Batalha do Guadalquivir (206 a.C.)

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 Nota: Não confundir com a Batalha de Carteia, um confronto naval no mesmo ano.
Batalha de Guadalquivir
Segunda Guerra Púnica
Data 206 a.C.
Local Foz do Guadalquivir
Coordenadas 36° 47' N 6° 21' E
Casus belli Controle da península Ibérica
Desfecho Vitória romana
Beligerantes
República Romana República Romana Cartago Cartago
Comandantes
República Romana Caio Lúcio Márcio Sétimo Cartago Hanão
Forças
2 000 soldados
4 000 aliados celtiberos
700 cavaleiros
Foz do Guadalquivir está localizado em: Espanha
Foz do Guadalquivir
Localização da foz do Guadalquivir no que é hoje a Espanha

A Batalha de Guadalquivir, também conhecida como Batalha de Carteia, foi travada em 206 a.C. entre as forças cartaginesas e romanas no contexto da Segunda Guerra Púnica na Hispânia[a]. As forças cartaginesas foram comandadas por Hanão e as romanas por Caio Lúcio Márcio Sétimo, que se saiu vencedor.

Contexto[editar | editar código-fonte]

Depois da derrota cartaginesa na Batalha de Ilipa, os turdetanos se juntaram em massa aos romanos. Asdrúbal Giscão e Magão Barca acabaram confinados com suas tropas em Gadir, onde estavam protegidos de um ataque romano. Depois do motim de Sucro e da Revolta de Indíbil e Mandônio, Públio Cornélio Cipião (o futuro "Africano") enviou Márcio Sétimo, com uma pequena força sem uma caravana de bagagem, o que lhe acelerou o passo, para descer até a foz do rio Guadalquivir. Ali, os romanos encontraram o general cartaginês Hanão, que estava tentando recrutar uma força de mercenários para o exército de Magão.

A Batalha[editar | editar código-fonte]

Hanão tinha à sua disposição 700 cavaleiros, 6 000 soldados, dos quais 4 000 eram celtiberos. Márcio Sétimo atacou a força cartaginesa e a cercou numa colina. Os mercenários rapidamente chegaram num acordo com os romanos e Márcio Sétimo pediu a Hanão que os desertores, os prisineiros que ele tinha consigo, lhe fossem entregues. Por último, ele lhes pediu dinheiro e que descessem da colina para que um acordo pudesse ser fechado. Tão logo os mercenários desceram, Márcio Sétimo lhes expôs a última de suas condições, a entrega de suas armas para que pudessem voltar às suas cidades de origem. A indignação foi enorme entre os celtiberos, que afirmaram que não aceitariam o acinte aos gritos, o que resultou em um combate no qual, depois de uma feroz resistência, metade dos celtiberos mercenários foram assassinados.

Consequências[editar | editar código-fonte]

Os mercenários cartagineses que conseguiram escapar, fugiram em direção ao exército de Magão Barca, que havia acabado de chegar à costa à frente de uma frota de 60 navios para resgatá-los. O território cartaginês na reunião da Hispânia foi reduzido à cidade de Gadir. Magão embarcou o resto de seu exército nos navios numa tentativa de resgatar Cartago Nova. Ao chegar lá, o exército cartaginês, que era da ordem de alguns poucos milhares, Magão desembarcou e iniciou cercou a cidade, mas foi repelido pela guarnição romana na Segunda Batalha de Cartago Nova.[1]

Magão Barca retornou derrotado a Gadir, apenas para descobrir que a população local havia fechado seus portões ao seu exército e iniciado as tratativas com os romanos. Logo depois, Magão abandonou a cidade e navegou para as ilhas Baleares, passando o inverno em Porto Magão (moderna Maó). No ano seguinte, ele navegou para a península Itálica, onde tentaria insuflar uma revolta entre os lígures.[2][3]

Notas[editar | editar código-fonte]

  1. O uso do nome "Guadalquivir" é anacronístico, uma vez que o nome do rio, "el Guadalquivir", do árabe "al-wadi al-kabir" ("o grande vale"), só passou a ser utilizado depois da conquista muçulmana da península Ibérica, mais de 900 anos depois da batalha.

Referências

  1. Lívio, Ab Urbe Condita XXVIII 36.7-9
  2. Prego de Lis, Augusto (2005). «El reino bárquida de Cartagena». Cartagena Histórica (13): 5–19. ISSN 1696-991X 
  3. Revista Cartagena Historica, La conquista Bárcida