Alfredo Roque Gameiro

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Alfredo Roque Gameiro
Alfredo Roque Gameiro
Auto Retrato, Aguarela, 40 x 29,5 cm
Nome completo Alfredo Roque Gameiro
Nascimento 4 de abril de 1864
Alcanena, Minde
Morte 5 de agosto de 1935 (71 anos)
Lisboa
Nacionalidade portuguesa
Área Aguarelista
Formação Academia de Belas Artes de Lisboa, Escola de Artes e Ofícios de Leipzig
Retrato da filha, Màmía.
A partida de Vasco da Gama para a Índia em 1497
A chegada de Vasco da Gama a Calecute em 1498
Praia da Adraga
Casa no Largo do Menino Deus
Arco do Marquês do Alegrete, em Lisboa: Aguarela e respetiva gravura derivada.
Porta d’Armas do Quartel da Cova da Moura, em Lisboa
Retrato do El-Rei Carlos I por Alfredo Roque Gameiro

Alfredo Roque Gameiro (Minde, 4 de abril de 1864Lisboa, 5 de agosto de 1935) foi um pintor e desenhador português, especializado na arte da aguarela.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Filho de Manuel Roque Gameiro e de sua segunda mulher Ana de Jesus da Silva e neto paterno de Joaquim Rey Roque Gameiro e de sua mulher Maria de São Bernardo.[1]

Estudou na Academia de Belas Artes de Lisboa, onde foi aluno de Manuel Maria de Macedo, José Simões de Almeida e Enrique Casanova. Frequentou também a Escola de Artes e Ofícios de Leipzig, como bolseiro do Governo português, onde estudou litografia com Ludwig Nieper. De regresso a Portugal, em 1886, dirigiu a Companhia Nacional Editora e em 1894 foi nomeado professor na Escola Industrial do Príncipe Real. Com o seu nome existem três instituições em Portugal, duas delas na Amadora: a Escola Roque Gameiro (2º e 3º ciclo do Ensino Básico) e a "Casa Roque Gameiro" residência do artista e da família (actualmente espaço de exposições do município); a outra existe em Minde, sua terra Natal: o Centro de Artes e Ofícios Roque Gameiro, que inclui o Museu de Aguarela Roque Gameiro. A maioria das suas obras encontra-se no acervo do Museu de Minde (obras pertencentes ao museu e obras de familiares e da Fundação Gulbenkian em depósito).

Tem colaboração artística em diversas publicações periódicas: em 1884 o seu nome surge no periódico Lisboa creche: jornal miniatura [2]; seguem-se o jornal humorístico A Comédia Portuguesa[3], começado a editar em 1888, o semanário Branco e Negro [4] (1896-1898) e as revistas Brasil-Portugal[5] (1899-1914), Serões [6] (1901-1911), Atlântida[7] (1915-1920) e Arte e Vida [8] (1904-1906). Ilustrou, juntamente com Manuel de Macedo (1839-1915), a Grande edição illustrada de Os Lusíadas, publicada em Lisboa, pela Empreza da História de Portugal, em 1900.

Casou em Lisboa, Sacramento, com Maria da Assunção de Carvalho Forte (Lisboa, Pena - ?), filha de Manuel Forte e de sua mulher Guilhermina de Carvalho, com descendência.[1]

Família de Artistas[editar | editar código-fonte]

Roque Gameiro não deixou apenas uma vasta colecção de obras; deixou também uma família de artistas. Todos os seus cinco filhos foram importantes artistas por direito próprio [9]:

Obra conhecida[editar | editar código-fonte]

Na colecção do Museu do Chiado:

No Museu da Cidade de Lisboa:

  • Rua do Arco do Marquês de Alegrete - Lisboa

No Museu de Arte Contemporânea de Madrid:

  • Ribeira da Praia das Maçãs

No Museu Grão Vasco

  • Arribas do Mar

Na Biblioteca-Museu Almeida Moreira:

  • Quadro de figura

Na Colecção da família do artista:

  • Retrato da Mãe do Artista (1904)
  • Retrato da Mulher do Artista
  • Praia da Adraga (1916)
  • Bailarico saloio
  • Saloio de colares

Outras:

  • Mar (1916)
  • Gruta marinha (1917)
  • Fortaleza das Berlengas (1924)
  • Forte da Nazaré (1924)
  • Praia do Cavalo (1916)
  • Foz – Nazaré (1923)
  • Mar depois da chuva
  • Cova do Sono (Berlengas, 1924)
  • Chegada das naus
  • Lisboa do século XVI
  • Carlos I de Portugal

Obras ilustradas:

