Domingos de Gusmão Araújo

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Domingos de Gusmão Araújo (Lugar da Bajouca, Lanheses, 6 de Junho de 1889 - Douro, 19 de Dezembro de 1959)[1] foi um filósofo e professor português que foi um dos fundadores do movimento monárquico Integralismo Lusitano.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Filho de Francisco José de Araújo, proprietário rural, de Lanheses, mas vai viver para Refóios do Lima com seus tios padres Manuel e António Araújo. Frequentou os liceus de Ponte de Lima e de Braga, passando em 1908 para o Curso Superior de Letras de Lisboa.[2]

Estando a frequentar o terceiro ano dessa faculdade, quando começa uma enorme perseguição à religião católica que ocorreu logo após a implantação da República em Portugal, e em Maio de 1911 parte para a Galiza para se juntar às hostes contrarrevolucionárias monárquicas de Paiva Couceiro.[3] Por isso, pela sua ausência de Portugal e pelas suas convições políticas contra a República Portuguesa, foi julgado à revelia pelo tribunal marcial de Braga e condenado a seis anos de prisão[3]

Acompanhou depois o grupo de portugueses expatriados, no início do século XX, que foram estudar para a Bélgica devido à perseguição à religião católica que ocorreu após a implantação da República em Portugal.[4]

Nessa altura, Gusmão Araújo frequentou vários locais de ensino nomeadamente a Universidade de Lovaina, sendo aí estudante de Filosofia.[5]

Nesse ambiente, em Maio de 1913, por sua iniciativa e de mais alguns rapazes emigrados como ele em Gante, tais como Luís de Almeida Braga e Rolão Preto entre outros,[6] constroem a revista "Alma ̈Portugueza", da qual assume o lugar de Diretor executivo,[2] e logo se anunciando como “órgão de imprensa do referido «Integralismo Lusitano»”,[7] de efemera duração mas que pela primeira vez aparece concretamente formulado, embora num sentido puramente literário, o nacionalismo português.[8] Nome e movimento nunca anteriormente anunciado, embora ainda sem um sentido político totalmente definido.

A sua estreita colaboração depois transita para uma nova revista Nação Portuguesa, nascida ainda em 1913, onde Alberto de Monsaraz será antes o diretor.[9]

Em 1916 regressa a Lisboa e começou a lecionar no Liceu de Camões.[10]

Em 1918 casa-se com Laura Estrela da Silva, de quem teve um filho.[1]

A quando da fundação do Instituto António Sardinha, a 19 de Abril de 1926, pouco mais de um ano após a sua morte, na aprovação dos seus Estatutos, salienta-se a sua estreita ligação com a referida revista “Nação Portuguesa”, onde se transcreve parte do discurso pronunciado por Gusmão Araújo na efeméride.[11]

Vem a escrever igualmente na revista "Ordem Nova" em que um dos seus artigo ataca a Democracia.

Terá igualmente, no entretanto, tirado o curso de Direito na Universidade de Coimbra.[1]

Até 1933 a exercer as funções reitor do Liceu Gonçalo Velho, em Viana do Castelo, e professor de literatura portuguesa na Universidade de Poitiers em França.[1]

Finalmente, quando se reformou, em 1957, estava a dar aulas no Liceu de Viseu e passou a residir numa sua quinta no Douro onde dois anos mais tarde vem a falecer.[1]

Referências

  1. a b c d e Dr. Domingos de Gusmão Araújo, Galeria de Honra, Voz de Lanheses, Setembro de 1991, pág. 6
  2. a b Domingos de Gusmão Araújo, por Pereira de Almeida, Álbum dos Vencidos, ̃N.º 9, 1913. pág. 287 a 288
  3. a b Domingos de Gusmão Araújo, por Pereira de Almeida, Album dos vencidos, ̃N.º 9, 1913. pág. 287 a 288
  4. Filhos de Ramires - No Advento do «Integralismo Lusitano», 1913-1916, por José Manuel Quintas, Lisboa, Nova Ática, 2004, pág. 74
  5. Filhos de Ramires - No Advento do «Integralismo Lusitano», 1913-1916, por José Manuel Quintas, Lisboa, Nova Ática, 2004, pág. 75 e 76
  6. Alma Portuguesa (Maio e Setembro de 1913, Louvain). Colaboradores: Domingos de Gusmão Araújo (Diretor), Ramos Ribeiro (Diretor Artístico), Rolão Preto (Secretário de Redacção), D. António Álvares Pereira (Cadaval – Administrador), Ascenso Siqueira, Alberto de Monsaraz, Luis de Almeida Braga, Henrique de Paiva Couceiro, Alberto Pinheiro Torres, Ayres d'Ornellas e Alexandre Corrêa. - Que Integralismo Lusitano?, por José Manuel Cordeiro, Cultura - Revista de História e Teoria das ideias, VOL. 26, 2009, nota 5
  7. Filhos de Ramires - No Advento do «Integralismo Lusitano», 1913-1916, por José Manuel Quintas, Lisboa, Nova Ática, 2004, pág. 77
  8. Integralismo Lusitano : Contexto E Apresentação Doutrinária em Formação (1890-1914), Passagens. Revista Internacional de História Política e Cultura Jurídica, por Felipe Cazetta, Rio de Janeiro: vol. 5, no.3, setembro-dezembro, 2013, pág. 410, nota 30.
  9. Nação Portuguesa (1914-1916) – Que Integralismo Lusitano?, por José Manuel Cordeiro, Cultura - Revista de História e Teoria das ideias, Vol. 26, 2009
  10. Voz de Lanheses
  11. Da constante rectificação mental: III Série da Nação Portuguesa (1924-1926), por José Manuel Cordeiro, Universidade do Algarve, FCHS, 2011, pág. 232 e 233

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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