Alamânia
Alamânia, foi o reino estabelecido e habitado pelos alamanos, uma confederação tribal germânica.
Os alamanos se expandiram a partir da bacia do rio Main durante o século 3 e invadiram províncias romanas e se estabeleceram na margem esquerda do rio Reno a partir do século 4.[1][2][3][4]
Governada por reis tribais independentes durante os séculos 4 e 5, a Alamânia perdeu sua independência no final do século 5 e se tornou um ducado do Império Franco no século 6. Quando o Sacro Império Romano começou a se formar sob o rei Conrado I da Frância Oriental (reinando de 911 a 918), o território da Alamânia tornou-se o Ducado da Suábia em 915. Os escribas muitas vezes usaram o termo Suebia de forma intercambiável com Alamannia nos séculos 10 a 12.[1][2][3][4]
O território da Alamânia, tal como existiu entre os séculos 7 e 9, centrava-se no Lago de Constança e incluía o Alto Reno, a Floresta Negra e a Alsácia em ambos os lados do Alto Reno, a bacia do alto rio Danúbio até à confluência com o rio Lech, com uma fronteira pouco clara para a Borgonha a sudoeste na bacia do rio Aare (o Aargau). A Raetia Curiensis, embora não fizesse parte da Alamânia, era governada por condes alamânicos, e tornou-se parte do Ducado da Suábia desde que foi estabelecida por Burchardo I (Duque da Alamânia de 909 a 911).[1][2][3][4]
O território corresponde ao que ainda é a área do alemão alamânico no período moderno, Alsácia francesa, Baden e Suábia alemãs, Suíça de língua alemã e o Vorarlberg austríaco.[1][2][3][4]
Na área da atual Suíça, o território alamânico expandiu-se durante a Alta Idade Média, com a migração Walser para os Alpes, com o Zähringer e mais tarde a influência de Berna em direção à Alta Borgonha, e para Grisões como baixo Raetia ficou sob o domínio dos condes de Werdenberg.[1][2][3][4]
Lista de governantes da Alamânia[editar | editar código-fonte]
Reis independentes[editar | editar código-fonte]
A seguir estão os nomes conhecidos dos primeiros reis alamânicos. Eles não necessariamente governavam toda a Alamânia, mas eram mais provavelmente pequenos reis governando tribos menores ou cantões, por exemplo, Macrian (fl. 370), rei da tribo alamânica dos Bucinobantes.[1][2][3][4]
- Crocos 306
- Mederico (pai de Agenarich, irmão Chnodomarius)
- Chnodomarius 350, 357
- Agenárico (Serapio) 357
- Suomarius 357, 358
- Hortário 357, 359
- Gundomadus, 354 (co-regente de Vadomarius;)
- Reis alamânicos mencionados por Amiano Marcelino: Vestralpus, Urius, Ursicinus, Macrianius, Hariobaudes, Vadomarius. Juliano, o Apóstata, fez tratados de paz com esses reis em 359.
- Rando 368
- Vithicabius 360–368
- Priário ?–378
- Hunno 385
- Gibuld (Gebavult) c. 470
Duques sob suserania franca[editar | editar código-fonte]
Mais informações: Alamannia § Ducado merovíngio.[1][2][3][4]
- Butilin 539–554
- Leuthari I, antes de 552–554
- Haming 539–554
- quatro duques na Diocese de Avenches 548–573:
- Lantachar † 548
- Magnachar 555–565
- Vaefar 565–573
- Teodefrid 573
- Leutfred 570–587, deposto por Childeberto II
- Uncilin 587–607
- Gunzo 613
- Chrodoberto 630
- Gundoin, Duque da Alsácia, fl. Anos 630
- Leuthari II 642
- Bonifácio, Duque da Alsácia, até c. 662
- Adalrich, Duque da Alsácia, c. 662–depois de 683
- Adalberto, Duque da Alsácia, depois de 683–723
- Gotfrid até 709
- Willehari 709–712 (em Ortenau)
- Lantfrid 709–730
- Teobaldo 709–744
- Liutfrido, Duque da Alsácia, 723–742
Carolíngios[editar | editar código-fonte]
Os alamanos estiveram sob domínio carolíngio direto durante 746 (Concílio de Cannstatt) a 892. Intermitentemente, membros juniores das dinastias carolíngias foram nomeados régulo ou subrégulo da Alamânia, enquanto em outros momentos, A Alamânia estava sob a administração direta dos reis carolíngios (depois de 843 reis da Frância Oriental).[1][2][3][4]
- Childerico III (Rei dos Francos 743–751)
- Pepino, o Breve 748–768 (Rei dos Francos 751–768)
- Carlomano I (Rei dos Francos 768–771)
- Carlos Magno (Rei dos Francos 768–814)
- Hnabi Ahalolfing, neto de Gotfrid, é mencionado como um duque alamânico durante o reinado de Carlos Magno
- Luís, o Piedoso (Rei dos Francos 814–840)
- Carlos, o Calvo 829–840 (Rei dos Francos 840–843, Rei da Frância Ocidental 843–877)
- Luís, o Germânico 843–864 (Rei da Baviera 817–843, Rei da Frância Oriental 843–876)
- Carlos, o Gordo, 864–880 (Rei da Frância Ocidental, 884–887)
- Hugo, Duque da Alsácia 867–885
- Luís, o Jovem 880–882 (Rei da Baviera 880-882)
- Arnulfo da Caríntia (Rei da Frância Oriental 887–899)
- Carlos, o Gordo 882–888 (Rei da Frância Ocidental 884–887)
- Bernardo 888–892
- Luís, o Menino (Rei da Frância Oriental, 889–911)
- Burchard I Hunfriding 909–911
A partir do final do século 8, as dinastias alamânicas foram capazes de se estabelecer mais uma vez. Chamadas de condes, ou margraves, ou duques, essas dinastias nativas durante os últimos anos do domínio carolíngio conseguiram se estabelecer como independentes de fato, estabelecendo o "ducado caulinar mais jovem" da Alamânia/Suábia no início do século 10. A rivalidade entre os Hunfridings e Ahalolfings foi decidida a favor de Burchard II Hunfriding na Batalha de Winterthur de 919.
Referências
- ↑ a b c d e f g h The name Alamannia itself came into use from at least the 8th century; in pago Almanniae 762, in pago Alemannorum 797, urbs Constantia in ducatu Alemanniae 797; in ducatu Alemannico, in pago Linzgowe 873. From the 9th century, Alamannia was increasingly used as a reference to the Alsace specifically, and the Alamannic territory in general was increasingly called the Suebia. By the 12th century, the name Suebia had mostly replaced Alamannia. S. Hirzel, Forschungen zur Deutschen Landeskunde 6 (1888), p. 299
- ↑ a b c d e f g h Jonathan J. Arnold (2016). A Companion to Ostrogothic Italy. BRILL. p. 93. ISBN 978-9004-31376-7
- ↑ a b c d e f g h Ian Wood (1998). Franks and Alamanni in the Merovingian Period: An Ethnographic Perspective. The Boydell Press. p. 33. ISBN 0-85115-723-8
- ↑ a b c d e f g h According to the Chronicon of Marius of Avenches. Geuenich, Dieter. Geschichte der Alemannen. Verlag Kohlhammer: Stuttgart, 2004