Médico da peste: diferenças entre revisões
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[[Ficheiro:Paul Fürst, Der Doctor Schnabel von Rom (coloured version).png|miniaturadaimagem|Gravura de cobre do Doutor Schnabel (ou seja, Dr. Beak), um médico da peste na Roma do século XVII, por volta de 1656.]] |
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Um '''médico da peste negra''' ([[Língua italiana|italiano]]: ''medico della peste'', [[Língua neerlandesa|holandês]]: ''pestmeester'', [[Língua espanhola|espanhol]]: ''Médico de la peste negra'', [[Língua alemã|alemão]]: ''Pestarzt'') foi um médico |
Um '''médico da peste negra''' ([[Língua italiana|italiano]]: ''medico della peste'', [[Língua neerlandesa|holandês]]: ''pestmeester'', [[Língua espanhola|espanhol]]: ''Médico de la peste negra'', [[Língua alemã|alemão]]: ''Pestarzt'') foi um [[médico]] que tratava aqueles que contraíram a [[peste bubônica]]{{sfn|Cipolla|1977|p=65}} durante [[epidemia]]s. Esses médicos foram contratados pelas cidades para tratar pacientes infectados independentemente da renda, principalmente os pobres que não tinham condições de pagar.{{sfn|Cipolla|1977|p=68}}<ref>{{Citar web|autor=Andrew Whalen|data=2020-03-19|titulo=Are surgical masks the new plague masks? A history of the not-always-helpful ways we've reacted to pandemics|url=https://www.newsweek.com/surgical-masks-plague-coronavirus-covid-19-pandemic-epidemic-black-death-history-1493277|acessodata=2021-03-09|website=[[Newsweek]]}}</ref> |
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Médicos da peste tinham uma reputação mista, com alguns cidadãos vendo sua presença como um aviso para deixar a área.{{sfn|Byrne|2006|p=170}} Alguns médicos da peste eram conhecidos por cobrar os pacientes e suas famílias taxas adicionais para tratamentos especiais ou falsas curas.<ref>{{citar web|ultimo1=Rosenhek|primeiro1=Jackie|titulo=Doctor of the Black Death|url=http://www.doctorsreview.com/history/doctors-black-death/|website=Doctor's Review|data=Outubro de 2011|acessodata=2014-05-06|arquivourl=https://web.archive.org/web/20140506181745/http://www.doctorsreview.com/history/doctors-black-death/|arquivodata=2014-05-06|urlmorta=não}}</ref> Em muitos casos não eram médicos profissionais treinados ou [[Cirurgião|cirurgiões]] experientes; em vez disso, sendo voluntários, médicos de segunda categoria, ou jovens médicos começando uma carreira.<ref name=":4">{{Citar livro|last=Miskimin|primeiro=Harry|titulo=The Medieval City|editora=[[Yale University Press]]|ano=1977|isbn=0-300-02081-3|local=|paginas=66}}</ref> Em um caso, um destes médicos havia sido vendedor de frutas antes de seu emprego como um médico. Os médicos da peste raramente curavam os pacientes; em vez disso, serviam para registrar o número de mortos e o número de pessoas infectadas para propósitos demográficos.{{sfn|Byrne|2006|p=170}} |
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Os médicos da peste tratavam os pacientes segundo seus acordos e eram conhecidos como médicos municipais ou comunitários da "[[peste negra]]".<ref name="Cipolla, p. 65"/><ref name="Ellis202">Ellis, p. 202</ref><ref name="Byrne169">Byrne (Daily), p. 169</ref><ref name="Simon3">Simon, p. 3</ref> Na França e nos Países Baixos os médicos da peste não possuíam nenhuma formação médica e eram referidos como "empíricos". Em um caso, um destes médicos havia sido vendedor de frutas antes de dedicar-se a medicina. |
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Na França e nos Países Baixos os médicos da peste muitas vezes não possuíam nenhuma formação médica e eram referidos como "[[empírico]]s". Os médicos da peste eram conhecidos como médicos municipais ou "médicos da peste comunitários", enquanto os "clínicos gerais" eram médicos separados e ambos podiam estar na mesma cidade ou vila europeia ao mesmo tempo.{{sfn|Cipolla|1977|p=65}}{{sfn|Ellis|2004|p=202}}{{sfn|Byrne|2006|p=169}}<ref>Simon, Matthew, ''Emergent Computation: emphasizing bioinformatics'', Publisher シュプリンガー・ジャパン株式会社, 2005, p. 3. {{ISBN|0-387-22046-1}}</ref> |
