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Médico da peste: diferenças entre revisões

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[[Ficheiro:Paul Fürst, Der Doctor Schnabel von Rom (coloured version).png|miniaturadaimagem|Um médico da peste, pintura por Paul Fürst.]]
[[Ficheiro:Paul Fürst, Der Doctor Schnabel von Rom (coloured version).png|miniaturadaimagem|Gravura de cobre do Doutor Schnabel (ou seja, Dr. Beak), um médico da peste na Roma do século XVII, por volta de 1656.]]
Um '''médico da peste negra''' ([[Língua italiana|italiano]]: ''medico della peste'', [[Língua neerlandesa|holandês]]: ''pestmeester'', [[Língua espanhola|espanhol]]: ''Médico de la peste negra'', [[Língua alemã|alemão]]: ''Pestarzt'') foi um médico especial que tratava aqueles que contraíram a [[peste bubônica]].<ref name="Cipolla, p. 65">Cipolla, p. 65</ref> Esses médicos foram contratados pelas cidades que tiveram muitas vítimas da peste em tempos de [[epidemia]]s. Desde que a cidade estivesse pagando seu salário, eles tratavam todos: tanto os ricos como os pobres.<ref>Cipolla, p. 68 3/4 down page</ref> No entanto, alguns médicos da peste eram conhecidos por carregar os pacientes e suas famílias para tratamentos especiais e/ou falsas curas.<ref>http://www.doctorsreview.com/history/doctors-black-death/</ref> Normalmente, não eram médicos profissionais treinados ou cirurgiões experientes, e muitas vezes eram médicos de segunda categoria que não haviam conseguido estabelecer-se na profissão ou jovens médicos que estavam tentando se estabelecer.<ref name="Cipolla, p. 65"/>
Um '''médico da peste negra''' ([[Língua italiana|italiano]]: ''medico della peste'', [[Língua neerlandesa|holandês]]: ''pestmeester'', [[Língua espanhola|espanhol]]: ''Médico de la peste negra'', [[Língua alemã|alemão]]: ''Pestarzt'') foi um [[médico]] que tratava aqueles que contraíram a [[peste bubônica]]{{sfn|Cipolla|1977|p=65}} durante [[epidemia]]s. Esses médicos foram contratados pelas cidades para tratar pacientes infectados independentemente da renda, principalmente os pobres que não tinham condições de pagar.{{sfn|Cipolla|1977|p=68}}<ref>{{Citar web|autor=Andrew Whalen|data=2020-03-19|titulo=Are surgical masks the new plague masks? A history of the not-always-helpful ways we've reacted to pandemics|url=https://www.newsweek.com/surgical-masks-plague-coronavirus-covid-19-pandemic-epidemic-black-death-history-1493277|acessodata=2021-03-09|website=[[Newsweek]]}}</ref>


Médicos da peste tinham uma reputação mista, com alguns cidadãos vendo sua presença como um aviso para deixar a área.{{sfn|Byrne|2006|p=170}} Alguns médicos da peste eram conhecidos por cobrar os pacientes e suas famílias taxas adicionais para tratamentos especiais ou falsas curas.<ref>{{citar web|ultimo1=Rosenhek|primeiro1=Jackie|titulo=Doctor of the Black Death|url=http://www.doctorsreview.com/history/doctors-black-death/|website=Doctor's Review|data=Outubro de 2011|acessodata=2014-05-06|arquivourl=https://web.archive.org/web/20140506181745/http://www.doctorsreview.com/history/doctors-black-death/|arquivodata=2014-05-06|urlmorta=não}}</ref> Em muitos casos não eram médicos profissionais treinados ou [[Cirurgião|cirurgiões]] experientes; em vez disso, sendo voluntários, médicos de segunda categoria, ou jovens médicos começando uma carreira.<ref name=":4">{{Citar livro|last=Miskimin|primeiro=Harry|titulo=The Medieval City|editora=[[Yale University Press]]|ano=1977|isbn=0-300-02081-3|local=|paginas=66}}</ref> Em um caso, um destes médicos havia sido vendedor de frutas antes de seu emprego como um médico. Os médicos da peste raramente curavam os pacientes; em vez disso, serviam para registrar o número de mortos e o número de pessoas infectadas para propósitos demográficos.{{sfn|Byrne|2006|p=170}}
Os médicos da peste tratavam os pacientes segundo seus acordos e eram conhecidos como médicos municipais ou comunitários da "[[peste negra]]".<ref name="Cipolla, p. 65"/><ref name="Ellis202">Ellis, p. 202</ref><ref name="Byrne169">Byrne (Daily), p. 169</ref><ref name="Simon3">Simon, p. 3</ref> Na França e nos Países Baixos os médicos da peste não possuíam nenhuma formação médica e eram referidos como "empíricos". Em um caso, um destes médicos havia sido vendedor de frutas antes de dedicar-se a medicina.

