Juventude

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A pequena pastora de Paul Peel

Jovem é entendido como sendo forma imatura de um ser vivo, sendo o período antes da maturidade sexual. Para o ser humano esta designação refere ao período entre a infância e a maturidade, podendo ser aplicada a ambos os sexos e podendo haver variações no período de idade que ocorre de acordo com a cultura. Nesta fase, grande parte do aprendizado ocorre fora das áreas protegidas do lar e da religião, a conversa torna-se parte importante do processo.

Este grupo de pessoas não tem sido contemplado com a atenção necessária pelos setores sociais. Menos ainda o jovem do campo, que enfrenta enormes barreiras, principalmente no acesso a educação formal e informações em geral.

Idade

  • De acordo com a PEC da Juventude aprovada pelo Congresso em Setembro de 2010 e o Estatuto da Juventude sancionado em 2013, considera-se jovem no Brasil todo o cidadão que compreende a idade entre 15 e 29 anos de idade.


  • É entendido como sendo uma pessoa moça, com idade entre 13 e 29 anos.[1]
  • "Juventude... são as pessoas que estão entre os 13 e 24 anos de idade, inclusivo." — Assembleia Geral das Nações Unidas[2]
  • "Período na vida de uma pessoa entre a infância e a maioridade. Segundo o Banco Mundial, o termo juventude geralmente refere aqueles que estão entre as idades de 13 a 24 anos." — Banco Mundial.[3]
  • "Pessoas entre os 20 e 25 anos de idade." — Governo de Tasmânia[4]

Jovem Rural

Segundo o jornalista Pe. Leonardo Hellmann, “no mundo do trabalho, só se salvarão os mais jovens audazes, que forem bilíngües e tenham uma sólida formação nos campos da macroeletrônica, e os especialistas em tecnologia de informação."[5] Porém essa tecnologia dificilmente é de acesso ao jovem rural.

De acordo com o censo demográfico 2000 do IBGE, jovens urbanos brasileiros com 18 anos ou mais, tem um nível de escolaridade 50% maior do que os que moram no campo. Faz-se necessário registrar que 10% dos jovens rurais são analfabetos e 80% da juventude do campo para ter acesso à educação, precisa deslocar-se a centros urbanos (censo demográfico 2000 IBGE).

Sabemos que a opção pelos estudos está entre os fatores que levam os jovens ao êxodo rural. O jovem que vai estudar na cidade mais próxima encontra um modelo de educação que não se adapta a realidade do campo. “No campo, o poder público responsabiliza-se apenas pelo ensino de 1ª a 4ª série”, afirma a coordenadora da Comissão Nacional de Jovens do Conselho Nacional de Trabalhadores na Agricultura Simone Battestim.[6]

Além do ensino precário, as dificuldades de acesso ao serviço de saúde, a dependência econômica, e tecnologia, tem empurrado o jovem do campo às cidades, na ilusão de melhores condições de vida. Tudo isso tem trazido inchaço às grandes cidades, e consequentemente o crescimento das favelas, e tem levado muitos jovens a viverem uma vida ociosa e sem perspectivas para o futuro.

Félix-Jacques Antoine Moulin, Daguérotype coloré, 1851-1854

O mundo tem associado o meio rural como sinônimo de local degradante, atrasado, não modernizado, do contrário , tem visto o meio urbano como um lugar de progresso e modernidade. Da mesma forma Moreno (1982, apud Pereira, 2000 ) destaca que os jovens rurais que não estudam são estigmatizados por sua comunidades, expostos a exploração do trabalho. A isto soma-se o senso comum, estimulado a criar estereótipos, caracterizando o jovem rural com simplório, pouco dotado de inteligência, mais propenso ao trabalho manual, ou seja, o peão. Do contrário, o jovem urbano é visto como hedonista, individualista, avesso às regras, produto de reflexo da sociedade.[7]

“Manter a juventude no campo satisfeita e motivada, mesmo que seja necessária a adoção de modernos conceitos como agricultura de tempo parcial, em que parte da população trabalha nas zonas agrícolas e mora nas áreas urbanas disposta a agregar tecnologia e produzir com eficiência, será vital para o futuro do país”, afirma o presidente das cooperativas de Santa Catarina (Ocesc) Neivor Canton[8]. Essa constatação, justifica programas específicos de apoio e estimula as novas gerações de empresários rurais (o colono, como era chamado antigamente), e produtores. Canton diz ainda, que o êxodo rural persistirá por mais alguns anos, tornando cada vez mais rarefeita a densidade populacional do campo até estabilizar-se e que o emprego de tecnologia compensará a perda dessa mão de obra.

De qualquer forma, jovens do campo e da cidade compartilham preferências, no modo de vestir, falar, nos ídolos do momento, nos times preferidos, bandas musicais... Porém, deve-se levar em conta a individualidade de cada um, a juventude não deve ser vista como uma população homogênea.

