Monte Sião (Minas Gerais)

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Monte Sião
  Município do Brasil  
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Hino
Gentílico monte-sionense
Localização
Localização de Monte Sião em Minas Gerais
Localização de Monte Sião em Minas Gerais
Localização de Monte Sião em Minas Gerais
Monte Sião está localizado em: Brasil
Monte Sião
Localização de Monte Sião no Brasil
Mapa
Mapa de Monte Sião
Coordenadas 22° 25' 58" S 46° 34' 22" O
País Brasil
Unidade federativa Minas Gerais
Municípios limítrofes Jacutinga, Ouro Fino, Bueno Brandão, Socorro (SP), Águas de Lindóia (SP) e Itapira (SP).
Distância até a capital 470 km
História
Fundação 29 de dezembro de 1936
Administração
Prefeito(a) José Rafael de Castro Ribeiro (PTB, 2009 – 2012)
Características geográficas
Área total 290,201 km²
População total (est. IBGE/2009 [1]) 20,135 hab.
Densidade 64,9 hab./km²
Clima Não disponível
Altitude 857 m
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
Indicadores
IDH (PNUD/2000 [2]) 0,811 muito alto
PIB (IBGE/2005 [3]) R$ 150.252 mil
PIB per capita (IBGE/2005 [3]) R$ 8 019,00

Monte Sião é um município brasileiro do estado de Minas Gerais, na microrregião de Poços de Caldas.

Sua população estimada em 2004 era de 18.640 habitantes. A área é de 291,0 km² e a densidade demográfica, de 64,05 hab/km².

Os municípios limítrofes são, em Minas Gerais: Jacutinga a norte, Ouro Fino a nordeste e Bueno Brandão a leste e sudeste; e, no Estado de São Paulo, Socorro e Águas de Lindóia a sul e Itapira a sudoeste.

Monte Sião é a cidade conhecida como a Capital Nacional do Tricô devido a industrialização na área textil especialmente da confecção de tricô. Hoje ela pode ser considerada uma referência em moda em tricô, produzindo e distribuindo seus produtos para diversos pontos do país.

Outros fatos que tornam a cidade de Monte Sião conhecida são a fabricação de porcelanas nas cores azul e branca - única no Brasil - e as propriedades medicinais de suas águas, em especial das fontes Virtuosa e Virtuosinha, principalmente para enfermidades ligadas à pele.

Carlos Massa, o Ratinho, nasceu em Monte Sião, além da atriz e cantora radicada em São Paulo, Michelle Zampieri. E o grande jogador de futebol Oscar Bernardi, que jogou em vários times como o São Paulo, além da inesquecível seleção de 1986, atuando com zagueiro.

História

Registros datados de 1790 narram o fim do ciclo do ouro na região denominada Arraial de Ouro Fino, distrito de São Pedro, o que gerou o êxodo de garimpeiros em busca de terras para a instalação de nova atividade, no caso a pecuária e a agricultura. Essa corrida pela posse de boas terras iniciava a colonização da área localizada ao pé do Morro Pelado e às margens do Rio das Pedras, local coberto por densa mata. Por volta de 1819, os primeiros moradores instalaram-se na região, construindo suas moradias quem comunicavam-se entre si por trilhas abertas na mata.

Esse primeiro núcleo populacional, o embrião que iria gerar Monte Sião, recebia sua primeira denominação em 1823, Bairro do Eleotério.

Com a formação da capela de Nossa Senhora do Socorro e a demarcação de suas divisas, grande parte das terras onde se localizava o Bairro do Eleotério passavam a essa jurisdição eclesiástica, o que desagradaria em muito as autoridades da vizinha Freguesia de São Francisco de Paula de Ouro Fino.

Com o desenvolvimento do Bairro do Eleotério, surgiam as primeiras lideranças responsáveis pela manutenção da ordem, administração e do próprio crescimento daquele povoado. Major Antônio Bernardes de Souza, tenente Joaquim Vaz de Lima, Francisco Rodrigues da Costa e Francisco Nogueira Bastos foram os primeiros responsáveis pela manutenção da ordem pública e administrativa. O fazendeiro Major Antônio Bernardes de Souza, de 35 anos, destacava-se como uma das principais lideranças da época.

O próprio Major encabeçou o movimento pela construção de uma capela no povoado, apresentando como justificativa as frequentes enchentes do Rio Mogi que impediam os fiéis de de se deslocarem a pé ou a cavalo, até a paróquia de Ouro Fino.

O começo de Monte Sião

No dia 29 de março de 1849 o Major Antônio atingia o seu objetivo. A comunidade recebia a autorização para a construção de uma capela dedicada a Nossa Senhora da Conceição da Medalha Milagrosa. Nascia assim Monte Sião, que receberia esse nome por sugestão de missionários franciscanos, que repararam na semelhança do Morro Pelado com o Mont Sion em Jerusalém.

A imigração Italiana

A imigração italiana teve seu inicio a partir de 1887 e vinha dar um novo impulso às atividades rurais, especialmente à cultura do café. Aquela gente simples e alegre, carregava a esperança de uma vida melhor. Com a imigração, Monte Sião conhecia uma nova era de desenvolvimento na sua agricultura. Em 1889 caia o Império e o país ingressava numa nova era.