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Alguns médicos usavam máscaras que pareciam bicos de aves cheias de itens aromáticos. As máscaras foram concebidas para protegê-los do ar fétido, que, de acordo com a [[teoria miasmática]] da doença, foi considerado como a causa da infecção. Assim: |
Alguns médicos usavam máscaras que pareciam bicos de aves cheias de itens aromáticos. As máscaras foram concebidas para protegê-los do ar fétido, que, de acordo com a [[teoria miasmática]] da doença, foi considerado como a causa da infecção. Assim: |
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== História == |
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De acordo com a ''Enciclopédia de Doenças Infecciosas'',<ref>{{Citar livro|titulo=Encyclopedia of Infectious Diseases : Modern Methodologies|data=2007|editora=Wiley-Liss|editor=Michel Tibayrenc|local=Hoboken, New Jersey|oclc=181344580|isbn=<!--978-0-470-11420-9-->978-0-471-65732-3}}</ref> de Michel Tibayrenc, a primeira menção ao icônico médico da peste é encontrada durante o surto de peste de 1619 em Paris, na obra escrita do médico real [[Charles de Lorme]], servindo ao [[Luís XIII de França|rei Luís XIII da França]] na época. Após De Lorme, o gravador alemão Gerhart Altzenbach publicou uma famosa ilustração em 1656, na qual o icônico ''Doutor Schnabel von Rom'' do editor Paulus Fürst se baseia. Neste trabalho [[Sátira|satírico]], Fürst descreve como o médico não faz nada além de aterrorizar as pessoas e tirar dinheiro dos mortos e moribundos.<ref name=":2">{{Citar web|ultimo=Black|primeiro=Winston|data=19 de maio de 2020|titulo=Plague doctors: Separating medical myths from facts|url=https://www.livescience.com/plague-doctors.html|acessodata=15 de janeiro de 2021|website=livescience}}</ref> |
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A primeira epidemia de peste bubônica remonta a meados do século VI, conhecida como a [[Praga de Justiniano]].<ref>Gordon, p. 471</ref> A maior epidemia foi a [[Peste negra]] na Europa no [[século XIV]]. Nos tempos medievais, a grande perda de pessoas devido a peste bubônica em uma cidade criou um desastre econômico. Os médicos comunitários foram bastante valiosos e receberam privilégios especiais. Por exemplo, os médicos da peste eram livremente autorizados a realizar autópsias, que foram, de outra maneira, geralmente, proibidas na Europa Medieval, bem como a investigação de uma cura para a peste. |
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A cidade de [[Orvieto]] contratou Matteo fu Angelo em 1348 por quatro vezes a taxa normal de um médico de 50 [[Florim|florins]] por ano.{{sfn|Byrne|2006|p=169}} O [[Papa Clemente VI]] contratou vários médicos extras durante a epidemia de [[Peste Negra]] para cuidar das pessoas doentes de [[Avignon]]. Dos dezoito médicos em [[Veneza]], apenas um foi deixado em 1348: cinco tinham morrido da peste, e doze estavam desaparecidos e poderiam ter fugido.{{sfn|Byrne|2006|p=168}} |
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Os médicos da peste praticavam [[Sangria_(medicina)|sangria]] e davam diversos tipos de remédios, como colocar [[sapo]]s ou [[sanguessuga]]s nos bubões para "reequilibrar [[Humorismo|os humores]]".{{sfn|Byfield|2010|p=37}} A principal tarefa de um médico da peste, além de tratar pessoas com peste, era compilar registros públicos de mortes por peste.{{sfn|Byrne|2006|p=170}} |
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⚫ | Em certas cidades europeias como [[Florença]] e [[Perugia]], os médicos da peste foram solicitados a fazer [[autópsia]]s para ajudar a determinar a causa da morte e como a peste afetou as pessoas.{{sfn|Wray|2009|p=172}} Os médicos da peste também às vezes pegavam a última [[Testamento|vontade e testamento]] dos pacientes durante períodos de epidemias de peste,{{sfn|Wray|2009|p=173}} e aconselhavam seus pacientes sobre sua conduta antes da morte.<ref name="jhmasextract276">{{citar web|data=2012-04-02|titulo=The Plague Doctor|url=http://jhmas.oxfordjournals.org/content/XX/3/276.extract|urlmorta=sim|arquivourl=https://web.archive.org/web/20130212013047/http://jhmas.oxfordjournals.org/content/XX/3/276.extract|arquivodata=2013-02-12|acessodata=2012-06-12|editora=Jhmas.oxfordjournals.org}}</ref> Esse conselho variava de acordo com o paciente e, após a [[Idade Média]], a natureza da relação entre médico e paciente era regida por um código ético cada vez mais complexo.{{sfn|Gottfried|1983|p=126}}{{sfn|Gottfried|1983|pp=127–128}} |
