Mário Scott

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Mário Scott (Tietê, c. 1911 ou 1912São Paulo, 5 de janeiro de 1953) foi um ferroviário e político brasileiro, eleito deputado federal constituinte por São Paulo em 1945.[1]

Dados biográficos[editar | editar código-fonte]

Secretário-geral do Comitê Estadual do PCB no estado de São Paulo, elegeu-se deputado federal em 1945 com 13.570 votos.[2] No entanto, em uma reunião pós-eleição, o comitê municipal do PCB demonstrou interesse na posse de Milton Cayres de Brito, primeiro suplente de Scott, por entender que o mandato pertencia ao partido e por simpatizar com a ideia da posse do médico.[3][4][nota 1] De acordo com Moisés Vinhas, a resistência de Mário Scott à renúncia foi tamanha ao ponto do mesmo chorar durante a reunião e fazer incitações a suicídio como tentativas de tentar evitar a perda do cargo.[5] Cayres de Brito tomou posse na Câmara dos Deputados em 8 de março de 1946 após renúncia forçada do titular.[6][7][8][nota 2] Em 5 de janeiro de 1953, Scott faleceu na capital paulista ao cometer suicídio,[9] provavelmente motivado pelo episódio da renúncia.[carece de fontes?]

Notas

  1. Em 1º de março de 1946, o Jornal do Brasil (p. 12) publicou a seguinte notíciaː "O presidente do Tribunal Regional comunicou que, devido às eleições suplementares, entrou na representação do Partido Comunista do Brasil (sic) o sr. Mário Scott, eleito deputado em substituição ao sr. Milton Caires de Brito. Não foi alterado o quociente, embora houvesse modificação entre deputados e suplentes". Tal fato, ao que parece, não impediu as discussões internas do PCB sobre quem deveria assumir o mandato.
  2. O Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil da Fundação Getúlio Vargas afirma, erroneamente, que Milton Caires de Brito foi eleito deputado federal por São Paulo e tomou posse em fevereiro de 1946. Aliás, Milton Caires de Brito renunciou ao mandato de deputado federal em 1947 após eleger-se deputado estadual em São Paulo. O segundo suplente, Luís Carlos Prestes, exercia o mandato de senador pelo Distrito Federal e o terceiro, Caio Prado Júnior, também foi eleito deputado estadual pelos paulistas. Neste ponto surge uma lacuna, pois não há registro da posse de Euclides Savietto na Câmara dos Deputados, embora fosse o quarto suplente, razão pela qual a vaga acabou por ser entregue a Gervásio de Azevedo, empossado em 17 de março de 1947.

Referências

  1. BRASIL. Tribunal Superior Eleitoral. «Eleições parlamentares de 1945». Consultado em 14 de novembro de 2023 
  2. Della Vechia, Renato da Silva (Agosto de 2005). «Origem e evolução do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário» (PDF). UFRGS: 50. Consultado em 15 de novembro de 2023 
  3. Medeiros, Juliano (2006). «Por dentro da ordem: Os comunistas na Assembleia Constituinte de 1946» (PDF): 114. Consultado em 15 de novembro de 2023 
  4. Redação (1 de março de 1946). «Estado de São Paulo. Primeiro Caderno – p. 12». bndigital.bn.gov.br. Jornal do Brasil. Consultado em 15 de novembro de 2023 
  5. Lepera, Luciano Patrice Garcia (Dezembro de 2003). «Política e movimentos sociais: O PCB em Uberlândia/MG: 1947-1951» (PDF). UFU: 30. Consultado em 15 de novembro de 2023 
  6. Redação (9 de março de 1946). «A maioria está obstruindo os trabalhos da Constituinte. Primeiro Caderno – p. 03». bndigital.bn.gov.br. Diário da Noite. Consultado em 14 de novembro de 2023 
  7. BRASIL. Câmara dos Deputados. «Biografia do deputado Milton Caires de Brito». Consultado em 14 de novembro de 2023 
  8. BRASIL. Fundação Getúlio Vargas. «Biografia de Milton Caires de Brito no CPDOC». Consultado em 14 de novembro de 2023 
  9. Redação (6 de janeiro de 1953). «Matou-se com formicida o ex-deputado comunista. Primeiro Caderno – p. 10». bndigital.bn.gov.br. Diário da Noite. Consultado em 14 de novembro de 2023 
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