Caroline Criado-Perez
| Caroline Criado-Perez | |
|---|---|
.jpg) | |
| Nascimento | 11 de junho de 1984 (39 anos) Brasil |
| Cidadania | Reino Unido |
| Alma mater |
|
| Ocupação | jornalista, escritora, feminista |
| Prêmios |
|
| Obras destacadas | Invisible Women: Exposing Data Bias in a World Designed for Men, Do it like a woman |
| Movimento estético | feminismo |
| Página oficial | |
| https://www.carolinecriadoperez.com/ | |
Caroline Criado-Perez (nascida em junho de 1984, no Brasil)[1] é uma jornalista britânica, autora, feminista, ativista, cobrindo questões de justiça de gênero. Ela recebeu a OBE da Ordem dos Cavaleiros Britânicos. Ela é mais conhecida por cofundar o site The Woman's Room. Em 2013, ela lançou uma campanha bem-sucedida contra o Banco da Inglaterra por causa de seus planos de abolir imagens de mulheres nas cédulas. Isso levou a constantes ameaças de violência contra ela nas redes sociais.
Biografia[editar | editar código-fonte]
Devido à atividade profissional do pai argentino, Caroline Criado-Perez passou a infância na Espanha, em Portugal, em Taiwan, na Grã-Bretanha e na Holanda, e frequentou escola pública desde os 11 anos.[1] Ela deixou a escola aos 18 anos e queria ser cantora de ópera.[2] Para financiar sua educação, ela trabalhou em marketing digital,[3] mas depois de alguns anos decidiu não seguir essa aspiração de carreira e estudou literatura inglesa à noite para o nível A.[2][4] Ela então estudou Inglês e Literatura Inglesa no Keble College, na Universidade de Oxford, na Inglaterra, graduando-se aos 25 anos. Ela ficou em segundo lugar no London Library Student Writing Prize de 2012, recebendo o prêmio de 1.000 libras esterlinas.[2][2][2] Desde então, ela trabalha como editora em um portal de informações e networking para a indústria farmacêutica[3] e está cursando mestrado em Estudos de Gênero, na London School of Economics and Political Science.[5] Em seu livro "Mulheres invisíveis: expondo o viés de dados em um mundo projetado para homens", ela lida com a lacuna de dados de gênero e critica as distorções, especialmente na coleta de dados científicos, cujas lacunas no conhecimento causam e agravam ainda mais a discriminação contínua e sistemática contra as mulheres.[carece de fontes]
The Woman’s Room[editar | editar código-fonte]
Em novembro de 2012, Caroline Criado-Perez co-fundou o site The Woman's Room,[6] que visa coletar sugestões de profissionais mulheres e transmiti-las aos jornalistas para aumentar a proporção de mulheres profissionais na mídia.[4][7] A razão para isso foi o fato de que, por dois dias consecutivos, a BBC havia convidado exclusivamente homens como especialistas em seu programa Radio 4 sobre os temas de prevenção da gravidez na adolescência e câncer de mama, que culminaram em perguntas absurdas como: "Se você fosse mulher, não hesitaria em entrar em um programa de triagem?"[6][8]
Campanha contra o Banco da Inglaterra[editar | editar código-fonte]
Em 2013, em outra campanha, Caroline Criado-Perez pediu ao Banco da Inglaterra que revertesse sua decisão de apresentar apenas homens no verso das notas a partir de abril de 2016 e não removesse mulheres historicamente significativas.[9] Isso foi precedido pela mudança de Elizabeth Fry para Winston Churchill na nota de £ 5.[10] Depois que esse apelo atraiu 35.000 apoiadores, Mark Carney (Governador do Banco da Inglaterra de julho de 2013 a março de 2020) anunciou que a nota de £ 10 contaria com a imagem de Jane Austen.[11][12] Foi colocada em circulação no aniversário de 200 anos da morte de Jane.[13]
Ameaças de violência na mídia online[editar | editar código-fonte]
A campanha bem-sucedida contra a abolição de imagens de mulheres nas cédulas levou a inúmeras ameaças contra Caroline Criado-Perez em mídias online como o Twitter, incluindo anúncios de estupro. Um homem de 21 anos foi preso,[14][15] outro homem foi preso dois dias depois.[16][17] Como o Twitter não impediu isso em tempo hábil e tais postagens foram possíveis por mais de 12 horas, foi convocado um boicote ao serviço de microblogging até que uma possibilidade de denúncia desse abuso fosse configurada para todos os sistemas operacionais e plataformas. Uma petição online correspondente obteve 15.000 apoiadores em um dia.[18][19][20] O chefe britânico do Twitter, Tony Wang, anunciou que estava pensando em introduzir um botão para denunciar tal abuso.[21] Ameaças de morte e violência também foram feitas posteriormente e ataques a bomba anunciados, inclusive contra a deputada Stella Creasy e os jornalistas India Knight e Laurie Penny.[22][23]
Em janeiro de 2014, um homem e uma mulher que twittaram ameaças contra Caroline Criado-Perez foram condenados a várias semanas de prisão, bem como a uma multa de 800 libras esterlinas cada um.[24]
Prêmios[editar | editar código-fonte]
- 2012: London Library Student Writing Prize (“vice-campeão”).[2]
- 2015: Ordem Britânica de Cavalaria, Oficial da Ordem do Império Britânico, por seus serviços na promoção da igualdade e diversidade na mídia.[25]
- 2019: Royal Society Science Book Prize por seu livro Invisible Women: Exposing Data Bias in a World Designed for Men.[26][27]
- 2019: Prêmio Financial Times Business Book of the Year 2019
- 2020: Prêmio de livro de não ficção NDR Kultur para mulheres invisíveis. Como um mundo governado por dados ignora metade da população
- 2020: Prêmio finlandês HÄN para a promoção da igualdade.[28]
- 2021: Doutorado Honorário da Universidade de Lincoln.[28]
Escritos[editar | editar código-fonte]
- 2015: Faça como uma mulher. Portobello Books, Londres, ISBN 978-1-84627-579-1 (Inglês).