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== Traje == |
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[[Imagem: Medico peste.jpg|thumb|upright|Traje do médico da peste da Alemanha (século XVII).]] |
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[[Imagem:A Physician Wearing a Seventeenth Century Plague Preventive Costume WDL3957.png|alt=médico da peste usando roupas contra a peste.|thumb|Médico da peste usando seus trajes anti-peste]] |
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{{AP|Traje do médico da peste}} |
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Alguns médicos da peste usavam um traje especial, embora fontes gráficas mostrassem que usavam uma variedade de peças de vestuário. As roupas foram inventadas por [[Charles de Lorme]] em 1619; elas foram usadas pela primeira vez em Paris, tendo mais tarde se espalhando em toda a Europa.<ref>Christine M. Boeckl, ''Images of plague and pestilence: iconography and iconology'' (Truman State University Press, 2000), pp. 15, 27.</ref> O traje de proteção consistia em um sobretudo de tecido pesado, que era encerado, uma máscara com aberturas de olhos de vidro e um nariz em forma de cone, como um bico para segurar substâncias aromáticas e palha.<ref>Byrne (Encyclopedia), p. 505</ref> A maioria dos médicos da peste também usavam um chapéu de aba, que foi tipicamente utilizado para identificar sua posição como médico.<ref>http://thechirurgeonsapprentice.com/2012/03/13/behind-the-mask-the-plague-doctor/</ref> |
Alguns médicos da peste usavam um traje especial, embora fontes gráficas mostrassem que usavam uma variedade de peças de vestuário. As roupas foram inventadas por [[Charles de Lorme]] em 1619; elas foram usadas pela primeira vez em Paris, tendo mais tarde se espalhando em toda a Europa.<ref>Christine M. Boeckl, ''Images of plague and pestilence: iconography and iconology'' (Truman State University Press, 2000), pp. 15, 27.</ref> O traje de proteção consistia em um sobretudo de tecido pesado, que era encerado, uma máscara com aberturas de olhos de vidro e um nariz em forma de cone, como um bico para segurar substâncias aromáticas e palha.<ref>Byrne (Encyclopedia), p. 505</ref> A maioria dos médicos da peste também usavam um chapéu de aba, que foi tipicamente utilizado para identificar sua posição como médico.<ref>http://thechirurgeonsapprentice.com/2012/03/13/behind-the-mask-the-plague-doctor/</ref> |
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Alguns dos materiais perfumados eram [[âmbar]], folhas de hortelã, erva-cidreira, [[cânfora]], cravo, [[láudano]], [[mirra]], pétalas de rosa, [[estoraque]].<ref name="Byrne170">Byrne, Joseph Patrick, ''Encyclopedia of Pestilence, Pandemics, and Plagues'', ABC-Clio, 2008, {{ISBN|0-313-34102-8}}</ref> Isto foi pensado para proteger o médico do [[Teoria miasmática|ar miasmático ruim]].<ref name="Loudon">Irvine Loudon, ''Western Medicine: An Illustrated History'' (Oxford, 2001), p. 189.</ref> A palha forneceu um filtro para o "mau ar". Um bastão ponteiro de madeira foi usado para ajudar a examinar o paciente sem a necessidade de tocá-los, também foi usado como um meio de se arrepender dos pecados, pois muitos acreditavam que a praga foi um castigo e gostariam de pedir para serem chicoteados para se arrepender de seus pecados.<ref>Pommerville, p. 9</ref><ref>O'Donnell, p. 143</ref> |
