A Arte da Luz Tem 20.000 Anos

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A Arte da Luz Tem 20.000 Anos
The Art of Light is 20,000 Years Old
Portugal Portugal
2014 •  cor •  55 min 
Género documentário, arte
Direção João Botelho
Produção Alexandre Oliveira
Coprodução Ar de Filmes
Roteiro João Botelho
Elenco António Martinho Baptista
Joana Botelho
Cinematografia João Ribeiro
Edição João Braz
Lançamento 14 de setembro de 2014
Idioma português

A Arte da Luz Tem 20.000 Anos é uma média-metragem documental portuguesa de 2014, realizada por João Botelho[1] e com produção de Alexandre Oliveira para a Ar de Filmes.[2] O filme explora a origem da Arte, através das gravuras rupestres do Vale do Côa, o legado de artistas com milhares de anos classificado como Património Mundial da Humanidade.[3] É protagonizado por Joana Botelho e António Martinho Baptista (Diretor do Parque Arqueológico do Côa).[4] O filme fez parte da seleção oficial da 4ª edição do Festival Internacional de Cinema de Vila Nova de Foz Côa, onde estreou a 14 de setembro de 2014.[5]

Sinopse[editar | editar código-fonte]

Joana Botelho é guiada pelo arqueólogo António Martinho Baptista na sua visita ao conjunto de arte rupestre do Parque Arqueológico do Vale do Côa, passando por algumas zonas que não estão acessíveis ao público. Explora o maior tesouro artístico de gravuras ao ar livre, uma arte de ambientes abertos que joga com a luminosidade, uma "Arte da Luz". Este vale é um local único no mundo graças à arte rupestre que reúne vários momentos da pré-história, proto-história e história, mas também por apresentar a mais importante coleção de esculturas figurativas do Paleolítico que se conhece hoje.[6]

No Vale do Côa, a Arte da Luz está em todo o seu esplendor, sempre diante de todos, mesmo para aqueles que ainda não a viram. A arte é condição primordial da existência humana e da sua liberdade. Embora o cinema ainda seja descrito como uma arte jovem (por ter pouco mais de cem anos), a origem e o interesse em contar histórias através da luz e da sombra vem quase desde o início da existência humana.[7]

Elenco[editar | editar código-fonte]

Produção[editar | editar código-fonte]

A Arte da Luz Tem 20.000 Anos é uma média-metragem portuguesa com 55 minutos de duração, produzida por Alexandre Oliveira para a Ar de Filmes, com a participação da Câmara Municipal de Vila Nova de Foz Côa.[10] Para o filme, o realizador optou por gravar a sua filha, Joana Botelho, numa visita ao Parque Arqueológico do Vale do Côa.[11]

Temas e estética[editar | editar código-fonte]

O filme explora a origem da Arte, através das gravuras rupestres do Vale do Côa.

Botelho filmou num registo educacional, em torno de Foz Côa. António Martinho Baptista, funciona como o guia e tutor, apresentando o verdadeiro impacto das obras descobertas na região e aquilo que representam a nível nacional e internacional. Apesar deste registo, há uma qualidade interventiva da obra, quando relembra o plano de governo de afundar as gravuras rupestres através de uma barragem (ideia que nasceu ainda nos anos 50, mas ganhou novos desenvolvimentos nos anos 90). Acerca deste aspeto, o realizador escreve na sua nota do filme: "Benditos sejam os que lutaram contra quem queria inundar e sepultar para sempre talvez o maior tesouro artístico que existe em Portugal. Benditos sejam os que nos livraram do pecado infeto da destruição irremediável do legado de artistas geniais que produziram a maior concentração da grande “Arte da Luz” que no mundo aconteceu!"[12]

Com A Arte da Luz Tem 20.000 Anos, João Botelho procura uma correspondência na expressão artística da paisagem do Vale do Côa com a sua própria abordagem ao cinema.[7] De facto, as luzes e sombras que caracterizam o cinema criado pelo realizador estão frequentemente em encontro com a pintura para reforçar a encenação.[6] No filme, para retratar este detalhe, Botelho chega a contrastar visualmente o realismo da visita de Joana Botelho com a encenação do que chamou "fantasmas do Côa", os antepassados dos portugueses que começaram a fazer arte e a captar o movimento, algo que a 7ª arte viria a conquista milhares de anos depois.[13]

Distribuição[editar | editar código-fonte]

