Efeitos econômicos dos ataques de 11 de setembro

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Os ataques de 11 de setembro de 2001 causaram, inicialmente, choques que provocaram uma queda acentuada nos mercados de ações a nível global. Os próprios ataques resultaram em aproximadamente 40 bilhões de dólares em perdas de seguros, tornando-se um dos maiores sinistros, bem como uma das maiores indenizações da história.[1]

Mercados financeiros[editar | editar código-fonte]

As bolsas de valores fecharam entre os dias 10 e 17 de setembro de 2001. Após o pânico inicial, o DJIA subiu rapidamente, mas logo apresentou queda

Na terça-feira, 11 de setembro de 2001, a abertura da Bolsa de Valores de Nova York (NYSE) foi adiada depois que o primeiro avião caiu na Torre Norte do World Trade Center, e as negociações do dia foram canceladas depois que o segundo avião caiu na Torre Sul. A NASDAQ também cancelou as negociações. O prédio da Bolsa de Valores de Nova York foi evacuado, assim como quase todos os bancos e instituições financeiras em Wall Street e em muitas cidades do país. A Bolsa de Valores de São Paulo, na época ainda Bovespa, fechou após 1h15 de pregão (às 11h15) em queda de 9,18%.[2] A Bolsa de Valores de Londres e outras bolsas de valores em todo o mundo também foram fechadas e evacuadas com medo de novos ataques terroristas. A nova-iorquina permaneceu fechada até a segunda-feira seguinte. Esta foi a terceira vez na história que a NYSE experimentou um fechamento prolongado, sendo a primeira vez nos primeiros meses da Primeira Guerra Mundial e a segunda em março de 1933 durante a Grande Depressão.[3][4] A negociação no mercado de títulos dos Estados Unidos também cessou; a principal negociadora de títulos do governo, Cantor Fitzgerald, estava sediada no World Trade Center.[5] A New York Mercantile Exchange também foi fechada por uma semana após os ataques.[6]

O Sistema de Reserva Federal (The Fed) emitiu um comunicado, dizendo que estava "aberto e operacional. A janela de desconto está disponível para atender às necessidades de liquidez".[7] Ainda adicionou 100 bilhões de dólares em liquidez por dia, durante os três dias seguintes ao ataque para ajudar a evitar uma crise financeira.[6] O então vice-presidente e membro do Conselho de Governadores do Federal Reserve, Roger W. Ferguson Jr., descreveu em detalhes esta e outras ações que o The Fed executou para manter uma economia estável e compensar possíveis interrupções que poderiam surjir no sistema financeiro.[8]

Os preços do ouro dispararam, de 215,50 dólares para 287 a onça-troy de ouro nas negociações de Londres.[5] Os preços do petróleo também dispararam.[9] O valor do gás nos Estados Unidos também disparou brevemente, embora o aumento nos preços tenha durado apenas cerca de uma semana.[6]

A troca de moedas continuou, com o dólar americano caindo acentuadamente em relação ao euro, libra esterlina e iene japonês.[5] No dia seguinte, as bolsas europeias caíram acentuadamente, incluindo quedas de 4,6% na Espanha, 8,5% na Alemanha e 5,7% na Bolsa de Valores de Londres.[5] As ações nos mercados latino-americanos também caíram, com queda de 9,2% no Brasil, 5,2% na Argentina e queda de 5,6% no México, antes da interrupção das negociações.[5]

Referências

  1. Makinen, Gail (27 de setembro de 2002). «The Economic Effects of 9/11: A Retrospective Assessment» (PDF). Congressional Research Service. pp. CRS–4. Consultado em 27 de dezembro de 2022 
  2. Guimarães, Arthur (11 de setembro de 2021). «Atentados do 11 de Setembro imprimiram terror e fecharam bolsas; em Nova York mercado não abriu por 4 dias». Suno Notícias. Consultado em 28 de dezembro de 2022 
  3. Brown, Abram. «What Can Close The NYSE? World War, Presidential Funerals And Hurricane Sandy». Forbes (em inglês). Consultado em 28 de dezembro de 2022 
  4. «Economics And Finances». Global Financial Data. Consultado em 28 de dezembro de 2022 
  5. a b c d e Norris, Floyd; Jonathan Fuerbringer (12 de setembro de 2001). "Stock". New York Times.
  6. a b c Makinen, Gail (27 de setembro de 2002). «The Economic Effects of 9/11: A Retrospective Assessment» (PDF). Congressional Research Service. pp. CRS–2 
  7. «FRB: Press Release -- Federal Reserve open and operating -- September 11, 2001». www.federalreserve.gov. Consultado em 28 de dezembro de 2022 
  8. «FRB: Speech, Ferguson--September 11--February 5, 2003». www.federalreserve.gov. Consultado em 28 de dezembro de 2022 
  9. Stevenson, Richard W., Stephen Labaton (12 de setembro de 2001). "The Financial World Is Left Reeling by Attack". The New York Times.