Jacques d'Ornellas

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Jacques D'ornelas
Deputado federal pelo Rio de Janeiro
Período 1983 a 1987
Dados pessoais
Nascimento 19 de fevereiro de 1939 (85 anos)
São Borja, RS
Profissão Militar

Daltro Jacques D’Ornelas, mais conhecido como Jacques D’Ornelas (São Borja, 19 de fevereiro de 1939) é um ex-militar e ex-político brasileiro. É filho de Afonso Celso D’Ornelas e de Zulmira Jacques D’Ornelas.[1] Atualmente, vive em Cascadura, no Rio de Janeiro. Casado com Marli D’Ornelas, teve três filhos.[1]

Foi deputado federal pelo Rio de Janeiro entre 1983 e 1987.[1]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Jacques D'Ornellas entrou para o Exército em 1957, tornando-se sargento três anos depois. Participou da campanha do marechal Henrique Lott para a Eleição presidencial no Brasil em 1960. No ano seguinte, 1961, com a renúncia do presidente Jânio Quadros, participou da articulação pela posse do vice-presidente João Goulart.[1]

Já em 1963, filiado ao antigo Partido Comunista Brasileiro (PCB), associou-se ao Clube dos Subtenentes e Sargentos do Exército, e enquanto fazia campanha pela chapa de oposição à diretoria da agremiação, foi preso na Paraíba.[1]

Após o Golpe de Estado no Brasil em 1964, que depôs João Goulart, foi detido em abril na ilha de Bom Jesus e na Fortaleza de Santa Cruz, ambas no Rio de Janeiro, até o mês de agosto. Em novembro foi afastado do Exército.[1]

Entre 1965 e 1967 atuou em tentativas de criação de focos guerrilheiros na Serra do Caparaó, em Minas Gerais, e no Rio Grande do Sul, lideradas pelo professor Bayard Boiteux e pelo coronel Jefferson Cardim, respectivamente. Na década seguinte, filiou-se ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB), partido de oposição ao regime militar, e passou a atuar politicamente junto a associações de moradores de bairros e favelas cariocas.[1]

Foi reincorporado ao Exército após a Lei da Anistia, indo para a reserva no posto de terceiro-sargento. Com a extinção do bipartidarismo, em novembro de 1979, e da conseqüente reformulação partidária, filiou-se ao partido que sucedeu ao MDB, o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB). No início de 1982, trocou de partido, filiando-se ao Partido Democrático Trabalhista (PDT), sendo parte de uma corrente interna liderada por Luís Carlos Prestes.[1]

Foi eleito deputado federal pelo Rio de Janeiro nas eleições gerais de 1982, para a 47.ª legislatura.[1]

Como deputado, foi titular das comissões de Ciência e Tecnologia, de Minas e Energia, e da Comissão Especial sobre a Reforma Agrária. Também foi membro suplente da Comissão de Relações Exteriores, atuando ainda como vice-relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) a respeito do endividamento externo brasileiro e as relações do país com o Fundo Monetário Internacional (FMI), além de participar de outras comissões de inquérito, tais como as que investigaram denúncias de irregularidades no Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA) e na Superintendência Nacional da Marinha Mercante (Sunaman).[1]

Foi favorável à Proposta de Emenda Constitucional Dante de Oliveira, e posteriormente, apoiou, para a presidência da República, via voto indireto, o candidato oposicionista Tancredo Neves.[1]

Ainda naquela legislatura, Jacques D’Ornelas participou de alguns encontros internacionais, tais como o Encontro sobre a Dívida Externa da América Latina e Antilhas, realizado em Cuba, no ano de 1985, e a missão parlamentar brasileira à I Assembléia Internacional pela Democracia no Chile, em 1986.[1]

Candidato à reeleição nas eleições de 1986 , obteve apenas a suplência, deixando de ser deputado em janeiro de 1987. Mais uma vez, foi candidato a deputado federal nas eleições de 1990, mas novamente, não se elegeu.[1]

Assumiu a diretoria de habilitação do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) do Rio de Janeiro, de abril de 1991, até maio de 1992, permanecendo no cargo até maio do ano seguinte, durante o segundo governo de Leonel Brizola. No ano de 1993, filiou-se ao Partido dos Trabalhadores (PT).[1]

Foi ainda candidato nas eleições de 1994, pelo PT, e nas eleições gerais no Brasil em 2006, pelo Partido Socialismo e Liberdade.[1] Em 2013, participou da Comissão Nacional da Verdade.[2]

Referências

  1. a b c d e f g h i j k l m n o «ORNELAS, Jacques D'». FGV. Consultado em 5 de maio de 2021 
  2. fenapef.org.br (3 de maio de 2013). «Comissão da Nacional da Verdade ouve militares vítimas da repressão». Consultado em 5 de abril de 2021