Antônio Silvino
Antônio Silvino | |
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Retrato de sua ficha policial, 1914. | |
Nome completo | Manoel Baptista de Morais |
Pseudônimo(s) | "Antônio Silvino"
"Rifle de Ouro" |
Nascimento | 2 de novembro de 1875 Afogados da Ingazeira |
Morte | 30 de julho de 1944 (68 anos) Campina Grande |
Nacionalidade | brasileiro |
Ocupação | cangaceiro |
Manoel Baptista de Morais, conhecido como Antônio Silvino (Afogados da Ingazeira, 2 de novembro de 1875 — Campina Grande, 30 de julho de 1944), foi um cangaceiro brasileiro.
Biografia[editar | editar código-fonte]
Nascimento[editar | editar código-fonte]
Nasceu em 1875, filho de Pedro Baptista de Morais e Balbina Pereira de Morais.
Ingresso no cangaço[editar | editar código-fonte]
Apelidado de Batistinha ou Nezinho, inicia-se no cangaço em 1896, juntamente ao irmão Zeferino, após o assassinato do pai, fazendeiro "Batistão do Pajeú".
Adota o nome de guerra de Antônio Silvino, em homenagem ao tio, Silvino Aires Cavalcanti de Albuquerque, cangaceiro que acolheu o sobrinho após o assassinato do pai por brigas de terras. Por outros, é apelidado de "Rifle de Ouro".
Conforme a pesquisadora da Fundaj, Semira Adler Vainsencher, ele representou, um muito antes de Lampião, o mais famoso chefe de cangaço, substituindo cangaceiros célebres tais como Jesuíno Brilhante, Adolfo Meia-Noite, Preto, Moita Brava, o tio Silvino Aires.
Entre seus atos, arrancou trilhos, prendeu funcionários, e sequestrou engenheiros da Great Western, que implantava o sistema ferroviário na Paraíba e Pernambuco, e desapropriou parte das terras da sua família sem indenização.
Nesse estado, um dos seus maiores perseguidores, nos primeiros anos do Séc. XX, foi o alferes Joaquim Henriques de Araújo, que mais tarde viria a ser Comandante da Polícia Militar paraibana. Em Pernambuco, uma década depois, foi perseguido pelo alferes Teófanes Ferraz Torres, delegado do município de Taquaritinga, que finalmente o prendeu em fins de novembro de 1914, no governo do general Dantas Barreto.[1][2]
Prisão[editar | editar código-fonte]
Tornando-se o prisioneiro número 1122, da cela 35, do Raio Leste da antiga Casa de Detenção do Recife, teve comportamento exemplar. Em 1937, é libertado através de um indulto do presidente Getúlio Vargas.
Morte[editar | editar código-fonte]
Faleceu em Campina Grande, em casa de uma prima, em 30 de julho de 1944.[3]
Representações na cultura popular[editar | editar código-fonte]
- Literatura
No que diz respeito à obra de José Lins do Rego, Antônio Silvino aparece como figura marcante nos romances Pedra Bonita (1938) e Cangaceiros (1953), bem como em Menino de Engenho (1932), Fogo Morto (1943) e no relato biográfico Meus Verdes Anos (1956)[4].
Graciliano Ramos, que visitou o bandoleiro na cadeia, pondera sobre a visão estereotipada que se tem dos bandidos, sobre a altivez daquele antigo comandante de sertanejos anônimos, e sobre a experiência do cárcere, pela qual também passou. Esse encontro foi relatado no periódico O Jornal, do Rio de Janeiro, em 11 de setembro de 1938, e postumamente no livro Viventes das Alagoas (1962)[4].
- Literatura de cordel
Antônio Silvino foi tema de poesias de cordel, como "Antonio Silvino, o Rei dos Cangaceiros" de Leandro Gomes de Barros.[5][6]
- Música
É um dos cangaceiros mais próximos do que seria o "bandido social" e por isso foi citado por Ariano Suassuna na canção composta por ele, Capiba e Ascenso Ferreira, "São os do Norte que vem".
Referências
- ↑ «Está engaiolado o terror do norte». A Noite (RJ), ano IV, edição 1053, página 3/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. 28 de novembro de 1914. Consultado em 20 de novembro de 2021
- ↑ «Foi preso». Careta (RJ), ano VII, edição 336, página 28/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. 5 de dezembro de 1914. Consultado em 20 de novembro de 2021
- ↑ «Faleceu Antonio Silvino». Diário de Pernambuco, ano 119, edição 180, página 4/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. 1 de agosto de 1944. Consultado em 20 de novembro de 2021
- ↑ a b RAMOS, Graciliano (2014). Cangaços. Rio de Janeiro: Record. p. 71
- ↑ Antonio Silvino o rei dos cangaceiros Fundação Casa de Rui Barbosa
- ↑ «Cangaceiros e valentões». Diário de Pernambuco, ano 119, edição 13, página 7/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. 16 de janeiro de 1944. Consultado em 20 de novembro de 2021