Partido do Socialismo Democrático
Partido do Socialismo Democrático Partei des Demokratischen Sozialismus | |
---|---|
Fundador | Gregor Gysi |
Fundação | 1990 |
Dissolução | 2007 |
Sede | Berlim, Alemanha |
Ideologia | Socialismo democrático Marxismo Populismo Eurocepticismo |
Espectro político | Esquerda |
Antecessor | Partido Socialista Unificado da Alemanha |
Sucessor | A Esquerda |
Cores | Vermelho e Branco |
O Partido do Socialismo Democrático (em alemão: Partei des Demokratischen Sozialismus - PDS) foi um partido socialista ativo na Alemanha desde a queda do muro de Berlim em 1990, quando o Partido Socialista Unificado da Alemanha (SED) muda legalmente o seu nome, até 2005, quando o próprio PDS modifica o seu nome por Die Linkspartei (O Partido da Esquerda).
Precedentes
[editar | editar código-fonte]Antes da reunificação da Alemanha, um grupo de jovens políticos vinculados com o Partido Socialista Unificado da Alemanha (SED) começaram a demandar mudanças na rígida estrutura interna do SED. Entre esses políticos destacavam-se Stefan Heym, Christa Wolf e Gregor Gysi. Com a queda do muro de Berlim e da República Democrática da Alemanha, o SED perdeu 95% dos seus mais de 2.3 milhões de militantes, o que levou o partido a apresentar-se sob um novo nome com o fim de se distanciar do seu passado. Na altura de 1990, o novo partido, denominado já Partido do Socialismo Democrático, não se apresentava como marxista-leninista, ainda quando no seu seio permaneciam facões neo-marxistas e comunistas.
Fundação e consolidação
[editar | editar código-fonte]Contudo, o PDS perdeu força significativamente, ainda quando manteve o nível nos governos locais e até chegou a fazer parte dos governos dos Bundesländer de Berlim e Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental em coligação com o SPD.
Nas primeiras eleições gerais da República Federal da Alemanha em 1990, o PDS atingiu apenas 2,4% do voto, mas conseguiu entrar no Bundestag, graças a uma exceção da lei eleitoral alemã, com um grupo de 17 deputados liderados por Gregor Gysi. Nas eleições de 1994, embora a campanha anti-comunista levada para a frente pelo partido no governo, a CDU, destinada a paralisar os votos comunistas do leste, o PDS incrementou o voto até 4,4%, ganhando força precisamente no leste e aumentando a sua presença do Bundestag até 30 deputados.
Em 1998, a tendência ascendente iniciada desde 1994 consolidou-se e o PDS atingiu um total de 37 deputados com 5,1% dos votos, ultrapassando assim a marca de 5% necessária para manter a proporcionalidade da representação no Bundestag e para manter um status parlamentar pleno. Porém, ainda quando o futuro parecia brilhante, o PDS mostrava uma dependência certa de Gysi, considerado tanto pelos seus votantes como pelos seus críticos como uma espécie de estrela da política alemã que contrastava com uma mediocridade geral. A resignação de Gysi em 2000 após peder um debate político com o setor esquerdista do partido significou o início de novos problemas para o PDS, e nas eleições de 2000, o voto para o PDS retrocedeu a 4,0%, o que apenas lhe permitiu introduzir dois membros eleitos pelos seus distritos, Petra Pau e Gesine Lötzsch.
Após a queda de 2000, o PDS adotou um novo programa e colocou na sua cabeça Lothar Bisky, um moderado respeitado internamente. Uma sensação renovada de autoconfiança fez o Partido ressurgir novamente. Nas eleições europeias de 2004, o PDS atingiu 6,1% do voto nacional e evidenciou-se que a sua base eleitoral na Alemanha oriental começava a crescer claramente, ao ponto de hoje em dia rivalizar com o SPD e com a CDU nessa área. Sem embargo, o escasso apoio na Alemanha ocidental continuou a lastrar o partido até as eleições de julho de 2005, quando se apresentou em coligação com a Alternativa Eleitoral para o Trabalho e a Justiça Social (WASG), uma fação esquerdista constituída por dissidentes do social-democrata SPD e por sindicalistas. Essa coligação entre os setores mais à esquerda da área ocidental e o PDS deu origem à lista conhecida com o nome de Linkspartei, que nas eleições federais desse ano atingiu 8,7% do voto nacional e conseguiu introduzir no Bundestag 54 deputados encabeçados por Gisy, Lötzsch, Pau, Bisky, Katja Kipping, Oskar Lafontaine e Paul Schäfer tornando-se o quatro maior partido do país.