Na França e nos Países Baixos os médicos da peste muitas vezes não possuíam nenhuma formação médica e eram referidos como "[[empírico]]s". Os médicos da peste eram conhecidos como médicos municipais ou "médicos da peste comunitários", enquanto os "clínicos gerais" eram médicos separados e ambos podiam estar na mesma cidade ou vila europeia ao mesmo tempo.{{sfn|Cipolla|1977|p=65}}{{sfn|Ellis|2004|p=202}}{{sfn|Byrne|2006|p=169}}<ref>Simon, Matthew, ''Emergent Computation: emphasizing bioinformatics'', Publisher シュプリンガー・ジャパン株式会社, 2005, p. 3. {{ISBN|0-387-22046-1}}</ref>


Alguns médicos usavam máscaras que pareciam bicos de aves cheias de itens aromáticos. As máscaras foram concebidas para protegê-los do ar fétido, que, de acordo com a [[teoria miasmática]] da doença, foi considerado como a causa da infecção. Assim:
Alguns médicos usavam máscaras que pareciam bicos de aves cheias de itens aromáticos. As máscaras foram concebidas para protegê-los do ar fétido, que, de acordo com a [[teoria miasmática]] da doença, foi considerado como a causa da infecção. Assim:
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== História ==
== História ==
De acordo com a ''Enciclopédia de Doenças Infecciosas'',<ref>{{Citar livro|titulo=Encyclopedia of Infectious Diseases : Modern Methodologies|data=2007|editora=Wiley-Liss|editor=Michel Tibayrenc|local=Hoboken, New Jersey|oclc=181344580|isbn=<!--978-0-470-11420-9-->978-0-471-65732-3}}</ref> de Michel Tibayrenc, a primeira menção ao icônico médico da peste é encontrada durante o surto de peste de 1619 em Paris, na obra escrita do médico real [[Charles de Lorme]], servindo ao [[Luís XIII de França|rei Luís XIII da França]] na época. Após De Lorme, o gravador alemão Gerhart Altzenbach publicou uma famosa ilustração em 1656, na qual o icônico ''Doutor Schnabel von Rom'' do editor Paulus Fürst se baseia. Neste trabalho [[Sátira|satírico]], Fürst descreve como o médico não faz nada além de aterrorizar as pessoas e tirar dinheiro dos mortos e moribundos.<ref name=":2">{{Citar web|ultimo=Black|primeiro=Winston|data=19 de maio de 2020|titulo=Plague doctors: Separating medical myths from facts|url=https://www.livescience.com/plague-doctors.html|acessodata=15 de janeiro de 2021|website=livescience}}</ref>
A primeira epidemia de peste bubônica remonta a meados do século VI, conhecida como a [[Praga de Justiniano]].<ref>Gordon, p. 471</ref> A maior epidemia foi a [[Peste negra]] na Europa no [[século XIV]]. Nos tempos medievais, a grande perda de pessoas devido a peste bubônica em uma cidade criou um desastre econômico. Os médicos comunitários foram bastante valiosos e receberam privilégios especiais. Por exemplo, os médicos da peste eram livremente autorizados a realizar autópsias, que foram, de outra maneira, geralmente, proibidas na Europa Medieval, bem como a investigação de uma cura para a peste.


Em alguns casos, os médicos da peste eram tão valiosos que, quando [[Barcelona]] enviou dois para [[Tortosa]] em 1650, bandidos os capturaram durante o caminho e exigiram um resgate. A cidade de Barcelona pagou por sua libertação.<ref name="Byrne169"/> A cidade de [[Orvieto]] contratou Matteo fu Angelo em 1348 por 4 vezes a taxa normal de um médico de 50 florins por ano.<ref name="Byrne169"/> O [[Papa Clemente VI]] contratou vários médicos extras durante a epidemia.<ref>{{Citar web |url=http://theloveforhistory.com/other/the-great-plague/plague-doctor/ |titulo=Cópia arquivada |acessodata=2014-07-24 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20150324073751/http://theloveforhistory.com/other/the-great-plague/plague-doctor/ |arquivodata=2015-03-24 |urlmorta=yes }}</ref> Eles foram contratados para atender as pessoas doentes de [[Avignon]]. Dos dezoito médicos em Veneza, apenas um foi deixado em 1348: cinco tinham morrido da peste, e doze estavam desaparecidos e poderiam ter fugido.<ref>Byrne, 168</ref>
A cidade de [[Orvieto]] contratou Matteo fu Angelo em 1348 por quatro vezes a taxa normal de um médico de 50 [[Florim|florins]] por ano.{{sfn|Byrne|2006|p=169}} O [[Papa Clemente VI]] contratou vários médicos extras durante a epidemia de [[Peste Negra]] para cuidar das pessoas doentes de [[Avignon]]. Dos dezoito médicos em [[Veneza]], apenas um foi deixado em 1348: cinco tinham morrido da peste, e doze estavam desaparecidos e poderiam ter fugido.{{sfn|Byrne|2006|p=168}}