Com o novo regime, Estado e Igreja assumiam decisões próprias, nesse período, Monte Sião passou a pertencer a recém instalada comarca de Ouro Fino.

Século XX

Às vésperas do novo século, com a República, eram criados os Conselhos Distritais, entidades cujos membros eram eleitos pelo voto direto da comunidade para um mandato de 4 anos e com atribuições de uma sub-prefeitura. Em um cenário de desenvolvimento econômico e limitações político-administrativas. Monte Sião entrava para o século XX elegendo Francisco Avelino Toledo de Lima seu primeiro representante no legislativo.

Monte Sião se torna Município

Em 1932, um movimento liderado pelo jovem farmacêutico Mário Zucato, arrigimentou civis e religiosos a abraçaram a causa do grande sonho de transformar Monte Sião em um município. Depois de quatro anos de árduo trabalho, no dia 3 de novembro de 1936, Monte Sião torna-se um município por exigência de sua população.

Nossa Senhora da Medalha Milagrosa

A devoção por Nossa Senhora da Medalha Milagrosa nasce em Monte Sião junto com sua própria história. Alguns fatos difíceis de se explicar cercam essa devoção. Em 1917 o bispo da diocese de Pouso Alegre, Dom Otávio Chagas, recomendava com insistência que a imagem da padroeira fosse retirada do altar mor da igreja. A imagem foi retirada e guardada na sacristia. Seis anos depois o bispo presenteava o fazendeiro Fortunato Zucatto com a imagem, que a levaria para uma capela localizada em sua propriedade na zona rural.

A grande seca

A partir do momento em que a imagem foi retirada da igreja, teve início uma grande seca que teve início em 1937. Chovia em toda a região, menos em Monte Sião. Muitos foram os pedidos para que a imagem retornasse à igreja. Finalmente em 1939 o vigário da época, atendendo ao pedido da população, mandou que a imagem fosse levada de volta à igreja. Em uma grande procissão a imagem foi trazida de volta à igreja. Quando a procissão se aproximava da igreja, os primeiros pingos de chuva começavam a cair. Para alguns coincidência, para muitos um milagre realizado pela intercessão de Nossa Senhora ocorrido no Brasil.

O tricô

A cidade de Monte Sião é famosa nacionalmente, ainda, pela produção de confecções, especialmente de tricô. Até a década de 1980, mulheres montessionenses costumavam produzir peças de tricô artesanalmente para vendê-las, em função do grande movimento turístico nas cidades vizinhas, que fazem parte da região hoje conhecida como "circuito das águas". Com o aumento da demanda pelas belas peças de tricô produzidas em Monte Sião, organizaram-se pequenos negócios familiares em torno da comercialização de tricot, quando passou-se a produzir malhas com a utilização de maquinário industrial. Ocorreu então um grande movimento de industrialização na cidade, acompanhado da especialização da atividade econômica no setor de confecções, o qual se espraiou para outras pequenas cidades das redondezas, compondo o "circuito das malhas". Monte Sião é hoje destino de milhares de turistas e de lojistas provenientes de outros estados.

Retomada da expansão econômica

Apesar de ter passado por crescimento econômico substantivo, sobrevieram fluxos de migração à cidade, atraídos pelo "boom" dos anos 1990. Com a abertura de centenas de novas iniciativas, não necessariamente estruturadas financeiramente, e com o excesso de mão-de-obra não-especializada, o mercado de tricot saturou-se; a oferta de peças de tricot tornou-se excessiva e, com a queda dos preços necessária para venda de estoques, reduziu-se a remuneração da mão-de-obra e dos empresários.

No início dos anos 2000, contudo, a cidade passou por um segundo salto econômico, caracterizado não pela expansão, mas pela reestruturação produtiva. Iniciativas desestruturadas tenderam ao desaparecimento e pequenos negócios, ainda organizados em caráter familiar, aumentaram os investimentos em design e moda, ofertando produtos diferenciados a novos nichos de consumidores e passando a fornecer ocasionalmente peças a grandes marcas e de redes nacionais. Diversos negócios optaram por acompanhar diretamente tendências em Paris e Milão, estreitando contatos com o setor de moda nessas cidades européias. Nos últimos anos, a cidade inovou, ainda, ao produzir peças de material mais leve (viscolycra) para a estação verão-primavera. Com confecções de tricot em novos materiais e de viscolycra, a cidade tem mantido fluxos de turistas e de lojistas também durante períodos tradicionalmente menos movimentados, garantindo a manutenção da atividade econômica e crescimento sustentado.

Administração

Ligações externas

Referências

  1. «Estimativas da população para 1º de julho de 2009» (PDF). Estimativas de População. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 14 de agosto de 2009. Consultado em 16 de agosto de 2009 
  2. «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil». Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2000. Consultado em 11 de outubro de 2008 
  3. a b «Produto Interno Bruto dos Municípios 2002-2005» (PDF). Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 19 de dezembro de 2007. Consultado em 11 de outubro de 2008 
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Predefinição:Microrregião Poços de Caldas