estoloníferos ou rizomatosos<ref>{{citar livro|título=Plantas raras do Brasil|ultimo=GIULIETTI, A. M., RAPINI, A., ANDRADE, M.J.G., QUEIROZ, L.P., SILVA, J.M.C.|editora=Universidade Estadual de Feira de Santana|ano=2009|local=Belo Horizonte, MG|páginas=192-201|acessodata=29/09/2018}}</ref>.
São [[erva]]s, [[arbusto]]s ou [[árvore]]s, de distribuição cosmopolita. Os ramos jovens, geralmente, são tetrangulares.


=== [[Folha (botânica)|Folhas]] ===
=== [[Folha (botânica)|Folhas]] ===
Simples, opostas ou verticiladas, com [[Limbo (botânica)|limbo]] inteiro, denteado, lobado ou partido, revestidas de [[pêlo]]s glandulares que, normalmente, secretam essências aromáticas. Às vezes, podem ser compostas penadas ou palmadas.
Simples ou compostas, opostas ou ocasionalmente verticiladas, geralmente decussadas, ocasionalmente verticiladas ou alternas, com [[Limbo (botânica)|limbo]] inteiro, denteado, lobado ou crenada, revestidas de [[Pêlo|pêlos]] glandulares que, normalmente, secretam essências aromáticas. Às vezes, podem ser compostas  digitadas ou pinadas, pecioladas ou sésseis, sem estípulas.


=== [[Flor]]es ===
=== [[Flor]]es ===
Pequenas ou grandes, geralmente vistosas, reunidas em [[inflorescência]] derivada de uma série de ramos cimosos, freqüentemente axilares. São [[hermafrodita]]s, [[diclamídea]]s, pentâmeras, bilabiadas e com marcante zigomorfia (que em alguns casos é pouco pronunciada, ex. ''[[Lavandula]]'' e ''[[Mentha]]'').
Pequenas ou grandes, geralmente vistosas, reunidas em [[inflorescência]] derivada de uma série de ramos cimosos, freqüentemente axilares. São [[Hermafrodita|hermafroditas]], [[Diclamídea|diclamídeas]], pentâmeras, bilabiadas e com zigomorfia (que em alguns casos é pouco pronunciada, ex. ''[[Lavandula]]'' e ''[[Mentha]]'') ou ± actinomorfia.


O [[cálice]] é tubuloso, campanulado ou infundibuliforme, com o bordo bilabiado, ou 5-10 denteado ou lobado, sendo útil para identificação dos gêneros.
O [[cálice]] é tubuloso, campanulado ou infundibuliforme, gamossépalo, persistente e ocasionalmente acrescente no fruto, 5-10 denteado ou lobado, sendo útil para identificação dos gêneros.


A [[corola]] também é tubulosa, campanulada ou infundibuliforme, apresentando o [[Limbo (botânica)|limbo]], geralmente, diferenciado em lábio superior ('''lábrum''') e inferior ('''labíolo'''). Apenas em ''[[Teucrium]]'' é unilabiada.
A [[corola]] também é tubulosa, 5‒mera, zigomorfa ou raramente actinomorfa, campanulada ou infundibuliforme, gamopétala, apresentando o [[Limbo (botânica)|limbo]] geralmente diferenciado em lábio superior ('''lábrum''') e inferior ('''labíolo'''). Apenas em ''[[Teucrium]]'' é unilabiada.


O [[androceu]] é formado por 2 a 4 [[estame]]s epipétalos, inseridos no tubo ou na [[fauce]] da corola. Os [[filete]]s são livres entre si, retos ou curvos, com ou sem apêndice, ou concrescidos em bainha aberta, através da qual passa o [[Estilete (botânica)|estilete]], como em ''[[Plectranthus]]''. Há [[estaminódio]]s nas flores com 2 estames. Nos integrantes da subfamília [[Ocimoideae]], os estames são inclinados sobre o lábio inferior da corola e envolvidos por ele.
O [[androceu]] é formado por 2 a 4 [[Estame|estames]]  didínamos ou subiguais, exsertos ou inclusos na corola, paralelos, divergentes ou declinados. Os [[Filete|filetes]] são livres entre si, retos ou curvos, com ou sem apêndice, ou concrescidos em bainha aberta, através da qual passa o [[Estilete (botânica)|estilete]], como em ''[[Plectranthus]]''. Há [[Estaminódio|estaminódios]] nas flores com 2 estames. Nos integrantes da subfamília Ocimoideae, os estames são inclinados sobre o lábio inferior da corola e envolvidos por ele.


