Correio de Carajás

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Correio de Carajás
Correio de Carajás
Periodicidade Trissemanário
Formato Berlinense
Sede Marabá,
 Brasil
Fundação 15 de janeiro de 1983 (41 anos)
Fundador(es) Mascarenhas Carvalho da Luz
Presidente Wenderson Azevedo Chamon[1]
Proprietário Grupo Correio
Editor Patrick Roberto[2]

O jornal Correio de Carajás, ou simplesmente Correio, é um jornal impresso e eletrônico brasileiro que circula no sul e sudeste do Pará.

Com sede em Marabá, o periódico foi fundado em 15 de janeiro de 1983 pelo jornalista Mascarenhas Carvalho da Luz, sendo o mais antigo ainda em circulação em Marabá, e um dos mais importantes meios de comunicação do Pará.

A tiragem média do jornal é de 30 mil exemplares durante a semana, batendo o número de 40 mil aos sábados, colocando o Correio como um dos mais lidos no sul e sudeste do Pará. Além da edição impressa, o Correio conta com uma versão digital, a CT Online, disponível ao publico. Tem sucursais em Canaã dos Carajás, Curionópolis, Parauapebas, Redenção e São Félix do Xingu.[3]

História[editar | editar código-fonte]

Fundado em 15 de janeiro de 1983 pelo jornalista Mascarenhas Carvalho da Luz, o jornal iniciou suas atividades com o nome Correio do Tocantins, com tiragem quinzenal. Embora surgido em plena ditadura militar, declarava-se independente politicamente.[4]

A sua primeira manchete traduziria o que viria a ser sua maior marca: "Querem dividir o Pará". Foi assim o pioneiro veículo de comunicação a defender publicamente a pauta de criação do estado do Carajás, sendo esta sua bandeira mais clara e duradoura.[5]

Até 1995 a gráfica que o editava ficava em Belém, o que causava atrasos na distribuição. Tal fato mudou quando o jornal montou sua própria gráfica em Marabá.[6]

Em consequência da dimensão que ganhou sua cobertura do Massacre de Eldorado do Carajás, o jornal passou por uma ampla reestruturação, tendo, em abril de 1996, a partir da edição de número 557, edição impressa colorida, e; a partir de 1997 sua tiragem passou de semanal para ser a cada três dias por semana.[7]

Em 2008 inaugura sua versão digital, que inicialmente tinha o nome de CT Online. Após inativada, retornou em novembro de 2010, após reformulação de leiaute.[8]

Em 2013, o jornal foi vendido pelo jornalista Mascarenhas da Luz para a família do deputado João Chamon Neto. O Correio do Tocantins foi integrado à concessão da SBT, que passou a ser denominada TV Correio, bem como outros meios, dando origem ao conglomerado midiático Grupo Correio.[9]

Em 2016 os veículos impresso e digital mudam de nome, marcando a passagem de gestão, denominando-se, respectivamente, Correio de Carajás e Portal Correio de Carajás.

Características da versão física e da digital[editar | editar código-fonte]

A versão física (ou impressa) Jornal Correio do Carajás é o carro-chefe do Grupo Correio, sendo líder de segmento na maior parte dos municípios do sul do Pará. Atende a aproximadamente 20% da população do Pará, estando disponível a quase 2 milhões de habitantes.

A princípio a ideia do CT Online, a versão digital, era baseada apenas para uma complementação do jornal impresso. Para isso foi criada uma homepage, na qual eram reproduzidas as informações circuladas no meio impresso. Após algumas modificações (e a adoção do nome Portal Correio de Carajás), foi criado um site de notícias que tornou-se um dos mais acessados do interior do Pará.[8]

Visão política[editar | editar código-fonte]

Sua mais antiga e definida das visões políticas é a defesa pela reordenação territorial do Pará, para criação do estado do Carajás. O engajamento com esta posição é tão marcante que o jornal adotou, a partir de meados da década de 2000, o slogan "O Jornal de Carajás". Posteriormente ao Plebiscito sobre a divisão do estado do Pará, o próprio veículo suplantou o tradicional segundo nome - Tocantins - por Carajás, tornando-se Correio de Carajás.[5]

Em geral o jornal adotou outras posições ao longo de sua trajetória em sua linha editorial, defendendo, segundo o historiador Laécio Sena, temas como a propriedade privada e a defesa de latifúndios.[7] Nessa mesma direção, segundo uma publicação do Instituto Universidade Popular em 2015, o jornal dá ampla cobertura à ação policial, em detrimento de uma cobertura mais social.[10] Segundo a historiadora Idelma Silva, suas posições já chegaram, no passado, a defender a proibição e restrição da vinda de migrantes nordestinos à Marabá[11] e, mais recentemente, críticas à universidade pública.[12]

Referências

  1. «Rádio Correio FM 92.1 comemora inauguração na Expoama com show de Pablo do Arrocha». Carajás O Jornal. 17 de julho de 2017 
  2. Bogéa, Hiroshi. (11 de abril de 2012). «Correio do Tocantins defende seriedade de pesquisa». HB Online 
  3. Lobato, Elvira.; Agência Pública (2016). «Grupo Correio um império na política». Portal Canaã 
  4. «A história do Correio do Tocantins». Jornal do Zedudu. 2013 
  5. a b «A memoria preservada em acervo». Correio de Carajás. 30 de janeiro de 2018 
  6. «Sobre o Correio do Tocantins.». Correios News. 2015 
  7. a b Sena, Laécio Rocha da. (2014). O MST nos Discursos da Mídia Impressa Marabaense: Um olhar a partir dos jornais Correio do Tocantins e Opinião, no ano 1996 (PDF). Marabá: Programa de Pós-Graduação em Dinâmicas Territoriais e Sociedade na Amazônia da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará 
  8. a b Correia, Cynthia Mariah Barreto.; Rocha, Liana Vidigal. (19 de maio de 2012). Webjornalismo regional: um estudo prévio das características do jornalismo online em sites da região Norte (PDF). Anais do XI Congresso de Ciências da Comunicação na Região Norte. Palmas: Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação/Universidade Federal do Tocantins 
  9. «Grupo Correio: Quem somos». Correios News. 2015 
  10. Otterloo, Odalice. (maio 2015). «Praticando a Educomunicação: As ferramentas educomunicativas podem ser utilizadas no empreendedorismo.». Belém/PA: Instituto Universidade Popular - Unipop. Projeto Amazônia: Juventude Urbana Fazendo Sua Opção Pela Vida (09) 
  11. Silva, Idelma Santiago da. (10 de janeiro de 2006). Migração e Regionalização: A (Re)fundação de Territórios e a Etnização de Migrantes Maranhenses no Sudeste do Pará (PDF). Goiânia: Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Goiás 
  12. Marshall, Luciana. (20 de setembro de 2017). «Unifesspa é a quarta pior universidade do Brasil». Correio de Carajás