Lontara

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Lontara Abugida
Falado(a) em: língua buginesa, língua makassaresa, língua mandar
Total de falantes:
Família: Escrita Proto-Sinaica
 Alfabeto fenício
  Alfabeto aramaico
   Escrita brami
    Vatteluttu / Pallava
     Kawi antigo
      Lontara Abugida
Códigos de língua
ISO 639-1: --
ISO 639-2: ---

A escrita Lontara é derivada da escrita brami, sendo usadas pelas línguas buginesa, makassaresa e mandar das Celebes, Indonésia. Também é chamada de escrita buginesa. Essa escrita fora substituída em larga escala pelo alfabeto latino durante o período da colonização neerlandesa. A palavra Lontara deriva do malaio e se refere à palmeira “palmyra” (Borassus),ou Lontar, cujas folhas eram utilizadas em manuscritos. Em buginês essa escrita é conhecida urupu sulapa eppa que significa "letras de quatro cantos".

Família[editar | editar código-fonte]

Escritas da mesma família do Lontara são as
Balinesa
Batak
Baybayin
Buhid
Hanunoo
Javanesa
Sundanesa antiga
Rencong
Rejang
Tangbanwa

Uso[editar | editar código-fonte]

Mesmo com o alfabeto latino tenha substituído amplamente a escrita Lontara, esta é ainda é razoavelmente usada para Bugis e Makassar. Em Buginês seu uso se limita a funções cerimoniais, por exemplo, em cerimônias de matrimônio. Também é usado nas publicações de obras antigas e tradicionais buginesas. Em Makassar, o Lontara é usado adicionalmente para documentos pessoais com cartas e anotações. Aqueles que são hábeis para escrever essa grafia são chamados de palontara, 'especialistas em escrita'. Historicamente, a escrita Lontara era usada em larga escala em muitos documentos como contraltos, leis de comércio, tratados e mapas. A palavra Lontara tem também o sentido do que se refere à história e genealogia da literatura Bugis.

Sua classificação é iso 15924 - Bugi; unicode= [1] U+1A00–U+1A1F

Estrutura[editar | editar código-fonte]

Consoantes do Lontara Abugida

Lontara é escrito da esquerda para a direita. Cada consoante tem a vogal /a/ inerente. Outras vogais diferentes do “A” são marcadas com símbolos (diacríticos) em cima, em baixo, à esquerda ou à direita da consoante. As vogais, aqui listadas na condição “sem consoante”, ᨕ) são ᨕ /a/, ᨕᨗ /i/, ᨕᨘ /u/, ᨙᨕ /e/, ᨕᨚ /o/, ᨕᨛ /ə/. As duas consoantes de posição final, a nasal /ŋ/ e a oclusiva glotal /ʔ/, não são escritas. Não há marcação para geminação, de modo que uma consoante oclusiva como ᨄ pode ser lidas /pa/, /ppa/, /paʔ/, /ppaʔ/, /paŋ/, /ppaŋ/.[1] Por exemplo, ᨔᨑ pode ser lida como sara 'tristeza', regra' 'rule' ou sarang 'ninho'.

O povo Bugis tira vantagem desse elemento defectivo da escrita num “jogo de linguagem” chamado Basa to Bakkéq (ᨅᨔ ᨈᨚ ᨅᨙᨀ, 'Língua do povo Bakkeq') que é muito relacionado às charadas élong maliung bettuanna (ᨙᨕᨒᨚ ᨆᨒᨗᨕᨘ ᨅᨛᨈᨘᨕᨊ, literalmente 'canção com significado profundo').[2]

Adicionalmente, o caráter ᨞, chamado Palláwa, é usado para separar grupos “rítmico-intonacionais”, correspondendp funcionalmente ao ponto e vírgula do alfabeto latino. Por vezes, o palláwa pode ser usado denotando a duplicação de uma palavra ou de sua raiz.

Fonologia[editar | editar código-fonte]

Tabela fonética das consoantes Lontara
Sonoras Labial Dental Palatal Velar Glotal
Nasal sonora m n ɲ ŋ
Grupo consonantal mp nr ɲc ŋk
Oclusiva & Africada sonora b d ɟ g
surda p t c k ʔ —*
Fricativa s h
Rótica r
Aproximante w l j

* /ʔ/ somente ocorre no final, não sendo escrita em geral.

Notas[editar | editar código-fonte]

Referências[editar | editar código-fonte]

  • Campbell, George L. (1991). Compendium of the World's Languages. [S.l.]: Routledge. pp. 267–273 
  • Daniels, Peter T.; Bright, William (1996). The World's Writing Systems. [S.l.]: Oxford University Press. pp. 474, 480 
  • Dalby, Andrew (1998). Dictionary of Languages: The Definitive Reference to More Than 400 Languages. [S.l.]: Columbia University Press. pp. 99–100, 384 
  • Sirk, Ü; Shkarban, Lina Ivanovna (1983). The Buginese Language. USSR Academy of Sciences, Institute of Oriental Studies: Nauka Publishing House, Central Department of Oriental Literature. pp. 24–26, 111–112 

Referências externas[editar | editar código-fonte]