Porpema

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Como ler uma infocaixa de taxonomiaPorpema prunella
Classificação científica
Reino: Animalia
Sub-reino: Eumetazoa
Filo: Cnidaria
Subfilo: Medusozoa
Classe: Hydrozoa
Ordem: Anthomedusae
Família: Porpitidae
Género: Porpema
Lamarck, 1801
Espécie: P. prunella
Nome binomial
Porpema prunella
(Haeckel, 1888)[1]

Porpema prunella é uma espécie de Hydrozoa, a única do género uniespecífico Porpema, que forma colónias de zoóides.[2] Sabe-se pouco sobre esta espécie pois não existem registos confirmados de ter sido encontrada desde finais do século XIX, duvidando-se mesmo da sua existência.[3]

Descrição[editar | editar código-fonte]

Apesar das incertezas que pairam sobre a espécie, aparenta ser relacionada com os restantes condróforos, os quais incluem os géneros Velella e Porpita. O conhecimento sobre esta espécie é escasso, não existindo avistamentos confirmados desde a sua descoberta em 1801 e descrição por Ernst Haeckel em 1888.

Pertencendo ao grupo dos condróforos, é provável que o seu comportamento seja semelhante ao das espécies dos restantes géneros da família. Contudo, existem sérias dúvidas sobre a sua existência,[3] apesar de Arthur Knyvett Totton (A.K. Totton) ter criado a ordem Chondrophora para acomodar três géneros coloniais pleustónicos não classificados em outras ordens, sugerindo que eles ainda podem existir.[2]

O género Porpema foi descrito por Jean-Baptiste Lamarck em 1801. A única notícia subsequente de avistamento de um espécime deve-se a Ernst Haeckel em 1888, que erroneamente incluiu diversas ilustrações da espécie, de diferentes pontos de vista e estádios do ciclo de vida entre os sifonóforos, pois os condróforos foram originalmente classificados como Siphonophorae.[4]

Apesar da falta de observações de espécimes, algumas conclusões simples podem ser feitas a partir das ilustrações e do que se conhece sobre os restantes membros dos Porpitidae, pois os condróforos apresentam características comuns a todas as espécies do agrupamento.[5]

Todos os condróforos possuem pequenos "tentáculos", conhecidos por conterem nematocistos capazes de causar irritação, embora de pouca gravidade, quando em contacto com a pele humana. Cada "tentáculo" divide-se em numerosas ramificações, cada um dos quais termina em nematocistos urticante.

Os restantes membros conhecidos deste agrupamento taxonómico vivem na superfície do oceano aberto, constituindo colónias de hidróides carnívoros, de livre flutuação, cujo papel na comunidade de plâncton é semelhante ao das medusas pelágicas. Nos outros condróforos, as estruturas que permitem a flutuabilidade, os flutuadores, são membranas cheias com gás. A estrutura dos flutuadores não é óbvia nesta espécie nem está clara na ilustração de Haeckel, e não foram formalmente descritos, embora a estranha estrutura em forma de chapéu no lado aboral do hidrozoário possa ter essa função.[6] A colónia de hidróides por sua vez assemelha-se de perto aos tentáculos de um Scyphozoa, mas cada estrutura tentacular é um zoóide individual, que pode consistir numa medusa ou pólipo.[7]

A espécie é considerada neustónica, permanecendo passivamente à deriva junto à superfície das águas do mar. Uma única "boca" está localizado na parte de baixo da colónia, parecendo ser ajustável e móvel. A "boca" é usado tanto para o consumo de presas como para a expulsão de resíduos.[8]

Notas

  1. WoRMS (2008). «Porpema Haeckel, 1888». World Hydrozoa database. World Register of Marine Species 
  2. a b Totton, A.K. (1954): Siphonophora of the Indian Ocean together with systematic and biological notes on related specimens from other oceans. Discovery Reports 27: 1-162.
  3. a b WoRMS (2008). «Porpema Haeckel, 1888». World Hydrozoa database. World Register of Marine Species. Consultado em 8 de janeiro de 2014 
  4. Totton, A.K. (1954): Siphonophora of the Indian Ocean together with systematic and biological notes on related specimens from other oceans. Discovery Reports 27: 1-162.
  5. «Kunstformen der Natur (1900)». BioLib Online Library of Biology Books. Kurt Stueber. 2007. Consultado em 16 de janeiro de 2015 
  6. Lipps, Jere H.; Signor, Philip (1992). Origin and Early Evolution of the Metazoa 1st ed. [S.l.: s.n.] p. 161. Consultado em 16 de janeiro de 2015 
  7. A. Brinckmann-Voss (1970). Anthomedusae/Athecatae (Hydrozoa, Cnidaria) of the Mediterranean. Part I. Capitata. Col: Fauna e Flora del Golfo di Napoli. 39. [S.l.]: Stazione Zoologica. pp. 1–96, 11 pls 
  8. Cuvier, Abron (1836). The animal kingdom, arranged according to its organization, serving as a foundation for the natural history of animals and an introduction to comparative anatomy 1st ed. [S.l.: s.n.] pp. 423–427. Consultado em 16 de janeiro de 2015 

Ver também[editar | editar código-fonte]