Enxu-verdadeiro

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(Redirecionado de Brachygastra lecheguana)
Como ler uma infocaixa de taxonomiaEnxu-verdadeiro

Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Arthropoda
Classe: Insecta
Ordem: Hymenoptera
Subordem: Apocrita
Família: Vespidae
Género: Brachygastra
Espécie: B. lecheguana
Nome binomial
Brachygastra lecheguana
(Latreille, 1824)[1]
Sinónimos[1]
  • Vespa sericea Fabricius, 1804
  • Polistes lecheguana Latreille, 1824
  • Brachygastra analis Perty, 1833
  • Vespa lecheguana (Latreille, 1824)
  • Brachygastra velutina Spinola, 1841
  • Melissaia lecheguana (Latreille, 1824)
  • Brachygastra aurulenta Erichson, 1848
  • Nectarinia binotata Saussure, 1854
  • Nectarinia analis Saussure, 1854
  • Nectarinia velutina (Erichson, 1848)
  • Chartergus sericeus (Fabricius, 1804)
  • Nectarinia sericeus (Fabricius, 1804)
  • Caba lecheguana (Latreille, 1824)
  • Caba analis (Saussure, 1854)
  • Caba binotata (Saussure, 1854)

Enxu-verdadeiro (Brachygastra lecheguana) por Latreille (1824), anteriormente conhecido como Nectarina lecheguana,[2] é uma espécie de vespa negra de papel encontrada na América Central e América do Sul. Nidifica em vegetação rasteira em ambientes do tipo pastagem e produz mel, característico do gênero Brachygastra.[2] Os nomes comuns incluem as palavras exu, eixu, eichu, enxu, enchú, inchú e a palavra "verdadeiro" para indicar que é a versão que produz mel, entre os outros, dependendo do local.

Taxonomia[editar | editar código-fonte]

B. lecheguana pertence à tribo Epiponini de vespas Polistinae,[3]  às vezes chamadas de vespas Polybiinae.[2][3] É uma espécie de vespa social neotropical que se enquadra no gênero Brachygastra.[3]

As vespas de Brachygastra são identificadas, como observado em Andena e Carpenter (2012), por uma projeção anatômica sobre sua asa posterior. O escutelo, metanoto e propode (três das estruturas posteriores dos himenópteros), formam uma superfície plana e vertical no meio do corpo (mesossomo).[4]

O enxu-verdadeiro (B. lecheguana) está intimamente relacionado as espécies B. mellifica e B. borellii,[4] e, de fato, alguns autores sugerem que B. lecheguana e B. mellifica só podem ser diferenciados com base em onde são encontrados com relação à sua distribuição relatada ao longo do período.[2] No entanto, existem diferenças morfológicas e genéticas entre essas espécies.[4] [5]

Descrição e identificação[editar | editar código-fonte]

Bequaert (1032), fornece uma descrição detalhada da anatomia e características de B. lecheguana.[2]  Esta espécie é preta, com um abdômen colorido com listras amarelas, tendo manchas no tórax e cabeça colorida também em amarelo (mencionado em estudo sobre a espécie no Brasil).[6]  O abdômen é largo e truncado, e os ninhos são globulares (parecendo potes),[4] acinzentados e próximos ao solo.[2]  As rainhas e os trabalhadores foram registrados com comprimento entre 7,5 e 9 mm e os machos com comprimento entre 7,5 e 8 mm. B. lecheguana pode ser diferenciada de B. mellifica com base na anatomia reprodutiva masculina; em B. lecheguana os machos têm um dígito apicalmente amplo, enquanto o dos machos de B. mellifica é relativamente estreito.[4][7]

Distribuição e habitat[editar | editar código-fonte]

B. lecheguana é encontrada na América Central e América do Sul, variando do México à Argentina. Esta espécie foi observada duas vezes ao norte, como Texas e Arizona, mas tende a ser rara ao norte do México.[2] Os ninhos são ovais, feitos de material cinza semelhante a papel e perto do chão.[2] Bequeart inclui uma descrição extensa do processo de construção de um desses ninhos em sua publicação de 1932 sobre vespas Polybiinae.[2] Os ninhos estão localizados na vegetação rasteira,[6] e parece que essas vespas preferem locais mais temperados, caracterizados por ambientes abertos e menos úmidos. [8][9][7]

Referências

  1. a b Carpenter, James M. (1867). «Tentative Checklist of the Polistine Tribe Epiponini». IUNH 
  2. a b c d e f g h i Bequaert, JQ (1932). "As vespas sociais Nearctic da subfamília polybiinae (Hymenoptera; Vespidae)". Entomologica Americana. 13 (3): 87-150.
  3. a b c Noll, F. B.; Wenzel, J. W. & Zucchi, R. (2004). "Evolution of caste in Neotropical swarm-founding wasps (Hymenoptera: Vespidae; Epiponini)". American Museum Novitates. 3467: 1-24.
  4. a b c d e Andena, S. R. (2012). "A phylogenetic analysis of the social wasp genusBrachygastra Perty, 1833, and Description of a new species (Hymenoptera: Vespidae: Epiponini)". American Museum Novitates. 3753: 1-38
  5. Zhu, Y.; Queller, D. C. & Strassman, J. E. (1999). A phylogenetic perspective on sequence evolution in microsatellite loci. Journal of Molecular Evolution. 50: 324-338.
  6. a b Henrique-Simões, M.; Cuozzo, M. D. & Frieiro-Costa, F. A. (2011). "Social wasps of Unilavras/Boqueirão Biological Reserve, Ingaí, state of Minas Gerais, Brazil". Journal of Species Lists and Distribution. 7 (5).
  7. a b Hermes, M. G. & Köhler, A. (2006). "The flower-visiting social wasps (Hymenoptera, Vespidae, Polistinae) in two areas of Rio Grande do Sul State, southern Brazil". Revista Brasileira de Entomologia. 50 (2): 268-274.
  8. Santos, G. M. D. M.; Aguiar, C. M. L. & Gobbi, N. (2006). "Characterization of the social wasp guild (Hymenoptera: Vespidae) visiting flowers in the Caatinga (Itatim, Bahia, Brazil)". Sociobiology. 47 (2): 1-12.
  9. De Souza, M. M.; Pires, E. P. & Prezoto, F. (2014). "Seasonal richness and composition of social wasps (Hymenoptera, Vespidae) in areas of cerrado biome in Barroso, Minas Gerais, Brazil". Bioscience Journal. 30 (2): 539-545.