Energia (foguete): diferenças entre revisões

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Sua principal função era colocar em [[órbita]] o [[Buran|ônibus espacial soviético]]. Tornou possível o primeiro vôo deste em [[Novembro]] de [[1988]], um ano após ser anunciado ao mundo.
Sua principal função era colocar em [[órbita]] o [[Buran|ônibus espacial soviético]]. Tornou possível o primeiro vôo deste em [[Novembro]] de [[1988]], um ano após ser anunciado ao mundo.


Foi desenhado como um lançador de baixo custo. Custava pouco mais que um dos motores principais do [[ônibus espacial]] americano. Apesar desta redução nos custos, os gastos para seus lançamentos revelaram-se inviáveis para a URSS, já debilitada por uma [[economia]] cada vez menos produtiva.


Finalmente os vôos do Energia foram suspensos e os [[satélite]]s de grande porte e as peças da [[estação espacial]] passaram a ser colocadas em órbita pelos foguetes [[Proton (foguete)|Proton]] ou por foguetes americanos.



A '''RSC''' (fabricante russa do Energia) propôs que ele fosse reativado e utilizado em tarefas como: recuperação da [[camada de ozônio]], transportar [[lixo nuclear]] para além do [[sistema solar]], exploração dos recursos da [[Lua]], remoção do [[lixo espacial]] em órbitas baixas, etc.




==História==

Foi desenhado como um lançador de baixo custo. Custava pouco mais que um dos motores principais do [[ônibus espacial]] americano. Apesar desta redução nos custos, os gastos para seus lançamentos revelaram-se inviáveis para a URSS, já debilitada por uma [[economia]] cada vez menos produtiva.


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O projeto Energia/Buran teve início em [[1976]], depois da decsão de cancelar o fracassado projeto do [[N1 (foguete)|N1]]. As instalações e [[infraestrutura]] do N1 foram aproveitadas para o Energia, da mesma forma como a [[NASA]] reutilizou as estruturas desenhadas para o [[Saturno V]] no programa do ônibus espacial americano. Na construção do Energia empregou-se o conceito "''Vulkan''" o qual foi baseado no foguete Proton, porém muito maior e com alcance mais elevado, usando os mesmos [[combustíveis]] tóxicos [[Par hipergólico|hipergólicos]]. A designação ''Vulkan'' foi dada posteriormente a uma variação do Energia que possuía oito [[Foguete reforçador|foguetes reforçadores]] e [[Estágio (astronáutica)|estágios]] múltiplos.

[[Imagem:Energia-Polyus drawing.png|thumb|200px|right|'''Energia transportando o ''Polyus'' (resposta soviética ao programa americano [[Iniciativa Estratégica de Defesa|Guerra nas estrelas]]).''']]
Três variantes importantes foram foram planejadas após a configuração original, cada uma com capacidade pra diversas cargas úteis. O Energia-M foi o menor. O número dos foguetes ''Zenit'' foi reduzido de quatro para dois, e em vez de quatro motores '''RD-0120''' na base, teria apenas um. Projetado para substituir o Proton mas perdeu a concorrência em 1993 para o foguete ''Angara''.

O Energia-2 foi projetado para ser totalmente reutilizável. Neste, o [[propulsor]] principal seria capaz de retornar à [[Terra]] [[planador|planando]] até aterrissar, usando provavelmente a [[tecnologia]] desenvolvida para o Buran. A configuração final foi a maior. Com oito foguetes reforçadores Zenit e um propulsor principal Energia-M no estágio superior, o Vulkan (mesmo nome de outro grande foguete soviético cancelado anos antes) ou a configuração "Hercules" (como também eram conhecidos os foguetes N-1) poderia lançar impressionantes 175 toneladas em órbita!


==Energia II ("Uragan")==

O Energia II Chamado "''Uragan''" ('''Ураган''') foi concebido para ser totalmente reutilizável e capaz de retornar à Terra em uma [[Pista de pouso e decolagem|pista]] de aterrissagem convencional. Isto representava uma vantagem decisiva sobre seu competidor americano. Diferente de outros projetos, todos os elementos deste propulsor são reutilizáveis, tanto o propulsor principal quanto os auxiliares, que dispõem de elementos [[aerodinâmica|aerodinâmicos]] que lhes permitiriam regressar à base de lançamento planando em vôo automático. Estes propulsores, ao contrário do habitual, empregavam propelente líquido.