O estilete é [[ginobásico]] ou não (''Teucrium''), sendo resultado da fusão de dois.
O estilete é ginobásico ou não (''Teucrium''), sendo resultado da fusão de dois.


O [[ovário]] é súpero, [[carpelo|bicarpelar]], [[lóculo|bilocular]], com 2 [[óvulo]]s em cada lóculo, mas há uma constrição em cada carpelo, por um falso septo, dando impressão de tetralocular quando adulto. O ovário está assentado em um disco glandular, expandido em um lado e saliente.
O [[ovário]] é súpero, [[Carpelo|bicarpelar]], [[Lóculo|bilocular]], com 2 [[Óvulo|óvulos]] em cada lóculo, mas há uma constrição em cada carpelo, por um falso septo, dando impressão de tetralocular quando adulto. O ovário está assentado em um disco glandular, expandido em um lado e saliente.


Os grãos de pólen possuem geralmente de 3 a 6 colpados.
==== Fórmula Floral ====
(5S); (5P); (4E); (2C_)


Disco nectarífero geralmente presente, adjacente ao gineceu.
Onde, S representa as sépalas, P representa as Pétalas, E os estamos e C o carpelo, e _ ovário súpero. A designação entre parenteses indica a fusão das peças florais.


=== [[Fruto]] ===
=== [[Fruto]] ===
Seco, [[esquizocarpo]] ou [[drupa]], que se separa em 4 frutículos parciais ('''núculas''') unisseminados, onde cada núcula é uma pequena noz, oval, quase globosa, oblonga, trigonal ou tetraédrica. As [[Semente|sementes]] têm pouquíssimo ou nenhum [[endosperma]]. O [[embrião]] é reto<ref>{{Citar periódico|ultimo=Mota|primeiro=Michelle Christine de Almeida|ultimo2=Pastore|primeiro2=José Floriano Barêa|ultimo3=Marques Neto|primeiro3=Roberto|ultimo4=Harley|primeiro4=Raymond Mervyn|ultimo5=Salimena|primeiro5=Fátima Regina|ultimo6=Mota|primeiro6=Michelle Christine de Almeida|ultimo7=Pastore|primeiro7=José Floriano Barêa|ultimo8=Marques Neto|primeiro8=Roberto|ultimo9=Harley|primeiro9=Raymond Mervyn|data=2017-3|titulo=Lamiaceae na Serra Negra, Minas Gerais, Brasil|url=http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S2175-78602017000100143&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt|jornal=Rodriguésia|volume=68|numero=1|paginas=143–157|doi=10.1590/2175-7860201768123|issn=2175-7860}}</ref>.
Seco, [[esquizocarpo]] ou [[drupa]], que se separa em 4 frutículos parciais ('''núculas'''), onde cada núcula é uma pequena noz, oval, quase globosa, oblonga, trigonal ou tetraédrica.

As [[semente]]s têm pouquíssimo ou nenhum [[endosperma]]. O [[embrião]] é reto.


== [[Ecologia]] ==
== [[Ecologia]] ==
As relações  com os demais organismos podem ser favoráveis as plantas, favoráveis a ambos ou não favoráveis.
As flores são [[polinização|polinizadas]] por [[abelha]]s, [[vespa]]s, [[borboleta]]s, [[Mariposa|traça]]s, [[mosca]]s, [[Coleoptera|besouros]] e [[pássaro]]s. Espécies com [[drupa]] são, normalmente, dispersas por [[aves]] ou [[mamífero]]s; as nozinhas são predadas por aves ou dispersas pela [[água]].

As flores, por exemplo, estabelecem uma relação favorável para com seus agentes polinizadores. São [[Polinização|polinizadas]] por [[Abelha|abelhas]], [[Vespa|vespas]], [[Borboleta|borboletas]], [[Mariposa|traças]], [[Mosca|moscas]], [[Coleoptera|besouros]] e [[Pássaro|pássaros]]. Espécies com [[drupa]] são, normalmente, dispersas por [[aves]] ou [[Mamífero|mamíferos]]; as nozinhas são predadas por aves ou dispersas pela [[água]]. Podem crescer em solos ricos em sulfato de cálcio hidratado e gesso.