Alguns dos materiais perfumados eram [[âmbar]], folhas de hortelã, erva-cidreira, [[cânfora]], cravo, [[láudano]], [[mirra]], pétalas de rosa, [[estoraque]].<ref name="Byrne170">Byrne, Joseph Patrick, ''Encyclopedia of Pestilence, Pandemics, and Plagues'', ABC-Clio, 2008, {{ISBN|0-313-34102-8}}</ref> Isto foi pensado para proteger o médico do [[Teoria miasmática|ar miasmático ruim]].<ref name="Loudon">Irvine Loudon, ''Western Medicine: An Illustrated History'' (Oxford, 2001), p. 189.</ref> A palha forneceu um filtro para o "mau ar". Um bastão ponteiro de madeira foi usado para ajudar a examinar o paciente sem a necessidade de tocá-los, também foi usado como um meio de se arrepender dos pecados, pois muitos acreditavam que a praga foi um castigo e gostariam de pedir para serem chicoteados para se arrepender de seus pecados.<ref>Pommerville, p. 9</ref><ref>O'Donnell, p. 143</ref> |
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== Contrato == |
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O contrato de um médico da peste era um acordo entre os administradores de uma cidade e um médico para tratar pacientes de [[peste bubônica]]. Estes contratos estão presentes nos arquivos das cidades europeias.<ref name=":4" /> Sua responsabilidade contratual era tratar pacientes com peste, e nenhum outro tipo de paciente, para evitar a propagação da doença para os não infectados.<ref name=":3">{{Cite book|last=Gottfried|first=Robert S.|title=The Black Death: Natural and Human Disaster in Medieval Europe|publisher=Simon & Schuster|year=1985|isbn=0-02-912370-4|location=|pages=}}{{page needed|date=June 2021}}</ref> Um médico da peste tinha que cumprir uma longa [[quarentena]] depois de ver um paciente da peste. O médico era visto como um "contato" que por acordo tinha que viver em isolamento para ficar em quarentena.<ref>{{Citar jornal|ultimo=Earnest|primeiro=Mark|data=2020-09-03|titulo=On Becoming a Plague Doctor|jornal=New England Journal of Medicine|volume=383|edição=10|paginas=e64|doi=10.1056/NEJMp2011418|pmid=32433862|issn=0028-4793|doi-access=free}}</ref>{{sfn|Gottfried|1983|p=126}} |
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Os médicos da peste trabalharam como servidores públicos em épocas de epidemias começando com a [[Peste negra]] na Europa no [[século XIV]]. Sua principal tarefa, além de cuidar de vítimas da peste, era gravar em registros públicos as mortes devido a uma praga.<ref name="Byrne170"/> |
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Os médicos da peste praticavam [[Sangria_(medicina)|sangria]] e davam diversos tipos de remédios, como colocar rãs ou sanguessugas nas ínguas para "reequilibrar os humores" como uma rotina normal.<ref>Byfield, p. 37</ref> Eles não podiam, geralmente, interagir com o público em geral, devido à natureza de seus negócios e a possibilidade de propagação da doença; eles também poderiam estar sujeitos a quarentena.<ref>Robert S. Gottfried, ''The Black Death: natural and human disaster in medieval Europe'' (Simon & Schuster, 1983), p. 126.</ref> |
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== Grandes médicos da peste == |
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O médico mais honrado foi [[particular]] do [[Papa Clemente VI]], [[Guy de Chauliac]], que foi o primeiro a estudar essa peste e acabou morrendo por causa da mesma. |
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Na cidade italiana de [[Pavia]], em 1479, [[Giovanni de Ventura]] foi contratado como médico da peste da comunidade.<ref name="Byrne169" /><ref>King, p. 339</ref> |
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O médico irlandês, [[Niall Ó Glacáin]] (c.1563?-1653) ganhou o respeito e admiração na [[Espanha]], [[França]] e [[Itália]] por sua bravura no tratamento de numerosas vítimas da peste.<ref>Stephen, p. 927</ref><ref>{{citar web|url=http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2385830/pdf/ulstermedj00097-0038.pdf |título=THE HISTORY OF MEDICINE IN IRELAND; by J. OLIVER WOODS, MD, FRCGP, Page 40 |formato=PDF |data= |acessodata=24-07-14}}</ref> |
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== Médicos da peste notáveis == |
