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Direção Executiva Nacional dos Estudantes de Medicina

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Direção Executiva Nacional dos Estudantes de Medicina
(DENEM)
Tipo Movimento estudantil
Fundação 02 de agosto de 1986

(38 anos)

Estado legal Ativo
Sede Universidade Federal de Viçosa
Línguas oficiais Português
Sítio oficial www.denem.org.br

A Direção Executiva Nacional dos Estudantes de Medicina (DENEM) é a entidade representativa dos estudantes de Medicina do Brasil.[1] Foi fundada em 2 de agosto de 1986 na cidade de Fortaleza durante o XVII Encontro Científico dos Estudantes de Medicina (ECEM)[2] e desde então atua em diversas mobilizações populares relacionadas à área, como a defesa do Sistema Único de Saúde público, equânime e de qualidade.[3] A DENEM também é membro pleno da Federação Internacional de Associações de Estudantes de Medicina (em inglês, International Federation of Medical Students' Associations — IFMSA) desde 1995, representando os estudantes brasileiros em plenárias internacionais.[4]

As primeiras escolas médicas do Brasil foram criadas com a chegada da família imperial em 1808. Ainda no período imperial (1822-1889), os estudantes desenvolviam diversas atividades políticas e culturais, organizando-se em modalidades variadas. Essa forma de organização estudantil universitária mudou a partir da década de 1930, onde os estudantes foram forçados a modificar o caráter de suas atividades coletivas para ingressarem em entidades institucionais hierarquicamente dispostas, de cunho representativo e espírito corporativo, inseridas no âmbito da universidade e chanceladas pelo próprio Estado, dispensando assim a presença de outros tipos de federações, ligas, agremiações, clubes e grupos diversos.[5][6] É nesse contexto que surge a estrutura hierárquica e representativa dos centros acadêmicos, DCEs, UEEs e a própria União Nacional dos Estudantes (UNE), fundada em 1 de agosto de 1937 por iniciativa de militantes da União da Juventude Comunista.[7] Com a repressão intensificada ao movimento estudantil promovida pela ditadura empresarial-militar após o golpe de Estado no Brasil em 1964, os estudantes passaram a se organizar mais por suas áreas de estudo e as Executivas de curso se consolidaram como espaços de organização dos estudantes em torno de suas especificidades para enfrentar as consequências da reforma universitária de 68.[8]

O primeiro Encontro Científico dos Estudantes de Medicina ocorreu em 1969 na cidade de Salvador, Bahia, com a proposta de "aumentar o congraçamento entre estudantes de outras escolas, assim como discutir os problemas comuns à classe estudantil e promover o aperfeiçoamento dos órgãos e entidades de representação".[8] O caráter político desse evento, no entanto, se evidenciou a partir de 1976. Foi durante o 17º ECEM, ocorrido em 1986 na cidade de Fortaleza (CE), que os estudantes de medicina analisaram a necessidade de organizarem suas pautas e demandas em torno de uma entidade representativa, fundando então a DENEM.[5][9]

Referências

  1. «DENEM – Direção Executiva Nacional dos Estudantes de Medicina». UNE - União Nacional dos Estudantes. Consultado em 21 de dezembro de 2022 
  2. «Linha do Tempo DAAB». 10 de julho de 2020. Consultado em 21 de dezembro de 2022 
  3. «DENEM». Centro Acadêmico XXI de Abril. Consultado em 21 de dezembro de 2022 
  4. «National Member Organizations». IFMSA (em inglês). Consultado em 21 de dezembro de 2022 
  5. a b Uback, Lucas; Valsechi, Daniel Felix (21 de outubro de 2020). «Movimento estudantil de medicina e luta pela transformação da educação médica no Brasil – União da Juventude Comunista». ujc.org.br. União da Juventude Comunista. Consultado em 21 de dezembro de 2022 
  6. Pellicciotta, Mirza Maria Baffi; Silva, Eliane Moura (1997). «Uma aventura a politica : as movimentações estudantis dos anos 1970». acervus.unicamp.br. doi:10.47749/t/unicamp.1997.129150. Consultado em 21 de dezembro de 2022 
  7. Mota, Danilo (27 de fevereiro de 2018). «O Nacional-Popular e a Dramaturgia de Vianinha no Centro Popular de Cultura (CPC) da União Nacional dos Estudantes (UNE)». doi:10.14393/ufu.di.2018.1301. Consultado em 21 de dezembro de 2022 
  8. a b Ballarotti, Bruna (2010). O movimento estudantil de medicina e a criação do SUS. Uma história na luta pela saúde (Monografia). Universidade Federal de Santa Catarina. p. 38 
  9. Pinto, Hêider A. (agosto de 2000). «O Movimento Estudantil de Medicina e a transformação da Escola Médica». Interface - Comunicação, Saúde, Educação. pp. 159–160. doi:10.1590/S1414-32832000000200023. Consultado em 21 de dezembro de 2022