==Energia M==

Versão desenhada nos [[anos 80]] para pôr em órbita cargas de 20 a 30 toneladas mas que nunca chegou a voar. Usaria dois foguetes reforçadores no lugar de quatro e o foguete principal teria um menor diâmetro. Empregando um único motor RD-0120. Nos [[anos 90]], se propôs usar os excedentes do projeto Energia para comercializar o Energia-M, mas não houve compradores dispostos a utilizar um projeto não testado. Mais tarde foi proposta como alternativa o foguete Angara, o que foi descartado pois pretendia-se que este fosse um projeto totalmente russo (os foguetes reforçadores usados no Energia M eram de fabricação [[Ucrânia|ucraniana]]).

Finalmente os vôos do Energia foram suspensos e os [[satélite]]s de grande porte e as peças da [[estação espacial]] passaram a ser colocadas em órbita pelos foguetes [[Proton (foguete)|Proton]] ou por foguetes americanos.

A produçâo dos foguetes Energia foi encerrada com o [[colapso da União Soviética]] e com o término do projeto Buran. Desde então há rumores constantes sobre uma possível volta de sua produção, mas dada a realidade política atual, isso não é muito provável. Por enquanto, o Energia não está em produção. Todavia, os foguetes Zenit e Proton estão em plena produção e funcionamento.

A '''RSC''' (fabricante russa do Energia) propôs que ele fosse reativado e utilizado em tarefas como: recuperação da [[camada de ozônio]], transportar [[lixo nuclear]] para além do [[sistema solar]], exploração dos recursos da [[Lua]], remoção do [[lixo espacial]] em órbitas baixas, etc.



==Dados do foguete Energia:==

* Primeiro lançamento: [[15 de Maio]] de [[1987]]. (estação Polyus).
* Altura: 60 metros.
* Capaz de pôr em órbita baixa uma carga de até 100 toneladas.
* Foi o primeiro foguete soviético a usar propulsores movidos a [[oxigênio líquido|oxigênio]]-[[hidrogênio líquido|hidrogênio]] líquidos em vez de [[querosene]].
* Seu último lançamento foi em [[15 de Novembro]] de [[1988]].
* Pode colocar 20 toneladas de carga em [[órbita geoestacionária]] ou 32t. em trajetória de missão à Lua.



==Ligações externas==
==Ligações externas==

*{{es}} [http://www.espacial.org/astronautica/vectorespaciales/energia3.htm Las versiones del Energia]
*{{en}} [http://www.energia.ru/english/energia/launchers/vehicle_energia.html Energia - Página oficial]
*{{en}} [http://www.energia.ru/english/energia/launchers/vehicle_energia.html Energia - Página oficial]
*{{en}} [http://www.astronautix.com/lvs/energia.htm Astronautix]
*{{en}} [http://www.astronautix.com/lvs/energia.htm Astronautix]

*{{es}} [http://www.espacial.org/astronautica/vectorespaciales/energia3.htm Las versiones del Energia]




[[Categoria:Foguetões]]
[[Categoria:Foguetões]]
[[Categoria:Programa espacial soviético]]





Revisão das 18h24min de 14 de outubro de 2008

Maquete representando o Energia e o Buran acoplados.

Energia - (em russo Энергия em português, energia) - foi o mais poderoso foguete soviético e o último sucesso da URSS na corrida espacial. Tinha a capacidade de pôr aproximadamente 100 toneladas em órbita terrestre baixa.

Sua principal função era colocar em órbita o ônibus espacial soviético. Tornou possível o primeiro vôo deste em Novembro de 1988, um ano após ser anunciado ao mundo.





História

Foi desenhado como um lançador de baixo custo. Custava pouco mais que um dos motores principais do ônibus espacial americano. Apesar desta redução nos custos, os gastos para seus lançamentos revelaram-se inviáveis para a URSS, já debilitada por uma economia cada vez menos produtiva.