Já alguns besouros, como por exemplo, Phyllobrotica come as folhas de determinadas subfamílias como Scutellarioideae, Lamioideae e Viticoideae, mas não  como de Nepetoideae, não sendo uma relação favorável para a planta. Do mesmo modo, Mosquitos como Tephretidae-Tephrellini podem formar galha em Acanthaceae e Verbenaceae. As vespas Cynipidae-Cynipinae pode agir do mesmo modo, hipertrofiando ou causando hiperplasia nos tecidos da planta.

As Lamiaceae podem ser bastante densas e possuir pelos, o que facilita a interação com insetos sugadores de seivas que caminham sobre essas plantas. O nitrogênio liberado pelas excretas desses insetos pode ser absorvido pela folha.  Além disso, elas podem se associar a fungos e bactérias. O óleo essencial presente em Nepetoideae parece agir como bactericida bem como auxilia na nodulação de plantas çeguminosas.  

As Gypsophilas crescem em solos ricos em gesso, sulfato de cálcio hidratado.


Prostantheroideae possuem folhas pequenas e são arbustivas, crescem em ambientes secos.
A [[Teucrium abutiloides|abrotona]] é uma espécie desta família [[endémica]] da [[ilha da Madeira]].


== Gêneros ==
== Gêneros ==
{{AP|Anexo:Lista de géneros de Lamiaceae}}
{{AP|Anexo:Lista de géneros de Lamiaceae}}
Lista de gêneros<ref>{{Citar web|url=http://www.mobot.org/MOBOT/research/APweb/genera/lamiaceaegen.html|titulo=Lamiaceae Genera|acessodata=2018-11-24|obra=www.mobot.org}}</ref>:
O gênero com o maior número de espécies é o ''[[Salvia]]'', com 1800 espécies.


''[[Acanthomintha]]'';
''[[Acanthomintha]]'';

Revisão das 15h25min de 24 de novembro de 2018

Como ler uma infocaixa de taxonomiaLamiaceae
Ajuga reptans
Ajuga reptans
Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Lamiales
Família: Lamiaceae
Subfamílias (APG)
Ajugoideae Kostel.

Caryopteridoideae

Chloanthoideae

Lamioideae Harley

Nepetoideae (Dumortier) Luersson

Prostantheroideae Luersson

Scutellarioideae (Dumortier) Caruel

Symphorematoideae Briquet

Viticoideae Briquet

Wikispecies
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O Wikispecies tem informações sobre: Lamiaceae

A família botânica das Lamiaceae (antiga Labiatae, Adanson - ou Labiadas, Lamiales) é a 7ª maior família de plantas com flores, compreende atualmente conforme a APG[1], de 236 a 258 gêneros e de 6970 a 7193 espécies, subdividida em 7 subfamílias. São indicadas aproximadamente 69 espécies como sendo raras. Possui distribuição cosmopolita. [2]

São popularmente conhecidas como "família da hortelã".

Etimologia

"Labiadas"/"Labiatae" vem de lábios, devido à conformação e o formato gerais das pétalas; "Lamiaceae" vem de Lamium, o género holotípico.

Distribuição

Cosmopolita, ausente nas regiões mais frias e alta latitude ou longitude.

No Brasil são encontradas 16 gêneros e 525 espécies. Nos Estados: Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina[3][4].

Mudanças na Classificação

Alguns gêneros que eram, tradicionalmente, de outras famílias, pela nova classificação filogenética passam a integrar as lamiáceas, como por exemplo, Tectona (ex-Verbenaceae) e Clerodendrum (ex-Acanthaceae).

Famílias tornam-se subfamílias como, por ex. Viticoideae (ex-Viticaceae), contudo, antes foi subfamília de Verbenaceae.

Há também mudanças dentro da própria família, como o tradicional gênero Coleus, agora incorporado no gên. Plectranthus.

Sinonímia (YYPG): Aegiphilaceae, Chloanthaceae, Dicrastylidiaceae, Glechomaceae, Labiatae, Melittidaceae, Menthaceae, Nepetaceae, Salazariaceae, Salviaceae, Scutellariaceae

Importância Econômica

Muitas espécies são importantes, entre outros usos, para extração de óleos essenciais (Mentha, Lavandula, Marrubium, Nepeta, Ocimum, Origanum, Rosmarinus, Salvia, Satureja, Thymus etc.), tanto para uso cosmético, como condimentar, aromático e/ou medicinal. Tais processos em escala industrial ou artesanalmente.

