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Mário Kozel Filho: diferenças entre revisões

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Foi acrescentado conteúdo de Curiosidade com base em reportagem feita pelo jornal "O Globo" do dia 12/05/2017 referente ao e-mail supostamente atribuído à Dilma Rousseff (ex-VPR) com codinome em clara referência à data de acontecimentos com Kozel.
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Entretanto a questão a respeito da morte de Kozel Filho permanece controversa até nossos dias. Somente a abertura dos arquivos secretos da ditadura , poder-se-á esclarecer este caso. Enquanto isso a controvérisa permanece.
Entretanto a questão a respeito da morte de Kozel Filho permanece controversa até nossos dias. Somente a abertura dos arquivos secretos da ditadura , poder-se-á esclarecer este caso. Enquanto isso a controvérisa permanece.


== Curiosidades: ==
# Em 12/05/2017, segundo divulgação da delação de Mônica Moura e [[João Cerqueira de Santana Filho|João Santana]] pelo STF (marqueteiros da campanha presidencial de [[Dilma Rousseff]]), foi revelado um suposto e-mail secreto atribuído à ex-presidente Dilma (ex-integrante do grupo VPR) de codinome "2606iolanda@gmail.com"<ref>{{Citar periódico|data=2017-05-12|titulo=Dilma escolheu codinome Iolanda em referência a mulher de Costa e Silva, ex-presidente na ditadura|jornal=O Globo|url=https://oglobo.globo.com/brasil/dilma-escolheu-codinome-iolanda-em-referencia-mulher-de-costa-silva-ex-presidente-na-ditadura-21331206|idioma=pt-BR}}</ref>. Iolanda Barbosa Costa e Silva era a mulher do ex-presidente Costa e Silva durante o regime militar e 26/06 foi a data da morte de Kozel Filho pelo grupo VPR.
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Revisão das 00h00min de 13 de maio de 2017

Mário Kozel Filho
Mario kozel.jpg
Nascimento 6 de julho de 1949
São Paulo, Brasil
Morte 26 de junho de 1968 (18 anos)
São Paulo, Brasil
Nacionalidade Brasil brasileiro
Ocupação Militar
Serviço militar
Patente soldado

Mário Kozel Filho (São Paulo, 6 de julho de 1949 – São Paulo, 26 de junho de 1968) foi um soldado do Exército Brasileiro morto em um ataque praticado pela Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) ao Quartel General do II Exército, o atual Comando Militar do Sudeste, na cidade de São Paulo, durante o governo do marechal Artur da Costa e Silva, segundo presidente do Brasil durante o regime militar (1964-1985).[1]

Biografia

Filho de Mário Kozel e Therezinha Lana Kozel, Mário Kozel Filho, o "Kuka", tinha dezoito anos quando deixou de frequentar as aulas e de trabalhar na Fiação Campo Belo com o pai, gerente da empresa,[2] para iniciar o serviço militar obrigatório no 4º Regimento de Infantaria Raposo Tavares em Quitaúna, no município de Osasco, em 15 de janeiro de 1968. Em Quitaúna passou a ser o soldado nº 1.803 da 5ª Companhia de Fuzileiros do Segundo Batalhão, 4º Regimento de Infantaria, Regimento Raposo Tavares.

Execução

Na madrugada de 26 de junho de 1968, após seis meses de iniciação no serviço militar, morreu em um atentado a bomba. Diógenes José Carvalho de Oliveira, Pedro Lobo de Oliveira e José Ronaldo Tavares de Lira e Silva, integrando um grupo de onze militantes da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), lançaram um carro-bomba, sem motorista, contra o Quartel General do II Exército, no bairro de Ibirapuera, em São Paulo. A guarda disparou contra o veículo, que bateu na parede externa do Quartel General. Mário foi em direção ao carro-bomba. A carga com vinte quilos de dinamite explodiu em seguida,[3] atingindo uma área de raio de 300 metros. O corpo de Mário Kozel Filho foi despedaçado e saíram feridos gravemente outros seis militares.[4]

Os militares que saíram gravemente feridos no atentado foram o coronel Eldes de Souza Guedes e os soldados João Fernandes de Sousa, Luiz Roberto Juliano, Edson Roberto Rufino, Henrique Chaicowski e Ricardo Charbeau.[5] Kozel foi sepultado com honras militares no Cemitério do Araçá. No atentado foram utilizados três automóveis Volkswagen Fusca e uma camionete. O atentado só não fez mais vítimas porque o carro-bomba não conseguiu penetrar no Quartel-General por ter batido em um poste.

Participaram da ação os seguintes integrantes da VPR: Waldir Carlos Sarapu, Wilson Egídio Fava, Onofre Pinto, Diógenes José Carvalho de Oliveira, José Araújo de Nóbrega, Oswaldo Antônio dos Santos, Dulce de Souza Maia, Renata Ferraz Guerra de Andrade, José Ronaldo Tavares de Lira e Silva, Pedro Lobo de Oliveira e Eduardo Collen Leite, integrante da REDE, outro grupo guerrilheiro.[6]