Ficheiro:Space shuttle USSR.jpg
Conjunto Energia / Buran
Maquetes
Comparações:
foguete da Soyuz (esquerda), Ônibus espacial americano (centro) e Energia (direita).

O projeto Energia/Buran teve início em 1976, depois da decsão de cancelar o fracassado projeto do N1. As instalações e infraestrutura do N1 foram aproveitadas para o Energia, da mesma forma como a NASA reutilizou as estruturas desenhadas para o Saturno V no programa do ônibus espacial americano. Na construção do Energia empregou-se o conceito "Vulkan" o qual foi baseado no foguete Proton, porém muito maior e com alcance mais elevado, usando os mesmos combustíveis tóxicos hipergólicos. A designação Vulkan foi dada posteriormente a uma variação do Energia que possuía oito foguetes reforçadores e estágios múltiplos.

Energia transportando o Polyus (resposta soviética ao programa americano Guerra nas estrelas).

Três variantes importantes foram foram planejadas após a configuração original, cada uma com capacidade pra diversas cargas úteis. O Energia-M foi o menor. O número dos foguetes Zenit foi reduzido de quatro para dois, e em vez de quatro motores RD-0120 na base, teria apenas um. Projetado para substituir o Proton mas perdeu a concorrência em 1993 para o foguete Angara.

O Energia-2 foi projetado para ser totalmente reutilizável. Neste, o propulsor principal seria capaz de retornar à Terra planando até aterrissar, usando provavelmente a tecnologia desenvolvida para o Buran. A configuração final foi a maior. Com oito foguetes reforçadores Zenit e um propulsor principal Energia-M no estágio superior, o Vulkan (mesmo nome de outro grande foguete soviético cancelado anos antes) ou a configuração "Hercules" (como também eram conhecidos os foguetes N-1) poderia lançar impressionantes 175 toneladas em órbita!


Energia II ("Uragan")

O Energia II Chamado "Uragan" (Ураган) foi concebido para ser totalmente reutilizável e capaz de retornar à Terra em uma pista de aterrissagem convencional. Isto representava uma vantagem decisiva sobre seu competidor americano. Diferente de outros projetos, todos os elementos deste propulsor são reutilizáveis, tanto o propulsor principal quanto os auxiliares, que dispõem de elementos aerodinâmicos que lhes permitiriam regressar à base de lançamento planando em vôo automático. Estes propulsores, ao contrário do habitual, empregavam propelente líquido.


Energia M

Versão desenhada nos anos 80 para pôr em órbita cargas de 20 a 30 toneladas mas que nunca chegou a voar. Usaria dois foguetes reforçadores no lugar de quatro e o foguete principal teria um menor diâmetro. Empregando um único motor RD-0120. Nos anos 90, se propôs usar os excedentes do projeto Energia para comercializar o Energia-M, mas não houve compradores dispostos a utilizar um projeto não testado. Mais tarde foi proposta como alternativa o foguete Angara, o que foi descartado pois pretendia-se que este fosse um projeto totalmente russo (os foguetes reforçadores usados no Energia M eram de fabricação ucraniana).

Finalmente os vôos do Energia foram suspensos e os satélites de grande porte e as peças da estação espacial passaram a ser colocadas em órbita pelos foguetes Proton ou por foguetes americanos.

A produçâo dos foguetes Energia foi encerrada com o colapso da União Soviética e com o término do projeto Buran. Desde então há rumores constantes sobre uma possível volta de sua produção, mas dada a realidade política atual, isso não é muito provável. Por enquanto, o Energia não está em produção. Todavia, os foguetes Zenit e Proton estão em plena produção e funcionamento.

A RSC (fabricante russa do Energia) propôs que ele fosse reativado e utilizado em tarefas como: recuperação da camada de ozônio, transportar lixo nuclear para além do sistema solar, exploração dos recursos da Lua, remoção do lixo espacial em órbitas baixas, etc.


Dados do foguete Energia:


Ligações externas