Os tubérculos de algumas espécies de Stachys são comestíveis.

A Teca (Tectona grandis), originária da Ásia, é uma das mais importantes árvores madeireiras, sendo a mais valiosa na atualidade.

Há também o uso caseiro de várias espécies, tanto para chás, condimentos e/ou como algum outro uso tradicional, não podendo faltar nas hortas caseiras.

Muitas espécies possuem potencial paisagístico e são usadas com sucesso, como a brasileira Salvia splendens Sellow.

Há algumas espécies que são invasoras de outras culturas agrícolas (ex. gên. Leonotis, Leonurus), apesar de serem imputadas como medicinais.

Informações Botânicas

São ervas, arbustos ou árvores, de distribuição cosmopolita frequentemente odoríferos pela presença de óleos voláteis. Os caules geralmente são quadrangularares em corte transversal, podendendo ser também estoloníferos ou rizomatosos[5].

Folhas

Simples ou compostas, opostas ou ocasionalmente verticiladas, geralmente decussadas, ocasionalmente verticiladas ou alternas, com limbo inteiro, denteado, lobado ou crenada, revestidas de pêlos glandulares que, normalmente, secretam essências aromáticas. Às vezes, podem ser compostas  digitadas ou pinadas, pecioladas ou sésseis, sem estípulas.

Flores

Pequenas ou grandes, geralmente vistosas, reunidas em inflorescência derivada de uma série de ramos cimosos, freqüentemente axilares. São hermafroditas, diclamídeas, pentâmeras, bilabiadas e com zigomorfia (que em alguns casos é pouco pronunciada, ex. Lavandula e Mentha) ou ± actinomorfia.

O cálice é tubuloso, campanulado ou infundibuliforme, gamossépalo, persistente e ocasionalmente acrescente no fruto, 5-10 denteado ou lobado, sendo útil para identificação dos gêneros.

A corola também é tubulosa, 5‒mera, zigomorfa ou raramente actinomorfa, campanulada ou infundibuliforme, gamopétala, apresentando o limbo geralmente diferenciado em lábio superior (lábrum) e inferior (labíolo). Apenas em Teucrium é unilabiada.

O androceu é formado por 2 a 4 estames  didínamos ou subiguais, exsertos ou inclusos na corola, paralelos, divergentes ou declinados. Os filetes são livres entre si, retos ou curvos, com ou sem apêndice, ou concrescidos em bainha aberta, através da qual passa o estilete, como em Plectranthus. Há estaminódios nas flores com 2 estames. Nos integrantes da subfamília Ocimoideae, os estames são inclinados sobre o lábio inferior da corola e envolvidos por ele.

O estilete é ginobásico ou não (Teucrium), sendo resultado da fusão de dois.

O ovário é súpero, bicarpelar, bilocular, com 2 óvulos em cada lóculo, mas há uma constrição em cada carpelo, por um falso septo, dando impressão de tetralocular quando adulto. O ovário está assentado em um disco glandular, expandido em um lado e saliente.

Os grãos de pólen possuem geralmente de 3 a 6 colpados.

Disco nectarífero geralmente presente, adjacente ao gineceu.

Fruto

Seco, esquizocarpo ou drupa, que se separa em 4 frutículos parciais (núculas) unisseminados, onde cada núcula é uma pequena noz, oval, quase globosa, oblonga, trigonal ou tetraédrica. As sementes têm pouquíssimo ou nenhum endosperma. O embrião é reto[6].

Ecologia

As relações  com os demais organismos podem ser favoráveis as plantas, favoráveis a ambos ou não favoráveis.

As flores, por exemplo, estabelecem uma relação favorável para com seus agentes polinizadores. São polinizadas por abelhas, vespas, borboletas, traças, moscas, besouros e pássaros. Espécies com drupa são, normalmente, dispersas por aves ou mamíferos; as nozinhas são predadas por aves ou dispersas pela água. Podem crescer em solos ricos em sulfato de cálcio hidratado e gesso.

