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Qanat

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Canate 

Esquema do canate

Tipo Cultural
Critérios iii, iv
Referência 1506
Região Ásia e Oceania
País Irã Irão
Coordenadas 34° 17′ 24″ N, 58° 39′ 16″ L
Histórico de inscrição
Inscrição 2016

Nome usado na lista do Património Mundial

  Região segundo a classificação pela UNESCO

Qanat [1][2][3][4][5][6] (em persa: قنات, eventualmente aportuguesado como canate [7]) ou kariz (em persa: کَارِیز) é um sistema de gestão de água utilizado para garantir um fornecimento estável de água em centros populacionais humanos e prover irrigação em regiões situadas em climas áridos, semiáridos ou quentes. Os qanats também são conhecidos como ''kārīz ou kārēz (do persa كاريز) no Irã, Afeganistão, Paquistão e Ásia Central, kahan (do persa کهن), khettara, no Marrocos, galería, na Espanha, falaj, nos Emirados Árabes e Omã, kahn, em balúchi e foggara ou fughara no Norte da África.[8] Na Ásia e no Norte da África ainda podem ser conhecidos como kakuriz, chin-avulz, e mayun. O termo qanat também pode ser transliterado como kanat, khanat, kunut, kona, konait, ghanat e ghundat.

A tecnologia dos qanats teria sido desenvolvida pelos persas em algum ponto do primeiro milênio a.C., depois difundindo-se lentamente pelo Oriente e Ocidente.[9]

O valor de um qanat está diretamente associado à qualidade, volume e regularidade de seu fluxo de água. Historicamente, boa parte da população do Irã e de outros países áridos da Ásia e do Norte da África dependeram da água dos qanats; os centros populacionais correspondiam às áreas onde a construção de qanatsera possível. Embora seu custo fosse elevado, o ganho a longo prazo que ele trazia à comunidade e, consequentemente, ao indivíduo ou grupo de indivíduos que investia em sua construção e manutenção, era de grande valor.[10]

Foi inscrito como Patrimônio Mundial da UNESCO em 2016 por "prover um testemunho excepcional das tradições culturais e civilizações em áreas de deserto com clima árido."[11]


Referências

  1. Silva, Maria Bernadete Frota Amora. Índice de Remoção de Barragens Cearenses (IREB) Sob um enfoque multicritério. Fortaleza: Universidade Federal do Ceará, 2012
  2. Heller, Léo; Pádua, Valter Lúcio de (orgs.). Abastecimento de Água para Consumo Humano. Belo Horizonte, Universidade Federal de Minas Gerais, 2010, p. 273.
  3. Jorge, Virgolino Ferreira. Abastecimento de água ao Mosteiro de Refojos de Basto, p. 31, nota 23. Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto, 2020
  4. Tordin, Cristina Técnica dos ”qanats” não é apropriada para a região Nordeste do Brasil. Embrapa, 11 de janeiro de 2021
  5. Costa, Letícia. Origem da Irrigação. Revista AuE Irrigação Digital. Ano 3, nº 30, agosto de 2022.
  6. Martins, Caio. Conheça os qanats persas, a tecnologia milenar que transforma o deserto em terra fértil. Paraty VIP, 30 de setembro de 2024.
  7. Villar, Pilar Carolina (2012). A Busca Pela Governança dos Aquíferos Transfronteiriços e o Caso do Aquífero Guarani (PDF). São Paulo: Universidade de São Paulo. p. 37, nota 8 
  8. Nair, V. Sankaran. Article titled Etymological Conduit to the Land of Qanat, 2004 Arquivado em 16 de junho de 2006, no Wayback Machine.
  9. Wilson, Andrew: "Hydraulic Engineering and Water Supply", in: John Peter Oleson: Handbook of Engineering and Technology in the Classical World, Nova York: Oxford University Press, 2008 (editor), ISBN 978-0-19-973485-6, p.291f.
  10. Kheirabadi, Masoud (1991). Iranian Cities: Formation and Development. [S.l.]: University of Texas Press. ISBN 0-292-78517-8 
  11. Qanat. UNESCO World Heritage Centre - World Heritage List (whc.unesco.org). Em inglês ; em francês ; em espanhol. Páginas visitadas em 27/12/2016.

Ligações externas

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