Aulo Postúmio Albino (cônsul em 151 a.C.)

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Aulo Postúmio Albino
Cônsul da República Romana
Consulado 151 a.C.

Aulo Postúmio Albino (em latim: Aulus Postumius Albinus) foi um político da gente Licínia da República Romana eleito cônsul em 151 a.C. com Lúcio Licínio Lúculo. Era filho de Aulo Postúmio Albino Lusco, cônsul em 180 a.C.

Carreira[editar | editar código-fonte]

Em 168 a.C., durante a Terceira Guerra Macedônica, serviu como tribuno militar e foi encarregado da custódia de Perseu da Macedônia depois que ele foi capturado.[1] Albino foi pretor em 155 a.C.[2][3] e, dois anos depois, foi um dos embaixadores enviados para negociar a paz entre o rei de Pérgamo, Átalo II, e o rei da Bitínia, Prúsias II.[4] Em 151 a.C., foi eleito cônsul em 151 a.C. com Lúcio Licínio Lúculo. Aparentemente, a guerra na Hispânia era impopular em Roma e foi difícil para os dois cônsules recrutar um exército; a severidade com que o povo foi tratado por eles, irritados com a demora, acabou incomodando a população e os tribunos da plebe, que mandaram prender os dois cônsules. O conflito só acabou com a intervenção do jovem Cipião Emiliano, que ofereceu-se para servir no exército e reacendeu entre os romanos o fervor militar.[5][6][7]

Em 146 a.C., Albino foi enviado à Grécia como legado de Lúcio Múmio Acaico e uma estátua sua foi construída em sua homenagem ali.[8]

Influência[editar | editar código-fonte]

Albino conhecia muito bem a literatura grega e escreveu em grego um poema e uma história de Roma, citada por vários autores antigos, mas perdida. Políbio[9] afirmou que albino imitou as piores características dos gregos, pois dedicou-se completamente aos prazeres mundanos, evitando completamente o trabalho e o perigo. Ele conta que ele fugiu para Tebas para escapar da Batalha de Fócida, mas depois escreveu um relato sobre ela como se tivesse estado presente. Políbio conta ainda uma história dele com Catão, o Velho, que teria admoestado duramente Albino por causa do prefácio de sua "História", na qual ele se desculpava com os leitores caso cometesse algum erro escrevendo por estar escrevendo em língua estrangeira. Catão teria lembrado-o que ele não era obrigado a escrever, mas uma vez que havia escolhido fazê-lo, não haveria motivo algum para pedir que seus leitores lhe fosse lenientes. Esta história é contada ainda por Aulo Gélio,[10] Macróbio,[11] Plutarco[12] e a Suda.[13][14]

Cícero fala com respeito sobre seus méritos literários e o chama de "doctus homo" e "litteratus et disertus".[15] Macróbio[16] cita uma passagem da "História de Roma" de Albino e, como as cita em latim, supõe-se que ela tenha sido a primeira história em grego a ser traduzida para o latim.

Uma obra de Albino sobre a chegada de Eneias à península Itálica foi mencionada por Sérvio[17] e pelo autor da obra "De Origine Gentis Romana" (c. 15).[18]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Cônsul da República Romana
Precedido por:
Marco Cláudio Marcelo III

com Lúcio Valério Flaco

Aulo Postúmio Albino
151 a.C.

com Lúcio Licínio Lúculo

Sucedido por:
Tito Quíncio Flaminino

com Mânio Acílio Balbo


Referências

  1. Lívio, Ab Urbe Condita XLV 28,11
  2. Cícero, Acad. II 45.
  3. Políbio, Histórias XXXIII 1.
  4. Políbio, Histórias XXXIII 11.
  5. Políbio, Histórias XXXV 3, 4.
  6. Lívio, Ab Urbe Condita Epit. XLVIII.
  7. Apiano, Hisp. 49; Paulo Orósio IV 21
  8. Cícero, Ad Att. XIII 30, 32
  9. Políbio, Histórias) XL 6.
  10. Aulo Gélio, XI 8
  11. Macróbio, Prefácio da Saturnalia
  12. Plutarco, Cato 12
  13. Suda, s. v. Αὖλος Ποστόμιος
  14. Smith, p. 92
  15. Cícero, Acad. II 45; Brut. 21
  16. Macróbio, II 16
  17. Sérvio, Ad Virg. Aen. IX 710
  18. Krause, Vitae et Fragm. Veterum Historicorum Romanorum, p. 127, & c.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

Fontes primárias[editar | editar código-fonte]

Fontes secundárias[editar | editar código-fonte]