Já alguns besouros, como por exemplo, Phyllobrotica come as folhas de determinadas subfamílias como Scutellarioideae, Lamioideae e Viticoideae, mas não  como de Nepetoideae, não sendo uma relação favorável para a planta. Do mesmo modo, Mosquitos como Tephretidae-Tephrellini podem formar galha em Acanthaceae e Verbenaceae. As vespas Cynipidae-Cynipinae pode agir do mesmo modo, hipertrofiando ou causando hiperplasia nos tecidos da planta.

As Lamiaceae podem ser bastante densas e possuir pelos, o que facilita a interação com insetos sugadores de seivas que caminham sobre essas plantas. O nitrogênio liberado pelas excretas desses insetos pode ser absorvido pela folha.  Além disso, elas podem se associar a fungos e bactérias. O óleo essencial presente em Nepetoideae parece agir como bactericida bem como auxilia na nodulação de plantas çeguminosas.  

As Gypsophilas crescem em solos ricos em gesso, sulfato de cálcio hidratado.

Prostantheroideae possuem folhas pequenas e são arbustivas, crescem em ambientes secos.

Gêneros

Lista de gêneros[7]:

Acanthomintha; Achyrospermum; Acinos; Acrocephalus; Acrotome; Acrymia; Adelosa; Aegiphila ; Aeollanthus ; Agastache; Ajuga ; Ajugoides; Alajja; Alvesia; Amasonia; Amethystea; Anisochilus; Anisomeles; Antonina ; Aphanochilus; Archboldia; Ascocarydion; Asterohyptis; Atelandra; Audibertia; Ballota; Basilicum; Becium; Benguellia; Betonica; Blephilia; Bostrychanthera; Bovonia; Brachystemum; Brazoria; Brittonastrum Bystropogon; Calamintha; Calapodium; Callicarpa ; Capitanopsis; Capitanya; Caryopteris; Catoferia; Cedronella; Ceratanthus; Ceratominthe; Chaiturus; Chamaesphacos; Chaunostoma; Chelonopsis; Chloanthes; Cleonia; Clerodendranthus; Clerodendrum; Clinopodium; Colebrookea; Collinsonia; Colobandra; Colquhounia; Comanthosphace; Congea; Conradina; Coridothymus; Cornutia; Craniotome; Cruzia; Cuminia; Cunila; Cyanostegia; Cyclonema; Cyclotrichium; Cymaria; Dauphinea; Dentidia; Dicerandra; Dicrastylis; Dorystaechas; Dracocephalum; Drepanocaryum; Dysophylla; Eichlerago; Elsholtzia; Endostemon; Englerastrum; Epimeredi; Eremostachys; Eriope; Eriophyton; Eriopidion; Eriothymus; Erythrochlamys; Euhesperida; Eurysolen; Eusteralis; Faradaya; Fuerstia; Galeobdolon; Galeopsis; Gardoquia; Garrettia; Geniosporum; Germanea; Geunsia; Glecoma; Glechon; Glossocarya; Gmelina; Gomphostemma; Gontscharovia; Hanceola; Haplostachys; Harlanlewisia: Haumaniastrum; Hedeoma ; Hemiandra; Hemigenia; Hemiphora; Hemizygia; Hesperozygis; Heterolamium; Hoehnea; Holmskioldia; Holocheila; Holostylon; Horminum; Hosea; Hoslundia; Hosta (botânica); Huxleya; Hymenocrater; Hymenopyramis; Hypenia; Hypogomphia; Hyptidendron; Hyptis ; Hyssopus; Iboza; Isanthus; Isodictyophorus; Isodon ; Isoleucas; Karomia; Keiskea; Kinostemon; Koellia; Kudrjaschevia; Kurzamra; Lachnostachys; Lagochilus; Lagopsis; Lallemantia; Lamiastrum; Lamiophlomis; Lamium; Lavandula; Leocus; Leonotis; Leonurus; Lepechinia; Leucas; Leucosceptrum; Leucophae; Limniboza; Lophanthus; Loxocalyx; Lycopus; Macbridea; Majorana; Mahya; Mallophora; Marmoritis; Marrubium; Marsypianthes; Meehania; Melissa; Melittis; Mentha; Meriandra; Mesona; Metastachydium; Microcorys; Micromeria; Microtoena; Minthostachys; Moldavica; Moluccella; Monarda; Monardella; Monochilus; Moschosma; Mosla; Neoeplingia; Neohyptis; Neomuellera; Neorapinia; Nepeta ; Newcastelia; Nosema; Notochaete; Ocimum ; Octomeron; Ombrocharis; Oncinocalyx; Oreosphacus; Origanum ; Orthodon; Orthosiphon; Otostegia; Oxera; Panzerina; Paraeremostachys; Paralamium; Paraphlomis; Paravitex; Peltodon; Pentapleura; Perilla; Perillula; Perilomia; Peronema; Perovskia; Perrierastrum; Petitia; Petraeovitex; Phlomidoschema; Phlomis ; Phlomoides ; Phyllostegia; Physoleucas ; Physopsis; Physostegia; Piloblephis; Pitardia; Pityrodia ; Platostoma ; Plectranthastrum ; Plectranthus; Pogogyne; Pogostemon ; Poliomintha; Porphyra; Prasium; Premna ; Prostanthera; Prunella; Pseuderemostachys; Pseudocarpidium; Pseudochamaesphacos; Pseudomarrubium; Pulegium, Puntia; Pycnanthemum; Pycnostachys ; Rabdosiella; Renschia; Rhabdocaulon; Rabdosia; Rhaphiodon; Rhododon; Rosmarinus; Rostrinucula; Rotheca ; Roylea; Rubiteucris; Sabaudia; Saccocalyx; Salazaria; Salvia ; Salviastrum; Satureja; Schizonepeta; Schnabelia; Scutellaria ; Sideritis ; Siphonanthus; Siphocranion; Skapanthus; Solenostemon; Spartothamnella; Sphacele; Sphenodesme; Stachydeoma; Stachyopsis; Stachys ; Stenogyne; Stiptanthus ; Sulaimania; Suzukia; Symphorema; Symphostemon; Synandra; Syncolostemon; Taligalea; Tectona; Teijsmanniodendron; Tetraclea; Tetradenia; Teucridium; Teucrium ; Thorncroftia; Thuspeinanta; Thymbra; Thymus ; Tinnea; Trichostema; Tsoongia; Tullia; Vitex ; Viticipremna; Volkameria; Wenchengia; Westringia; Wiedemannia; Wrixonia; Xenopoma; Zappania; Zataria; Zhumeria; Ziziphora.