Controvérsia
[editar | editar código-fonte]Desde a reunificação, o PDS tem sido alvo de diversas suspeitas a respeito das relações dos seus líderes com o Stasi, a polícia secreta da Alemanha Oriental desmantelada com a queda do muro de Berlim. Pouco depois das eleições federais de 2005, Marianne Birthler, a encarregada dos arquivos da Stasi, acusou o PDS de incluir sete informadores da antiga Stasi entre os seus deputados eleitos.[1] Ao mesmo tempo, a mídia revelou que Lutz Heilmann, um dos deputados do PDS pelo estado de Schleswig-Holstein, tinha trabalhado durante anos para a Stasi.[2] Ainda quando a primeira acusação resultou falsa, a relativa à ligação de Heilmann com o serviço secreto da RDA manteve-se na controvérsia.
Resultados eleitorais
[editar | editar código-fonte]Eleições legislativas
[editar | editar código-fonte]República Democrática Alemã
[editar | editar código-fonte]Data | Votos | % | Deputados | Status |
---|---|---|---|---|
1990 | 1 892 381 | 16,4 (3.º) | 66 / 400 |
Oposição |
República Federal da Alemanha
[editar | editar código-fonte]Data | Método Uninominal | Método Proporcional | Deputados | +/- | Status | Notas | ||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
Votos | % | +/- | Votos | % | +/- | |||||
1990 | 1 049 245 | 2,3 (6.º) | 1 129 578 | 2,4 (6.º) | 17 / 662 |
Oposição | ||||
1994 | 1 920 420 | 4,1 (5.º) | 1,8 | 2 066 176 | 4,4 (6.º) | 2,0 | 30 / 672 |
13 | Oposição | |
1998 | 2 416 781 | 4,9 (5.º) | 0,8 | 2 515 454 | 5,1 (6.º) | 0,7 | 36 / 669 |
6 | Oposição | |
2002 | 2 079 203 | 4,3 (6.º) | 0,6 | 1 916 702 | 4,0 (6.º) | 1,1 | 2 / 603 |
34 | Oposição | |
2005 | N/D | N/D | N/D | N/D | 42 / 614 |
40 | Oposição | A Esquerda |
Eleições europeias
[editar | editar código-fonte]Data | Votos | % | +/- | Deputados | +/- |
---|---|---|---|---|---|
1994 | 1 670 316 | 4,7 (6.º) | 0 / 99 |
||
1999 | 1 567 745 | 5,8 (5.º) | 1,1 | 6 / 99 |
6 |
2004 | 1 579 693 | 6,1 (5.º) | 0,3 | 7 / 99 |
1 |
Ver também
[editar | editar código-fonte]Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Thompson, Peter (2005) The Crisis of the German Left. The PDS, Stalinism and the Global Economy Berghahn Books, New York and Oxford. ISBN 1-57181-543-0 (em inglês)
- Oswald, Franz (2002). The Party That Came Out of the Cold War : The Party of Democratic Socialism in United Germany. Praeger Publishers. ISBN 0-275-97731-5 (em inglês)
- Hough, Dan (2001). The Fall and Rise of the PDS in Eastern Germany (1st ed.). The University of Birmingham Press. ISBN 1-902459-14-8 (em inglês)
Referências
- ↑ [1][ligação inativa]
- ↑ «Cópia arquivada». Consultado em 18 de setembro de 2010. Arquivado do original em 6 de fevereiro de 2012