Agaricomycetes: diferenças entre revisões

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A classe '''Agaricomycetes''' inclui não só os [[cogumelos]] mas também a maioria das espécies classificadas nos antigos taxa '''Gasteromycetes''' e '''Homobasidiomycetes'''. Agaricomycetes inclui 17 [[ordem (biologia)|ordens]], 100 [[família (biologia)|famílias]], 1147 [[género (biologia)|géneros]], e 20951 [[espécies]].<ref name=Kirk2008>{{citar livro|autor =Kirk PM, Cannon PF, Minter DW, Stalpers JA. |título=Dictionary of the Fungi. 10th ed |publicado=CABI |local=Wallingford |ano=2008|páginas=12–13|isbn=0-85199-826-7}}</ref> Este [[taxon]] é aproximadamente idêntico ao definido para '''Homobasidiomycetes''' por Hibbett & Thorn,<ref>{{citar livro|autor = Hibbett, D.S. & R.G. Thorn | editor = McLaughlin, D.J. ''et al.'' (eds) |ano=2001|título= The Mycota, Vol. VII. Part B., Systematics and Evolution |páginas= 121–168 |local= Berlin |publicado= Springer-Verlag}}</ref> com a inclusão de [[Auriculariales]] e [[Sebacinales]].<ref>{{citar periódico|autor =Hibbett, D.S.|numero-autores= et al |data=março de 2007 |título=A higher level phylogenetic classification of the Fungi|periódico=Mycological Research | volume=111 |número=5 |páginas=509–547 | doi=10.1016/j.mycres.2007.03.004}}</ref> No subfilo [[Agaricomycotina]], que já exclui os fungos dos carvões e ferrugens, Agaricomycetes pode ser ainda mais definida pela exclusão das classes [[Tremellomycetes]] e [[Dacrymycetes]] as quais são geralmente consideradas "fungos gelatinosos". Porém, alguns dos antigos "fungos gelatinosos" como ''[[Auricularia]]'', são classificados em Agaricomycetes.
'''Agaricomycetes''' é uma [[classe (biologia)|classe]] de [[fungo]]s da divisão [[Basidiomycota]] que agrupa 17 [[ordem (biologia)|ordens]], 100 [[família (biologia)|famílias]], 1147 [[género (biologia)|géneros]] e mais de 20&nbsp;951 [[espécies]].<ref name=Kirk2008a>{{citar livro|autor =Kirk PM, Cannon PF, Minter DW, Stalpers JA. |título=Dictionary of the Fungi. 10th ed |publicado=CABI |local=Wallingford |ano=2008|páginas=12–13|isbn=0-85199-826-7}}</ref> O agrupamento inclui os [[cogumelo]]s e a maioria das espécies classificadas nos antigos taxa '''Gasteromycetes''' e '''Homobasidiomycetes''', sendo aproximadamente o definido para Homobasidiomycetes por Hibbett & Thorn,<ref>{{citar livro|autor = Hibbett, D.S. & R.G. Thorn | editor = McLaughlin, D.J. ''et al.'' (eds) |ano=2001|título= The Mycota, Vol. VII. Part B., Systematics and Evolution |páginas= 121–168 |local= Berlin |publicado= Springer-Verlag}}</ref> com a inclusão de [[Auriculariales]] e [[Sebacinales]].<ref>{{citar periódico|autor =Hibbett, D.S.|numero-autores= et al |data=março de 2007 |título=A higher level phylogenetic classification of the Fungi|periódico=Mycological Research | volume=111 |número=5 |páginas=509–547 | doi=10.1016/j.mycres.2007.03.004}}</ref> No subfilo [[Agaricomycotina]], que já exclui os fungos dos [[Carvão (fungo)|carvões]] e [[Ferrugem (fungo)|ferrugens]], o táxon Agaricomycetes pode ser ainda definido pela exclusão das classes [[Tremellomycetes]] e [[Dacrymycetes]], as quais são geralmente consideradas "[[fungos gelatinosos]]". Porém, alguns dos antigos "fungos gelatinosos", como ''[[Auricularia]]'', são classificados em Agaricomycetes.
==Descrição==
===Morfologia===
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Embora a [[morfologia (biologia)|morfologia]] do [[cogumelo]] fosse a base da classificação inicial dos Agaricomycetes,<ref>Fries EM. (1874). ''Hymenomycetes Europaei''. Upsaliae.</ref> já não o é actualmente. Como exemplo, a distinção entre Gasteromycetes e Agaricomycetes já não é reconhecida como natural, pois várias espécies de Gasteromycetes parecem ter evoluído independentemente dos Agaricomycetes. Porém, a maioria dos guias sobre cogumelos ainda agrupam as forma gasteróides separadamente dos outros cogumelos, pois a antiga classificação de [[Elias Magnus Fries|Fries]] ainda é conveniente para categorizar as formas do [[corpo frutífero]]. De igual modo, as classificações modernas dividem a ordem gasteróide [[Lycoperdales]] em [[Agaricales]] e [[Phallales]].