== Métodos e funções ==
Os médicos da peste praticavam [[Sangria_(medicina)|sangria]] e davam diversos tipos de remédios, como colocar [[sapo]]s ou [[sanguessuga]]s nos bubões para "reequilibrar [[Humorismo|os humores]]".{{sfn|Byfield|2010|p=37}} A principal tarefa de um médico da peste, além de tratar pessoas com peste, era compilar registros públicos de mortes por peste.{{sfn|Byrne|2006|p=170}}

Em certas cidades europeias como [[Florença]] e [[Perugia]], os médicos da peste foram solicitados a fazer [[autópsia]]s para ajudar a determinar a causa da morte e como a peste afetou as pessoas.{{sfn|Wray|2009|p=172}} Os médicos da peste também às vezes pegavam a última [[Testamento|vontade e testamento]] dos pacientes durante períodos de epidemias de peste,{{sfn|Wray|2009|p=173}} e aconselhavam seus pacientes sobre sua conduta antes da morte.<ref name="jhmasextract276">{{citar web|data=2012-04-02|titulo=The Plague Doctor|url=http://jhmas.oxfordjournals.org/content/XX/3/276.extract|urlmorta=sim|arquivourl=https://web.archive.org/web/20130212013047/http://jhmas.oxfordjournals.org/content/XX/3/276.extract|arquivodata=2013-02-12|acessodata=2012-06-12|editora=Jhmas.oxfordjournals.org}}</ref> Esse conselho variava de acordo com o paciente e, após a [[Idade Média]], a natureza da relação entre médico e paciente era regida por um código ético cada vez mais complexo.{{sfn|Gottfried|1983|p=126}}{{sfn|Gottfried|1983|pp=127–128}}


== Traje ==
== Traje ==
[[Imagem: Medico peste.jpg|thumb|upright|Traje do médico da peste da Alemanha (século XVII).]]
[[Imagem:A Physician Wearing a Seventeenth Century Plague Preventive Costume WDL3957.png|alt=médico da peste usando roupas contra a peste.|thumb|Médico da peste usando seus trajes anti-peste]]
{{AP|Traje do médico da peste}}
{{AP|Traje do médico da peste}}
Alguns médicos da peste usavam um traje especial, embora fontes gráficas mostrassem que usavam uma variedade de peças de vestuário. As roupas foram inventadas por [[Charles de Lorme]] em 1619; elas foram usadas ​​pela primeira vez em Paris, tendo mais tarde se espalhando em toda a Europa.<ref>Christine M. Boeckl, ''Images of plague and pestilence: iconography and iconology'' (Truman State University Press, 2000), pp. 15, 27.</ref> O traje de proteção consistia em um sobretudo de tecido pesado, que era encerado, uma máscara com aberturas de olhos de vidro e um nariz em forma de cone, como um bico para segurar substâncias aromáticas e palha.<ref>Byrne (Encyclopedia), p. 505</ref> A maioria dos médicos da peste também usavam um chapéu de aba, que foi tipicamente utilizado para identificar sua posição como médico.<ref>http://thechirurgeonsapprentice.com/2012/03/13/behind-the-mask-the-plague-doctor/</ref>
Alguns médicos da peste usavam um traje especial, embora fontes gráficas mostrassem que usavam uma variedade de peças de vestuário. As roupas foram inventadas por [[Charles de Lorme]] em 1619; elas foram usadas ​​pela primeira vez em Paris, tendo mais tarde se espalhando em toda a Europa.<ref>Christine M. Boeckl, ''Images of plague and pestilence: iconography and iconology'' (Truman State University Press, 2000), pp. 15, 27.</ref> O traje de proteção consistia em um sobretudo de tecido pesado, que era encerado, uma máscara com aberturas de olhos de vidro e um nariz em forma de cone, como um bico para segurar substâncias aromáticas e palha.<ref>Byrne (Encyclopedia), p. 505</ref> A maioria dos médicos da peste também usavam um chapéu de aba, que foi tipicamente utilizado para identificar sua posição como médico.<ref>http://thechirurgeonsapprentice.com/2012/03/13/behind-the-mask-the-plague-doctor/</ref>
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Alguns dos materiais perfumados eram [[âmbar]], folhas de hortelã, erva-cidreira, [[cânfora]], cravo, [[láudano]], [[mirra]], pétalas de rosa, [[estoraque]].<ref name="Byrne170">Byrne, Joseph Patrick, ''Encyclopedia of Pestilence, Pandemics, and Plagues'', ABC-Clio, 2008, {{ISBN|0-313-34102-8}}</ref> Isto foi pensado para proteger o médico do [[Teoria miasmática|ar miasmático ruim]].<ref name="Loudon">Irvine Loudon, ''Western Medicine: An Illustrated History'' (Oxford, 2001), p. 189.</ref> A palha forneceu um filtro para o "mau ar". Um bastão ponteiro de madeira foi usado para ajudar a examinar o paciente sem a necessidade de tocá-los, também foi usado como um meio de se arrepender dos pecados, pois muitos acreditavam que a praga foi um castigo e gostariam de pedir para serem chicoteados para se arrepender de seus pecados.<ref>Pommerville, p. 9</ref><ref>O'Donnell, p. 143</ref>
Alguns dos materiais perfumados eram [[âmbar]], folhas de hortelã, erva-cidreira, [[cânfora]], cravo, [[láudano]], [[mirra]], pétalas de rosa, [[estoraque]].<ref name="Byrne170">Byrne, Joseph Patrick, ''Encyclopedia of Pestilence, Pandemics, and Plagues'', ABC-Clio, 2008, {{ISBN|0-313-34102-8}}</ref> Isto foi pensado para proteger o médico do [[Teoria miasmática|ar miasmático ruim]].<ref name="Loudon">Irvine Loudon, ''Western Medicine: An Illustrated History'' (Oxford, 2001), p. 189.</ref> A palha forneceu um filtro para o "mau ar". Um bastão ponteiro de madeira foi usado para ajudar a examinar o paciente sem a necessidade de tocá-los, também foi usado como um meio de se arrepender dos pecados, pois muitos acreditavam que a praga foi um castigo e gostariam de pedir para serem chicoteados para se arrepender de seus pecados.<ref>Pommerville, p. 9</ref><ref>O'Donnell, p. 143</ref>


