Sérgio Sanz

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Sérgio Sanz, de nome completo João Sérgio Barreto Leite Sanz (Rio de Janeiro, 1941 - 12 de janeiro de 2019), foi um cineasta brasileiro. Filho do escritor e crítico de cinema José Sanz (1915-1987) e da atriz Luíza Barreto Leite (1909-1996), e irmão do também cineasta Luís Alberto Sanz. [1]

Assistente, montador, fotógrafo[editar | editar código-fonte]

Sérgio Sanz começou no cinema em 1958 como assistente de direção de Ruy Guerra ("O Cavalo de Oxumaré", "Os Cafajestes", "Os Fuzis" e "Os Deuses e os Mortos"), Paulo César Saraceni (em "Porto das Caixas"), Fernando Coni Campos e Flávio Tambellini. [2]

Trabalhou como montador na série "Cantos de Trabalho" de Leon Hirszman, "Cruz e Sousa" de Marcos Farias, "Os Fuzis" e "Os Deuses e os Mortos" de Ruy Guerra; "Pequenas Taras" e "Nascidos para Viver" de Maria do Rosário Nascimento e Silva; e "Na Boca do Mundo" de Antônio Pitanga. Produziu e montou o episódio brasileiro do filme "Enredando Sombras", realizado no México por Orlando Senna.

Fotografou "Ladrões de Cinema" de Fernando Coni Campos, um documentário sobre exilados brasileiros no Chile para Glauber Rocha e vários documentários e comerciais. Foi correspondente da televisão italiana (RAI) em Santiago do Chile.

Diretor[editar | editar código-fonte]

Dirigiu mais de vinte documentários, entre eles "Aldeia", premiado em Oberhausen. Ganhou o prêmio Humberto Mauro de melhor diretor de documentário, concedido pelo governo do antigo Estado da Guanabara, uma medalha de prata no Festival Internacional de Filmes de Publicidade de Nova York e o prêmio Estácio de Sá, concedido pelo governo do Estado do Rio de Janeiro por sua relevância no cinema brasileiro.

Dirigiu um média metragem sobre Bernardo Sayão e a rodovia Belém-Brasília ("Caminho das Onças"), um especial para TV a cabo (Multishow) sobre Cazuza, uma série de cinco documentários sobre carnaval e outra sobre os primeiros viajantes para a TV SENAC. "Caminho das Onças" recebeu prêmios no Festival de Gramado (Melhor Filme 16mm), no Festival de Vitoria (Prêmio Especial do Júri) e no Festival de Recife (Melhor Montagem). [3]

Em 2004 realizou o documentário de longa-metragem "Soldado de Deus", revisão crítica do Movimento Integralista Brasileiro, que ganhou em 2005 o prêmio de melhor montagem na 23ª Jornada Internacional de Cinema da Bahia. [4] Em 2008 lançou um documentário sobre a mitologia e o sincretismo religioso do orixá Ogum, com o título "Devoção".

Professor, escritor, gestor público[editar | editar código-fonte]

Sérgio Sanz foi professor de cinema na Universidade Gama Filho e na Escola Darcy Ribeiro. [5] Dirigiu por duas vezes a Escola de Teatro Martins Pena, da qual é professor há 20 anos. Em 2003 escreveu com Oswaldo Caldeira e Manfredo Caldas o livro "Contribuição à história do curta metragem brasileiro".

Foi um dos fundadores da Associação Brasileira de Documentaristas - ABD e seu presidente em 1976. Mais tarde também presidiu o Sindicato dos Artistas e Técnicos (SATED) do Rio de Janeiro. Dirigiu o Centro de Tecnologia Audiovisual (CTAv) da Funarte de 1990 a 1995, e novamente no período 2003-2005. Foi diretor do Departamento de Cinema e Video do MinC. Realizou todo o material didático em vídeo do projeto "Interação entre Comunidade e Escola" do Ministério da Educação.

Foi júri de vários festivais nacionais e internacionais, como os de Havana, Viña del Mar, Brasília, Gramado, Fortaleza, etc. De 2006 a 2010, foi curador (com José Carlos Avellar) do Festival de Cinema de Gramado. No período 2007-2009 foi presidente da Associação Brasileira de Cineastas.

Faleceu em 12 de janeiro de 2019, em consequência de problemas pulmonares. [6]

Filmografia como Diretor[editar | editar código-fonte]

  • 2008: Devoção
  • 2004: Soldado de Deus
  • 1998: Carnaval (série para tv, 5 episódios)
  • 1997: Caminho das onças (média)
  • 1996: Mestre Vitalino e o Alto do Moura (curta)
  • 1995: Antônio de Todos os Santos (curta, co-dir. Raul Lody)
  • 1991: Teatro de Rua no Brasil (curta, co-dir Amir Haddad)
  • 1990: TBC, a Reabertura do Famoso Teatro Brasileiro de Comédias (curta)
  • 1990: Juan de Almeida Bosque, Comandante de la Revolución (curta, co-dir. Cláudia Furiati)
  • 1990: Do Mulungu ao Tiridá (curta)
  • 1989: Eh! Boi: O bumba meu boi do Maranhão (curta)
  • 1988: Aldeia de Arcozelo, um Sonho de Paschoal (curta)
  • 1979: Art Noveau, Introdução (curta, co-dir Fernando Coni Campos)
  • 1974: Álbum de Música (curta)
  • 1968: Alcântara, Cidade Morta (curta)
  • 1963: Aldeia (curta)

Referências

  1. RAMOS, Fernão Pessoa: "Enciclopédia do cinema brasileiro, ed. Senac, 2012, pp. 642-643
  2. «Nota biográfica no "Quem é quem no cinema brasileiro"». Consultado em 21 de janeiro de 2019 
  3. «Nota biográfica de Sérgio Sanz no saite do IBAC». Consultado em 21 de janeiro de 2019 
  4. «Matéria sobre o filme "Soldado de Deus" no Historianet». Consultado em 21 de janeiro de 2019 
  5. «Currículo de Sérgio Sanz no saite da Escola Darcy Ribeiro». Consultado em 21 de janeiro de 2019 
  6. «Nota sobre o falecimento de Sérgio Sanz no saite do SATED/RJ». Consultado em 21 de janeiro de 2019