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Todos os membros da classe produzem [[basidiocarpo]]s e estes variam em tamanho desde pequenas taças com alguns milímetros de diâmetro até aos [[poliporo]]s gigantes (''[[Phellinus ellipsoideus]]''), com mais de um metro de diâmetro e pesando até 500&nbsp;kg.<ref name=Dai2011/> O grupo inclui também aqueles que são talvez os maiores e mais antigos organismos individuais da Terra:<ref name=Smith1992/> estima-se que os [[micélio]]s de ''[[Armillaria gallica]]'' se estendam por mais de 150&nbsp;000 metros quadrados com uma massa de 10&nbsp;000&nbsp;kg e uma idade de 1500 anos.<ref>{{citar periódico|autor =Smith, M. |numero-autores= et al|ano=1992|título= The fungus ''Armillaria bulbosa'' is among the largest and oldest living organisms|periódico=Nature| volume=356|páginas=428–431| doi= 10.1038/356428a0}}</ref>
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Embora a [[morfologia (biologia)|morfologia]] do cogumelo fosse a base da classificação inicial dos Agaricomycetes,<ref>Fries EM. (1874). ''Hymenomycetes Europaei''. Upsaliae.</ref> já não o é actualmente. Como exemplo, a distinção entre ''Gasteromycetes'' e Agaricomycetes já não é reconhecida como natural - várias espécies de Gasteromycetes parecem ter evoluído independentemente dos Agaricomycetes. Porém, a maioria dos guias sobre cogumelos ainda agrupam as forma gasteróides separadamente dos outros cogumelos pois a antiga classificação de [[Elias Magnus Fries|Fries]] ainda é conveniente para categorizar formas do corpo frutífero. De igual modo, as classificações modernas dividem a ordem gasteróide [[Lycoperdales]] em [[Agaricales]] e [[Phallales]].
===Ecologia===
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Quase todas as espécies são terrestres (algumas são aquáticas), ocorrendo numa grande variedade de ambientes onde a maioria funciona como [[decompositor]]es, especialmente de [[madeira]]. Porém, algumas espécies são [[Fitopatógeno|fitopatogénicas]] ou [[parasita]]s, e outras ainda [[Simbiose|simbióticas]] (i.e., [[Mutualismo (biologia)|mutualísticas]]), incluindo-se nestas os importantes simbiontes [[Ectomicorriza|ectomicorrízicos]] das árvores das florestas.


Discussões gerais sobre as formas e [[ciclo de vida biológico|ciclos de vida]] desses fungos são desenvolvidas no artigo sobre [[cogumelo]]s, nos tratamentos das várias [[ordem (biologia)|ordens]] e na descrição de espécies individuais.
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Todos os membros da classe produzem [[basidiocarpo]]s e estes variam em tamanho desde pequenas taças com alguns milímetros de diâmetro até aos [[poliporo]]s gigantes, com mais de um metro de diâmetro e pesando até 130&nbsp;kg. O grupo inclui também aqueles que são talvez os maiores e mais antigos organismos individuais da Terra: estima-se que os [[micélio]]s de ''Armillaria gallica'' se estendam por mais de 150 000 metros quadrados com uma massa de 10 000&nbsp;kg e uma idade de 1 500 anos.<ref>{{citar periódico|autor =Smith, M. |numero-autores= et al|ano=1992|título= The fungus ''Armillaria bulbosa'' is among the largest and oldest living organisms|periódico=Nature| volume=356|páginas=428–431| doi= 10.1038/356428a0}}</ref>
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==Filogenia e classificação==
O [[taxon]] é aproximadamente idêntico ao definido para Homobasidiomycetes (alternativamente chamado de holobasidiomycetes) por Hibbett & Thorn,<ref name=Hibbett2001/> com a inclusão de [[Auriculariales]] e [[Sebacinales]]. Inclui não apenas fungos formadores de [[cogumelos]], mas também a maioria das espécies colocadas nos táxons obsoletos [[Gasteromycetes]] e Homobasidiomycetes.<ref name=Hibbett2007/>