== Funcionários públicos ==
== Contrato ==
O contrato de um médico da peste era um acordo entre os administradores de uma cidade e um médico para tratar pacientes de [[peste bubônica]]. Estes contratos estão presentes nos arquivos das cidades europeias.<ref name=":4" /> Sua responsabilidade contratual era tratar pacientes com peste, e nenhum outro tipo de paciente, para evitar a propagação da doença para os não infectados.<ref name=":3">{{Cite book|last=Gottfried|first=Robert S.|title=The Black Death: Natural and Human Disaster in Medieval Europe|publisher=Simon & Schuster|year=1985|isbn=0-02-912370-4|location=|pages=}}{{page needed|date=June 2021}}</ref> Um médico da peste tinha que cumprir uma longa [[quarentena]] depois de ver um paciente da peste. O médico era visto como um "contato" que por acordo tinha que viver em isolamento para ficar em quarentena.<ref>{{Citar jornal|ultimo=Earnest|primeiro=Mark|data=2020-09-03|titulo=On Becoming a Plague Doctor|jornal=New England Journal of Medicine|volume=383|edição=10|paginas=e64|doi=10.1056/NEJMp2011418|pmid=32433862|issn=0028-4793|doi-access=free}}</ref>{{sfn|Gottfried|1983|p=126}}
Os médicos da peste trabalharam como servidores públicos em épocas de epidemias começando com a [[Peste negra]] na Europa no [[século XIV]]. Sua principal tarefa, além de cuidar de vítimas da peste, era gravar em registros públicos as mortes devido a uma praga.<ref name="Byrne170"/>

Em algumas cidades europeias, como Florença e Perúgia, foi solicitado que os médicos fizessem autópsias para ajudar a determinar a causa da morte e qual o papel da peste.<ref>Wray, p. 172</ref> Os médicos da peste se tornaram testadores e as testemunhas de inúmeras vontades durante os tempos de epidemias.<ref>Wray, p. 173</ref> Também deram conselhos aos seus pacientes sobre sua conduta antes da morte.<ref name="jhmasextract276">{{citar web|url=http://jhmas.oxfordjournals.org/content/XX/3/276.extract |título=The Plague Doctor |publicado=Jhmas.oxfordjournals.org |data=02-04-2012 |acessodata=24-07-14}}</ref> Este conselho pode variar dependendo do paciente e, após a Idade Média, a natureza da relação entre médico e paciente era governada por um código de ética cada vez mais complexo.<ref>Robert S. Gottfried, ''The Black Death: natural and human disaster in medieval Europe'' (Simon & Schuster, 1983), pp. 126-28.</ref>

== Métodos ==
Os médicos da peste praticavam [[Sangria_(medicina)|sangria]] e davam diversos tipos de remédios, como colocar rãs ou sanguessugas nas ínguas para "reequilibrar os humores" como uma rotina normal.<ref>Byfield, p. 37</ref> Eles não podiam, geralmente, interagir com o público em geral, devido à natureza de seus negócios e a possibilidade de propagação da doença; eles também poderiam estar sujeitos a quarentena.<ref>Robert S. Gottfried, ''The Black Death: natural and human disaster in medieval Europe'' (Simon & Schuster, 1983), p. 126.</ref>

== Grandes médicos da peste ==
[[File:Anatomia xiv secolo.jpg|thumb|[[Guy de Chauliac]] fazendo uma [[investigação]] em um [[corpo]] com [[peste negra]]]]
O médico mais honrado foi [[particular]] do [[Papa Clemente VI]], [[Guy de Chauliac]], que foi o primeiro a estudar essa peste e acabou morrendo por causa da mesma.

