Delta do Jacuí

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Delta do Jacuí

Delta do Rio Jacuí

—  Delta  —
Delta do Jacuí
Ilhas do delta ao lado do centro de Porto Alegre
Localização
Mapa
Localização em mapa dinâmico
Coordenadas 29° 58' 16" S 51° 14' 55" O
País  Brasil
Estado Rio Grande do Sul
Região Região Metropolitana de Porto Alegre

Vista de Porto Alegre a partir da Ilha do Pavão
Ilha da Pintada

O Delta do Jacuí é um conjunto hidrográfico de dezesseis ilhas (arquipélago), canais, pântanos e charcos na Região Metropolitana de Porto Alegre, estado do Rio Grande do Sul, Brasil. O delta se forma principalmente a partir do rio Jacuí e secundariamente pelos rios Caí, Sinos e Gravataí, cujas águas deságuam no Lago Guaíba.

Politicamente, parte do delta é uma área de proteção ambiental da esfera estadual que se sobrepõe a uma unidade de conservação estadual, o Parque Estadual do Delta do Jacuí (PEDJ),[1] o qual conta com um plano de manejo.[2] Já a Área de Proteção Ambiental do Delta do Jacuí (APAEDJ) se localiza nos municípios de Porto Alegre, Canoas, Nova Santa Rita, Triunfo, Charqueadas e Eldorado do Sul e totaliza extensão de 22.826,39 ha, enquanto o parque soma 14.242 ha.

O delta apresenta áreas dos biomas Pampa e Mata Atlântica e tem importante papel de regulação do regime hídrico do Rio Jacuí e Guaíba. Segundo o Plano de Manejo do PEDJ: "As áreas úmidas do interior do Parque fazem parte de um cojunto maior de áreas úmidas que, especialmente na região central do Rio Grande do Sul, formam uma faixa de banhados e várzeas em sentido oeste, chegando até o rio Ibicuí, junto ao rio Uruguai, e nos sentidos leste, nordeste e sudeste formam o sistema de banhados e lagoas da planície costeira".[1]

As áreas a leste do delta encontram-se urbanizadas. As sedes urbanas dos municípios de Triufo, Eldorado do Sul e Charqueadas localizam-se às margens do delta. Áreas urbanas densas são encontradas ainda na região Ilhas do município de Porto Alegre, com áreas urbanas proeminentes nas ilhas das Flores, Grande dos Marinheiros e Pintada. Os bairros Humaitá e Navegantes do município de Porto Alegre faziam parte do sistema deltaico, mas a implantação do sistema de proteção contra cheias (do qual faz parte o Muro da Mauá) nos anos 1970 eliminou a exposição ao regime das águas do delta.

Ilhas[editar | editar código-fonte]

As ilhas que o delta compreende são:

  1. Ilha das Balseiras
  2. Ilha Cabeçuda
  3. Ilha do Chico Inglês
  4. Ilha do Corumbé
  5. Ilha da Figueira
  6. Ilha das Flores
  7. Ilha da Formiga
  8. Ilha do Furado
  9. Ilha das Garças
  10. Ilha Grande do Domingos José Lopes
  11. Ilha Grande dos Marinheiros
  12. Ilhas do Humaitá
  13. Ilha do Lage
  14. Ilha Leopoldina
  15. Ilha do Lírio do Cravo
  16. Ilha Mauá
  17. Ilha Nova
  18. Ilha do Oliveira
  19. Ilha do Pavão
  20. Ilha da Pintada
  21. Ilha Pinto Flores
  22. Ilha da Pólvora
  23. Ilha das Pombas
  24. Ilha Ponta Rasa
  25. Ilha do Serafim
  26. Ilha dos Siqueiras
  27. Ilha da Virgínia.

Canais[editar | editar código-fonte]

Entre as ilhas há também uma série de canais, muitos navegáveis. No Canal dos Navegantes está o Cais Mauá e o Porto de Porto Alegre. As águas do Delta do Jacuí também servem como manancial de abastecimento hídrico para Estações de Tratamento de Água de Porto Alegre.[3]

Área de proteção[editar | editar código-fonte]

O delta foi protegido através da criação de duas unidades de conservação ambiental: o Parque Estadual Delta do Jacuí (PEDJ) e a Área de Proteção Ambiental Delta do Jacuí (APAEDJ).[4]

O Parque Estadual Delta do Jacuí foi criado através do decreto n.º 24.385, de 14 de janeiro de 1976. Como o parque não foi enquadrado nas categorias de unidade de conservação previstas no Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), instituído em 2000, houve a necessidade de criar legislação que o regulamentasse. Assim, o decreto estadual n.° 43.367, de 28 de setembro de 2004, veio corrigir a situação.

Qualidade do ambiente[editar | editar código-fonte]

Em função do encontro das águas poluídas dos rios dos Sinos, Caí e Gravataí, o Delta do Jacuí apresenta poluição derivada de esgotos sanitários (principalmente vindas do Rio Gravataí) e por efluentes industriais (do Caí e dos Sinos) — provenientes da histórica região coureiro-calçadista próxima de Novo Hamburgo e São Leopoldo.[5]

Cerca de 85% da área da região hidrográfica e das águas que chegam no Delta do Jacuí são do Rio Jacuí. Apesar disso, a maior parte dos sedimentos que adentram no Lago Guaíba são provenientes dos rios dos Sinos e Caí: o Rio Jacuí apresenta a menor produção anual de sedimentos por área, 20 Mg km-2 ano-1 — ou seja, 54 a 70% do sedimento que chega ao lago [6].

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b «Parque Estadual Delta do Jacuí». Sema - Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura. 1 de setembro de 2017. Consultado em 23 de maio de 2020 
  2. Plano de Manejo do Parque Estadual do Delta do Jacuí (PEDJ), publicado em 2014 e homologado pela Portaria SEMA N° 20, de 22 de fevereiro de 2017. Portaria SEMA/RS 20 de 22 de fevereiro de 2017. Disponível em https://www.sema.rs.gov.br/upload/arquivos/201703/02142742-portaria-homologacao-apadj-20-2017.pdf. Acesso em 23 de maio de 2020.
  3. «DMAE». www2.portoalegre.rs.gov.br. Consultado em 5 de maio de 2019 
  4. «Parque Estadual Delta do Jacuí». Sema - Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura. 1 de setembro de 2017. Consultado em 5 de maio de 2019 
  5. Andrade, Leonardo Capeleto de; Andrade, Rodrigo Da Rocha; Camargo, Flávio Anastácio de Oliveira (20 de março de 2018). «The historical influence of tributaries on the water and sediment of Jacuí's Delta, Southern Brazil». Ambiente e Agua - An Interdisciplinary Journal of Applied Science. 13 (2). 1 páginas. ISSN 1980-993X. doi:10.4136/ambi-agua.2150 
  6. Tiecher, Tales; Ramon, Rafael; de Andrade, Leonardo C.; Camargo, Flávio A.O.; Evrard, Olivier; Minella, Jean P.G.; Laceby, J. Patrick; Bortoluzzi, Edson C.; Merten, Gustavo H. (fevereiro de 2022). «Tributary contributions to sediment deposited in the Jacuí Delta, Southern Brazil». Journal of Great Lakes Research (em inglês): S0380133022000454. doi:10.1016/j.jglr.2022.02.006. Consultado em 1 de abril de 2022 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]


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