Dentro da subdivisão [[Agaricomycotina]], que já exclui os fungos produtores dos [[Carvão (fungo)|carvões]] (ou ''morrões'') e das [[ferrugem (fungo)|ferrugens]], os Agaricomycetes podem ser ainda definidos pela exclusão das classes [[Tremellomycetes]] e [[Dacrymycetes]], que são geralmente considerados [[fungo gelatinoso|fungos gelatinosos]]. No entanto, alguns ex-''fungos gelatinosos'', como o género ''[[Auricularia]]'', são classificados nos Agaricomycetes.
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Quase todas as espécies são terrestres (algumas são aquáticas), ocorrendo numa grande variedade de ambientes onde a maioria funciona como decompositores, especialmente de madeira. Porém, algumas espécies são patogénicas ou parasitas, e outras ainda simbióticas, incluindo-se nestas os importantes simbiontes [[Ectomicorriza|ectomicorrízicos]] das árvores de florestas.

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==Filogenia e sistemática==
De acordo com uma estimativa de 2008, os Agaricomicetos incluem 17 [[ordem (biologia)|ordens]], 100 [[família (biologia)|famílias]], 1147 [[gênero|gêneros]] e cerca de 21&nbsp;000 [[espécies]].<ref name=Kirk2008/> Análises de [[filogenética molecular]] modernas têm sido usadas desde então para ajudar a definir várias novas ordens nos Agaricomycetes: [[Amylocorticiales]], [[Jaapiales]],<ref name="Binder 2010"/ > [[Stereopsidales]],<ref name="Sjökvist 2014"/> e [[Lepidostromatales]].<ref name="Hodkinson 2014"/>

Embora a [[morfologia (biologia)|morfologia]] do cogumelo (ou seja, do [[basidiocarpo]]) tenha sido a base da [[classificação (biologia)|classificação]] inicial dos agaricomicetes,<ref name=Fries1874 /> essa abordagem morfológica tem vindo a cair em desuso. Como exemplo, a distinção entre os ''[[Gasteromycetes]]'' (incluindo [[bufas-de-lobo]]) e ''Agaricomycetes'' (a maioria dos outros cogumelos [[agárico]]) deixou de ser reconhecida como natural, pois várias espécies de bufas-de-lobo aparentemente evoluíram independentemente dos fungos agaricomicetos.

No entanto, a maioria dos guias de cogumelos ainda agrupa as formas de gasteroides separados de outros cogumelos, porque a classificação mais antiga, devida a [[Elias Magnus Fries]], ainda é conveniente para categorizar à vista formas do corpo frutificante. Da mesma forma, as classificações modernas dividem a antiga ordem de fungos gasteroides [[Lycoperdales]] entre os [[Agaricales]] e os [[Phallales]].
===Filogenia===
===Filogenia===
Um estudo de 5&nbsp;284 espécies com uma filogenia básica baseada em 104 genomas<ref name=Varga2019>Varga T, Krizsán K, Földi C, Dima B, Sánchez-García M, Sánchez-Ramírez S, Szöllősi GJ, Szarkándi JG, Papp V, Albert L, Andreopoulos W, Angelini C, Antonín V, Barry KW, Bougher NL, Buchanan P, Buyck B, Bense V, Catcheside P, Chovatia M, Cooper J, Dämon W, Desjardin D, Finy P, Geml J, Haridas S, Hughes K, Justo A, Karasiński D, Kautmanova I, Kiss B, Kocsubé S6, Kotiranta H, LaButti KM, Lechner BE, Liimatainen K, Lipzen A, Lukács Z, Mihaltcheva S, Morgado LN, Niskanen T, Noordeloos ME, Ohm RA, Ortiz-Santana B, Ovrebo C, Rácz N, Riley R, Savchenko A, Shiryaev A, Soop K, Spirin V, Szebenyi C, Tomšovský M, Tulloss RE, Uehling J, Grigoriev IV, Vágvölgyi C, Papp T, Martin FM, Miettinen O, Hibbett DS, Nagy LG (2019) Megaphylogeny resolves global patterns of mushroom evolution. Nat Ecol Evol </ref> sugeriu as seguintes datas de evolução:
Um estudo de 5&nbsp;284 espécies com uma filogenia básica baseada em 104 genomas<ref name=Varga2019>Varga T, Krizsán K, Földi C, Dima B, Sánchez-García M, Sánchez-Ramírez S, Szöllősi GJ, Szarkándi JG, Papp V, Albert L, Andreopoulos W, Angelini C, Antonín V, Barry KW, Bougher NL, Buchanan P, Buyck B, Bense V, Catcheside P, Chovatia M, Cooper J, Dämon W, Desjardin D, Finy P, Geml J, Haridas S, Hughes K, Justo A, Karasiński D, Kautmanova I, Kiss B, Kocsubé S6, Kotiranta H, LaButti KM, Lechner BE, Liimatainen K, Lipzen A, Lukács Z, Mihaltcheva S, Morgado LN, Niskanen T, Noordeloos ME, Ohm RA, Ortiz-Santana B, Ovrebo C, Rácz N, Riley R, Savchenko A, Shiryaev A, Soop K, Spirin V, Szebenyi C, Tomšovský M, Tulloss RE, Uehling J, Grigoriev IV, Vágvölgyi C, Papp T, Martin FM, Miettinen O, Hibbett DS, Nagy LG (2019) Megaphylogeny resolves global patterns of mushroom evolution. Nat Ecol Evol </ref> sugeriu as seguintes datas de evolução:
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==Referências==
==Referências==
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<ref name="Binder 2010">{{cite journal |vauthors =Binder M, Larsson KH, Matheny PB, Hibbett DS |title=Amylocorticiales ord. nov. and Jaapiales ord. nov.: Early diverging clades of Agaricomycetidae dominated by corticioid forms |journal=Mycologia |year=2010 |volume=102 |issue= 4|pages=865–880 |pmid= 20648753|doi=10.3852/09-288|s2cid=23931256 }}</ref>

