Bernhard Kellermann

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Bernhard Kellermann
Bernhard Kellermann
Kellermann em 1914, foto de Marta Wolff
Nascimento 4 de março de 1879
Fürth, Reino da Baviera
Morte 17 de outubro de 1951 (72 anos)
Potsdam, Alemanha Oriental
Nacionalidade alemão
Cônjuge Lene Schneider-Kainer (divórcio em 1926)
Alma mater Universidade Técnica de Munique
Ocupação pintor, escritor e poeta
Gênero literário ficção e ficção científica
Magnum opus Der Tunnel (1913)
Assinatura

Bernhard Kellermann (Fürth, 4 de março de 1879Potsdam, 17 de outubro de 1951) foi um escritor e poeta alemão.

Considerado um dos mais populares autores alemães do começo do século XX e um dos mais vendidos, seu nome caiu no esquecimento na década de 1950.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Kellermann nasceu na cidade de Fürth, no Reino da Baviera, em 1879. Aos 20 anos, ingressou na Universidade Técnica de Munique, focando em literatura alemã e pintura. Em 1904, começou a se firmar como escritor em trabalhos como Yester and Li, bastante popular na época, com 180 reimpressões. Seu livro Ingeborg (1906) ganhou 131 reimpressões antes de 1939.[1]

Nos anos anteriores à Primeira Guerra Mundial, seus trabalhos começaram a ser publicados nos Estados Unidos e no Japão. O livro Das Meer (O Mar) foi adaptado para o cinema por Peter Paul Felner com grandes estrelas da época. Seu livro mais famoso Der Tunnel (O Túnel), de 1913, teve amplo sucesso comercial. As vendas passaram de 1 milhão de exemplares e ele foi traduzido para 25 idiomas.[1]

Seus primeiros textos eram marcados pelo impressionismo e pela prosa. Seus trabalhos eram carregados de crítica social e diretamente relacionados a eventos da realidade. Durante a Primeira Guerra, Kellermann foi correspondente para o jornal Berliner Tageblatt, onde publicou vários relatos dos conflitos.[1]

Bernhard Kellermann (1949)

Em 1920, seu livro Der 9. November (Nove de Novembro) foi lançado, que duramente criticava o comportamento de soldados e oficiais contra a população civil. O livro acabaria selando sua carreira de escritor durante a era nazista, sendo banido e queimado em praça pública. No começo de 1922, escreveu várias novelas e contos depois agrupados em coletâneas.[1]

Em 1926, Kellermann tornou-se membro da Academia de Poetas da Prússia, da qual foi expulso em 1933. Em 1926, divorciou-se de sua esposa, a pintora Lene Schneider-Kainer enquanto viajava pelo mundo, passando pela Índia, Tailândia, Vietnã, China, entre outros países da Ásia.[1]

Quando os nazistas assumiram o poder na Alemanha, seu livro Der 9. November foi banido das livrarias e bibliotecas e queimado em praça pública. A hostilidade contra o autor cresceu, mas Kellermann não fugiu do país, relegando-se a escrever histórias que não tivessem críticas sociais e políticas.[1]

Após a queda do regime nazista, Kellermann trabalhou com Johannes R. Becher na Associação Cultural da Alemanha Oriental. Foi membro do Volkskammer, bem como chanceler da Sociedade Amiga Germano-Soviética. Seu comprometimento com a causa da Alemanha Oriental fez como que seu trabalho sofresse um novo boicote, dessa vez pelas nações ocidentais, inclusive a própria Alemanha Ocidental.[1]

Morte[editar | editar código-fonte]

Kellermann morreu em 17 de outubro de 1951, em Potsdam, aos 72 anos. Ele foi sepultado no Novo Cemitério de Potsdam.[1][2]

Publicações[editar | editar código-fonte]

Romance mais popular de Bernhard Kellermann, com mais de 25 traduções, mais de 1 milhão de exemplares vendidos e quatro adaptações para o cinema
  • Yester und Li, (1904)
  • Ingeborg, (1906)
  • Der Tor, (1909)
  • Das Meer [O Mar], (1910)
  • Ein Spaziergang in Japan, Reisebericht [Um Passeio no Japão], diário de viagem (1910)
  • Sassa yo Yassa. Japanische Tänze [Dança Japonesas] (1911)
  • Der Tunnel [O Túnel], (1913)
  • Der Krieg im Westen, Kriegsbericht [A Guerra no Ocidente, relatório de guerra] (1915)
  • Krieg im Argonnerwald, Kriegsbericht [Guerra na Floresta de Argonner, relatório de guerra] (1916)
  • Der 9. November [Nove de Novembro], (1920)
  • Die Heiligen [Os Santos], (1922)
  • Schwedenklees Erlebnis [Swedish Clover Experience] (1923)
  • Die Brüder Schellenberg [Os Irmãos Schellenberg], (1925)
  • Die Wiedertäufer von Münster [Os Anabatistas de Munster], peça de teatro(1925)
  • Auf Persiens Karawanenstraßen [Caravanas Persas], diário de viagem (1928)
  • Der Weg der Götter. Indien, Klein-Tibet, Siam [O Caminho dos Deuses. Índia, Tibete, Sião], diário de viagem (1929)
  • Die Stadt Anatol (Cidade da Anatólia), (1932)
  • Jang-tse-kiang (1934)
  • Lied der Freundschaft [Canções de Amizade] (1935)
  • Das blaue Band [A Banda Azul] (1938)
  • Meine Reisen in Asien [Minhas Viagens pela [Ásia] (1940)
  • Georg Wendlandts Umkehr [George Wendlandt's Reversal] (1941)
  • Was sollen wir tun? [O que vamos fazer?], ensaio (1945)
  • Totentanz (1948)
  • "Wir kommen aus Sowjetrußland" [Viemos da União Soviética], relatório (1948)

Póstumo[editar | editar código-fonte]

  • Bernhard Kellermann zum Gedenken. Aufsätze, Briefe, Reden 1945-1951 [Bernhard Kellermann em memória: Ensaios, cartas e discursos] (1952)

Referências

  1. a b c d e f g h «Bernhard Kellermann». Yiddishkayt. Consultado em 31 de maio de 2022 
  2. «Bernhard Kellermann». Britannica. Consultado em 31 de maio de 2022 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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