Outro médico famoso que deu conselhos profissionais sobre as medidas preventivas que podem ser tomadas contra a praga foi ninguém menos que [[Nostradamus]].<ref>Hogue, p. 1844</ref><ref>{{citar livro|url=http://books.google.com/books?id=ADri5RCWu-UC&pg=PT21&dq=Nostradamus+was+a+plague+doctor&hl=en&ei=peL5TY2rAsXbgQeQt-nmBA&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=3&ved=0CDMQ6AEwAg#v=onepage&q=Nostradamus%20was%20a%20plague%20doctor&f=false |título=The essential Nostradamus: literal translation, historical commentary, and ... By Richard Smoley |publicado=Books.google.com |data= |acessodata=2012-06-12}}</ref> O conselho foi remover cadáveres infectados, tomar ar fresco, água potável limpa e um suco de preparação de rosa mosqueta.<ref>Pickover, p. 279</ref><ref name="Traité">{{citar web |url=http://www.propheties.it/bibliotheque/1539-1567/1555-003%20Nostradamus,%20Excellent%20&%20moult%20utile/index.html |título=Excellent et moult utile opuscule à tous/ nécessaire qui désirent avoir connoissan/ ce de plusieurs exquises receptes divisé/ en deux parties./ La première traicte de diverses façons/ de fardemens et senteurs pour illustrer et/ embelir la face./ La seconde nous montre la façon et/ manière de faire confitures de plusieurs/ sortes... Nouvellement composé par Maistre/ Michel de NOSTREDAME docteur/ en medecine... by Nostradamus |publicado=Propheties.it |data= |acessodata=24-07-14 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20120317155633/http://www.propheties.it/bibliotheque/1539-1567/1555-003%20Nostradamus%2C%20Excellent%20%26%20moult%20utile/index.html |arquivodata=2012-03-17 |urlmorta=yes }}</ref> Em ''Traité des fardemens'' mostra-se na parte do capítulo VIII que Nostradamus também recomendou não sangrar o paciente.<ref name="Traité" />

Na cidade italiana de [[Pavia]], em 1479, [[Giovanni de Ventura]] foi contratado como médico da peste da comunidade.<ref name="Byrne169" /><ref>King, p. 339</ref>

O médico irlandês, [[Niall Ó Glacáin]] (c.1563?-1653) ganhou o respeito e admiração na [[Espanha]], [[França]] e [[Itália]] por sua bravura no tratamento de numerosas vítimas da peste.<ref>Stephen, p. 927</ref><ref>{{citar web|url=http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2385830/pdf/ulstermedj00097-0038.pdf |título=THE HISTORY OF MEDICINE IN IRELAND; by J. OLIVER WOODS, MD, FRCGP, Page 40 |formato=PDF |data= |acessodata=24-07-14}}</ref>


