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Bia actorion

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 Nota: Se procura pela outra espécie do gênero Bia, veja Bia peruana.
Como ler uma infocaixa de taxonomiaBia actorion
B. actorion (subespécie decaerulea), vista de cima
B. actorion (subespécie decaerulea), vista de cima
B. actorion (subespécie decaerulea), vista de baixo
B. actorion (subespécie decaerulea), vista de baixo
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Arthropoda
Classe: Insecta
Ordem: Lepidoptera
Subordem: Papilionoidea
Família: Nymphalidae
Subfamília: Satyrinae[1][2]
Tribo: Brassolini[1]
Género: Bia
Hübner, [1819][3]
Espécie: B. actorion
Nome binomial
Bia actorion
(Linnaeus, 1763)[3]
B. actorion, mostrando a marca em azul das asas anteriores (a asa esquerda é o inseto visto por cima e a asa direita é visto por baixo)
Sinónimos
Papilio actorion Linnaeus, 1763
Bia actoriaena Hübner, [1819][3]
Wikispecies
Wikispecies
O Wikispecies tem informações sobre: Bia actorion

Bia actorion é uma borboleta neotropical da família Nymphalidae, subfamília Satyrinae[2] e tribo Brassolini (único gênero da subtribo Biina),[1] encontrada na floresta amazônica[4] do Brasil, Equador, Peru e Bolívia, em altitudes de zero a 800 metros. Esta espécie fora classificada como da subfamília Satyrinae, mas estudos posteriores determinaram que ela realmente pertencia aos Morphinae.[5] Porém novos estudos, utilizando características de genes mitocondrial e nucleares, determinaram que todos os Morphinae (tribos Morphini, Brassolini e Amathusiini) fossem colocados em Satyrinae, tornando Morphinae uma subfamília inexistente.[2] Em vista superior, esta borboleta apresenta um padrão de coloração amarronzada, mais escurecida nas asas posteriores; denotando-se a presença de uma mancha em forma de meia-lua, alaranjada, no ápice das asas dianteiras e uma mancha azulada, metálica, em sua base; não presente em todos os exemplares da espécie. Fêmeas possuem o padrão em azul das asas anteriores mais disperso que o dos machos. Em vista inferior, apresenta padrão de coloração terrosa, com delineações amarronzadas; se destacando um pequeno ocelo com o núcleo azulado no ápice das asas anteriores e três pontuações mais claras na metade superior das asas posteriores, que terminam em prolongamentos (caudas) curtos e enegrecidos.[6][7][8]

Hábitos[editar | editar código-fonte]

As borboletas B. actorion são restritas às planícies e florestas mais baixas das encostas da América do Sul, ocorrendo em densa vegetação rasteira onde a copa não esteja totalmente fechada. Indivíduos voam ao longo das trilhas e em clareiras, em áreas úmidas e pantanosas, e são ativos do amanhecer ao anoitecer. Elas muitas vezes se contentam com frutos em fermentação, de que se alimentam. Pousam sobre a vegetação a cerca de um metro acima do solo, quando podem revelar o seu padrão superior amarelado e azul; onde as manchas azuis iridescentes, ostentadas pela maioria dos indivíduos, piscam visivelmente. Se ameaçadas, fogem para a base de um arbusto, onde são muito difíceis de alcançar; como geralmente se estabelecem após um voo de fuga.[6]

Ciclo de vida[editar | editar código-fonte]

A fêmea de B. actorion deposita seus ovos individualmente, em cada folha, em palmeiras (Arecaceae) de Astrocaryum murumuru e espécies de Geonoma. A lagarta possui cabeça marrom escura com uma pálida listra marrom delineando a fronte e outra pálida faixa lateral marrom; com espinhos (escolos) da base da cabeça fundidos na base, com cerdas ramificadas e muitas cerdas apicais e subapicais inseridas em tubérculos alongados. Corpo esbelto, verde, com uma listra branca dorsal brilhante. Apresenta longa cauda bífida no último segmento abdominal. Crisálida fortemente encurvada e totalmente verde, com quilhas laterais escuras e um ponto brilhante perto da asa.[4]

Androconia[editar | editar código-fonte]

Machos apresentam cerdas androconiais (Androcônia) na base das asas posteriores.[6][7]

Subespécies[editar | editar código-fonte]

Bia actorion possui três subespécies:[3]

  • Bia actorion actorion - Descrita por Linnaeus em 1763, de exemplar Sul-Americano (descrito como "Indiis").
  • Bia actorion decaerulea - Descrita por Weymer em 1911, de exemplar proveniente do Brasil (Amazonas).[1]
  • Bia actorion rebeli - Descrita por Bryk em 1953, de exemplar proveniente Peru.

Referências

  1. a b c «Morphinae» (em inglês). Lepidoptera and some other life forms. 1 páginas. Consultado em 24 de fevereiro de 2015 
  2. a b c M. A. Marín; C. Peña; A. V. L. Freitas; N. Wahlberg; S. I. Uribe (2011). «From the phylogeny of the Satyrinae butterflies to the systematics of Euptychiina (Lepidoptera: Nymphalidae): history, progress and prospects» (em inglês). Neotropical Entomology (Scielo.br). 1 páginas. Consultado em 24 de fevereiro de 2015 
  3. a b c d «Bia» (em inglês). Lepidoptera and some other life forms. 1 páginas. Consultado em 24 de fevereiro de 2015 
  4. a b André. V. L. Freitas; Debra Murray; K. S. Brown Jr (2002). «Immatures natural history and the systematic position of Bia actorion (Nymphalidae (PDF) (em inglês). Journal of the lepidopterists' society, Volume 56. Number 3. 1 páginas. Consultado em 27 de fevereiro de 2015 
  5. Adrian Hoskins. «Uncertain Owlet - Bia actorion» (em inglês). Learn about butterflies. 1 páginas. Consultado em 24 de fevereiro de 2015 
  6. a b c Richard I. Vane-Wright; Michael Boppré (2005). «Adult morphology and the higher classification of Bia Hübner (Lepidoptera: Nymphalidae (PDF) (em inglês). Forstzoologisches Institut. 1 páginas. Consultado em 24 de fevereiro de 2015 
  7. a b Kristof & Yulia (2015). «Bia actorion rebeli (male)» (em inglês). Flickr. 1 páginas. Consultado em 24 de fevereiro de 2015 
  8. alapi973 (2009). «Bia actorion» (em inglês). Flickr. 1 páginas. Consultado em 24 de fevereiro de 2015 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Bia actorion
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