Marinho de Oliveira Franco

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Maestro Marinho Franco
Marinho Franco em 1994
Informação geral
Nome completo Marinho de Oliveira Franco
Também conhecido(a) como Tio Marinho
Nascimento 6 de março de 1912
Lençóis, Bahia, Brasil
Instrumento(s) Saxofone alto, Saxofone tenor, Saxofone soprano, Requinta
Período em atividade 19261999
Afiliação(ões) Marinho & seus Beat Boys
Jazz Band Marinho

Marinho de Oliveira Franco, mais conhecido como Maestro Marinho Franco (Lençóis, 6 de março de 1912Cuiabá, 24 de março de 2000) foi um maestro, saxofonista, compositor, arranjador brasileiro e formador de diversos grupos musicais, o principal é a banda composta basicamente por integrantes da família Franco "Marinho & seus Beat Boys". Ao passar por Rondonópolis, em uma de suas excursões artísticas, gostou da cidade acabou por estabelecer residência no local. Deixou uma promissora carreira profissional no Rio de Janeiro, que na época era o maior centro de irradiação artística do Brasil, para se estabelecer definitivamente em Rondonópolis em 1951.

Acompanhou o modernismo e outros movimentos musicais que percorreram o Brasil do século XX.

Destacou-se, também, em outras atividades em sua nova terra. Além de músico, teve várias outras profissões, como garimpeiro, comerciante de diamantes, corretor de imóveis, Juiz de Paz e membro de um partido político.

Juventude[editar | editar código-fonte]

Marinho aprendeu e estudou música logo no início de sua infância, aos 14 anos já tocava na Phylarmônica Lyra Popular de Lençóis, aos 16 anos foi nomeado contramestre da mesma. Na juventude atuava em orquestras e participava de vários grupos musicais.

Vida Pessoal[editar | editar código-fonte]

Marinho de Oliveira Franco, único filho de Marinho da Luz Franco, descendente de escravos africanos, embora fosse um homem de cor, era culto, respeitado, conceituado, e muito querido na cidade de Lençóis. Sua mãe era uma senhora que pertencia à classe média da sociedade de Lençóis, de origem portuguesa, apesar da grande objeção por parte dos nobres da cidade, por motivos raciais, Julinda de Oliveira Santos casou-se com Marinho da Luz Franco. Os recém-casados conceberam Marinho, sendo filho único que veio ao mundo após três meses da morte de seu pai.
Marinho de Oliveira Franco casou-se em 1941 com Izabel Vicente Silva, pernambucana, de origem portuguesa, com quem teve 7 filhos, 12 netos e 5 bisnetos, a maioria dos filhos seguiram o caminho do pai, a música, sendo eles; Crisóstomo (Saxofonista), Crisália, Maria Conceição, Lassimi (Cantora), Marinho - Zito (Tecladista), Marileth (Cantora) e Mário Sérgio - Serginho (Guitarrista).

Conjuntos Musicais[editar | editar código-fonte]

Jazz Band Marinho (1951-1967)[editar | editar código-fonte]

Jazz Band Marinho antes do Baile Rainha do Algodão, na frente do Clube Recreio em 1951.

Tudo começou quando Maestro Marinho chegou a Rondonópolis em 6 de agosto de 1951, depois de cumprir quase um ano de compromissos artísticos na capital do estado Cuiabá, Maestro Marinho reuniu alguns rapazes que tinham vocação musical, depois de várias aulas e ensaios, formou o primeiro conjunto musical da cidade de Rondonópolis e da região sul do estado de Mato Grosso, e inaugurou o primeiro salão de danças da cidade de Rondonópolis, denominado Bar Clube Recreio. Este conjunto musical denominou-se Jazz Band Marinho, que era composto por Marinho no sax alto, instrumento este que dominava com perfeição e muito talento, sendo o líder do grupo, composto por acordeom, banjo, violão, pandeiro e bateria. Este conjunto musical permaneceu em plena atividade por 10 anos consecutivos. Em 1961, Rondonópolis já contava com alguns melhoramentos e conforto tais como, energia elétrica. Na mesma época, houve a inauguração do Rondonópolis Clube, Maestro Marinho resolveu reformular o conjunto adaptando o violão elétrico. Este conjunto passou a denominar-se Marinho e seu Conjunto, permanecendo com este nome até 1967.

Marinho & seus Beat Boys (1967 fundação)[editar | editar código-fonte]

Marinho & seus Beat Boys em 2009

Com a grande revolução musical mundialmente conhecida que houve na época, com surgimento da banda inglesa The Beatles, no Brasil a Jovem Guarda, liderada pelos cantores Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléa. Maestro Marinho foi obrigado a reformular mais uma vez o seu conjunto musical, foi a São Paulo, adquiriu equipamentos de som e luz e instrumentos modernos da época. A banda passou a ser denominada Marinho & seus Beat Boys, em homenagem aos The Beatles, com esta banda então, Maestro Marinho alcançou estrondoso sucesso não só em Rondonópolis, como em todo o Mato Grosso e outros estados, gravando vários discos e tocando com músicos de renome nacional. Hoje a banda é liderada pelos seus filhos, e continua possuindo um grande prestígio e aceitação junto ao público. Em novembro de 2022 a Banda Marinho & seus Beat Boys foi declarada Patrimônio Cultural Imaterial da cidade de Rondonópolis, Mato Grosso pela Lei Municipal 12.537 de 2022.

Contribuições Sociais e Culturais para Rondonópolis e Mato Grosso[editar | editar código-fonte]

Maestro Marinho Franco em 1986

Maestro Marinho contribuiu muito a cultura de Rondonópolis e de Mato Grosso, através da música alegrou e ajudou cidades com seus bailes e festas beneficentes, também ajudou e inspirou músicos em suas carreiras. Por tudo isso, é considerado um mito na cidade de Rondonópolis, a qual dedicou a música Rainha do Algodão a sua cidade de coração. "Encontrei em Mato Grosso, a flor mais bela do sertão. É Rondonópolis, cidade colosso, rainha do algodão". (Marinho de Oliveira Franco)

Homenagens[editar | editar código-fonte]

Maestro Marinho recebeu várias homenagens, entre as quais os Diplomas de Cidadão Mato-grossense, Cidadão Rondonopolitano e Cidadão Guiratinguense, foi homenageado na capital de São Paulo com a medalha "1ª Exposição do Som do Brasil" no Clube Pinheiros, e também foi homenageado pela Secretaria de Cultura do Estado de Mato Grosso do Sul. Depois de sua morte, em 13 de setembro de 2000, foi homenageado pelo Governo do Estado de Mato Grosso que outorgou o nome de Maestro Marinho Franco ao novo Aeroporto de Rondonópolis, e em novembro de 2000, foi homenageado pela Assembléia Legislativa entre os 101 músicos e compositores fundamentais no desenvolvimento da produção musical no Mato Grosso do século XX. Em Rondonópolis, além do aeroporto, levam o seu nome uma avenida, o edifício que abriga o museu Rosa Bororo, a banda municipal, e uma medalha de mérito aos que colaboram à cultura local. Faleceu em 24 de março de 2000, em Cuiabá, onde estava em tratamento de doença. Foi um grande exemplo de dedicação à cultura de Mato Grosso.

Discografia[editar | editar código-fonte]

  • Marinho & seus Beat Boys 35 Anos (2002)

Videografia[editar | editar código-fonte]

  • Lassimi Brasileiríssimo (1986)
  • Tributo a um Grande Maestro (1995)

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Referências[editar | editar código-fonte]