Arvo Pärt

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Arvo Pärt
Arvo Pärt
Arvo Pärt na Christchurch Cathedral, em Dublin (2008)
Informação geral
Nascimento 11 de Setembro de 1935
Local de nascimento Paide
 Estónia
Gênero(s) Minimalista, tintinnabuli.
Ocupação(ões) Compositor
Instrumento(s) Piano, oboé, caixa
Período em atividade Pós-Moderno


Arvo Pärt (Paide, 11 de Setembro de 1935) é um compositor erudito estoniano. Pärt trabalha com um estilo minimalista que emprega a técnica de "tintinnabuli" (do latim, 'pequenos sinos') e repetições hipnóticas.

Trajetória

Em 1944, Arvo Pärt presencia a ocupação da Estônia pela União Soviética, ocupação que duraria 50 anos, deixando profundas impressões sobre ele.

Em 1954 ingressa na escola secundária de música de Tallinn, a capital do país. No ano seguinte, deve fazer seu serviço militar, durante o qual faz parte da banda, onde toca oboé e caixa.

Ingressa no conservatório de Tallinn em 1957, onde estuda com Heino Eller. Paralelamente, trabalha em uma emissora de rádio, como engenheiro de som, posto que deverá ocupar de 1958 a 1967. Em 1962, uma das suas composições escrita para coro infantil e orquestra, Nosso jardim (escrita em 1959), lhe rende o primeiro prêmio dos jovens compositores da URSS. Em 1963, é diplomado pelo conservatório de Tallinn. Nessa época, compõe também para o cinema[1]

Tallinn, cidade onde Arvo Pärt fez seus estudos.

Ainda no início dos anos 1960, inicia-se na composição serial, com suas duas primeiras sinfonias. Isto vai provocar inimizades, dado que a música serial era considerada como um avatar da decadência burguesa ocidental. Também incorretas politicamente, no contexto soviético, eram as suas composições de inspiração religiosa e a técnica de colagem que adotou por algum tempo. Nessas circunstâncias, sua obra será severamente limitada.

No final da década de 1960, em meio a uma crise pessoal que bloqueia a sua criatividade, Arvo Pärt renuncia ao serialismo e, mais amplamente, à composição. Durante vários anos, dedica-se ao estudo do cantochão gregoriano e dos compositores renascentistas franco-flamengos, como Josquin des Prés, Machaut, Obrecht e Ockeghem. Esses estudos e reflexões resultaram na elaboração de uma peça de transição, a Sinfonia n° 3 (1971).

Arvo Pärt, Nora Pärt (2012)

Sua evolução estilística é particularmente notável em 1976, com a composição de uma peça para piano que se tornou célebre, Für Alina, que marca uma ruptura com as suas primeiras obras e prepara o terreno para seu novo estilo, qualificado por ele mesmo de "estilo tintinnabulum" [1]. O compositor explica: "Eu trabalho com bem poucos elementos - somente uma ou duas vozes. Construo a partir de um material primitivo - com o acorde perfeito, com uma tonalidade específica. As três notas de um acorde perfeito são como sinos. Por isso eu o chamei tintinnabulação". No ano seguinte, Pärt escreverá, nesse novo estilo, três das suas peças mais importantes e reconhecidas: Fratres, Cantus in Memoriam Benjamin Britten e Tabula rasa.

Os problemas constantes com a censura soviética[1] o levam a finalmente emigrar em 1980, com sua esposa e os dois filhos. Inicialmente vai para Viena, onde obtém a cidadania austríaca. No ano seguinte, parte para Berlim Ocidental e frequentemente passa temporadas perto de Colchester, Essex. Por volta dos anos 2000, volta à Estônia e hoje vive em Talinn.[2]

Seu sucesso no Ocidente e particularmente nos EUA teve por inconveniente a sua inclusão na categoria dos compositores "minimalistas místicos", juntamente com Henryk Górecki e John Tavener. Em 1996, ele se torna membro da American Academy of Arts and Letters.

Criador de uma música apurada, de inspiração profundamente religiosa, associada por alguns à música pós-moderna, Arvo Pärt atualmente aprofunda seu estilo tintinnabulum. Suas obras foram executadas em todo o mundo e foram objeto de mais de 80 gravações, além de terem sido muito usadas em trilhas sonoras de filmes e em espetáculos de dança. É dele, por exemplo, a composição que Jean-Luc Godard utilizou no curta Dans le noir du temps, episódio do filme Ten Minutes Older: The Cello (2002). A obra foi também usada em inúmeras produções cinematográficas e televisivas.

Em 10 de dezembro de 2011, foi apontado para o Conselho Pontifício da Cultura, em termo do papa Bento XVI[3]

Referências

  1. a b c Centre Pompidou. Institut de recherche et coordination acoustique/musique (Ircam). Base de documentation sur la musique contemporaine. Arvo Pärt.
  2. Notas no programa em Playbill do New York City Ballet, janeiro de 2008.
  3. http://press.catholica.va/news_services/bulletin/news/28516.php?index=28516&lang=en

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