João de Gante

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João de Gante
Duque de Lencastre e Aquitânia
João de Gante
Nascimento 6 de março de 1340
  Gante, Flandres
Morte 3 de fevereiro de 1399 (58 anos)
  Castelo de Leicester, Leicester, Leicestershire, Inglaterra
Sepultado em Catedral de São Paulo, Londres
Esposas Branca, Duquesa de Lencastre
Constança de Castela
Catarina Swynford
Descendência Filipa de Lencastre, Rainha de Portugal
Isabel de Lencastre, condessa de Pembroke
Henrique IV de Inglaterra
Catarina de Lencastre, Rainha de Castela
João Beaufort, 1.º Conde de Somerset
Henrique Beaufort
Tomás Beaufort, 1.º Duque de Exeter
Joana Beaufort, condessa de Westmorland
Casa Plantagenta
Pai Eduardo III de Inglaterra
Mãe Filipa de Hainault
Brasão

João de Gante (24 de junho de 1340 - 3 de fevereiro de 1399, Leicester) foi o quarto filho do rei Eduardo III de Inglaterra e de Filipa de Hainault. João tornou-se Duque de Lencastre em 1362, através do casamento com a sua prima Branca de Lencastre. Em 1390 tornou-se Duque da Aquitânia por doação do sobrinho Ricardo II de Inglaterra. João de Gant foi o fundador da Casa de Lencastre, a facção encarnada da guerra das rosas.

Depois da morte de Branca, João casou em 1371 com a princesa Constança, filha do falecido rei Pedro I de Castela, o Cruel, e envolveu-se na complicada política castelhana ao declarar-se pretendente da coroa castelhana, rivalizando com Henrique de Trastâmara. No ano seguinte, a posição inglesa foi reforçada com o casamento de Edmundo de Langley, outro filho de Eduardo III, com Isabel, irmã mais nova de Constança. As suas intenções foram goradas pelos Trastâmara, mas João continuou a influenciar a política ibérica. Quando estalou a crise dinástica de 1383-1385 entre Portugal e Castela, João apoiou a facção de João, Mestre de Aviz, do ponto de vista político e militar, enviando uma divisão de archeiros galeses. É da sua iniciativa que nasceu o Tratado de Windsor que confere a Inglaterra e Portugal o estatuto de aliados desde 1387. Para firmar este tratado, a sua filha mais velha, Filipa, casou com João I de Portugal.

Depois da morte do seu irmão mais velho, Eduardo, o Príncipe Negro, João viu o seu poder acrescido. Foi este estatuto de privilégio que lhe permitiu proteger o reformador religioso John Wycliffe, cujas ideias defendia. Nos primeiros anos do reinado do seu sobrinho Ricardo II, João de Gant alcançou o estatuto de tio favorito e conselheiro de confiança. No entanto, algumas medidas menos acertadas de sua parte fizeram-no perder o apoio do rei e do povo. Em consequência, o seu palácio foi destruído por numa revolta popular em 1381. Em 1386, João é enviado para o continente como embaixador e em 1390 torna-se Duque da Aquitânia, num exílio disfarçado. Quando João morre em 1399, Ricardo II declara a apreensão de todas as suas propriedades, o que causa a revolta do herdeiro de Lencastre Henrique Bolingbroke, e, a médio prazo, o seu assassinato.

João manteve uma amante, Catarina Swynford, durante os últimos 30 anos de sua vida e com quem casou depois da sua viuvez. Os filhos desta união, conhecidos como os Beaufort, foram então legitimados embora barrados da sucessão ao trono. Apesar disso, o futuro rei Henrique VII de Inglaterra baseou a sua pretensão ao trono com base no seu avô, João Beaufort, filho mais velho de João e Catarina.

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