Edward Thomas
Edward Thomas | |
---|---|
Edward Thomas em 1905 | |
Nascimento | Philip Edward Thomas 3 de março de 1878 Londres, Reino Unido |
Morte | 9 de abril de 1917 (39 anos) Pas-de-Calais, França |
Nacionalidade | britânico |
Cônjuge | Helen Noble Thomas[1][2] |
Filho(a)(s) | um filho, Merfyn; duas filhas, Bronwen e Myfanwy[1] |
Ocupação | Jornalista, ensaísta, poeta |
Philip Edward Thomas, mais conhecido como Edward Thomas (Londres, Reino Unido, 3 de março de 1878 — Pas-de-Calais, França, 9 de abril de 1917), foi um poeta e ensaísta anglo-galês. Ele é comummente considerado um poeta de guerra, apesar de poucos dos seus poemas lidarem diretamente com as suas experiências de guerra. Thomas era já um escritor experiente quando se dedicou à poesia em 1914. Thomas alistou-se no Exército Britânico em 1915 para combater na Primeira Guerra Mundial, e foi morto em combate durante a Batalha de Arras pouco depois de chegar à França.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Thomas nasceu em Lambeth, Londres, de uma família predominantemente galesa. Estudou na Battersea Grammar School, na St Paul's School em Londres e no Lincoln College em Oxford. Casou-se quando ainda era um estudante e determinado a ganhar a vida como escritor. De seguida trabalhou como revisor de livros, revendo até quinze livros por semana.[3] Thomas era já um escritor experiente aquando da eclosão da guerra, tendo publicado extensamente como crítico literário e biógrafo, assim como escrevendo sobre o campo. Ele escreveu também um romance, The Morgans Happy-Go-Lucky (1913), um "livro de encantadora desordem".[4]
Trabalhou como crítico literário para o Daily Chronicle em Londres, e em 1905 conheceu e tornou-se amigo próximo do poeta vagabundo galês W. H. Davies, cuja carreira ele praticamente desenvolveria sozinho.[5] Thomas vivia nesta altura com a sua família na Fazenda Elses, perto de Sevenoaks, Kent, e em 1907 alugou uma pequena cabana nas proximidades da sua casa para Davies, adotando o papel de seu guardião. Em uma ocasião, Thomas providenciou até o fabrico, por um fabricante de rodas local, de uma perna de madeira improvisada para Davies.[6]
Em agosto de 1914, a vila de Dymock em Gloucestershire havia-se tornado na residência de uma série de figuras literárias, incluindo os poetas Lascelles Abercrombie, Wilfrid Gibson e Robert Frost.[7] Edward Thomas, Rupert Brooke, John Drinkwater e Eleanor Farjeon visitaram-nos durante esse verão,[7] tendo Thomas e Frost desenvolvido uma forte amizade.[1][8] Apesar de Thomas pensar que a poesia era a mais alta forma de literatura e regularmente a rever, ele próprio só se tornou num poeta no final de 1914[3] por influência de Frost,[1][8] tendo inicialmente publicado a sua poesia sob o pseudónimo Edward Eastaway[1][2] por recear que esta fosse rejeitada pelos críticos se fosse publicada sob o seu nome.[2] Thomas imortalizou a (agora desaparecida) estação ferroviária de Adlestrop num poema com esse nome após o comboio em que seguia aí ter feito uma paragem em 24 de junho de 1914, pouco antes do início da Primeira Guerra Mundial.[9][10]
Thomas alistou-se no Artists Rifles em julho de 1915,[1] apesar de ser um homem maduro e casado que poderia ter evitado alistar-se, em parte depois de ler o poema The Road Not Taken de Robert Frost.[11] Após ser promovido a primeiro-cabo, instruiu outros colegas oficiais, incluindo o poeta Wilfred Owen.[1] Em novembro de 1916 foi comissionado para o Royal Garrison Artillery como segundo-tenente. Thomas voluntariou-se para servir no estrangeiro e foi enviado para o norte de França, onde ficou estacionado em Le Havre, Mondicourt, Dainville e finalmente Arras.[1] Em 9 de abril de 1917, foi morto em combate durante a Batalha de Arras pela onda de choque concussiva de um obus que passou junto a si enquanto fumava cachimbo no seu posto de observação.[12] Thomas foi enterrado no cemitério militar de Agny, em França (Fila C, Campa 43).[13]