<ref name="Chang 2003">{{cite journal |author1=Chang, TunTschu |author2=Chou, Wen Neng |year=2003 |title=''Taiwanoporia'', a new aphyllophoralean genus |journal=Mycologia |volume=95 |issue=6 |pages=1215–1218 |url=http://www.cybertruffle.org.uk/cyberliber/59350/0095/006/1215.htm |pmid=21149022 |jstor=3761921|doi=10.1080/15572536.2004.11833029 |s2cid=49434 }}</ref>

<ref name=Dai2011>{{cite journal |vauthors =((Cui B-K)), ((Dai Y-C)) |year=2011 |title=''Fomitiporia ellipsoidea'' has the largest fruiting body among the fungi |journal=[[Fungal Biology]] |volume=115 |issue=9 |pages=813–814 |doi=10.1016/j.funbio.2011.06.008 |pmid=21872178}}</ref>

<ref name=Doweld2001>{{cite book |author =Doweld A. |title=Prosyllabus Tracheophytorum, Tentamen systematis plantarum vascularium (Tracheophyta) |trans-title=An attempted system of the vascular plants |year=2001 |publisher=GEOS |location=Moscow, Russia |pages=1–111 |isbn=978-5-89118-283-7}}</ref>

<ref name="Floudas 2012">{{cite journal |author1=Floudas D. |author2=Binder, M. |author3=Riley, R. |author4=Barry, K. |author5=Blanchette, R.A. |author6=Henrissat, B. |author7=Martínez, AT. |author8=Otillar, R. |author9=Spatafora, J.W. |author10=Yadav, J.S. |author11=Aerts, A. |author12=Benoit, I. |author13=Boyd, A. |author14=Carlson A. |author15=Copeland, A. |author16=Coutinho, P.M. |author17=de Vries, R.P. |author18=Ferreira, P. |author19=Findley, K. |author20=Foster, B. |author21=Gaskell, J. |author22=Glotzer, D. |author23=Górecki, P. |author24=Heitman, J. |author25=Hesse, C. |author26=Hori, C. |author27=Igarashi, K. |author28=Jurgens, J.A. |author29=Kallen, N. |author30=Kersten, P. |author31=Kohler, A. |author32=Kües, U. |author33=Kumar, TK. |author34=Kuo, A. |author35=LaButti, K. |author36=Larrondo, L.F. |author37=Lindquist, E. |author38=Ling, A. |author39=Lombard, V. |author40=Lucas, S. |author41=Lundell, T. |author42=Martin, R. |author43=McLaughlin, D.J. |author44=Morgenstern, I. |author45=Morin, E. |author46=Murat, C. |author47=Nagy, L.G. |author48=Nolan, M. |author49=Ohm, R.A. |author50=Patyshakuliyeva, A. |author51=Rokas, A. |author52=Ruiz-Dueñas, F.J. |author53=Sabat, G. |author54=Salamov, A. |author55=Samejima, M. |author56=Schmutz, J. |author57=Slot, J.C. |author58=St John, F. |author59=Stenlid, J. |author60=Sun, H. |author61=Sun S. |author62=Syed K. |author63=Tsang, A. |author64=Wiebenga A. |author65=Young, D. |author66=Pisabarro, A. |author67=Eastwood, DC. |author68=Martin, F. |author69=Cullen, D. |author70=Grigoriev I.V. |author71=Hibbett, D.S. |year=2012 |title=The Paleozoic origin of enzymatic lignin decomposition reconstructed from 31 fungal genomes |volume=336 |issue=6089 |pages=1715–1719 |doi=10.1126/science.1221748 |pmid=22745431 |journal=Science|bibcode=2012Sci...336.1715F |hdl=10261/60626 |osti=1165864 |s2cid=37121590 |hdl-access=free }}</ref>

