Lorenz von Crell

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Lorenz von Crell
Lorenz von Crell
Chemicus Germanicus
Nascimento 21 de janeiro de 1744
Helmstedt, Ducado de Brunswick
Morte 7 de junho de 1816 (72 anos)
Göttingen, Reino de Hanôver
Nacionalidade alemão
Alma mater Universidade de Helmstedt[1]
Ocupação Químico e mineralogista alemão

Lorenz Florenz Friedrich von Crell (Helmstedt, 21 de janeiro de 1744Göttingen, 7 de junho de 1816) foi um químico e mineralogista alemão, fundador do primeiro periódico sobre química, publicado entre 1778 e 1804. Foi também professor de química e mineralogia em Braunschweig por volta de 1774. Em 1783 tornou-se professor de Filosofia e Medicina da Universidade de Helmstedt[1] e mais tarde professor de química da Universidade de Göttingen.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Capa da Revista de Química
editada por Lorenz von Crell

Era filho do médico e anatomista alemão Johann Friedrich Crell (1707-1747)[2] e irmão do filósofo Ludwig Christian Crell (1671-1733).[3] Era também neto do professor e médico Lorenz Heister, que conseguiu fama na área da cirurgia e da botânica. Com a idade de 14 anos, entrou para a Universidade de Helmstedt,[1] onde, após décadas de estudos oferecidos pelas faculdades de filosofia e medicina, recebeu seu diploma de doutorado em 1768. Em seguida, estudou durante dois anos em Göttingen, Estrasburgo, Paris, Edimburgo e Londres. Em 1771, foi nomeado professor de metalurgia no Colégio Carolino de Braunschweig.[4] Três anos depois, ocupou o cargo de Professor de Medicina na Universidade de Helmstedt, onde era responsável por medicina teórica e matéria médica.[5] De 1783 a 1810 foi professor de filosofia e medicina na Universidade de Helmstedt e de 1810 a 1816 deu aulas de química na Universidade de Göttingen.

Em 1778, Crell publicou sua primeira edição da Revista Química de Ciência Natural, Medicina, Economia Doméstica e Produção.[6] Ele mudou o nome da sua revista por duas vezes, e em 1784 era conhecida como os Anais de Crell. Esta revista foi o primeiro periódico com foco central na química. Crell parou de publicá-la em 1804 em razão da concorrência da revista de química publicada por Alexander Nicolaus Scherer (1771-1824) e Adolph Ferdinand Gehlen (1775–1815), atualmente publicada sob o título "Revista de Química Prática"[7] que se tornou mais popular.

Crell envolveu-se algumas vezes em ásperas discussões sobre a teoria do flogisto, criada em 1667 por Johann Joachim Becher (1635-1682). As experiências realizadas por Antoine Lavoisier (1743-1794) mostraram que, nos termos em que estava proposta, a teoria era equivocada. Von Crell traduziu alguns artigos de Richard Kirwan (1733-1812), cientista irlandês e defensor dessa teoria. Von Crell defendeu a teoria até 1799 e jamais admitiu abertamente que a teoria estava errada.

Crell foi eleito para a Academia Leopoldina de Ciências em 1778. Em 1780, o Duque de Braunschweig o nomeou "administrador de mineração"[8] e em 1781 recebeu um título de nobreza por parte do Imperador Leopoldo II, mudando seu nome de Crell para von Crell.

O "Jornal Químico para Amigos da Filosofia Natural" é geralmente considerado como a primeira revista química mundial. Foi fundada por Lorenz Friedrich von Crell (1744 - 1816) em 1778. Crell era 1771-1773 professor de química e mineralogia no Collegium Carolinum Brauschweig, desde 1774 professor de medicina. De 1783-1810 foi professor de filosofia e medicina na Universidade de Helmstedt, e, finalmente, professor de química na Universidade de Göttingen.

Obras[editar | editar código-fonte]

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c A Universidade de Helmstedt existiu de 29 de junho de 1575 a 3 de outubro de 1809.
  2. (em alemão) Johann Friedrich Crell (1707-1747)
  3. (em alemão) Ludwig Christian Crell (1671-1733)
  4. O Colégio Carolino de Braunschweig, atual Universidade de Tecnologia de Braunschweig, é a mais antiga universidade técnica da Alemanha e foi fundada em 1745.
  5. Matéria médica é um termo latino utilizado no quadro do conhecimento acumulado, relativo às propriedades terapêuticas de qualquer substância usada para curar (por exemplo: os remédios). O termo deriva de uma obra de Pedanius Discórides intitulada De materia medica libre.
  6. (em alemão) Chemische Journal für die Freunde der Naturlehre, Arzneygelahrtheit, Haushaltungskunst und Manufacturen.
  7. (em alemão) Journal für praktische Chemie.
  8. (em alemão) Begrat.

Ver também[editar | editar código-fonte]