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Existem poucas e confusas informações sobre a vida de Bento Teixeira.
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Sabe-se que estudou no [[Colégio da Bahia]] e que frequentou um [[seminário]] no mesmo [[Bahia|estado]], após ter vindo, com sua família, de [[Portugal]] ([[1567]] (?)). Ao revelar que era [[judeu]], teve que fugir para o estado do [[Pernambuco]] Minas Gerais.
Sabe-se que estudou no [[Colégio da Bahia]] e que frequentou um [[seminário]] no mesmo [[Bahia|estado]], após ter vindo, com sua família, de [[Portugal]] ([[1567]] (?)). Ao revelar que era [[judeu]], teve que fugir para o estado do [[Pernambuco]] Minas Gerais do estado do amazonas.


Na região pernambucana, começou a trabalhar como [[professor]] de [[aritmética]], [[gramática]] e [[língua latina]]. Casou-se com Filipa Raposa, em [[1584]] (?), na cidade baiana de [[Ilhéus]].
Na região pernambucana, começou a trabalhar como [[professor]] de [[aritmética]], [[gramática]] e [[língua latina]]. Casou-se com Filipa Raposa, em [[1584]] (?), na cidade baiana de [[Ilhéus]].

Revisão das 14h38min de 11 de março de 2014

Bento Teixeira (Porto, 1561 (?)[carece de fontes?] - Pernambuco ou Lisboa, 1618 (?)[carece de fontes?]) foi um poeta luso-brasileiro.

De biografia nebulosa, alguns o consideram brasileiro, natural de Olinda. No entanto, outra corrente o considera português. Há controvérsia também sobre o local de sua morte: alguns afirmam ser em Pernambuco; outros afirmam ser em Lisboa.

É considerado o primeiro poeta do Brasil. Tal afirmação é citada na obra "Biblioteca Lusitana" de Abade Machado e em livros de Artur Mota. No entanto, essa afirmação vem sendo questionada por vários historiadores.

Segundo as fontes que o consideram português, ele teria vivido grande parte de sua vida no Brasil. Nasceu na cidade do Porto. Era filho de Manuel Alvares de Barros e Lianor Rodrigues, ambos cristãos. Essa informação está presente no segundo volume do livro "Primeira Visitação do Santo Ofício às partes do Brasil" em 1929. Rodolfo Garcia, ao examinar os documentos chamados Denunciações de Pernambuco, encontrou sobre essa menção num depoimento ao Tribunal de um poeta cristão novo com o nome de Bento Teixeira, concluindo que seria o mesmo tido até então como nascido no Brasil [1].

Vida

Existem poucas e confusas informações sobre a vida de Bento Teixeira.

Sabe-se que estudou no Colégio da Bahia e que frequentou um seminário no mesmo estado, após ter vindo, com sua família, de Portugal (1567 (?)). Ao revelar que era judeu, teve que fugir para o estado do Pernambuco Minas Gerais do estado do amazonas.

Na região pernambucana, começou a trabalhar como professor de aritmética, gramática e língua latina. Casou-se com Filipa Raposa, em 1584 (?), na cidade baiana de Ilhéus.

Alegando adultério, Bento Teixeiro assassinou sua própria esposa. Tal fato, o obrigou a fugir novamente, refugiando-se no Mosteiro de São Bento, em Olinda. Isso foi possível devido ao seu direito de asilo, que vigorava até então. Lá, escreveu sua obra-prima: Prosopopéia.

Outra versão diz que Bento Teixeira foi acusado pela esposa de ser judeu. O poeta teria sido julgado e absolvido pelo ouvidor da Vara Eclesiástica da Inquisição, em 1589. Intimado posteriormente pelo visitador do Santo Ofício, acabou confessando ser seguidor da religião judia. Irritado com a denúncia da esposa, a assassinou, se refugiando no mosteiro já citado. Localizado, foi preso e enviado para Lisboa, em 1595 (?), onde permaneceu até que a morte chegou.

Obra

Wikisource
Wikisource
O Wikisource possui obras de
Bento Teixeira

Assim como sua biografia, são confusas as informações relativas as obras escritas por Bento Teixeira. Muitas foram lhe atribuídas. As principais são:

  • Relações do naufrágio: De acordo com os estudos de Varnhagen, a obra é de autoria de Afonso Luís, piloto de uma nau chamada "Santo Antônio", citado em Prosopopéia.

Portanto, ao que tudo indica, Prosopopéia foi sua única obra.

Prosopopéia

Publicada em 1601, de grande valor histórico, a obra mais famosa do escritor é o poema épico, já citado, Prosopopéia. Nele, o escritor fala sobre a vida e o trabalho de Jorge de Albuquerque Coelho, terceiro donatário da Capitania de Pernambuco, e seu irmão, Duarte. É a única obra reconhecida e aceita como de sua autoria.

Embora tenha sido originalmente publicada em Lisboa, na ocasião em que Bento Teixeira ali encontrava-se encarcerado, e a despeito do autor ter nascido em Portugal, atribui-se à Prosopopeia o mérito de ser uma das primeiras obras da literatura brasileira, uma vez que Bento Teixeira estudou e fez carreira no Brasil.

Escrito em oitava rima, com noventa e quatro estrofes, o poema marcou o início do movimento barroco ou Classicista no Brasil. Ao que parece, a obra foi influenciada pelo poema Os Lusíadas, de Camões. Tal influência é percebida quando analisada a sintaxe, e a estrutura. A sintaxe é extremamente clássica, cheia de inversões, o que dificulta o entendimento por um leitor do século XXI. A estrutura segue de perto a da obra de Camões, como se percebe já de inicio pela existência de proposição (Onde apresenta o assunto da epopéia: cantar os feitos de Jorge d'Albuquerque), invocação (quando pede ajuda do Deus cristão para compor seu texto) e dedicação (o texto é dedicado a Jorge d'Albuquerque, visando ajuda financeira).

De caráter heróico, a suposta coragem e valentia dos irmãos é narrada em decassílabos. Os acontecimentos abordados dizem respeito as terras brasileiras e a região de Alcácer-Quibir, na África, onde os irmãos teriam se destacado em uma importante batalha. Ambos, teriam também sofrido com um naufrágio, quando viajavam na nau Santo Antônio.

Trecho de Prosopopéia:

Ver também

Referências

  1. MONTEIRO, Clóvis - Esboços de história literária - Livraria Acadêmica - 1961 - Rio de Janeiro - pgs. 55-56
Outras

Ligações externas