W. H. Davies ficou devastado com a morte do amigo e escreveu em sua homenagem o poema "Killed In Action (Edward Thomas)", que foi incluído na sua coleção de poemas de 1918, Raptures.[5] Em 11 de novembro de 1985, Thomas foi um dos dezasseis poetas da Grande Guerra comemorados numa laje de pedra revelada no Canto dos Poetas da Abadia de Westminster. A inscrição, escrita por Wilfred Owen, diz: "My subject is War, and the pity of War. The Poetry is in the pity." ("O meu tema é a guerra, e a piedade da guerra. A poesia está na piedade.")[8] Thomas foi descrito por Ted Hughes como "o pai de todos nós."[14]
Obras selecionadas
[editar | editar código-fonte]- Poesia
- Six Poems (sob o pseudónimo Edward Eastaway), Pear Tree Press, 1916
- Poems, Holt, 1917
- Last Poems, Selwyn & Blount, 1918
- Collected Poems, Selwyn & Blount, 1920
- Two Poems, Ingpen & Grant, 1927
- The Poems of Edward Thomas, R. George Thomas (ed.), Oxford University Press, 1978
- Edward Thomas: A Mirror of England, Elaine Wilson (ed.), Paul & Co., 1985
- The Poems of Edward Thomas, Peter Sacks (ed.), Handsel Books, 2003
- Ficção
- The Happy-Go-Lucky Morgans (romance), Duckworth, 1913
- Prosa
- In Pursuit of Spring (livro de viagem), Thomas Nelson and Sons, 1914
- Ensaios literários
- Horae Solitariae, Dutton, 1902
- Oxford, A & C Black, 1903
- Beautiful Wales, Black, 1905
- The Heart of England, Dutton, 1906
- The South Country, Dutton, 1906, Tuttle, 1993
- Rest and Unrest, Dutton, 1910
- Light and Twilight, Duckworth, 1911
- The Last Sheaf, Cape, 1928
Referências
- ↑ a b c d e f g h «Edward Thomas» (em inglês). Academy of American Poets. Consultado em 13 de abril de 2013
- ↑ a b c «Edward Thomas: Biography». Poems & Poets (em inglês). Poetry Foundation. Consultado em 13 de abril de 2013
- ↑ a b ABRAMS, M.H. (1986). The Norton Anthology of English Literature (em inglês). Nova Iorque: W. W. Norton & Company. p. 1893. ISBN 0-393-95472-2
- ↑ Dorschel, Andreas (13 de maio de 2005). «Die Freuden der Unordnung». Munique: Süddeutscher Verlag. Süddeutsche Zeitung (em alemão) (109). 16 páginas. ISSN 0174-4917
- ↑ a b STONESIFER, R.J. (1963). W. H. Davies — A Critical Biography (em inglês). Londres: Jonathan Cape. ASIN: B0000CLPA3
- ↑ Carradice, Phil (13 de maio de 2011). «WH Davies: the Welsh Super Tramp» (em inglês). BBC Blogs. Consultado em 13 de abril de 2013
- ↑ a b «Dymock Poets Archive». Gloucestershire Poets, Writers and Artists Collection (em inglês). University of Gloucestershire. Consultado em 13 de abril de 2013. Arquivado do original em 5 de outubro de 2011
- ↑ a b c «Poets of the Great War». Poets (em inglês). Brigham Young University. Consultado em 13 de abril de 2013
- ↑ POTTS, C.R. (1985). A Historical Survey of selected Great Western Railway stations (em inglês). 4. Poole, Dorset: Oxford Publishing Co. p. 5. ISBN 978-0-86093-191-1
- ↑ HARVEY, Anne (1999). Adlestrop Revisited (em inglês). Stroud, Gloucestershire: Sutton Publishing. p. 11. ISBN 0-7509-2289-3
- ↑ Hollis, Matthew (29 de julho de 2011). «Edward Thomas, Robert Frost and the road to war» (em inglês). Guardian.co.uk. Consultado em 13 de abril de 2013
- ↑ «France: First World War poetry» (em inglês). Telegraph.co.uk. 27 de fevereiro de 1999. Consultado em 13 de abril de 2013
- ↑ «Thomas, Philip Edward». Debt of Honour Register (em inglês). Commonwealth War Graves Commission. Consultado em 13 de abril de 2013
- ↑ «The timeless landscape of Edward Thomas» (em inglês). Telegraph.co.uk. 8 de abril de 2007. Consultado em 13 de abril de 2013
- Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «Edward Thomas (poet)», especificamente desta versão.