  • Álbum de Costumes Portugueses (1888)
  • Retalhinhos, de Eduardo Coelho Junior (1888)
  • De braço dado, do Conde de Sabugosa e B. de Pindella (1894)
  • Contos e Histórias, da Empresa do Jornal O Século (1897)
  • Guerreiro e Monje (1898)
  • História de Portugal, popular e ilustrada, da Empreza da História de Portugal (1899)
  • Portugal Vinícola, de Cincinnato da Costa (1900)
  • As Pupilas do Senhor Reitor, de Júlio Diniz (1900)
  • Descoberta do Brasil, de Faustino da Fonseca (1900)
  • A Sereia, de Camilo Castelo Branco (1900)
  • Os Lusíadas, de Luís de Camões (1900)
  • História das Toiradas, de Eduardo de Noronha (1900)
  • Mysterios da inquisição, de Gomes da Silva, com Manuel de Macedo (1900)
  • História Geral dos Jesuítas, de Tomás Lino D'Assumpção (1901)
  • Portugal pittoresco e illustrado, de Alfredo Mesquita (1903)
  • Leonor Telles, de Marcelino Mesquita, com Manuel de Macedo (1903)
  • Obras completas de Almeida Garret (1904)
  • A Ambição de um Rei, de Eduardo de Noronha (1904)
  • O Rabbi da Galileia, de Augusto de Lacerda (1904)
  • Da minha Terra: figuras gradas, de José Queiroz (1909)
  • A Árvore, de Delfim de Guimarães (1910)
  • A máscara d'um actor: Cabeças d'expressão, de Azevedo Neves (1914)
  • Quadros da História de Portugal, de Chagas Franco e João Soares, com Alberto de Sousa (1917)
  • História da Colonização Portuguesa do Brasil, de Carlos Malheiro Dias (1921)
  • História do Palácio Nacional de Queluz, de António Caldeira Pires - Afonso de Ornelas (1924)
  • Lisboa Velha, com prefácio de Afonso Lopes Vieira (1925): 100 imagens
  • O Romance das Ilhas encantadas, de Jaime Cortesão (1926)
  • Livro das cortesãs, de Albino Forjaz Sampaio e Bento Mântua (1929) - 1 ilustração: "A Severa"
  • A Morgadinha dos Canaviais, de Júlio Diniz (1930)
  • Os costumes antigos / Portugal de algum dia, de Gustavo de Matos Sequeira (1933)
  • Oscar e Amanda, de Regina Rocha, com Alfredo de Morais
  • Bocage
  • O Reinado Venturoso, de Artur Lobo d'Ávila
  • Os amores do Príncipe Perfeito, de Artur Lobo d'Ávila

Prémios[editar | editar código-fonte]

  • Medalha de Honra de Mérito Municipal (Lisboa)
  • 3ª medalha na 1ª Exposição do grémio Artístico
  • 1ª medalha em aguarela e em desenho no Grémio Artístico (1897-1898)
  • medalha de honra na Sociedade Nacional de Belas-Artes (1910)
  • medalha de ouro do Salon de Paris (1900)
  • grand prix, na Exposição Internacional do Rio de Janeiro (1908)
  • medalha de honra de 1ª classe na Exposição Internacional Comemorativa da Independência do Brasil.
  • eleito membro da Real Academia de Belas-Artes de S. Fernando, de Madrid (1923)

Ver também[editar | editar código-fonte]

Notas

  1. a b "Costados", D. Gonçalo de Mesquita da Silveira de Vasconcelos e Sousa, Livraria Esquina, 1.ª Edição, Porto, 1997, N.º 94
  2. Catálogo BLX. «Lisboa crèche : jornal miniatura oferecido em benefício das creches a sua majestade a Rainha a Senhora Dona Maria Pia, maio de 1884, página 2, ficha técnica – registo bibliográfico.». Consultado em 21 de maio de 2020 
  3. Rita Correia (24 de Junho de 2011). «Ficha histórica: A comedia portugueza : chronica semanal de costumes, casos, politica, artes e lettras» (PDF). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 10 de Setembro de 2014 
  4. Rita Correia (1 de Fevereiro de 2012). «Ficha histórica: Branco e Negro : semanario illustrado (1896-1898)» (PDF). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 21 de Janeiro de 2015 
  5. Rita Correia (29 de Abril de 2009). «Ficha histórica: Brasil-Portugal : revista quinzenal illustrada (1899-1914).» (PDF). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 26 de Junho de 2014 
  6. Rita Correia (24 de Abril de 2012). «Ficha histórica: Serões, Revista Mensal Ilustrada (1901-1911).» (PDF). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 23 de Setembro de 2014 
  7. Rita Correia (19 de Fevereiro de 2008). «Ficha histórica: Atlantida: mensário artístico, literário e social para Portugal e Brasil (1915-1920)» (PDF). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 17 de Junho de 2014 
  8. Daniel Pires (1996). «Ficha histórica: Arte e Vida: Revista d'arte, crítica e ciência (1904-1906)» (PDF). Dicionário da Imprensa Periódica Literária Portuguesa do Século XX (1900-1940) | Lisboa, Grifo, 1996 | pp. 71-72. Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 18 de Setembro de 2014 
  9. Luís Cabral, A family of artists

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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