A apresentação do filme decorreu a 14 de setembro de 2014, na 4ª edição do CineCoa, Festival Internacional de Cinema de Vila Nova de Foz Côa.[5] Desde então, A Arte da Luz Tem 20.000 Anos tem sido, acima de tudo, distribuído em ciclos de cinema e sessões educativas para escolas. Por exemplo, a 5 de dezembro de 2014 foi exibido num evento de museologia do Museu José de Guimarães e, a 2 de dezembro de 2016 foi exibido em paralelo com a abertura da Exposição "COA: A Arte da Luz", no Museu Arqueológico do Carmo, em Lisboa.[14] A 22 de março de 2017, uma parceria entre os Caminhos do Cinema Português e o Centro de Estudos Cinematográficos organizou em Conímbriga, um ciclo de cinema arqueológico que exibiu o filme,[15] numa sessão comentada por António Baptista, diretor do Museu do Côa.[8] Em 2018, foi integrado nas Celebrações do Ano Europeu do Património Cultural e do Dia da Língua Portuguesa e Cultura na CPLP, com exibição na Universidade de Estudos Internacionais de Xangai. Desde 2015, a média-metragem tem também sido exibida com a curta-metragem Nos Campos em Volta, também de Botelho, tal como se sucedeu na edição de 2015 do IndieLisboa.[16]

A 7 de fevereiro de 2018, a RTP2 transmitiu A Arte da Luz Tem 20.000 Anos, data a partir da qual ficou disponível na plataforma de streaming RTP Play.[17] A obra integra também a plataforma Filmin.[2]

Festivais[editar | editar código-fonte]

Segue-se uma lista dos principais festivais para os quais A Arte da Luz Tem 20.000 Anos foi selecionado:

Receção crítica[editar | editar código-fonte]

O cinéfilo Jorge Pereira (C7nema) comparou positivamente o filme em relação à curta-metragem de Botelho de 2015, Nos Campos em Volta, defendendo que A Arte da Luz Tem 20.000 Anos abandona "o mero postal turístico e arqueológico". Conclui que "no final, fica um desejo enorme de visitar localmente Foz Côa (...) As gravuras não sabem nadar, mas sabem brilhar. E João Botelho conseguiu aqui mostrar isso."[13]

Referências

  1. «Portugal Film - Portuguese Film Agency». www.portugalfilm.org. Consultado em 19 de janeiro de 2021 
  2. a b A Arte da Luz tem 20.000 anos ver online em Filmin, consultado em 19 de janeiro de 2021 
  3. a b A Arte da Luz Tem 20.000 Anos, consultado em 19 de janeiro de 2021 
  4. Canelas, Lucinda. «António Martinho Baptista deixa a direcção do parque arqueológico do Côa». PÚBLICO. Consultado em 19 de janeiro de 2021 
  5. a b Mourinha, Jorge. «Pasolini e José Álvaro Morais entre o Porto e Foz Coa na 4ª edição do Cinecoa». PÚBLICO. Consultado em 19 de janeiro de 2021 
  6. a b «Actividades culturales del Instituto Cervantes». cultura.cervantes.es (em espanhol). Consultado em 19 de janeiro de 2021 
  7. a b Portugal, Rádio e Televisão de. «A Arte da Luz Tem 20.000 Anos - Documentários - RTP». www.rtp.pt. Consultado em 19 de janeiro de 2021 
  8. a b Barragão, Liliana. «Ciclo de cinema arqueológico em Conímbriga | modus». Consultado em 19 de janeiro de 2021 
  9. «Joana Botelho». AGM. Consultado em 19 de janeiro de 2021 
  10. a b «Ar de Filmes . A Arte da Luz tem 20.000 Anos». ardefilmes.org. Consultado em 19 de janeiro de 2021 
  11. «Outubro 2017 - alma-lusa». alma-lusa.blogs.sapo.pt. Consultado em 19 de janeiro de 2021 
  12. «.: Direção Regional de Cultura do Alentejo». www.cultura-alentejo.pt. Consultado em 19 de janeiro de 2021 
  13. a b «João Botelho, o didata, levou Serpa e Foz Côa ao IndieLisboa». C7nema. Consultado em 19 de janeiro de 2021 
  14. «Revista Arqueología e Historia». Desperta Ferro Ediciones (em espanhol). Consultado em 19 de janeiro de 2021 
  15. «Ciclo "Arqueologia pela Imagem em Movimento" ⋆ Caminhos do Cinema Português». Caminhos do Cinema Português. 13 de março de 2017. Consultado em 19 de janeiro de 2021 
  16. «IndieLisboa 2015 quer cativar mais públicos e valorizar cinema português». SIC Notícias. Consultado em 19 de janeiro de 2021 
  17. «A Arte da Luz Tem 20.000 Anos de 07 Fev 2018 - RTP Play - RTP». RTP Play. Consultado em 19 de janeiro de 2021 
  18. LEFFEST. «A Arte da Luz tem 20 000 Anos / Films // LEFFEST'21 - Lisbon & Sintra Film Festival - 11 to 20 November 2021». LEFFEST'21 - Lisbon & Sintra Film Festival - 11 to 20 November 2021 (em inglês). Consultado em 19 de janeiro de 2021 
  19. Viseu, Cine Clube de. «Programa para as escolas — vistacurta 2019». vistacurta.pt. Consultado em 19 de janeiro de 2021 
  20. Comunicação (www.bizview.pt), Bizview-Sistemas e. «Filmes no ambito do "Vista Curta 2019" - Program para Escolas • EAPN». EAPN. Consultado em 19 de janeiro de 2021 

Referências

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