<ref name=Fries1874>{{cite book |author =Fries EM |year=1874 |title=Hymenomycetes Europaei |publisher=Typis Descripsit Ed. Berling. |location=Uppsala |language=Latin |page=1 |url=https://archive.org/stream/hymenomyceteseu00friegoog#page/n10/mode/2up}}</ref>

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<ref name="Hodkinson 2014">{{cite journal |vauthors =Hodkinson BP, Moncada B, Lücking R |year=2014 |title=Lepidostromatales, a new order of lichenized fungi (Basidiomycota, Agaricomycetes), with two new genera, ''Ertzia'' and ''Sulzbacheromyces'', and one new species, ''Lepidostroma winklerianum'' |journal=Fungal Diversity |volume=64 |issue=1 |pages=165–179 |doi=10.1007/s13225-013-0267-0|s2cid=17382765 }}</ref>

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<ref name="Kiecksee 2012">{{cite journal |author1=Kiecksee, Anna Philie |author2=Seyfullah, Leyla J. |author3=Dörfelt, Heinrich |author4=Heinrichs, Jochen |author5=Süß, Herbert |author6=Schmidt, Alexander R. |year=2012 |title=Pre-Cretaceous Agaricomycetes yet to be discovered: Reinvestigation of a putative Triassic bracket fungus from southern Germany |journal=Fossil Record |volume=15 |issue=2 |pages=85–89 |doi=10.1002/mmng.201200006|doi-access=free }}</ref>

<ref name=Kirk2008>{{cite book |vauthors =Kirk PM, Cannon PF, Minter DW, Stalpers JA |title=Dictionary of the Fungi |edition=10th |publisher=CAB International |location=Wallingford, UK |year=2008 |pages=12–13 |isbn=978-0-85199-826-8}}</ref>

<ref name="Sjökvist 2014">{{cite journal |vauthors =Sjökvist E, Pfeil BE, Larsson E, ((Larsson K-H)) |title=Stereopsidales – a new order of mushroom-forming fungi |journal=PLOS ONE |year=2014 |volume=9 |issue=8 |pages=e106204 |doi=10.1371/journal.pone.0095227 |pmid=24777067 |pmc=4002437|bibcode=2014PLoSO...995227S |doi-access=free }} {{open access}}</ref>

<ref name=Smith1992>{{cite journal |vauthors =Smith M, Bruhn JH, Anderson JB |year=1992 |title=The fungus ''Armillaria bulbosa'' is among the largest and oldest living organisms |journal=Nature |volume=356 |pages=428–431 |doi=10.1038/356428a0 |issue=6368|bibcode=1992Natur.356..428S |s2cid=4319556 }}</ref>

<ref name="Smith 2004">{{cite journal |last1=Smith |first1=S.Y. |last2=Currah |first2=R.S. |last3=Stockey |first3=R.A. |year=2004 |title=Cretaceous and Eocene poroid hymenophores from Vancouver Island, British Columbia |journal=Mycologia |volume=96 |issue=1 |pages=180–186 |pmid=21148842 |doi=10.2307/3762001|jstor=3762001 }}</ref>

<ref name="Tzean 1991">{{cite journal |author1=Tzean, S.S. |author2=Estey, R.H. |year=1991 |title=''Geotrichopsis mycoparasitica'' gen. et sp. nov. (Hyphomycetes), a new mycoparasite |journal=Mycological Research |volume=95 |issue=12 |pages=1350–1354 |doi=10.1016/S0953-7562(09)80383-3|url=http://ntur.lib.ntu.edu.tw/bitstream/246246/177204/1/20.pdf }}</ref>

<ref name="Wu et al. 2018">{{cite journal |author1=Wu, Sheng-Hua |author2=Wang, Dong-Me |author3=Chen, Yu-Ping |year=2018 |title=''Purpureocorticium microsporum'' (Basidiomycota) gen. et sp. nov. from East Asia |journal=Mycological Progress |volume=17 |issue=3 |pages=357–364 |doi=10.1007/s11557-017-1362-5|s2cid=3319380 }}</ref>

}}
==Ligações externas==
==Ligações externas==
{{Commons category|Agaricomycetes}}
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Revisão das 09h59min de 23 de maio de 2023

