Rabo-branco-de-sobre-amarelo

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(Redirecionado de Besourão-de-sobre-amarelo)

Rabo-branco-de-sobre-amarelo
CITES Appendix II (CITES)[2]
Classificação científica edit
Domínio: Eukaryota
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Apodiformes
Família: Trochilidae
Gênero: Phaethornis
Espécies:
P. nattereri
Nome binomial
Phaethornis nattereri
Berlepsch, 1887
Sinónimos

Ver texto

O rabo-branco-de-sobre-amarelo (nome científico: Phaethornis nattereri)[3] é uma espécie da família dos beija-flores Trochilidae. É encontrado na Bolívia e no Brasil.[4]

Taxonomia e sistemática[editar | editar código-fonte]

A taxonomia do rabo-branco-de-sobre-amarelo é incerta. Aves chamadas de eremita-do-norte são às vezes tratadas como uma subespécie do rabo-branco-de-garganta-canela, mas atualmente os principais sistemas taxonômicos seguem as análises de Hinkelmann que determinaram que é a plumagem masculina de P. nattereri.[5][6][7][4][8][9] No entanto, o eremita "Maranhão" ocorre apenas na parte norte separada da faixa de P. nattereri, e como parece ter vocalizações diferentes daquelas da outra população, pode justificar o reconhecimento como uma espécie distinta, P. maranhaoensis. Estudos moleculares são necessários para confirmar ou negar essa atribuição.[10] Como atualmente entendido, o rabo-branco-de-sobre-amarelo é monotípico.[4]

Descrição[editar | editar código-fonte]

O rabo-branco-de-sobre-amarelo tem cerca 10 cm (3.9 in) comprimento e pesa 2.3 to 3 g (0.08 to 0.11 oz). Os machos têm as partes superiores arroxeadas, asas verdes e as partes inferiores acastanhadas. Seu par interno de penas da cauda é longo e com pontas brancas. Ambos os sexos possuem uma "máscara" preta com um supercílio pálido e uma faixa malar. As fêmeas são semelhantes ao macho, mas com a garganta mais pálida e as penas centrais da cauda mais longas.[11]

Distribuição e habitat[editar | editar código-fonte]

O rabo-branco-de-sobre-amarelo é conhecido por duas áreas distintas. Um inclui o leste da Bolívia e os estados brasileiros adjacentes de Mato Grosso e Rondônia. A outra fica no nordeste do Brasil, principalmente nos estados do Maranhão, Piauí e Ceará, e também no Pará e Tocantins. Especula-se que também habite a ampla região entre as duas áreas conhecidas. O eremita "Maranhão" proposto encontra-se na zona nordeste. A espécie habita várias paisagens não florestais, incluindo florestas semidecíduas, secundárias e de galeria, cerrado e caatinga. Em altitude varia do nível do mar a 500 m (1,600 ft).[11][12]

Comportamento[editar | editar código-fonte]

Movimento[editar | editar código-fonte]

Acredita-se que o rabo-branco-de-sobre-amarelo seja sedentário.[11]

Alimentando[editar | editar código-fonte]

O rabo-branco-de-sobre-amarelo é um alimentador de "linha-armadilha" como outros beija-flores eremitas, visitando um circuito de plantas com flores em busca de néctar. Também consome pequenos artrópodes.[11]

Reprodução[editar | editar código-fonte]

Pouco se sabe sobre a fenologia reprodutiva do rabo-branco-de-sobre-amarelo. Seu ninho é relatado para ser suspenso abaixo de uma folha caída. O eremita "Maranhão" se reproduz entre novembro e abril.[11][12]

Vocalização[editar | editar código-fonte]

A canção do rabo-branco-de-sobre-amarelo é "uma frase aguda repetida incessantemente sem pausas entre as frases... por exemplo, 'tsee... tsee... tsee... nya-ka-wee'."[11]

Status[editar | editar código-fonte]

A IUCN avaliou o rabo-branco-de-sobre-amarelo como sendo de menor preocupação, embora seu tamanho populacional não tenha sido determinado e acredita-se que esteja diminuindo.[1] É pouco conhecido, embora pensado para ser localmente comum, e ocorre em algumas áreas protegidas.[11]

Referências

  1. a b BirdLife International (2018). «Cinnamon-throated Hermit Phaethornis nattereri». Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas. 2018: e.T22686982A130116856. doi:10.2305/IUCN.UK.2018-2.RLTS.T22686982A130116856.enAcessível livremente. Consultado em 27 de novembro de 2021 
  2. «Appendices | CITES». cites.org. Consultado em 14 de janeiro de 2022 
  3. Paixão, Paulo (Verão de 2021). «Os Nomes Portugueses das Aves de Todo o Mundo» (PDF) 2.ª ed. A Folha — Boletim da língua portuguesa nas instituições europeias. p. 314. ISSN 1830-7809. Consultado em 13 de janeiro de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 23 de abril de 2022 
  4. a b c Gill, F.; Donsker, D.; Rasmussen, P. (julho de 2021). «IOC World Bird List (v 11.2)». Consultado em 14 de julho de 2021 
  5. Hinkelmann, C. (1988). «Comments on recently described new species of hermit hummingbirds». Bull. Brit. Orn. Club. 108: 159-169 
  6. Hinkelmann, C. (1988). «On the identity of Phaethornis maranhaoensis Grantsau, 1968 (Trochilidae)». Bull. Brit. Orn. Club. 108: 14-18 
  7. Remsen, J. V., Jr., J. I. Areta, E. Bonaccorso, S. Claramunt, A. Jaramillo, D. F. Lane, J. F. Pacheco, M. B. Robbins, F. G. Stiles, and K. J. Zimmer.
  8. Clements, J. F., T. S. Schulenberg, M. J. Iliff, S. M. Billerman, T. A. Fredericks, J. A. Gerbracht, D. Lepage, B. L. Sullivan, and C. L. Wood. 2021.
  9. HBW and BirdLife International (2020) Handbook of the Birds of the World and BirdLife International digital checklist of the birds of the world Version 5.
  10. Mallet-Rodrigues, Francisco (2006): Táxons de aves de validade questionável com ocorrência no Brasil.
  11. a b c d e f g Hinkelmann, C. and P. F. D. Boesman (2020).
  12. a b Pereira, Surama; Barbosa, Beatriz Bacelar; Ubaid, Flávio Kulaif (2020). «Description of the nest, eggs and nestling development of Maranhão Hermit Phaethornis maranhaoensis». Bull. Brit. Orn. Club. 140 (4): 456-462. doi:10.25226/bboc.v140i4.2020.a8Acessível livremente