Diariamente vemos e ouvimos inúmeras vezes jovens ou juventude recheando manchetes de jornais, noticiários de tevê, propagandas comerciais e rodas sociais. Vítima ou promotora de violências, carente de políticas de inclusão, massa de eleitores, delinquentes, fase de aprendizado e sem responsabilidades, futuro da nação ou público consumidor, as juventudes são compreendidas de diversas formas equivocadas pelo senso comum, instituições mantenedoras do status quo e, inclusive, por alguns órgãos públicos:

- Estado de espírito: compreensão de que ser jovem diz respeito a uma questão de disposição de energia, animação, vitalidade, alegria, liberdade, espírito desbravador, falta de responsabilidade ou alienação. Apresenta-se assim uma perspectiva de que ser jovem é apenas uma característica de humor, gostos ou apenas uma palavra, colocando a possibilidade de que se pode ser jovem várias vezes e em qualquer período da vida. Ignora-se, com isso, vários outros fatores que são específicos desse setor social;

O Erguer de Magnus Enckell

- rebeldia: interpretação do fenômeno juvenil como detentor de uma tendência ideológica predeterminada, como se fosse naturalmente progressista, de esquerda ou revolucionário. Não se reconhece assim a condição de constante disputa ideológica que este setor sofre e propõe-se que a crítica social seja algo momentâneo, negando também os jovens e as jovens que se engajam em organizações reacionárias e até mesmo se colocam numa condição de alienação social;

- Padrão de estética, moda e consumo: a cultura moderna impõe um ideal padronizado de beleza como expressão de juvenilidade. O mercado, por exemplo, produz acessórios que chama de “moda jovem” com a intenção de padronizar valores estéticos. Compreende-se, assim, que essa tal beleza eternizasse um período da vida, como se o parecer fosse expressão do ser;

- Faixa etária estanque e institucionalizada: para a Constituição Brasileira, através do Estatuto da Criança e do Adolescente, juventude é uma fase que vai dos 12 aos 18 anos. É relevante afirmar que o ECA é uma conquista fundamental no que diz respeito à garantia dos Direitos Humanos para este setor social, mas que vai apenas até os 18 anos, como se houvesse, no momento em que o sujeito faz aniversário, um conjunto de mudanças psicológicas, sociais, de direitos e deveres. Não aceitando essa conceituação de fixação etária, mas reconhecendo a necessidade de se delimitar a fase juvenil meramente para fins de políticas públicas ou estatísticas, pode-se aceitar uma proposta de contextualizar os jovens num período delimitado, mas talvez entre os 15 e os 29 anos.

Essas concepções dispersas não dão conta de formular uma teoria científica coerente do que significa ser jovem, negando o que de específico isso é. Defendemos uma concepção elaborada por diversos pesquisadores do tema, instituições e movimentos, que afirma uma condição juvenil como fase específica e singular de transitoriedade psicológica e sociológica: no que tange ao indivíduo, é um período de negação de verdades idealizadas e estabelecidas pelas instituições sociais, em conflito com a necessidade de descobertas, experimentações e afirmações (filosóficas, religiosas, sexuais, educacionais e profissionais); socialmente, o universo juvenil é caracterizado por uma condição de opressões e cobranças (materiais e ideais) das instituições sociais (família, escola, comunidade, igreja, estado...), em conflito com essa mesma necessidade de tomadas de decisões.

A banhista 1879 de William-Adolphe Bouguereau

Alguns momentos específicos do período juvenil explicam esses conflitos: a escolha da profissão e, quando possível, do curso universitário, o que socialmente atribui às juventudes uma compreensão de mão-de-obra, barata na sua generalidade; a descoberta e a experimentação do corpo, da sexualidade e suas orientações, bem como a interpretação, rompimento, ou não, com a família e constituição da própria; as decisões filosóficas, ideológicas e políticas, como o 1° voto e o engajamento em organizações... Com essa gama de conflitos, os jovens e as jovens expressam suas contradições e dúvidas de diversas formas, como nos grupos de identidade, opiniões políticas e organizações, estilos, costumes, gírias, roupas, músicas, entre diversos outros. Daí o conceito de “Juventude” como compreensão de identidade e organização e, mais ainda, a necessidade de caracterização como “Juventudes”, reconhecendo essa diversidade.

Referências Bibliográficas

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Carlos Matheus Pastori. PASTORI, Carlos Matheus.Diga-me Com Quem Andas...(Janeiro, 2011). http://recantodasletras.uol.com.br/autores/cmpastori .

  1. CENTRO INTERAMERICANO DE INVESTIGACION Y DOCUMENTACÍON SOBRE FORMACION PROFISIONAL. Juventude brasileira: um estudo preliminar (capítulo 3: população jovem) Disponível em: http://www.cinterfor.org.uy/public/spanish/region/ampro/cinterfor/temas/youth/doc/not/libro61/iii/i/. Acesso em: 24 nov 2005
  2. (n.d.) Frequently Asked Questions Youth at the UN website.
  3. (n.d.) Glossary WorldBank website.
  4. (n.d.) Tasmania Together GlossaryAustralian Government website.
  5. HELLMAN, Leonardo. Uma sociedade em mudança. Disponivel em: http://an.uol.com.br/2004/out/21/0opi.htm. Acesso em: 10 nov 2005.
  6. BATESTIN, Simone. Educação. Disponível em http://www.andi.org.br. Acesso 5 nov 2005.
  7. PEREIRA, Josete Mara Stahelin. Os espaços dos jovens nos processos de transformação do meio rural : um estudo de caso no município de Camboriú. Florianópolis, 2001. 150 f. Dissertação (Mestrado) - Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal de Santa Catarina.
  8. CANTON, Neivor. Juventude rural e futuro Disponível em http://an.uol.com.br/2004/out/21/0opi.htm. Acesso em 10 de novembro de 2005.

Ligações externas