== Médicos da peste notáveis ==
O anatomista francês [[Ambroise Paré]] e [[Paracelso]] também foram famosos medievais médicos da peste.<ref>Körner, p. 13</ref>
[[Imagem:Anatomia xiv secolo.jpg|thumb|[[Guy de Chauliac]] fazendo uma [[investigação]] em um [[corpo]] com [[peste negra]]]]
* A cidade italiana de [[Pavia]], em 1479, contratou [[Giovanni de Ventura]] como médico da peste comunitário.{{sfn|Byrne|2006|p=169}}<ref>King, Margaret L., ''Western Civilization: a social and cultural history'', Prentice-Hall, 2002, p. 339. {{ISBN|0-13-045007-3}}</ref>
* O [[médico]] irlandês, [[Niall Ó Glacáin]] (c.1563?–1653) ganhou profundo respeito na Espanha, França e Itália por sua bravura em tratar inúmeras pessoas com a peste.<ref>{{Citar jornal|ultimo=Woods|primeiro=J. Oliver|ano=1982|titulo=The History of Medicine in Ireland|jornal=[[Ulster Medical Journal]]|volume=51|edição=1|paginas=35–45 (40)|pmc=2385830|pmid=6761926}}</ref>
* O anatomista francês [[Ambroise Paré]] e o [[Iatroquímica|iatroquímico]] suíço [[Paracelso]] também foram famosos médicos da peste renascentista.<ref>Körner, Christian, ''Mountain Biodiversity: a global assessment'', CRC Press, 2002, p. 13. {{ISBN|1-84214-091-4}}</ref>
* [[Nostradamus]] deu conselhos sobre medidas preventivas contra a peste,<ref>Hogue, John,''Nostradamus: the new revelations'', Barnes & Noble Books, 1995, p. 1884. {{ISBN|1-56619-948-4}}</ref><ref>{{citar livro|ultimo1=Smoley|primeiro1=Richard|url=https://books.google.com/books?id=ADri5RCWu-UC&q=Nostradamus+was+a+plague+doctor&pg=PT21|titulo=The essential Nostradamus: literal translation, historical commentary, and ... By Richard Smoley|data=2006-01-19|isbn=978-1-4406-4984-4|acessodata=2012-06-12}}</ref> tais como a remoção de cadáveres infectados, tomar ar fresco, beber água limpa e beber uma preparação de suco de [[Cinórrodo|rosa mosqueta]].<ref>Pickover, Clifford A., ''Dreaming the Future: the fantastic story of prediction'', Prometheus Books, 2001, p. 279. {{ISBN|1-57392-895-X}}</ref><ref name="Traité">{{citar web|titulo=Excellent et moult utile opuscule à tous/ nécessaire qui désirent avoir connoissan/ ce de plusieurs exquises receptes divisé/ en deux parties./ La première traicte de diverses façons/ de fardemens et senteurs pour illustrer et/ embelir la face./ La seconde nous montre la façon et/ manière de faire confitures de plusieurs/ sortes... Nouvellement composé par Maistre/ Michel de NOSTREDAME docteur/ en medecine... by Nostradamus|url=http://www.propheties.it/bibliotheque/1539-1567/1555-003%20Nostradamus,%20Excellent%20&%20moult%20utile/index.html|urlmorta=sim|arquivourl=https://web.archive.org/web/20120317155633/http://www.propheties.it/bibliotheque/1539-1567/1555-003%20Nostradamus%2C%20Excellent%20%26%20moult%20utile/index.html|arquivodata=2012-03-17|acessodata=2012-06-12|publisher=Propheties.it}}</ref> Em ''[[Traité des fardemens]]'' Parte A Capítulo VIII, Nostradamus também recomendou não [[Sangria (medicina)|sangrar]] o paciente.<ref name="Traité" />
* [[John Paulitious]] foi o primeiro médico da peste de [[Edimburgo]],<ref>{{Citar web|data=2007-07-18|titulo=Edinburgh's Dark Side|url=http://edinburghsdarkside.blogspot.com/2006/07/plague-doctors.html|arquivourl=https://web.archive.org/web/20070718130757/http://edinburghsdarkside.blogspot.com/2006/07/plague-doctors.html|urlmorta=sim|arquivodata=2007-07-18|acessodata=2021-04-08}}</ref><ref name=":0">{{Citar web|data=2015|titulo=Discover|url=https://www.nls.uk/media/1200684/discover-30.pdf|urlmorta=sim|arquivourl=https://web.archive.org/web/20151224072751/https://www.nls.uk/media/1200684/discover-30.pdf|arquivodata=24 de dezembro de 2015|acessodata=8 de abril de 2021|editora=[[National Library of Scotland]]}}</ref><ref name=":1">{{Citar web|titulo=Brit History: Plague Doctors in British History|url=https://anglotopia.net/british-history/carolinean-era/brit-history-plague-doctors-in-british-history/|acessodata=2021-04-08|website=Anglotopia.net|lingua=en-US}}</ref> mas ele morreu em junho de 1645 apenas semanas após começar seu emprego.<ref name=":1" /> Ele foi sucedido por George Rae.<ref name=":0" /><ref name=":1" /><ref>{{Citar web|data=2019-06-24|titulo=The Real Edinburgh Plague Doctor|url=https://www.realmarykingsclose.com/blog/edinburghs-plague-doctor/|urlmorta=não|arquivourl=https://web.archive.org/web/20200514064210/https://www.realmarykingsclose.com/blog/edinburghs-plague-doctor/|arquivodata=14 de maio de 2020|acessodata=2021-04-08|website=Real Mary Kings Close|lingua=en-GB}}</ref>


{{Referências}}
{{referências|título=Referências|col=}}


== Bibliografia ==
== Bibliografia ==

Revisão das 14h18min de 7 de agosto de 2022

Gravura de cobre do Doutor Schnabel (ou seja, Dr. Beak), um médico da peste na Roma do século XVII, por volta de 1656.

