História da Albânia

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História da Albânia

O nome Albânia deriva de uma tribo, os Albanoi, antepassados dos Albaneses atuais. Shqiperia é o nome do país em albanês.

Um postal retratando Tirana em 1902.

A Albânia tem origem no antigo Reino da Ilíria. Conquistada pelos romanos em 168 a.C., é incorporada ao Império Bizantino em 395. No século XV cai em poder dos turcos otomanos, que convertem a população ao islamismo e adotam uma política despótica, despertando o nacionalismo albanês, duramente reprimido.

Antes do século XX, a Albânia foi sempre dominada por estrangeiros, excepto entre 1443 e 1478, durante a revolta contra o Império Otomano. A Albânia declarou sua independência durante a Primeira Guerra dos Bálcãs, em 1912 e permaneceu independente após a Primeira Grande Guerra em grande parte devido à intervenção do Presidente Americano Woodrow Wilson na Conferência de Paz de Paris (1919).

Em 1939, a Itália, sob comando de Benito Mussolini, anexa a Albânia. Com o render das tropas italianas em 1943, durante a Segunda Guerra Mundial, tropas germânicas ocuparam o país. Guerrilheiros, incluindo os da comunista Frente Libertação Nacional (FLN), ganharam o controle em 1944, após a retirada dos alemães. Desde a intervenção dos comunistas da Jugoslávia na criação do Partido Comunista Albanês do Operariado em Novembro de 1941, o regime da FLN, liderado por Enver Hoxha, tornou-se num satélite virtual juguslavo até ao rompimento entre Tito e Stalin em 1948. Consequentemente, o comunismo linha-dura começou a ter dificuldades crescentes com a União Soviética sob o comando de Nikita Khrushchov, tendo seu ápice em 1961 quando os líderes soviéticos abertamente denunciaram a Albânia em um congresso de partido. Os dois estados quebraram relações diplomáticas naquele ano; entretanto, a Albânia continuou membro nominal do Pacto de Varsóvia até a invasão da Checoslováquia em 1968.

Declaração da Independência, em 28 de Novembro de 1912 em Vlora

Em 1945, uma missão não oficial dos Estados Unidos foi enviada à Albânia para estudar a possibilidade de estabelecer relações com o regime. Entretanto, o regime negou-se a reconhecer a validade dos tratados pré-guerra, aumentando as hostilidades com a missão americana até a sua retirada em novembro de 1946. O governo dos EUA não manteve contato com o governo da Albânia entre 1946 e 1990.

Durante os anos 1960, a República Popular da China emergiu como leal aliada da Albânia e fonte primária de assistência econômica e militar. Entretanto, esse relacionamento próximo caiu em 1970, quando a China decidiu introduzir algumas reformas de mercado e procurar uma reaproximação com os EUA. Depois de anos de relações sólidas, a ruptura aberta veio em 1978, quando o governo chinês terminou seu programa de ajuda e cortou todo o comércio. O embargo econômico de outros países resultou na ruína financeira para a Albânia.

Por volta de 1990, mudanças em todos os lugares do bloco comunista começaram a influenciar o pensamento na Albânia. O governo começou a procurar laços com o Ocidente para melhorar as condições econômicas no país. A Assembleia do Povo aprovou uma constituição interina em abril de 1991. Governos de curta duração.

Introduziram reformas democráticas iniciais no decorrer de 1991. Em 1992, o vitorioso Partido Democrata sob o governo do presidente Sali Berisha começou um programa mais deliberado de reformas econômicas e democráticas. O progresso parou em 1995, resultando em um declínio da confiança pública no governo e uma crise econômica encorajou a proliferação e colapso de muitos esquemas financeiros. A crise de autoridade no começo de 1997 alarmou o mundo, trazendo intensa mediação e pressão internacionais. Eleições antecipadas realizadas em junho de 1997 trouxeram à vitória uma coalizão de partidos liderados por socialistas. Os observadores internacionais julgaram as eleições legislativas em 2001 aceitáveis e um passo em direção ao desenvolvimento democrático, mas identificaram sérias deficiências que devem ser sanadas com reformas no código eleitoral albanês.