Renata Ferraz, chamada pelos militares e pela imprensa de "a terrorista loura", guerrilheira da VPR e participante da ação, disse, trinta anos depois, que o atentado teve um motivação quase infantil. Dias antes, o mesmo grupo havia assaltado um hospital militar para roubar armas e o então comandante do II Exército, general Manoel Rodrigues Carvalho de Lisboa, foi aos meios de comunicação dizer que o ato tinha sido covarde e sem heroísmo e que desafiava os guerrilheiros a fazerem isso nos quartéis dele. A resposta da VPR aceitando a provocação foi lançar um carro-bomba contra o próprio QG do II Exército. Renata diz que os integrantes do grupo depois se penitenciaram por isso, ao cair na provocação do general e que o "atentado não serviu para nada, a não ser matar o rapazinho".[7]

Homenagens

Em decreto de 15 de julho de 1968, Mário Kozel foi admitido no grau de cavaleiro no quadro ordinário do Corpo de Graduados Efetivos da Ordem Pós Morte da Ordem do Mérito Militar, pelo presidente da república Costa e Silva, que era o grão-mestre daquela ordem. Em consequência desse decreto, foi promovido, pós morte, à graduação de 3º sargento.[5]

Em sua homenagem, a avenida que passa em frente ao Comando Militar do Sudeste passou a ter o nome de "Avenida Sargento Mário Kozel Filho".[8]

Em 2005, os deputados Elimar Máximo Damasceno e Jair Bolsonaro apresentaram um projeto de lei (PL-5508/2005) na Câmara dos Deputados, que inscreve o militar Mário Kozel Filho no Livro dos Heróis da Pátria.[9] Jair Bolsonaro apresentou também um projeto de lei (PL-1446/2007) promovendo-o, ao posto de capitão,[10] o que possibilitaria aumento da pensão recebida pelos pais de Mário Kozel.

Controvérsias

De acordo com novas descobertas feitas pela Comissão da Verdade através da pesquisa em documentos secretos , o ataque que resultou na morte do soldado Mario Kosel Filho pode ter sido planejado pelo alto comando das próprias Forças Armadas (como ocorreu no atentado do Riocentro) com o objetivo de, justificarem perante a sociedade brasileira as prisões arbitrárias, torturas, mortes sumárias e desaparecimentos em massa que sucederam a promulgação do Ato Institucional Número 5. Entretanto a questão a respeito da morte de Kozel Filho permanece controversa até nossos dias. Somente a abertura dos arquivos secretos da ditadura , poder-se-á esclarecer este caso. Enquanto isso a controvérisa permanece.

Curiosidades:

  1. Em 12/05/2017, segundo divulgação da delação de Mônica Moura e João Santana pelo STF (marqueteiros da campanha presidencial de Dilma Rousseff), foi revelado um suposto e-mail secreto atribuído à ex-presidente Dilma (ex-integrante do grupo VPR) de codinome "2606iolanda@gmail.com"[11]. Iolanda Barbosa Costa e Silva era a mulher do ex-presidente Costa e Silva durante o regime militar e 26/06 foi a data da morte de Kozel Filho pelo grupo VPR.

Referências

  1. Brilhante Ustra, Carlos Alberto. Ser, ed. A Verdade Sufocada 2007 ed. [S.l.: s.n.] pp. pp 192–193. 8586662607  Parâmetro desconhecido |linkautor= ignorado (ajuda)
  2. «Quarenta anos do assassinato de Mario Kosel Filho - e a inversão de valores». militar.com.br. Consultado em 25 de maio de 2013 
  3. Laque, João Roberto. Ava Editorial, ed. Pedro e os Lobos. [S.l.: s.n.] pp. pg.185 
  4. Quinto Poder - Ordem do Dia / 3ºSgt Mário Kozel Filho-2005
  5. a b «Quarenta anos do assassinato de Mario Kosel Filho». A Verdade Sufocada. Consultado em 25 de maio de 2013 
  6. CASO, Antônio, A Esquerda Armada no Brasil - 1967/1971, Moraes Editores, Lisboa, 1976; USTRA, Carlos Alberto Brilhante, Rompendo o Silêncio - OBAN DOI/CODI, Editerra Editorial, Brasília, 1987; USTRA, Carlos Alberto Brilhante, A verdade Sufocada - A história que a esquerda não quer que o Brasil conheça, Editora Ser, Brasília, 2006.
  7. Carvalho, Mário César. «Livro revela as guerrilheiras brasileiras». Jornal do Comércio via UOL. Consultado em 25 de maio de 2013 
  8. «Histórico do Comando Militar do Sudeste». Comando Militar do Sudeste. Consultado em 25 de maio de 2013 
  9. «projeto de lei» (PDF). Câmara dos Deputados. Consultado em 25 de maio de 2013 
  10. «projeto de lei» (PDF). Câmara dos Deputados. Consultado em 25 de maio de 2013 
  11. «Dilma escolheu codinome Iolanda em referência a mulher de Costa e Silva, ex-presidente na ditadura». O Globo. 12 de maio de 2017 

Bibliografia

  • CASO, Antônio, A Esquerda Armada no Brasil - 1967/1971, Moraes Editores, Lisboa, 1976.
  • MIR, Luís, A revolução impossível, Editora Best Seller, São Paulo, 1994.
  • USTRA, Carlos Alberto Brilhante, Rompendo o Silêncio - OBAN DOI/CODI, Editerra Editorial, Brasília, 1987.
  • USTRA, Carlos Alberto Brilhante, A verdade Sufocada - A história que a esquerda não quer que o Brasil conheça, Editora Ser, Brasília, 2006.

Ligações externas