Um médico da peste negra (italiano: medico della peste, holandês: pestmeester, espanhol: Médico de la peste negra, alemão: Pestarzt) foi um médico que tratava aqueles que contraíram a peste bubônica[1] durante epidemias. Esses médicos foram contratados pelas cidades para tratar pacientes infectados independentemente da renda, principalmente os pobres que não tinham condições de pagar.[2][3]

Médicos da peste tinham uma reputação mista, com alguns cidadãos vendo sua presença como um aviso para deixar a área.[4] Alguns médicos da peste eram conhecidos por cobrar os pacientes e suas famílias taxas adicionais para tratamentos especiais ou falsas curas.[5] Em muitos casos não eram médicos profissionais treinados ou cirurgiões experientes; em vez disso, sendo voluntários, médicos de segunda categoria, ou jovens médicos começando uma carreira.[6] Em um caso, um destes médicos havia sido vendedor de frutas antes de seu emprego como um médico. Os médicos da peste raramente curavam os pacientes; em vez disso, serviam para registrar o número de mortos e o número de pessoas infectadas para propósitos demográficos.[4]

Na França e nos Países Baixos os médicos da peste muitas vezes não possuíam nenhuma formação médica e eram referidos como "empíricos". Os médicos da peste eram conhecidos como médicos municipais ou "médicos da peste comunitários", enquanto os "clínicos gerais" eram médicos separados e ambos podiam estar na mesma cidade ou vila europeia ao mesmo tempo.[1][7][8][9]

Alguns médicos usavam máscaras que pareciam bicos de aves cheias de itens aromáticos. As máscaras foram concebidas para protegê-los do ar fétido, que, de acordo com a teoria miasmática da doença, foi considerado como a causa da infecção. Assim:

Possuíam um nariz de meio pé de comprimento, com a forma de um bico, preenchido com perfume em apenas dois orifícios, um de cada lado, perto das narinas, mas que eram o suficiente para respirar e reunir o ar das drogas alojadas no interior do bico. Sob o casaco usam botas de couro marroquino (couro de cabra) por cima dos calções que estavam amarradas a estas botas e uma blusa de manga curta em pele lisa, do qual o extremo inferior é dobrado para dentro dos calções. O chapéu e as luvas também são feitas da mesma pele... com lentes sobre os olhos.
[10]

História

De acordo com a Enciclopédia de Doenças Infecciosas,[11] de Michel Tibayrenc, a primeira menção ao icônico médico da peste é encontrada durante o surto de peste de 1619 em Paris, na obra escrita do médico real Charles de Lorme, servindo ao rei Luís XIII da França na época. Após De Lorme, o gravador alemão Gerhart Altzenbach publicou uma famosa ilustração em 1656, na qual o icônico Doutor Schnabel von Rom do editor Paulus Fürst se baseia. Neste trabalho satírico, Fürst descreve como o médico não faz nada além de aterrorizar as pessoas e tirar dinheiro dos mortos e moribundos.[12]

A cidade de Orvieto contratou Matteo fu Angelo em 1348 por quatro vezes a taxa normal de um médico de 50 florins por ano.[8] O Papa Clemente VI contratou vários médicos extras durante a epidemia de Peste Negra para cuidar das pessoas doentes de Avignon. Dos dezoito médicos em Veneza, apenas um foi deixado em 1348: cinco tinham morrido da peste, e doze estavam desaparecidos e poderiam ter fugido.[13]

Métodos e funções

Os médicos da peste praticavam sangria e davam diversos tipos de remédios, como colocar sapos ou sanguessugas nos bubões para "reequilibrar os humores".[14] A principal tarefa de um médico da peste, além de tratar pessoas com peste, era compilar registros públicos de mortes por peste.[4]

Em certas cidades europeias como Florença e Perugia, os médicos da peste foram solicitados a fazer autópsias para ajudar a determinar a causa da morte e como a peste afetou as pessoas.[15] Os médicos da peste também às vezes pegavam a última vontade e testamento dos pacientes durante períodos de epidemias de peste,[16] e aconselhavam seus pacientes sobre sua conduta antes da morte.[17] Esse conselho variava de acordo com o paciente e, após a Idade Média, a natureza da relação entre médico e paciente era regida por um código ético cada vez mais complexo.[18][19]

Traje

Traje do médico da peste da Alemanha (século XVII).
Ver artigo principal: Traje do médico da peste

Alguns médicos da peste usavam um traje especial, embora fontes gráficas mostrassem que usavam uma variedade de peças de vestuário. As roupas foram inventadas por Charles de Lorme em 1619; elas foram usadas ​​pela primeira vez em Paris, tendo mais tarde se espalhando em toda a Europa.[20] O traje de proteção consistia em um sobretudo de tecido pesado, que era encerado, uma máscara com aberturas de olhos de vidro e um nariz em forma de cone, como um bico para segurar substâncias aromáticas e palha.[21] A maioria dos médicos da peste também usavam um chapéu de aba, que foi tipicamente utilizado para identificar sua posição como médico.[22]