Em 2009, a Albânia (juntamente com a Croácia), tornaram-se membros da OTAN.[1]

Pré-história[editar | editar código-fonte]

Os Ilírios surgem da presença Indo-Europeia do lado oeste dos balcãs. A sua formação pode ser assumida como coincidente com o início da Idade do Ferro nos Balcãs, no primeiro milénio antes de Cristo.[2]

Os arqueologistas associam os Ilírios com a cultura de Hallstatt, um povo da Idade do Ferro conhecida pela sua produção de ferro, espadas em bronze com punhos em forma de asas, e pela domesticação de cavalos. É importante delinear as tribos Ilírias do Pelo-Balcãs no sentido estrito linguístico, mas áreas incluídas sob os "Ilírios" da Idade do Ferro nos Balcãs incluem a área dos rios Sava, Danúbio e o Morava até ao Mar Adriático e as Montanhas Shar.

Antiguidade[editar | editar código-fonte]

Butrint, Zona de Herança Mundial pela UNESCO

Colónias gregas[editar | editar código-fonte]

Com início no século VII foram estabelecidas colónias na costa Ilíria, sendo as mais importantes as colónias de Apolônia, Avlona (atualmente Vlorë), Epidamno (atualmente Durrës), e Lisso (atualmente Lezhë). A redescoberta da cidade Grega de Butroto (actualmente Butrint) é provavelmente mais significativo hoje em dia do que quando Júlio César a utilizou como depósito de provisões para as suas tropas durante as suas campanhas no Século I a.C.. Na época não era um local importante, na sombra de Apolônia e Epidamno.[3]

Ilírios[editar | editar código-fonte]

Na antiguidade, o território da Albânia era sobretudo habitado por povos Ilírios,[4] que, tal como outros povos antigos, estavam subdivididos em tribos e clãs.[5] A região encontrava-se igualmente habitada por bríges,[6] e por caônios, um povo grego da Antiguidade.

No Século IV a.C. o rei Ilírio Bardílis I uniu várias tribos Ilírias e entrou em conflito com os macedónios a sudeste, mas foi derrotado. Bardílis foi sucedido por Grabos[7] e depois por Bardílis II,[8] e depois por Cleito o Ilírio,[8] que foi derrotado por Alexandre o Grande. Em 229 a.C., a Rainha Teuta[9] dos ardieus enfrentou os Romanos, iniciando a Primeira Guerra Ilíria, a primeira das Guerras Ilírias que resultaram em derrota e no fim da independência Ilíria (por volta de 168 a.C.), quando o rei Gêncio foi derrotado por um exército Romano.

Referências

  1. Estadão.com.br (1 de abril de 2009). «Albâniahtm e Croácia tornam-se os mais novos membros da Otan». Consultado em 2 de Fevereiro de 2011 
  2. The Illyrians (The Peoples of Europe) por John Wilkes, ISBN 0-631-19807-5, 1996, página 39: "... the other hand, the beginnings of the Iron Age around 1000 BC is held to coincide with the formation of the historical Illyrian peoples. ..."
  3. An Inventory of Archaic and Classical Poleis by Mogens Herman, ISBN 0198140991, 2004, página 343, "Bouthroton (Bouthrotios)"
  4. «Bureau of European and Eurasian Affairs, Setembro de 2007» 
  5. «Encyclopedia Britannica - Messapic language» 
  6. The Illyrians (The Peoples of Europe) por John Wilkes, 1996, ISBN 978-0-631-19807-9, página 111
  7. Harding, p. 93. Grabos tornou-se o mais poderoso rei Ilírio após a morte de Bardílis em 358.
  8. a b "The Journal of Hellenic Studies by Society for the Promotion of Hellenic Studies (London, England)", 1973, p. 79. Cleito era evidentemente o filho de Bardílis II neto do velho Bardílis que caíra em batalha contra Filipe II em 385 a.C.
  9. Wilkes, J. J. The Illyrians, 1992, p. 120, ISBN 0631198075, p. 129,"... mainly because no coins are known to have been issued by Illyrian rulers of a later period such as Agron, Teuta, Scerdilaidas, etc. ..."