Como ler uma infocaixa de taxonomiaAgaricomycetes
Ocorrência: Barremiano–presente
Classificação científica
Reino: Fungi
Sub-reino: Dikarya
Filo: Basidiomycota
Subfilo: Agaricomycotina
Classe: Agaricomycetes
Doweld (2001)[1]
Subclasses/Ordens
Sinónimos

Agaricomycetes é uma classe de fungos da divisão Basidiomycota que agrupa 17 ordens, 100 famílias, 1147 géneros e mais de 20 951 espécies.[2] O agrupamento inclui os cogumelos e a maioria das espécies classificadas nos antigos taxa Gasteromycetes e Homobasidiomycetes, sendo aproximadamente o definido para Homobasidiomycetes por Hibbett & Thorn,[3] com a inclusão de Auriculariales e Sebacinales.[4] No subfilo Agaricomycotina, que já exclui os fungos dos carvões e ferrugens, o táxon Agaricomycetes pode ser ainda definido pela exclusão das classes Tremellomycetes e Dacrymycetes, as quais são geralmente consideradas "fungos gelatinosos". Porém, alguns dos antigos "fungos gelatinosos", como Auricularia, são classificados em Agaricomycetes.

Descrição

Morfologia

Embora a morfologia do cogumelo fosse a base da classificação inicial dos Agaricomycetes,[5] já não o é actualmente. Como exemplo, a distinção entre Gasteromycetes e Agaricomycetes já não é reconhecida como natural, pois várias espécies de Gasteromycetes parecem ter evoluído independentemente dos Agaricomycetes. Porém, a maioria dos guias sobre cogumelos ainda agrupam as forma gasteróides separadamente dos outros cogumelos, pois a antiga classificação de Fries ainda é conveniente para categorizar as formas do corpo frutífero. De igual modo, as classificações modernas dividem a ordem gasteróide Lycoperdales em Agaricales e Phallales.

Todos os membros da classe produzem basidiocarpos e estes variam em tamanho desde pequenas taças com alguns milímetros de diâmetro até aos poliporos gigantes (Phellinus ellipsoideus), com mais de um metro de diâmetro e pesando até 500 kg.[6] O grupo inclui também aqueles que são talvez os maiores e mais antigos organismos individuais da Terra:[7] estima-se que os micélios de Armillaria gallica se estendam por mais de 150 000 metros quadrados com uma massa de 10 000 kg e uma idade de 1500 anos.[8]

Ecologia

Quase todas as espécies são terrestres (algumas são aquáticas), ocorrendo numa grande variedade de ambientes onde a maioria funciona como decompositores, especialmente de madeira. Porém, algumas espécies são fitopatogénicas ou parasitas, e outras ainda simbióticas (i.e., mutualísticas), incluindo-se nestas os importantes simbiontes ectomicorrízicos das árvores das florestas.

Discussões gerais sobre as formas e ciclos de vida desses fungos são desenvolvidas no artigo sobre cogumelos, nos tratamentos das várias ordens e na descrição de espécies individuais.

Filogenia e classificação

O taxon é aproximadamente idêntico ao definido para Homobasidiomycetes (alternativamente chamado de holobasidiomycetes) por Hibbett & Thorn,[9] com a inclusão de Auriculariales e Sebacinales. Inclui não apenas fungos formadores de cogumelos, mas também a maioria das espécies colocadas nos táxons obsoletos Gasteromycetes e Homobasidiomycetes.[10]

Dentro da subdivisão Agaricomycotina, que já exclui os fungos produtores dos carvões (ou morrões) e das ferrugens, os Agaricomycetes podem ser ainda definidos pela exclusão das classes Tremellomycetes e Dacrymycetes, que são geralmente considerados fungos gelatinosos. No entanto, alguns ex-fungos gelatinosos, como o género Auricularia, são classificados nos Agaricomycetes.

De acordo com uma estimativa de 2008, os Agaricomicetos incluem 17 ordens, 100 famílias, 1147 gêneros e cerca de 21 000 espécies.[11] Análises de filogenética molecular modernas têm sido usadas desde então para ajudar a definir várias novas ordens nos Agaricomycetes: Amylocorticiales, Jaapiales,Erro de citação: Elemento de fecho </ref> em falta para o elemento <ref> sugeriu as seguintes datas de evolução:

  • Agaricomycetidae — ~ 185 milhões de anos (174 – 192 milhões de anos)
  • Cantharellales — 184 milhões de anos  (144 – 261 milhões de anos)
  • Agaricales — 173 milhões de anos  (160 - 182 milhões de anos)
  • Hymenochaetales — 167 milhões de anos (130 – 180 milhões de anos)
  • Boletales — 142 milhões de anos (133 – 153 milhões de anos)