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* A cidade italiana de [[Pavia]], em 1479, contratou [[Giovanni de Ventura]] como médico da peste comunitário.{{sfn|Byrne|2006|p=169}}<ref>King, Margaret L., ''Western Civilization: a social and cultural history'', Prentice-Hall, 2002, p. 339. {{ISBN|0-13-045007-3}}</ref> |
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* O [[médico]] irlandês, [[Niall Ó Glacáin]] (c.1563?–1653) ganhou profundo respeito na Espanha, França e Itália por sua bravura em tratar inúmeras pessoas com a peste.<ref>{{Citar jornal|ultimo=Woods|primeiro=J. Oliver|ano=1982|titulo=The History of Medicine in Ireland|jornal=[[Ulster Medical Journal]]|volume=51|edição=1|paginas=35–45 (40)|pmc=2385830|pmid=6761926}}</ref> |
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⚫ | * [[Nostradamus]] deu conselhos sobre medidas preventivas contra a peste,<ref>Hogue, John,''Nostradamus: the new revelations'', Barnes & Noble Books, 1995, p. 1884. {{ISBN|1-56619-948-4}}</ref><ref>{{citar livro|ultimo1=Smoley|primeiro1=Richard|url=https://books.google.com/books?id=ADri5RCWu-UC&q=Nostradamus+was+a+plague+doctor&pg=PT21|titulo=The essential Nostradamus: literal translation, historical commentary, and ... By Richard Smoley|data=2006-01-19|isbn=978-1-4406-4984-4|acessodata=2012-06-12}}</ref> tais como a remoção de cadáveres infectados, tomar ar fresco, beber água limpa e beber uma preparação de suco de [[Cinórrodo|rosa mosqueta]].<ref>Pickover, Clifford A., ''Dreaming the Future: the fantastic story of prediction'', Prometheus Books, 2001, p. 279. {{ISBN|1-57392-895-X}}</ref><ref name="Traité">{{citar web|titulo=Excellent et moult utile opuscule à tous/ nécessaire qui désirent avoir connoissan/ ce de plusieurs exquises receptes divisé/ en deux parties./ La première traicte de diverses façons/ de fardemens et senteurs pour illustrer et/ embelir la face./ La seconde nous montre la façon et/ manière de faire confitures de plusieurs/ sortes... Nouvellement composé par Maistre/ Michel de NOSTREDAME docteur/ en medecine... by Nostradamus|url=http://www.propheties.it/bibliotheque/1539-1567/1555-003%20Nostradamus,%20Excellent%20&%20moult%20utile/index.html|urlmorta=sim|arquivourl=https://web.archive.org/web/20120317155633/http://www.propheties.it/bibliotheque/1539-1567/1555-003%20Nostradamus%2C%20Excellent%20%26%20moult%20utile/index.html|arquivodata=2012-03-17|acessodata=2012-06-12|publisher=Propheties.it}}</ref> Em ''[[Traité des fardemens]]'' Parte A Capítulo VIII, Nostradamus também recomendou não [[Sangria (medicina)|sangrar]] o paciente.<ref name="Traité" /> |
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* [[John Paulitious]] foi o primeiro médico da peste de [[Edimburgo]],<ref>{{Citar web|data=2007-07-18|titulo=Edinburgh's Dark Side|url=http://edinburghsdarkside.blogspot.com/2006/07/plague-doctors.html|arquivourl=https://web.archive.org/web/20070718130757/http://edinburghsdarkside.blogspot.com/2006/07/plague-doctors.html|urlmorta=sim|arquivodata=2007-07-18|acessodata=2021-04-08}}</ref><ref name=":0">{{Citar web|data=2015|titulo=Discover|url=https://www.nls.uk/media/1200684/discover-30.pdf|urlmorta=sim|arquivourl=https://web.archive.org/web/20151224072751/https://www.nls.uk/media/1200684/discover-30.pdf|arquivodata=24 de dezembro de 2015|acessodata=8 de abril de 2021|editora=[[National Library of Scotland]]}}</ref><ref name=":1">{{Citar web|titulo=Brit History: Plague Doctors in British History|url=https://anglotopia.net/british-history/carolinean-era/brit-history-plague-doctors-in-british-history/|acessodata=2021-04-08|website=Anglotopia.net|lingua=en-US}}</ref> mas ele morreu em junho de 1645 apenas semanas após começar seu emprego.<ref name=":1" /> Ele foi sucedido por George Rae.<ref name=":0" /><ref name=":1" /><ref>{{Citar web|data=2019-06-24|titulo=The Real Edinburgh Plague Doctor|url=https://www.realmarykingsclose.com/blog/edinburghs-plague-doctor/|urlmorta=não|arquivourl=https://web.archive.org/web/20200514064210/https://www.realmarykingsclose.com/blog/edinburghs-plague-doctor/|arquivodata=14 de maio de 2020|acessodata=2021-04-08|website=Real Mary Kings Close|lingua=en-GB}}</ref> |