Alguns dos materiais perfumados eram âmbar, folhas de hortelã, erva-cidreira, cânfora, cravo, láudano, mirra, pétalas de rosa, estoraque.[23] Isto foi pensado para proteger o médico do ar miasmático ruim.[24] A palha forneceu um filtro para o "mau ar". Um bastão ponteiro de madeira foi usado para ajudar a examinar o paciente sem a necessidade de tocá-los, também foi usado como um meio de se arrepender dos pecados, pois muitos acreditavam que a praga foi um castigo e gostariam de pedir para serem chicoteados para se arrepender de seus pecados.[25][26]

Contrato

O contrato de um médico da peste era um acordo entre os administradores de uma cidade e um médico para tratar pacientes de peste bubônica. Estes contratos estão presentes nos arquivos das cidades europeias.[6] Sua responsabilidade contratual era tratar pacientes com peste, e nenhum outro tipo de paciente, para evitar a propagação da doença para os não infectados.[27] Um médico da peste tinha que cumprir uma longa quarentena depois de ver um paciente da peste. O médico era visto como um "contato" que por acordo tinha que viver em isolamento para ficar em quarentena.[28][18]

Médicos da peste notáveis

Guy de Chauliac fazendo uma investigação em um corpo com peste negra

Referências

  1. a b Cipolla 1977, p. 65.
  2. Cipolla 1977, p. 68.
  3. Andrew Whalen (19 de março de 2020). «Are surgical masks the new plague masks? A history of the not-always-helpful ways we've reacted to pandemics». Newsweek. Consultado em 9 de março de 2021 
  4. a b c Byrne 2006, p. 170.
  5. Rosenhek, Jackie (Outubro de 2011). «Doctor of the Black Death». Doctor's Review. Consultado em 6 de maio de 2014. Cópia arquivada em 6 de maio de 2014 
  6. a b Miskimin, Harry (1977). The Medieval City. [S.l.]: Yale University Press. 66 páginas. ISBN 0-300-02081-3 
  7. Ellis 2004, p. 202.
  8. a b c Byrne 2006, p. 169.
  9. Simon, Matthew, Emergent Computation: emphasizing bioinformatics, Publisher シュプリンガー・ジャパン株式会社, 2005, p. 3. ISBN 0-387-22046-1
  10. Vidal, Pierre; Tibayrenc, Myrtille; Gonzalez, Jean-Paul (2007) [2009]. «Chapter 40: Infectious disease and arts». In: Tibayrenc, Michel. Encyclopedia of Infectious Diseases: Modern Methodologies. 2 4 ed. New York: John Wiley & Sons. p. 680. 3530 páginas. ISBN 9780470114193 
  11. Michel Tibayrenc, ed. (2007). Encyclopedia of Infectious Diseases : Modern Methodologies. Hoboken, New Jersey: Wiley-Liss. ISBN 978-0-471-65732-3. OCLC 181344580 
  12. Black, Winston (19 de maio de 2020). «Plague doctors: Separating medical myths from facts». livescience. Consultado em 15 de janeiro de 2021 
  13. Byrne 2006, p. 168.
  14. Byfield 2010, p. 37.
  15. Wray 2009, p. 172.
  16. Wray 2009, p. 173.
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  18. a b Gottfried 1983, p. 126.
  19. Gottfried 1983, pp. 127–128.
  20. Christine M. Boeckl, Images of plague and pestilence: iconography and iconology (Truman State University Press, 2000), pp. 15, 27.
  21. Byrne (Encyclopedia), p. 505
  22. http://thechirurgeonsapprentice.com/2012/03/13/behind-the-mask-the-plague-doctor/
  23. Byrne, Joseph Patrick, Encyclopedia of Pestilence, Pandemics, and Plagues, ABC-Clio, 2008, ISBN 0-313-34102-8
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  25. Pommerville, p. 9
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  27. Gottfried, Robert S. (1985). The Black Death: Natural and Human Disaster in Medieval Europe. [S.l.]: Simon & Schuster. ISBN 0-02-912370-4 [falta página]
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Bibliografia

Fontes primárias

Fontes secundárias

Leitura adicional

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  • Fitzharris, Lindsey. "Behind the Mask: The Plague Doctor." The Chirurgeons Apprentice. Web. 6 May 2014.
  • Haggard, Howard W., From Medicine Man to Doctor: The Story of the Science of Healing, Courier Dover Publications, 2004, ISBN 0-486-43541-5
  • Heymann, David L., The World Health Report 2007: a safer future : global public health security in the 21st century, World Health Organization, 2007, ISBN 92-4-156344-3
  • Kenda, Barbara, Aeolian winds and the spirit in Renaissance architecture: Academia Eolia revisited, Taylor & Francis, 2006, ISBN 0-415-39804-5
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  • Rosenhek, Jackie. "Doctor's Review: Medicine on the Move." Doctor's Review. Web. May 2011.
  • Pavia city archives Envelope, 443

Ligações externas