Imperial Marinheiro (corveta)

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Imperial Marinheiro
Imperial Marinheiro (corveta)
Operador Armada Imperial Brasileira
Fabricante Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro, Brasil
Homônimo Marinheiros nacionais
Batimento de quilha 1 de agosto de 1850
Lançamento 27 de agosto de 1851
Comissionamento 21 de janeiro de 1852
Descomissionamento 24 de junho de 1865
Estado Naufragado
Características gerais
Tipo de navio Cruzador
Comprimento 30,57 m (100 ft)
Boca 9,75 m (32,0 ft)
Pontal 4,11 m (13,5 ft)
Calado 3,35 m (11,0 ft)
Propulsão a vela; armada em Brigue-Barca com dois mastros
Armamento 14 canhões de calibre 30
Blindagem Madeira
Tripulação 130-150

Imperial Marinheiro foi uma corveta operada pela Armada Imperial Brasileira de 1852 a 1865. A corveta foi construída no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro e lançada ao mar em 27 de agosto de 1851. A embarcação foi incorporada à frota imperial em 21 de janeiro de 1852, tendo como seu primeiro comandante o futuro Almirante Francisco Manuel Barroso da Silva.

Imperial Marinheiro participou de várias viagens nacionais e internacionais. Visitou a Europa entre janeiro de 1857 e fevereiro de 1858. Durante uma comissão de Santa Catarina ao Rio de Janeiro em 1865, a corveta foi acometida por uma forte tempestade e encalhou em Restinga da Marambaia, sul da província do Rio de Janeiro. Não se registrou mortos, porém a embarcação afundou logo após o incidente.

Construção e características[editar | editar código-fonte]

A corveta Imperial Marinheiro, teve sua quilha batida no estaleiro Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro em 1.º de agosto de 1850. Este marco inicial sinalizou o início de um processo de construção que culminou com seu lançamento ao mar em 27 de agosto de 1851, marcando o início de sua jornada operacional. Em 21 de janeiro de 1852, a corveta foi oficialmente incorporada à Armada Imperial Brasileira. O Capitão-de-Fragata Francisco Manuel Barroso da Silva teve a honra de comandar este navio em seus primeiros dias de serviço.[1]

Quanto às dimensões do navio, a corveta Imperial Marinheiro apresentava um comprimento de 30.57 metros, uma boca de 9.75 metros, um pontal de 4.11 metros e um calado de 3.35 metros. No que se refere à propulsão, a corveta contava com velas e era armada em formato de Brigue-Barca, caracterizada por seus dois mastros que a auxiliavam na navegação. Essa configuração era comum para navios de sua época e permitia uma manobrabilidade razoável. No tocante ao armamento, a corveta Imperial Marinheiro estava equipada com 14 canhões Paixhans de calibre 30. Em relação à tripulação, o navio geralmente acomodava entre 130 a 150 pessoas durante o período em que esteve em serviço.[1]

História[editar | editar código-fonte]

No ano de 1851, a corveta se tornou o primeiro navio a ser docado no Dique Imperial, que hoje é conhecido como Almirante Jardim, localizado na Ilha das Cobras. Este evento foi celebrado em 21 de setembro, marcando um marco importante na trajetória do navio. O ano de 1852 viu a corveta embarcar em uma viagem de exploração e descoberta, rumo às Ilhas Malvinas (Falklands), com uma breve escala em Montevidéu.[1]

Em 1857, Imperial Marinheiro partiu em uma viagem, liderada pelo Capitão-de-Fragata Francisco Cordeiro Torres e Alvim. Esta viagem de instrução à Europa incluiu escalas em vários portos, como Lisboa, Cadiz, Gibraltar, Toulon, Genova, Nápoles, Palermo, Argel, Plymouth e Cherbourg, antes de retornar ao Rio de Janeiro em 3 de fevereiro de 1858.[1]

Naufrágio[editar | editar código-fonte]

Durante uma viagem de Santa Catarina para o Rio de Janeiro, em 1865 o navio enfrentou um violento temporal que resultou na perda de alguns escaleres e pequenas avarias. As adversidades climáticas persistiram, e a corveta acabou encalhando na Restinga da Marambaia, no litoral sul da Província do Rio de Janeiro, hoje conhecida como a Praia da Pescaria Velha. A bordo, havia apenas um escaler disponível, e a tripulação enfrentou a difícil tarefa de montar balsas improvisadas para resgatar todos os ocupantes do navio. Graças à determinação dos marinheiros, todos os tripulantes foram salvos, incluindo alguns doentes que estavam a bordo. A guarnição estabeleceu um acampamento na praia, onde receberam ajuda do Subdelegado da Pedra, que forneceu carne seca e farinha.[1][2]

Em 30 de junho, o Vapor de reboque Incansável, fretado pelo Arsenal de Marinha, chegou ao local do desastre para prestar os socorros necessários aos náufragos, uma vez que não havia mais meios de salvar a corveta Imperial Marinheiro. A tripulação que foi resgatada no vapor incluía o imediato, oficiais e 94 praças. O Capitão-Tenente Picanço da Costa, ajudante da Capitania dos Portos, também estava a bordo e confirmou aos meios de comunicação que o casco da corveta estava irremediavelmente perdido. No entanto, o comandante da corveta nesse momento, o Capitão-de-Fragata Antônio Rodrigues da Costa, permaneceu no local do acidente com cerca de vinte praças, com a missão de recuperar objetos e pertences que pudessem ser resgatados pelo mar.[1][2]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c d e f «Corveta Imperial Marinheiro». Navios de Guerra Brasileiros. Consultado em 31 de outubro de 2023 
  2. a b «Naufrágio Imperial Marinheiro». Naufrágios do Brasil. Consultado em 31 de outubro de 2023