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{{Referências}} |
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== Bibliografia == |
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Revisão das 14h18min de 7 de agosto de 2022
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/e/ea/Paul_F%C3%BCrst%2C_Der_Doctor_Schnabel_von_Rom_%28coloured_version%29.png/220px-Paul_F%C3%BCrst%2C_Der_Doctor_Schnabel_von_Rom_%28coloured_version%29.png)
Um médico da peste negra (italiano: medico della peste, holandês: pestmeester, espanhol: Médico de la peste negra, alemão: Pestarzt) foi um médico que tratava aqueles que contraíram a peste bubônica[1] durante epidemias. Esses médicos foram contratados pelas cidades para tratar pacientes infectados independentemente da renda, principalmente os pobres que não tinham condições de pagar.[2][3]
Médicos da peste tinham uma reputação mista, com alguns cidadãos vendo sua presença como um aviso para deixar a área.[4] Alguns médicos da peste eram conhecidos por cobrar os pacientes e suas famílias taxas adicionais para tratamentos especiais ou falsas curas.[5] Em muitos casos não eram médicos profissionais treinados ou cirurgiões experientes; em vez disso, sendo voluntários, médicos de segunda categoria, ou jovens médicos começando uma carreira.[6] Em um caso, um destes médicos havia sido vendedor de frutas antes de seu emprego como um médico. Os médicos da peste raramente curavam os pacientes; em vez disso, serviam para registrar o número de mortos e o número de pessoas infectadas para propósitos demográficos.[4]
Na França e nos Países Baixos os médicos da peste muitas vezes não possuíam nenhuma formação médica e eram referidos como "empíricos". Os médicos da peste eram conhecidos como médicos municipais ou "médicos da peste comunitários", enquanto os "clínicos gerais" eram médicos separados e ambos podiam estar na mesma cidade ou vila europeia ao mesmo tempo.[1][7][8][9]
Alguns médicos usavam máscaras que pareciam bicos de aves cheias de itens aromáticos. As máscaras foram concebidas para protegê-los do ar fétido, que, de acordo com a teoria miasmática da doença, foi considerado como a causa da infecção. Assim:
Possuíam um nariz de meio pé de comprimento, com a forma de um bico, preenchido com perfume em apenas dois orifícios, um de cada lado, perto das narinas, mas que eram o suficiente para respirar e reunir o ar das drogas alojadas no interior do bico. Sob o casaco usam botas de couro marroquino (couro de cabra) por cima dos calções que estavam amarradas a estas botas e uma blusa de manga curta em pele lisa, do qual o extremo inferior é dobrado para dentro dos calções. O chapéu e as luvas também são feitas da mesma pele... com lentes sobre os olhos.— [10]
História
De acordo com a Enciclopédia de Doenças Infecciosas,[11] de Michel Tibayrenc, a primeira menção ao icônico médico da peste é encontrada durante o surto de peste de 1619 em Paris, na obra escrita do médico real Charles de Lorme, servindo ao rei Luís XIII da França na época. Após De Lorme, o gravador alemão Gerhart Altzenbach publicou uma famosa ilustração em 1656, na qual o icônico Doutor Schnabel von Rom do editor Paulus Fürst se baseia. Neste trabalho satírico, Fürst descreve como o médico não faz nada além de aterrorizar as pessoas e tirar dinheiro dos mortos e moribundos.[12]
A cidade de Orvieto contratou Matteo fu Angelo em 1348 por quatro vezes a taxa normal de um médico de 50 florins por ano.[8] O Papa Clemente VI contratou vários médicos extras durante a epidemia de Peste Negra para cuidar das pessoas doentes de Avignon. Dos dezoito médicos em Veneza, apenas um foi deixado em 1348: cinco tinham morrido da peste, e doze estavam desaparecidos e poderiam ter fugido.[13]
Métodos e funções