Os corpos frutíferos dos Agaricomycetes são extremamente raros no registo fóssil, e a classe ainda não é anterior ao Cretáceo Inferior (146–100 Ma).[12] O mais antigo fóssil de Agaricomycetes, datado do Cretáceo Inferior (130–125 Ma) é atribuído ao género Quatsinoporites e é um fragmento de um corpo de frutificação do tipo poroide com características que sugerem que poderia ser um membro da família Hymenochaetaceae.[13] Com base numa análise do tipo relógio molecular, estima-se que os Agaricomycetes tenham cerca de 290 milhões de anos.[14]

A aplicação das técnicas da moderna filogenética molecular sugere as seguintes relações entre as ordens:[15]

 
 

other Basidiomycetes (grupo externo)

 
Agaricomycetes
 

Cantharellales

 
 
 

Sebacinales

 
 
 

Auriculariales

 
 
 
 

Stereopsidales

 
Phallomycetidae
 

Geastrales

 
 
 

Hysterangiales

 
 
 

Gomphales

 
 

Phallales

 
 
 
 
 
 
 

Trechisporales

 
 
 

Hymenochaetales

 
 
 
 

Thelephorales

 
 

Polyporales

 
 
 
 
 

Corticiales

 
 
 

Jaapiales

 
 

Gloeophyllales

 
 
 
 
 

Russulales

 
Agaricomycetidae
 

Agaricales

 
 
 

Boletales

 
 
 

Amylocorticiales

 
 
 

Lepidostromatales

 
 

Atheliales

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Géneros em incertae sedis

Existem muitos géneros entre os Agaricomycetes que não foram classificados em nenhuma ordem ou família, sendo por isso considerados em incertae sedis. Entre esses géneros incluem-se os seguintes:

