Lyudmila Alexeyeva

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Lyudmila Alexeyeva
Lyudmila Alexeyeva
Nascimento 20 de julho de 1927
Eupatória
Morte 8 de dezembro de 2018 (91 anos)
Moscovo
Cidadania União Soviética, Rússia, Estados Unidos
Cônjuge Nikolai Vilyams
Filho(a)(s) Michael V. Alexeev
Alma mater
  • Faculdade de História da MSU
Ocupação historiadora, ativista dos direitos humanos, escritora, política
Prêmios
  • Grã-Cruz da Ordem do Mérito da República Federal da Alemanha (2009)
  • Oficial da Legião de Honra
  • Prémio Olof Palme (2004)
  • Prémio Sakharov (2009)
  • Václav Havel Human Rights Prize (2015)
  • Knight's Crosses of the Order of the Lithuanian Grand Duke Gediminas
  • Order of the Cross of Terra Mariana, 3rd Class
  • Prêmio Estatal da Federação Russa
  • Knight of the Order of Merit of the Republic of Poland
  • Order of the Lithuanian Grand Duke Gediminas
  • Ordem da Cruz da Terra Mariana
  • Order of Merit of the Republic of Poland
Empregador(a) Institute of Scientific Information on Social Sciences
Página oficial
http://lm-alexeeva.livejournal.com/

Lyudmila Mikhaylovna Alexeyeva (em russo: Людми́ла Миха́йловна Алексе́ева, IPA: [lʲʊˈdmʲilə ɐlʲɪˈksʲeɪvə]), (20 de Julho de 19278 de Dezembro de 2018[1]) foi uma historiadora russa, proeminente activista de direitos humanos, membro fundador do Grupo de Helsínquia de Moscovo,[2][3] e uma das últimas dissidentes soviéticas ainda ativas na Rússia moderna.[4][3]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Período soviético[editar | editar código-fonte]

Em Abril de 1968 Alexeyeva foi expulsa do Partido Comunista e demitida do seu trabalho na editora. No entanto, continuou as suas actividades em defesa dos direitos humanos. Entre 1968 e 1972 trabalhou clandestinamente, como dactilógrafa, para o primeiro boletim clandestino The Chronicle of Current Events dedicado a violações de direitos humanos na União Soviética.[5]

Em Fevereiro de 1977 Alexeyeva foi forçada a emigrar da URSS, estabelecendo-se com a sua família nos Estados Unidos, onde continuou as suas actividades de direitos humanos como representante estrangeira do Grupo de Helsínquia de Moscovo. Tornou-se cidadã dos EUA em 1982.[6] Escreveu regularmente sobre o movimento dissidente soviético para publicações em idioma inglês e russo nos Estados Unidos e em outros países. Em 1985, publicou a primeiro monografia abrangente sobre a história do movimento, Soviet Dissent (Wesleyan University Press).[7] Para além disso, depois de se mudar para os Estados Unidos Alexeyeva foi radiojornalista freelancer para a Radio Free Europe, e para secção de língua russa da Voz da América. Em 1990 publicou The Thaw Generation, uma autobiografia que descreveu a formação do movimento dissidente soviético, em co-autoria com Paul Goldberg.[8]

Regresso à Rússia[editar | editar código-fonte]

Em 1989 voltou a juntar-se ao Moscow Helsinki Group, que havia recomeçado após a sua dissolução em 1981. Em 1993, após a dissolução da União Soviética, regressou à Rússia, tornando-se uma das dirigentes do Moscow Helsinki Group em 1996. Em 2000 Alexeyeva juntou-se a uma comissão formada para aconselhar o Presidente Vladimir Putin sobre assuntos de direitos humanos, despoletando críticas de outros activistas de direitos humanos.

Alexeyeva criticou o Kremlin sobre direitos humanos,  acusando o governo de numerosas violações, incluindo a proibição regular de reuniões e manifestações não violentas, e o incentivo de extremistas com as suas políticas nacionalistas, tais como as deportações em massa de georgianos em 2006, e as rusgas policiais contra estrangeiros que trabalham em mercados de rua.[9] Também criticou a condita dos agentes da lei na Inguchétia tendo advertido que a crescente violência na República pode se espalhar para toda a Federação Russa.[10] Em 2006 foi acusada pelas autoridades russas de envolvimento com os serviços secretos britânicos,  recebendo ameaças de grupos nacionalistas.[11]

Estratégia-31[editar | editar código-fonte]