Os médicos da peste praticavam sangria e davam diversos tipos de remédios, como colocar sapos ou sanguessugas nos bubões para "reequilibrar os humores".[14] A principal tarefa de um médico da peste, além de tratar pessoas com peste, era compilar registros públicos de mortes por peste.[4]
Em certas cidades europeias como Florença e Perugia, os médicos da peste foram solicitados a fazer autópsias para ajudar a determinar a causa da morte e como a peste afetou as pessoas.[15] Os médicos da peste também às vezes pegavam a última vontade e testamento dos pacientes durante períodos de epidemias de peste,[16] e aconselhavam seus pacientes sobre sua conduta antes da morte.[17] Esse conselho variava de acordo com o paciente e, após a Idade Média, a natureza da relação entre médico e paciente era regida por um código ético cada vez mais complexo.[18][19]
Traje
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/a/a4/Medico_peste.jpg/170px-Medico_peste.jpg)
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/3/3a/Magnifying_glass_01.svg/17px-Magnifying_glass_01.svg.png)
Alguns médicos da peste usavam um traje especial, embora fontes gráficas mostrassem que usavam uma variedade de peças de vestuário. As roupas foram inventadas por Charles de Lorme em 1619; elas foram usadas pela primeira vez em Paris, tendo mais tarde se espalhando em toda a Europa.[20] O traje de proteção consistia em um sobretudo de tecido pesado, que era encerado, uma máscara com aberturas de olhos de vidro e um nariz em forma de cone, como um bico para segurar substâncias aromáticas e palha.[21] A maioria dos médicos da peste também usavam um chapéu de aba, que foi tipicamente utilizado para identificar sua posição como médico.[22]
Alguns dos materiais perfumados eram âmbar, folhas de hortelã, erva-cidreira, cânfora, cravo, láudano, mirra, pétalas de rosa, estoraque.[23] Isto foi pensado para proteger o médico do ar miasmático ruim.[24] A palha forneceu um filtro para o "mau ar". Um bastão ponteiro de madeira foi usado para ajudar a examinar o paciente sem a necessidade de tocá-los, também foi usado como um meio de se arrepender dos pecados, pois muitos acreditavam que a praga foi um castigo e gostariam de pedir para serem chicoteados para se arrepender de seus pecados.[25][26]
Contrato
O contrato de um médico da peste era um acordo entre os administradores de uma cidade e um médico para tratar pacientes de peste bubônica. Estes contratos estão presentes nos arquivos das cidades europeias.[6] Sua responsabilidade contratual era tratar pacientes com peste, e nenhum outro tipo de paciente, para evitar a propagação da doença para os não infectados.[27] Um médico da peste tinha que cumprir uma longa quarentena depois de ver um paciente da peste. O médico era visto como um "contato" que por acordo tinha que viver em isolamento para ficar em quarentena.[28][18]
Médicos da peste notáveis
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/a/a4/Anatomia_xiv_secolo.jpg/220px-Anatomia_xiv_secolo.jpg)
- A cidade italiana de Pavia, em 1479, contratou Giovanni de Ventura como médico da peste comunitário.[8][29]
- O médico irlandês, Niall Ó Glacáin (c.1563?–1653) ganhou profundo respeito na Espanha, França e Itália por sua bravura em tratar inúmeras pessoas com a peste.[30]
- O anatomista francês Ambroise Paré e o iatroquímico suíço Paracelso também foram famosos médicos da peste renascentista.[31]
- Nostradamus deu conselhos sobre medidas preventivas contra a peste,[32][33] tais como a remoção de cadáveres infectados, tomar ar fresco, beber água limpa e beber uma preparação de suco de rosa mosqueta.[34][35] Em Traité des fardemens Parte A Capítulo VIII, Nostradamus também recomendou não sangrar o paciente.[35]
- John Paulitious foi o primeiro médico da peste de Edimburgo,[36][37][38] mas ele morreu em junho de 1645 apenas semanas após começar seu emprego.[38] Ele foi sucedido por George Rae.[37][38][39]
Referências
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Bibliografia
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- Pavia city archives Envelope, 443
Ligações externas
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