Referências

  1. ↑ Doweld A. (2001). Prosyllabus Tracheophytorum, Tentamen systematis plantarum vascularium (Tracheophyta) [An attempted system of the vascular plants]. Moscow, Russia: GEOS. pp. 1–111. ISBN 978-5-89118-283-7 
  2. ↑ Kirk PM, Cannon PF, Minter DW, Stalpers JA. (2008). Dictionary of the Fungi. 10th ed. Wallingford: CABI. pp. 12–13. ISBN 0-85199-826-7 
  3. ↑ Hibbett, D.S. & R.G. Thorn (2001). McLaughlin, D.J. et al. (eds), ed. The Mycota, Vol. VII. Part B., Systematics and Evolution. Berlin: Springer-Verlag. pp. 121–168 
  4. ↑ Hibbett, D.S.; et al. (março de 2007). «A higher level phylogenetic classification of the Fungi». Mycological Research. 111 (5): 509–547. doi:10.1016/j.mycres.2007.03.004 
  5. ↑ Fries EM. (1874). Hymenomycetes Europaei. Upsaliae.
  6. ↑ Cui B-K, Dai Y-C (2011). «Fomitiporia ellipsoidea has the largest fruiting body among the fungi». Fungal Biology. 115 (9): 813–814. PMID 21872178. doi:10.1016/j.funbio.2011.06.008 
  7. ↑ Smith M, Bruhn JH, Anderson JB (1992). «The fungus Armillaria bulbosa is among the largest and oldest living organisms». Nature. 356 (6368): 428–431. Bibcode:1992Natur.356..428S. doi:10.1038/356428a0 
  8. ↑ Smith, M.; et al. (1992). «The fungus Armillaria bulbosa is among the largest and oldest living organisms». Nature. 356: 428–431. doi:10.1038/356428a0 
  9. ↑ Hibbett DS, Thorn RG (2001). McLaughlin DJ, et al., eds. The Mycota, Vol. VII. Part B., Systematics and Evolution. Berlin, Germany: Springer-Verlag. pp. 121–168 
  10. ↑ Hibbett DS; et al. (2007). «A higher level phylogenetic classification of the Fungi». Mycological Research. 111 (5): 509–547. CiteSeerX 10.1.1.626.9582Acessível livremente. PMID 17572334. doi:10.1016/j.mycres.2007.03.004 
  11. ↑ Kirk PM, Cannon PF, Minter DW, Stalpers JA (2008). Dictionary of the Fungi 10th ed. Wallingford, UK: CAB International. pp. 12–13. ISBN 978-0-85199-826-8 
  12. ↑ Kiecksee, Anna Philie; Seyfullah, Leyla J.; Dörfelt, Heinrich; Heinrichs, Jochen; Süß, Herbert; Schmidt, Alexander R. (2012). «Pre-Cretaceous Agaricomycetes yet to be discovered: Reinvestigation of a putative Triassic bracket fungus from southern Germany». Fossil Record. 15 (2): 85–89. doi:10.1002/mmng.201200006Acessível livremente 
  13. ↑ Smith, S.Y.; Currah, R.S.; Stockey, R.A. (2004). «Cretaceous and Eocene poroid hymenophores from Vancouver Island, British Columbia». Mycologia. 96 (1): 180–186. JSTOR 3762001. PMID 21148842. doi:10.2307/3762001 
  14. ↑ Floudas D.; Binder, M.; Riley, R.; Barry, K.; Blanchette, R.A.; Henrissat, B.; Martínez, AT.; Otillar, R.; Spatafora, J.W.; Yadav, J.S.; Aerts, A.; Benoit, I.; Boyd, A.; Carlson A.; Copeland, A.; Coutinho, P.M.; de Vries, R.P.; Ferreira, P.; Findley, K.; Foster, B.; Gaskell, J.; Glotzer, D.; Górecki, P.; Heitman, J.; Hesse, C.; Hori, C.; Igarashi, K.; Jurgens, J.A.; Kallen, N.; Kersten, P.; Kohler, A.; Kües, U.; Kumar, TK.; Kuo, A.; LaButti, K.; Larrondo, L.F.; Lindquist, E.; Ling, A.; Lombard, V.; Lucas, S.; Lundell, T.; Martin, R.; McLaughlin, D.J.; Morgenstern, I.; Morin, E.; Murat, C.; Nagy, L.G.; Nolan, M.; Ohm, R.A.; Patyshakuliyeva, A.; Rokas, A.; Ruiz-Dueñas, F.J.; Sabat, G.; Salamov, A.; Samejima, M.; Schmutz, J.; Slot, J.C.; St John, F.; Stenlid, J.; Sun, H.; Sun S.; Syed K.; Tsang, A.; Wiebenga A.; Young, D.; Pisabarro, A.; Eastwood, DC.; Martin, F.; Cullen, D.; Grigoriev I.V.; Hibbett, D.S. (2012). «The Paleozoic origin of enzymatic lignin decomposition reconstructed from 31 fungal genomes». Science. 336 (6089): 1715–1719. Bibcode:2012Sci...336.1715F. OSTI 1165864. PMID 22745431. doi:10.1126/science.1221748. hdl:10261/60626Acessível livremente 
  15. ↑ Hibbett D, Bauer R, Binder M, Giachini AJ, Hosaka K, Justo A, Larsson E, Larsson K-H, Lawrey JD, Miettinen O, Nagy LG, Nilsson RH, Weiss M, Thorn RG (2014). «Agaricomycetes». In: McLaughlin DJ, Spatafora JW. Systematics and Evolution. Col: The Mycota: A Comprehensive Treatise on Fungi as Experimental Systems for Basic and Applied Research. 7A 2nd ed. Berlin, Heidelberg: Springer-Verlag. pp. 373–429. ISBN 978-3-642-55317-2. doi:10.1007/978-3-642-55318-9_14 
  16. ↑ Berniccia, Annarosa; Gorjón, Sergio P.; Nakasone, Karen K. (2011). «Arrasia rostrata (Basidiomycota), a new corticioid genus and species from Italy» (PDF). Mycotaxon. 118: 257–264. doi:10.5248/118.257 
  17. ↑ Tzean, S.S.; Estey, R.H. (1991). «Geotrichopsis mycoparasitica gen. et sp. nov. (Hyphomycetes), a new mycoparasite» (PDF). Mycological Research. 95 (12): 1350–1354. doi:10.1016/S0953-7562(09)80383-3 
  18. ↑ Hjortstam, Kurt; Ryvarden, Leif (2001). «Corticioid species (Basidiomycotina, Aphyllophorales) from Colombia III». Mycotaxon. 79: 189–200 
  19. ↑ Wu, Sheng-Hua; Wang, Dong-Me; Chen, Yu-Ping (2018). «Purpureocorticium microsporum (Basidiomycota) gen. et sp. nov. from East Asia». Mycological Progress. 17 (3): 357–364. doi:10.1007/s11557-017-1362-5 
  20. ↑ Chang, TunTschu; Chou, Wen Neng (2003). «Taiwanoporia, a new aphyllophoralean genus». Mycologia. 95 (6): 1215–1218. JSTOR 3761921. PMID 21149022. doi:10.1080/15572536.2004.11833029 

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