- 2019: Mulheres Invisíveis: Expondo o viés de dados em um mundo projetado para homens. Londres, ISBN 978-1-78470-628-9
- Tradução alemã: Mulheres invisíveis: como um mundo governado por dados ignora metade da população. btb, Munique 2020, do inglês por Stephanie Singh, ISBN 978-3-442-71887-0.
Veja também[editar | editar código-fonte]
Referências
- ↑ a b Hattenstone, Simon (4 de agosto de 2013). «Caroline Criado-Perez: 'Twitter has enabled people to behave in a way they wouldn't face to face'». The Guardian (em inglês). ISSN 0261-3077. Consultado em 11 de março de 2023
- ↑ a b c d e f «London Library Student Prize». www.londonlibrarystudentprize.com. Consultado em 11 de março de 2023
- ↑ a b «Caroline Criado-Perez». www.reutersevents.com (em inglês). Consultado em 11 de março de 2023
- ↑ a b «'I Used To Think Girls Were Rubbish'». HuffPost UK (em inglês). 15 de março de 2013. Consultado em 11 de março de 2023
- ↑ Jane (11 de fevereiro de 2013). «Caroline Criado-Perez (WeekWoman) – Inspirational Woman | Changing People». Changing People | Courses for Women & Trainers to Promote Gender Equality. Consultado em 11 de março de 2023
- ↑ a b «The Women's Room». parked.thewomensroom.org.uk. Consultado em 11 de março de 2023
- ↑ Szalai, Georg (5 de novembro de 2012). «U.K. Web Site to Help BBC Get More Female Experts on Air». The Hollywood Reporter (em inglês). Consultado em 11 de março de 2023
- ↑ Perez, Caroline Criado (5 de novembro de 2012). «Female experts for BBC interviews wanted. Your suggestions please». The Guardian (em inglês). ISSN 0261-3077. Consultado em 11 de março de 2023
- ↑ Caroline Criado-Perez: The women’s blog – Women on bank notes: is the Bank of England finally listening? In: The Guardian. 4. Juli 2013, abgerufen am 26. September 2019 (englisch).
- ↑ «Sir Winston Churchill to feature on new banknote». BBC News (em inglês). 26 de abril de 2013. Consultado em 11 de março de 2023
- ↑ «Mark Carney to review female representation on bank notes». BBC News (em inglês). 3 de julho de 2013. Consultado em 11 de março de 2023
- ↑ Thorpe, Vanessa (27 de julho de 2013). «What now for Britain's new-wave feminists – after page 3 and £10 notes?». The Observer (em inglês). ISSN 0029-7712. Consultado em 11 de março de 2023
- ↑ Jane Austen is now on Britain's 10 pound note. [S.l.: s.n.]
- ↑ «Caroline Criado-Perez Twitter abuse case leads to arrest». BBC News (em inglês). 28 de julho de 2013. Consultado em 11 de março de 2023
- ↑ «Twitter: Vergewaltigungsdrohungen gegen Caroline Criado-Perez». Der Spiegel (em alemão). 29 de julho de 2013. ISSN 2195-1349. Consultado em 11 de março de 2023
- ↑ «Man Arrested In Twitter Abuse Campaign Probe». HuffPost UK (em inglês). 30 de julho de 2013. Consultado em 11 de março de 2023
- ↑ Smith-Spark, Laura (1 de agosto de 2013). «Calls for action as female journalists get bomb threats on Twitter». CNN (em inglês). Consultado em 11 de março de 2023
- ↑ «Trolle stürzen sich auf neue 10-Pfund-Banknote». DER STANDARD (em alemão). Consultado em 11 de março de 2023
- ↑ «Ugly Rape Abuse After Banknote Campaign». HuffPost UK (em inglês). 27 de julho de 2013. Consultado em 11 de março de 2023
- ↑ Wellman, Alex (27 de julho de 2013). «Woman who campaigned for Jane Austen to become face of £10 note bombarded with rape threats». mirror (em inglês). Consultado em 11 de março de 2023
- ↑ Jakat, Lena. «Aktivistin Caroline Criado-Perez Opfer von Twitter-Hass». Süddeutsche.de (em alemão). Consultado em 11 de março de 2023
- ↑ «derStandard.at». www.derstandard.at. Consultado em 11 de março de 2023
- ↑ Quinn, Ben (5 de agosto de 2013). «Twitter bomb threats made against more women in public eye». The Guardian (em inglês). ISSN 0261-3077. Consultado em 11 de março de 2023
- ↑ Zeitung, Süddeutsche. «Haftstrafen für Hass-Tweets gegen Aktivistin». Süddeutsche.de (em alemão). Consultado em 11 de março de 2023
- ↑ «PRIME MINISTER'S RECOMMENDATIONS FOR THE BIRTHDAY HONOURS LIST 2015» (PDF)
- ↑ chvo, ORF at (24 de setembro de 2019). «Buch über Gender-Gap gewinnt renommierten Wissenschaftspreis». news.ORF.at (em alemão). Consultado em 11 de março de 2023
- ↑ «2019 Royal Society Insight Investment Science Book Prize»
- ↑ a b «Caroline Criado Perez»