O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Lamiaceae
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A Wikispecies possui a família: Lamiaceae
  1. «Lamiaceae Genera». www.mobot.org. Consultado em 24 de novembro de 2018 
  2. GIULIETTI, A. M., RAPINI, A., ANDRADE, M.J.G., QUEIROZ, L.P., SILVA, J.M.C. (2009). Plantas raras do Brasil. Belo Horizonte, MG: Universidade Estadual de Feira de Santana. pp. 192–201 
  3. Mota, Michelle Christine de Almeida; Pastore, José Floriano Barêa; Marques Neto, Roberto; Harley, Raymond Mervyn; Salimena, Fátima Regina; Mota, Michelle Christine de Almeida; Pastore, José Floriano Barêa; Marques Neto, Roberto; Harley, Raymond Mervyn (março de 2017). «Lamiaceae na Serra Negra, Minas Gerais, Brasil». Rodriguésia. 68 (1): 143–157. ISSN 2175-7860. doi:10.1590/2175-7860201768123 
  4. Martnov. «Lamiaceae in Flora do Brasil 2020 em construção». Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Consultado em 29 de setembro de 2018 
  5. GIULIETTI, A. M., RAPINI, A., ANDRADE, M.J.G., QUEIROZ, L.P., SILVA, J.M.C. (2009). Plantas raras do Brasil. Belo Horizonte, MG: Universidade Estadual de Feira de Santana. pp. 192–201 
  6. Mota, Michelle Christine de Almeida; Pastore, José Floriano Barêa; Marques Neto, Roberto; Harley, Raymond Mervyn; Salimena, Fátima Regina; Mota, Michelle Christine de Almeida; Pastore, José Floriano Barêa; Marques Neto, Roberto; Harley, Raymond Mervyn (março de 2017). «Lamiaceae na Serra Negra, Minas Gerais, Brasil». Rodriguésia. 68 (1): 143–157. ISSN 2175-7860. doi:10.1590/2175-7860201768123 
  7. «Lamiaceae Genera». www.mobot.org. Consultado em 24 de novembro de 2018