Alexeyeva no protesto Estratégia-31 em 2010

A partir de 31 de Agosto de 2009 Alexeyeva foi uma participante activa na Estratégia-31 – as reuniões regulares de protesto de cidadãos na Praça Triumphalnaya em Moscovo, em defesa do Artigo 31 (Sobre a Liberdade de Ajuntamento) da Constituição Russa. Apís 31 de Outubro de 2009 foi uma das organizadoras regulares dessas reuniões. A 31 de Dezembro de 2009, durante uma dessas tentativas de protesto, Alexeyeva foi detida pela polícia anti-motim (OMON) e levada juntamente com muitos outros para uma esquadra de polícia, provocando uma forte reacção na Rússia e no resto do mundo. Jerzy Buzek, Presidente do Parlamento Europeu, disse estar “profundamente desapontado e chocado” pelo tratamento dado pela polícia a Alexeyeva e aos outros manifestantes.[12] O Conselho de Defesa Nacional dos Estados Unidos manifestou “consternação” com as detenções.[13] O The New York Times publicou um artigo de primeira página sobre a manifestação de protesto (“Tested by Many Foes, Passion of a Russian Dissident Endures”).[14]

Agressão[editar | editar código-fonte]

A 30 de Março de 2010 Lyudmila foi agredida ao vivo na televisão na Estação de metro Park Kultury por um homem, enquanto prestava homenagem às vítimas do  como ela estava pagando respeito às vítimas dos Atentados terroristas no Metropolitano de Moscovo de 2010.[15][16] No acampamento de jovens do lago Seliger[17][18][19][20][21] o movimento de juventude Nashi rotulou-a de "nazi" e uma das piores inimigas da Rússia.

Morte[editar | editar código-fonte]

Lyudmila morreu a 8 de Dezembro de 2018, aos 91 anos, num hospital de Moscovo.[22]

Prémios e distinções[editar | editar código-fonte]

Alexeyeva recebeu os seguintes prémios e distinções pelas suas actividades em prol dos direitos humanos:

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. «В Москве умерла правозащитница Людмила Алексеева» 
  2. New politics. [S.l.: s.n.] 
  3. a b c d e Lusa, Agência; Lusa, Agência. «Morreu Lyudmila Alexeyeva, a mais antiga ativista dos direitos humanos russa». Observador. Consultado em 8 de dezembro de 2018 
  4. Maria Danilova (June 15, 2004), Lyudmila Alexeyeva Speaks Her Mind. The St. Petersburg Times. Issue #977 (45).
  5. «Russian Dissident's Passion Endures Despite Tests». ISSN 0362-4331 
  6. http://www.bbc.com/russian/russia/2012/01/120123_russia_spy_rock_alexeeva.shtml
  7. Soviet Dissent: Contemporary Movements for National, Religious, and Human Rights
  8. Alexeyeva, Ludmilla; Goldberg, Paul. The thaw generation: coming of age in the post-Stalin era. [S.l.: s.n.] ISBN 0822959119 
  9. Gregory Feifer (March 7, 2007), Russia's New Dissidents Defend Human Rights. National Public Radio.
  10. Situation in Ingushetia Threatens All of Russia – Alexeyeva. The Other Russia website. September 22, 2008.
  11. Russian NGO rejects spy 'smear'. The BBC News. January 23, 2006.
  12. Buzek: The EP appeals for the release of 2009 Sakharov Prize Winner Lyudmila Alexeyeva and other Russian human rights activists January 1, 2010
  13. Russia: Rights Protesters Detained The New York Times, December 31, 2009
  14. Russian Dissident’s Passion Endures Despite Tests The New York Times, January 11, 2010
  15. http://www.demdigest.net/blog/regions/eurasia/russia-veteran-activist-attacked-democrats-dispersed.html[ligação inativa]
  16. http://www.ilovepwnage.com/video.php?v=MjMzOTQ=[ligação inativa]
  17. «Päivi Hirvelä on natsi, Naši-nuorten mielestä» (em Finnish)  !CS1 manut: Língua não reconhecida (link) Lay summary
  18. (em Russian) http://www.echo.msk.ru/news/698568-echo.html  Em falta ou vazio |título= (ajuda)Em falta ou vazio |título= (ajuda) !CS1 manut: Língua não reconhecida (link)
  19. (em Russian) http://rus.delfi.ee/daily/estonia/v-seligere-na-kol-nasadili-golovy-estonskih-gosdeyatelej.d?id=32297709  Em falta ou vazio |título= (ajuda)Em falta ou vazio |título= (ajuda) !CS1 manut: Língua não reconhecida (link)
  20. «Vene noortelaagris aeti Eesti poliitikute pead teibasse». Õhtuleht. Consultado em 8 de dezembro de 2018. Arquivado do original em 29 de julho de 2010 
  21. Ежедневный журнал http://ej.ru/?a=note&id=10283  Em falta ou vazio |título= (ajuda)Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  22. «Prominent Russian rights activist dies at the age of 91». Reuters (em inglês). 8 de dezembro de 2018 
  23. Person of the Year Prize of the Federation of the Jewish Communities of Russia
  24. Sakharov Prize 2009 awarded to Memorial
  25. The Republic of Estonia honours 99 people with decorations on the eve of Independence Day Arquivado em 2012-04-12 no Wayback Machine
  26. Václav Havel Human Rights Prize 2015 awarded to Ludmilla Alexeeva Arquivado em 2015-09-30 no Wayback Machine
  27. Указ о присуждении премий за достижения в области правозащиты и благотворительности